MirelaAssusto Antonela, a secretária incompetente de Adrian, com um tapa forte em sua mesa. A garota pula no lugar, levando as mãos ao peito.— Meu Deus, senhora Mirela, que susto! O senhor Adrian ainda não chegou.— Perguntei alguma coisa? Me dá a chave da sala.— Senhora, me desculpe, mas eu não posso. São ordens do chefe...— A chefe agora sou eu — falo convicta, pois sei que de hoje não passa. Adrian vai assinar esse documento hoje, nem que eu tenha que ameaçar a sua vida com uma arma apontada para a sua cabeça.A garota arregala os olhos com a minha revelação.— Espantada, garota incompetente? Me dê a chave ou estará na rua hoje mesmo!— Mas o senhor Adrian nem a dona Solange falaram qualquer coisa, ninguém anunciou nada.— E quem vai anunciar a própria derrota? Anda, me dê a porra da chave! — Me altero e a garota me entrega a chave da porta se tremendo toda.Abro a sala e aquele cheiro de ambiente fechado me acerta em cheio. Não acredito que Adrian tenha que ligar o próprio ar
AdrianDepois da confissão que consegui de Mirela, fui imediatamente até o investigador e entreguei o áudio. Ele deu início a todo processo necessário e uma semana depois o juiz decretou a prisão preventiva da minha ex.O juiz entendeu que ela poderia fugir e que tudo o que tínhamos contra Mirela era prova o suficiente para mantê-la presa até que saísse seu julgamento, algo que sabemos que demora bastante para acontecer.Aquela semana deixei a loira bastante a vontade na empresa, e isso me custou alguns prejuízos, mas não podia espantá-la. Tinha que deixar a mulher com o gostinho da vitória, somente assim ela estaria sempre a disposição da polícia quando saísse o mandato de prisão preventiva.Faço questão de estar presente no momento em que os policiais forem prender aquela louca. Por esse motivo o investigador me informa que a polícia está a caminho e presencio a cena com um sentimento de justiça. A infeliz que causou prejuízos imensos está indo presa. Não sei quanto tempo ela ficar
MirelaQue vida do cão que eu tenho neste lugar. Meu advogado garantiu que me tiraria daqui, mas até agora nada. Me adiantei e antes que dissessem que eu não tinha a intenção de pagar às pessoas afetadas pela explosão, assinei uma procuração a meu advogado autorizando que ele realizasse os pagamentos das indenizações quando saísse o processo. Ele me garantiu que esta postura mostraria às autoridades minha boa intenção e arrependimento e que talvez conseguiria me tirar daqui até que saísse a sentença. Pelo jeito de nada adiantou. Droga! Entreguei o melequento na hora errada, achei que já estivesse com tudo ganho, mas me enganei. O menino sim seria garantia de sair daqui mais rapidamente.Agora só me resta aguardar e aturar essas presas nojentas que tem nesse lugar. Nunca peguei em uma vassoura e agora tenho que lavar privada cagada, varrer pátio e esfregar chão. Sinto vontade de vomitar só de sentir o cheiro de cloro que usam nesse lugar. Eca.Agora estou em um desses momentos de tortu
GeovanaFaz uma semana que estou morando na mansão da mãe do Adrian. Minha sogra fez questão de ir até o meu apartamento e me convencer que na reta final da gravidez não é prudente ficar morando sozinha. Meus pais moram no interior e vivem da agricultura, eu quis tentar uma vida diferente na cidade e o preço disso é viver longe de meus pais. Como eu sabia que dona Solange estava certa e eu não podia ficar na casa da minha mãe devido a distância de tudo, resolvi aceitar a oferta.Como resultado, sou tratada como uma princesa todos os dias. Nem mesmo o copo ela me deixa lavar. Encostar em uma vassoura, então, nem pensar, e como não tinha algo para ocupar a minha mente, aprendi com dona Solange um hábito que vinha fazendo esse papel muito bem: a leitura. Não tinha o hábito de ler, mas a mulher me indicou vários de seus romances favoritos e depois que comecei, não consegui mais parar.Enquanto conversava com Solange e Ariane, decidimos sair para comprar mais coisinhas de bebê. Trouxe tudo
