WillianQue a Mirela era doida eu já sabia, mas ela é ainda mais do que eu imaginava.Foi realmente coincidência quando nos encontramos no shoping. Estive seguindo Geovana desde nosso encontro na rua, pois não acreditei naquela história que ela contou. Enquanto eu a seguia, uma mulher também a observava.Fiquei de olho nessa mulher, e em um momento em que Geovana entrou numa loja de carrinhos de bebê, resolvi chegar até ela.— Oi — abordo a mulher sem enrolação. Ela me encara e em seguida uma expressão de nojo invade a sua face.— Permitem bandidos nessa espelunca agora? Vou chamar os seguranças...— Chama os seguranças que eu falo que vi você seguindo aquela mulher — interrompo e a pego de surpresa.— Quem é você?— Uma coisa de cada vez, princesa. Você estava seguindo a Geovana, não estava? Por quê?Ela me analisou de cima a baixo.— Você a conhece?— Conheço, e você? — Cruzo meus braços, a analisando bem pela primeira vez. A barriga dessa mulher está enorme, deve estar perto de nas
AdrianImpressionante como o mundo resolve desabar em minha cabeça inteirinho de uma vez só. Como se não bastasse toda dor de cabeça que já estou tendo com os desvios de verba e agora com os prováveis processos que receberei, Geovana é sequestrada e eu não sei quem pode estar por trás disto.Sigo para o endereço no qual o segurança dela enviou para mim. Os prédios de luxo e o bairro onde se encontram me mostram que é um indivíduo com alto poder aquisitivo. Então me questiono quem poderia ser essa pessoa?O segurança está de frente para o prédio como um poste e sei que está fazendo o que pedi.— Você é o... — São dois seguranças que ficam com minha Paçoquinha, eles revezam entre si e ainda não tinha encontrado com os dois.— Senhor Brandão — Me cumprimenta — Eu sou o Cardoso, rendi meu amigo Rezende logo após o horário de almoço.— Certo. Foi você que a seguiu até aqui — concluo.— Sim senhor.— Ninguém saiu do prédio?— Até o momento, não.— Vamos até a portaria ver o que conseguimos.
Willian— O que você vai fazer agora? — pergunto à loira na minha frente.Tinha trancado a porta do quarto com Geovana lá dentro. Tem duas horas que estamos aqui e Mirela não decide o que quer fazer.— Para de perturbar, cara — responde mexendo no celular, não sei que tanta mensagem ela tem pra mandar.— Se você não disser, eu vou embora — movo-me em direção à porta da cozinha, mas ela me impede.— Espera. Você sabe que eu não tenho condição nenhuma de segurar essa mulher, olha o tamanho dessa barriga — fala e aponta para si mesma — Maior burrice que fiz na vida — resmunga.— Você não fala o que vai fazer, me deixa no escuro. Se for pra ser assim, eu vou embora e vocês duas que se entendam.— Tudo bem, você está certo. — Ela se levanta da cadeira e vem na minha direção — Temos que tirar a golpista daqui. Não é seguro ficar na minha casa e em um lugar que tem testemunha.— Pra onde vamos levá-la?— Esse é o problema, estava tentando encontrar um lugar. Estou aguardando uma resposta.—
Adrian— Descobriu alguma coisa, Adrian? — Enquanto perseguia o carro preto à minha frente, o telefone tocou e eu não pude deixar de atender, pois era a Nataly, amiga da minha Paçoquinha.— Foi minha ex-namorada que a pegou — respondo sem tirar o olho do carro à minha frente.— O quê? O que a maluca quer com a Geo?— Também gostaria de saber, Nataly.— O que vão fazer?— A polícia eu não sei, mas eu vou seguir essa doida. Já estou seguindo, melhor dizendo.— Ai, meu Deus, você está no trânsito e eu te ligando. Me desculpa, mas estava tão preocupada.— Não tem problema, eu também estava nervoso demais pra lembrar de avisar.— Promete que assim que tiver algo de concreto você vai me ligar, Adrian?— Prometo, sim, mas pode ligar se quiser. Sei o quanto vocês gostam da Geo.— Nós amamos a Geo. E estamos muito preocupados com ela.— Eu sei.— Boa sorte.— Obrigado.A ligação é desligada e eu continuo seguindo o carro a uma certa distância.Assim que saí na direção do carro, não tinha certe
