Não consegui responder mais nada, o todo-poderoso saiu da sala em direção a loja deve ter ido xingar alguém por lá dessa vez, continuei a fazer minhas tarefas, consegui colocar em ordem algumas planilhas que me foram ordenadas, arrumei alguns arquivos para evitar um descontentamento do meu deus grego, deixei tudo na mais perfeita ordem e fui almoçar.

Com meu tempo curto almocei correndo, depois que voltei fui revisar a agenda dele e desmarcar todos os compromissos da próxima semana, já que teremos que passar a semana toda em outro lugar.

O telefone tocou...

— Império Collins boa tarde! — atendi.

— Na minha sala agora Bianca! — era ele, intimou minha presença em sua sala.

— Estou fodida! — Pensei em voz alta.

Entrei na sala dele.

— Pois não Sr.! — eu disse enquanto minha cara corava como um alérgico a camarão.

Ele me encarou olho no olho por alguns segundos, com uma caneta azul batendo na mesa, ficou alguns instantes me observando sem falar uma palavra se quer, foram segundos que pareciam horas de tortura, mas a expressão de seu rosto era como se ele quisesse matar alguém, ou me matar talvez. É intimidador ficar perto dele, mas, ao mesmo tempo, é maravilhoso estar perto dele, mesmo que seja para levar bronca ou fuziladas com os olhares assustadores e maravilhosamente lindos que ele tem, meu coração estava pulando fora do peito.

— Vou sair para a reunião não volto mais hoje, não se atrase na segunda-feira — ele ordenou.

— Ok Senhor, algo mais? — perguntei, mas mentalmente querendo sumir daqui, ou me jogar nos braços dele de uma vez e ver o que acontece.

— Não! Pode sair — ele respondeu secamente.

Fui para minha mesa com as pernas moles, parecia que eu iria cair, de tensão e nervosismo, fiquei intrigada com a forma com que ele me encarou. Depois de alguns minutos livre da encarada dele, ele saiu da sala com a maleta na mão.

— Você está dispensada por hoje — ele falou e saiu.

— Está bem Sr., até segunda — respondi aliviada.

Acenei com a mão para ele e ele simplesmente virou as costas para mim, normal da parte dele, graças a Deus ele desapareceu do meu campo de visão, fui para casa descansar e preparar meu psicológico para aguentar meu deus grego a semana toda com sua infinita beleza e mau-humor.

— Boa tarde amigos! — cumprimentei Jéssica e Willy.

— Boa tarde! — os dois responderam juntos, devem estar em sintonia hoje.

— Que cara de desânimo Bianca! Aquele assunto de hoje cedo? — Jéssica perguntou.

— Vou passar a semana com ele fazendo controle de estoque, o rapaz que iria fazer isso saiu da empresa hoje, só Deus sabe se vai render o serviço ou se eu vou acabar mandando ele a merda — respondi com um nó na garganta, nem eu sei se estou com raiva ou com vontade de passar o dia ao lado dele fazendo a mesma coisa que ele.

— É sério isso? Mandar a merda ao invés de falar eu te amo? — Willy se pronunciou, espantado com minha reação.

— Amiga se entrega! — gritou Willy com o jeito alegre dele de ser.

— Meu Deus! Willy, não posso me entregar, ele nem sabe o que sinto e nem vai saber, você acha tudo muito simples, mas não é — respondi confusa.

Willy e Jéssica são ótimos amigos, sempre me acolhem quando preciso, sempre me abraçam, Willy é homossexual e não para com namorado nenhum, vive engatando e desengatando os namoros, mas adora opinar na minha vida, mas eu amo isso neles, são leais e gostam de mim verdadeiramente.

— Ele pode até não querer nada com você, mas se você se impôr diante dele pode ser que dê certo, você é linda e chama a atenção de um homem, só o que você ama não te enxerga — ele disse me incentivando.

— Willy, não vou me impôr, porque isso pode me causar uma demissão, aí sim! Eu ficarei longe dele — respondi contrariando-o.

— Agora vou tomar um banho e descansar, beijos para os dois. — Abracei meus amigos quase irmãos e fui para o banho, depois caí na cama.

No amanhecer de sábado, levantei cedo me organizei com minhas coisas pessoais, para não deixar nada pendente, já que meu deus grego vai me levar para trabalhar em outros lugares e vamos sair da rotina diária da Império, chegaremos mais tarde e não teremos tempo para nada. As 13:00 eu tinha salão marcado para dar um trato nos meus cabelos que estavam horrivelmente fora de prumo, já aproveitei fiz as unhas e tudo que tenho direito.

O fim de semana passou e única coisa que fiz foi limpar quarto, lavar roupas e ir ao salão, não saí nem para tomar uma cerveja, não sei como vai ser minha semana então tenho que deixar tudo na mais perfeita ordem por aqui.

A segunda-feira amanheceu linda, me vesti, da mesma maneira que sempre faço, um salto não muito fino para não ficar muito cansativo, uma calça jeans justa no corpo e um body preto, com um discreto decote, mas o mais importante é que meu cabelo se ajustou novamente. Fui para o trabalho, chegando la já avistei o carro do seu Alexandre, uma BMW, modelo M850i, entrei na loja e fui direto a sala dele.

— Bom dia seu Alexandre! — cumprimentei por educação porque ele nunca nem responde.

Ele ficou por alguns segundos me olhando sem piscar, ele puxou um suspiro que não sei dizer se é bom ou ruim, mas como sempre não respondeu o meu bom dia, mas ele me comia com os olhos, isso está fora do comum.

— Estou a sua espera para sairmos — falei e saí da sala dele.

Ele só acenou com a cabeça e não trocou uma palavra se quer, fui para minha mesa para aguardá-lo, ele veio no meu rastro.

— Podemos ir? — perguntou me encarando.

— Sim, Sr.! — respondi me levantando.

Ele acenou para a porta e esperou que eu passasse primeiro, no carro não trocamos uma palavra se quer, chegamos na loja que iríamos iniciar as contagens, ele me parecia com a cara melhor do que nos outros dias, mas sempre sério e sem falar nada, quando entramos na loja 09 a recepcionista Jennifer veio ao nosso encontro.