AdrianFiquei aflito enquanto Geovana passava pela cirurgia para ganhar as nossas filhas. Não me deixaram entrar na sala, disseram que eu poderia deixar a minha paçoquinha nervosa. É muito ruim estar de mãos atadas enquanto a mulher que ama coloca a vida em risco para dar à luz.Mas naquele momento eu não conseguia ficar parado e andei de um lado a outro enquanto a cirurgia durou. Não consegui me sentar nem mesmo sair da sala de espera. Cada médico que passava eu achava que viria falar comigo. Não desejo essa aflição a ninguém.Quando a doutora veio me avisar que as duas haviam nascido e que as três passavam bem. Foi uma sensação de alívio tão maravilhosa. Senti até mesmo minhas pernas amoleceram, como se todo aquele tempo andando tivesse custado todas as forças das minhas pernas.Mas agora estou feliz e aliviado ao ver minha futura esposa amamentando as duas meninas. Beatriz nasceu primeiro e está trajando um macacãozinho rosa pink com os sapatinhos da mesma cor que minha mãe fez. El
3 meses depoisGeovanaE eu que achei que o meu quarto. durante a minha primeira estadia no cruzeiro que conheci Adrian, era luxuoso. Achei isso porque não tinha passado nem perto das suítes mais caras. Contemplo o ambiente ao meu redor e é como estar em um hotel de verdade, daqueles de luxo que passa na televisão.Em frente a um espelho com um enorme sorriso no rosto, vislumbro o lindo vestido de noiva que estou vestindo. O tecido é impecável e imponente transmitindo a riqueza do meu futuro marido, mostrando que apesar das adversidades, ele conseguiu manter a estabilidade e prosperidade do seu dinheiro. O casamento será realizado por um juiz de paz na área da piscina do navio, onde geralmente ocorrem os shows, mas que hoje foi reservado especialmente para o nosso casamentoEstou muito nervosa. Até pouco tempo o pessoal da maquiagem estavam aqui fazendo um belo trabalho. Meu cabelo está bem cacheado e jogado para o lado com um modelo diferente e moderno. Na lateral mais baixa, um arra
GeovanaMinhas mãos suavam, os joelhos tremiam, o suor descia como bica pelo meio de minhas costas, meus olhos arregalados e a tensão não permitia que o ar passasse por meus pulmões.Nataly e eu estávamos em frente a TV aguardando o resultado do sorteio. Era praticamente impossível ganhar, literalmente uma chance em um milhão. A maior revista de turismo do país oferecia um número em cada unidade vendida de sua revista. A belezinha nunca vendeu tanto. Sempre que eu ia até a banca de jornal a revista já havia esgotado, isso mesmo, nada de unidade baixada ou comprada pela internet, só valia revista física.Quantas pessoas compraram várias unidades? Pois é, eu comprei só uma. A revista não é baratinha, não, e eu sou recepcionista de um escritório de advocacia, ou seja, ganho pouco. E pra completar, o bilhete te dava direito a tudo pago pra você e seu acompanhante durante todo o cruzeiro. É muita sorte ou não é?Minhas mãos começaram a pingar de nervoso.— Cacete, esse sorteio que não começ
AdrianMeus cotovelos estão sobre a mesa, a cabeça pende sendo firmada por minhas mãos. Esfrego meus cabelos crespos e curtos com os dedos em sinal de nervosismo.— O que diabos está acontecendo nessa empresa?Resmungo comigo mesmo.Recosto-me na cadeira, encarando os papéis a minha frente. A pilha que se forma ao lado de contas que não batem, faturas com supervalores.— Quem fez isso? - questiono para mim mesmo, mas o ar frio do ar condicionado altíssimo da minha sala não irá me responder. Pego o telefone para falar com a secretária.— Antonela, marque uma reunião com toda a liderança, por favor. Pra hoje em uma hora.Dou a ordem e me recosto novamente, ainda encarando os papéis. Fiz e refiz as contas várias vezes e nada de chegar a uma conclusão diferente de que há um rombo na empresa. Um rombo de milhões em poucos meses. Se continuar assim, a empresa vai precisar pedir falência porque não teremos condições nem de abrir as portas.Retiro meus óculos de grau e coloco sobre a mesa, pe