Parte 1... Sunnydale, 1885 Lyanne tinha dormido muito mal. Na verdade ela pouco conseguiu dormir, agitada pela frustração e nervosismo de saber que seu futuro estava ligado a um desejo cruel e mesquinho das pessoas que deveriam portegê-la. Era difícil demais controlar as batidas do coração. Ela já tinha andando por todo o quarto sem parar. Em breve seus pés abririam um buraco no chão. Sua mente estava agitada de pensamentos conflitantes. Mas o que ela poderia fazer? Torcia as mãos preocupada. Os pais aguardavam que cumprisse sua parte no acordo. Algo que ela não participou e nem mesmo foi questionada se aceitaria ou não. Ela apenas estava ali como uma boneca para ser colocada de um lado para outro, para servir aos interesses de seus pais. Lá embaixo na sala, estava à sua espera um dos homens mais horríveis que ela já conhecera na sua vida ainda jovem. Uma pessoa que lhe causava até ânsia e arrepios nada bons, só de ouvir seu nome ser pronunciado. Tinha apenas dezenove anos e m
Parte 2... Ela tentou segurar ainda, pois tinha vergonha do que acontecia, apesar de no fundo estar gostando, porque isso o afastou, mas foi impossível. Ele fez uma cara de nojo e a empurrou com toda força, fazendo com que caísse pesado ao chão. Até doeu quando bateu o cotovelo no degrau. _ Que nojo - disse com raiva _ Arnald - gritou _ Arnald... Lucy... Venham ver o que essa garota horrível fez comigo - ele andava de braços abertos, olhando para a roupa. Não dava pra dizer que isso não foi engraçado, porque foi. Ela não fez por querer, mas ele mereceu. Andava com esse cheiro forte e a agarrando dessa forma, foi só uma reação natural. Ele gritou com raiva até que seus pais apareceram. Sua mãe segurou o rosto entre as mãos, arregalou os olhos e ficou horrorizada com o que via e seu pai ficou vermelho. _ Menina estúpida - seu pai disse aborrecido _ Lucy, leve-a daqui agora! - ordenou. Sua mãe se abaixou e lhe deu a mão para que levantasse. Estava nervosa também. Ficou desolada. A ce
Parte 3... Anete tinha suas próprias obrigações além de cuidar da sobrinha. Seu gerente na farmácia, senhor Mire, infelizmente faleceu após quase dois meses enfermo. Ele cuidava de tudo diretinho e depois de sua orte, ficou tudo meio desorganizado porque o assistente dele não sabia fazer igual. Depois, sua gerente, a senhora Louren se aposentou da padaria e então tudo ficou nas mãos apenas de Anete, que ficou carregada demais. Apesar dela ser rápida e organizada, ainda assim era coisa demais e de vez em quando ela ficava sobrecarregada. A padaria demandava muito de seu tempo e a farmácia ainda começava a se ajustar. Ela ficava indo e vindo de um lado para outro e com a sobrinha, ficava mais difícil. Ele entendia. Amava a irmã e sabia que ela faria mais se pudesse, mas se sentia de mãos atadas e tinha uma responsabilidade grande ali. Porém ele não iria fugir de sua obrigação maior. Tinha medo de não dar conta sozinho, mas não iria recuar mais. De repente até que isso foi bom pra ele
Parte 4...Sua mãe fez questão de repetir que ele era um homem de muitas posses, um dos mais ricos de toda Sunnydale e que ela teria uma vida cheia de luxos.E de que isso lhe adiantaria?Poderia ter riqueza, luxo, conforto, mas e o resto? E seu coração que iria viver em constante tristeza e depressão por estar presa a um homem como ele?Seu pai a avisou de que não fizesse nada para aborrecer Joseph. Eles tinham interesses mútuos e isso envolvia muito dinheiro. A moeda de troca desse acordo era ela. Sentiu um gosto amargo em sua boca. Ainda não entendia como seus pais a tinham trocado tão facilmente por dinheiro.Ela era sua única filha, como puderam colocar sua vida na mão de outro dessa forma?Foi uma traição de sua confiança. E tinha certeza de que não merecia ser tratada de tal forma.Seu estômago até mesmo ficava pesado e sentia uns repuxões, mas não iria vomitar de novo, ainda mais ali, na frente da simpática senhora Jordana._ Bem, querida... Aqui estão as opções - ela sentou e
Parte 1... “Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca. O verdadeiro amor é aquele que permanece sempre, se a ele damos tudo ou se lhe recusamos tudo. ... Quem encontrar na vida o verdadeiro amor, deve escondê-lo, longe do mundo, como um tesouro” * Desconheço a autoria. Ela já sabia que os pais estavam de acordo com o velho Joseph, mas descer e ver que ele estava sentado na poltrona de seu pai, que ninguém mais poderia, foi até ridículo. Nem sua mãe sentava ali, a não ser em raras ocasiões. O tamanho da influência dele era até feio de ver. Seu pai nunca deixava outra pessoa sentar ali e agora lá estava o homem, se apoderando. O poder de se ter dinheiro mais do que o outro. Se podia fazer o que quisesse. Como ele queria fazer com ela. _ Ah, aí está ela - Joseph disse _ Demorou para sair da cama. Era só o que lhe faltava. Ele nem mesmo era seu marido ainda e já fazia críticas. Tudo nesse homem a imcomodava.