GeovanaSinto minha cabeça latejar e levo a mão até minha testa que parece pesada demais. Forço as vistas e quando consigo abrir, sinto como se tivesse cheia de areia.Pisco, coço os olhos que lacrimejam e minha cabeça lateja ainda mais. Começo a prestar a atenção em onde estou, e fico confusa tentando lembrar de onde estava quando apaguei.As lembranças vêm como um furacão, e então percebo que estou deitada no bando de trás de uma carro com uma coberta sobre meu corpo.Escuto a voz de Mirela:— Tem certeza que não tem ninguém nos seguindo?— Fica tranquila, você está muito paranoica. Não tem ninguém atrás de nós. — Reconheço a voz de Willian. Ele está no carro com Mirela me levando sei lá pra onde.— Não sei, não. Às vezes acho que vejo o mesmo carro atrás de nós. — Ela parece desconfiada.— Olha quantos carros parecidos passam por nós! Se começarmos a desconfiar de todos vai ficar difícil ir pra qualquer lugar que seja.Mirela fica em silêncio novamente, mas não muito depois volta a
AdrianLigo para minha mãe e aviso que estou bem. Ela faz muitas perguntas que não posso responder e sou obrigado a desligar, deixando-a irritada. Mas depois me entendo com minha mãe, só não posso contar o que está acontecendo, pois ela não entenderia nada.Fico aguardando a chegada da polícia que segundo o segurança, já está a caminho. Mas o local que Mirela escolheu para esconder Geovana é afastado demais e eles demorarão pra chegar.Cochilo e quando desperto o Sol está nascendo. Preciso sair de perto do sítio, pois se Mirela ver, pode tentar fugir novamente. E isso só nos atrapalharia.Dirijo alguns metros depois do sítio onde ela entrou com minha namorada e um homem estranho, estacionando em um campo aberto, sob uma árvore com uma copa bem ampla e que ajuda a camuflar o carro com sua sombra e seus galhos. Meu estômago, ronca e eu não sei o que fazer pra conseguir algo para comer.Não há qualquer padaria por perto e eu não posso sair daqui para procurar. As horas passam, além da fo
GeovanaNão consegui pregar os olhos nesta noite com o que Will havia falado pra mim. A ansiedade não me permitia dormir. Qualquer barulho me fazia sentar na cama, achando que finalmente meu resgate estava chegando. Até que amanheceu e Willian veio me trazer o café da manhã junto com uma notícia.— Eu estava certo, tem um cara lá fora. Deve ser ele que nos seguiu na noite passada e em breve a polícia deve chegar — fala sussurrando — Come e se prepara.Pego o pão com manteiga que me entrega e um copo com café. O pão está meio duro, dá pra ver que não é fresco, mas como mesmo assim. Estou com fome.Ele se vai e tranca a porta ao passar por ela. Algum tempo depois ouço uma movimentação diferente e agora acho que é a polícia. A ansiedade me consome, principalmente ao ouvir a voz da Mirela toda histérica do lado de fora.— Manda esses homens ir embora, Willian! — Escuto ela berrar.— Está louca mesmo, só pode. É a polícia, se liga que a casa caiu, mulher — ele parece se irritar com ela.—
Adrian Ao escutar a enfermeira anunciar que meu filho nasceu, não esperava sentir o que estou sentindo. A emoção é grande e eu só queria ver a criança e pegá-lo no colo.Sou guiado pela enfermeira até o berçário. Fico parado na divisão de vidro, enquanto ela entra e pega um bebê bem moreninho. A pele em uma tonalidade bem mais escura que a da mãe, porém bem mais clara que a minha. Percebo na hora que Mirela pode ter falado a verdade esse tempo todo. Mas mesmo assim manterei minha palavra de que farei um exame de DNA para confirmar a paternidade.Mas a emoção que tenho ao vê-lo, quase me faz deixar tudo de lado. Seu rosto gordinho e olhos apertadinhos e inchadinhos de um recém nascido me fazem sentir vontade de pegá-lo no colo.— Eu posso pegá-lo? — questiono à enfermeira.Ela aponta um local com pias largas para que eu lavasse bem as mãos e braços.Faço como o pedido e ao entrar no berçário, ela me oferece um jaleco hospitalar azul para que eu vista. Visto o aparato e finalmente pego