Parte 2... A semana passou depressa demais para ela. Só de pensar em que dentro de pouco tempo estaria casada, seu corpo todo tremia. O que era até ridículo, já que muitas mulheres sonham em se casar. Ela mesma gostaria de se casar, mas com um homem que ela gostasse. E para piorar seu sofrimento, a costureira enviada por Joseph era muito boa. Trabalhava rápido e logo um vestido branco feito sob medida já estava pronto para ela provar. Nem nessa parte ela podia enrolar, porque se conseguisse, empurraria isso para a frente por mais um mês. O fez com lágrimas nos olhos e sem a menor vontade, apenas porque era isso que sua mãe queria, esperando no quarto enquanto a mulher a ajudava a vestir o objeto que simbolizava sua prisão. A mulher não entendia seu humor, é claro. Então sua mãe interviu lhe dizendo o quanto ela estava feliz e nervosa com o casamento, por isso se portava dessa maneira, meio avoada e chorona. Ela até mentia para que a verdade não chegasse ao velho Joseph. A costurei
Parte 3... Lyanne apertou os lábios, olhando para ela com vontade de chorar devido o nervosismo. Precisava muito desabafar. Seu coração estava apertado pelo estresse de todo esse tempo suportando tudo sozinha. _ Greta, preciso que você seja minha amiga agora - apertou sua mão _ Posso confiar mesmo? _ Claro, sempre pôde. Me diga o que te aflige. Lyanne agradeceu mentalmente, olhando para a imagem de Jesus na cruz que ficava no altar. Respirou fundo e começou a contar uma versão resumida do que tinha feito. Ela também se sentia como aquela imagem. Paralisada e presa em uma cruz. Precisava de liberdade. Pelo menos, se Greta não pudesse ajduar em nada, só de ouvir o que ela tinha a falar e deixar que revelasse seus medos e tristezas, já era de grande ajuda sim. Muitas vezes apenas ouvir a outra pessoa e entender o que ela estava passando, já era uma bondade. ** ** ** ** ** ** ** _ Meu Deus, mas e agora? Greta estava admirada com a coragem de Lyanne e entendia seus motivos. Ela tamb
Parte 1... Quando a madrugada chegou, Greta entrou de fininho no quarto e retirou sua bagagem, levando para um ponto escondido no jardim. Andava sem sapatos, sem fazer barulho, assim como um gatuno que invade uma casa para roubar. Estava bem nervosa e sua expressão mostrava isso. Seus olhos arregalados e sua respiração funda diziam que poderia até ter algum descontrole a qualquer instante. Se fosse pega fazendo isso, só Deus sabe o que aconteceria com ela. De forma alguma seus patrões iriam deixar isso passar sem fazer nada contra ela. E tinha muito medo do pai de Lyanne, porque quando estava aborrecido ele era bem difícil, até mesmo com a esposa. Encontrou Lyanne ainda acordada. Não conseguira dormir bem e teve pequenos cochilos durante a noite. Sua mente não relaxava do que ira fazer em breve. Já tinha pensado e repensado tantas vezes que não sabia mais quantas. _ Tente dormir, eu venho acordá-la na hora certa, antes que os empregados despertem. Irei com você até perto da cid