Capítulo 04

Eu e Bianca vamos fazer um levantamento de estoque e não quero ser interrompido por ninguém — ele exigiu com a expressão extremamente séria.

Sim, Sr.! — Jennifer respondeu e ficou parada como uma estátua na nossa frente.

Está esperando o quê para sair? — ele perguntou e acenou com a cabeça em direção ao depósito para mim.

Com licença Sr. — ela saiu imediatamente depois de quase ser expulsa por ele.

Entramos para o depósito da loja, somente nós dois, estava tudo empoeirado, quase sem luz e sem ventilação adequada, isso me sufoca.

Bianca você começa naquele canto, não esquece de marcar cada detalhe que pede aí na planilha, é muito importante para fazer o levantamento de tudo ok? — ele ordenou me mostrando no papel o que eu deveria fazer exatamente.

Ok Senhor! Vou começar — respondi e fui cuidar da minha parte do trabalho.

Certo, vou pelo outro lado — meu deus grego me respondeu olhando nos meus olhos.

Trabalhamos a manhã toda, anotamos o máximo que conseguimos de mercadoria, comecei a ter umas vertigens devido ao calor, poeira e falta de comida, comecei a ficar tonta, tudo começou a rodar em minha volta, desde criança que fico sufocada se não houver ventilação adequada, o calor por si só já me faz mal, no depósito estava mais abafado ainda, eu estava suando muito, meu coração acelerado, comecei a ficar vermelha, do nada tudo foi se apagando e eu caí no chão como uma maria mole.

Lá, no fundo, quase desaparecendo ouvi a voz do seu Alexandre gritando:

Bianca! Bianca! Bianca! Acorda! Meu Deus! O que aconteceu com essa mulher?

Gradualmente tudo foi desaparecendo da minha vista e eu simplesmente apaguei. O que eu sei enquanto estava desacordada é o que a Jennifer e o seu Alexandre me contaram depois, ele gritava por socorro e me socorreu da melhor maneira possível.

Jennifer venha aqui rápido — ele gritou desesperado.

Sim, Sr. Alexandre — ela respondeu preocupada pelo escândalo.

Chama emergência rápido — ele gritou, me pegou no colo e levou para uma área ventilada, enquanto segurava minha cabeça de lado para não vomitar e me afogar.

Bianca! Bianca! Responde pelo amor de Deus — ele implorou desesperado.

Sempre tive problemas com o calor, passo mal facilmente, mas nunca havia desmaiado no trabalho, apesar que no escritório e nas lojas tem ar condicionado, somente nos depósitos não pode ter para não mudar a qualidade dos vinhos no ambiente. Acordei na ambulância com o Alexandre junto desesperado, nem nos meus melhores sonhos ele demonstrou alguma preocupação por mim. Tudo bem que neste caso talvez ele só não queira que aconteça algo mais grave com a funcionária dele.

Graças a Deus você acordou Bianca, quase me matou de susto — ele falou desesperado segurando minha mão.

Eu estava com falta de ar, com muito calor e apaguei não vi mais nada, desculpe o transtorno já podemos voltar ao depósito, estou melhor — me desculpei corada de vergonha pelo transtorno.

De jeito nenhum! Vamos para o hospital fazer exames — ele respondeu ignorando meu pedido para voltarmos.

Não vejo necessidade Sr. — respondi tentando me levantar.

Mas eu vejo. — Ele segurou minha mão e me deu um breve sorriso, isso foi novidade para mim.

— Odeio agulhas, mas tudo bem — concordei sem questionar, porque não adiantaria mesmo.

Você nunca doou sangue? — perguntou um paramédico da ambulância.

Não e nem pretendo, faço exames por obrigação, tenho horrores a agulha — respondi.

Não quero te desanimar, mas terá que fazer exames quando chegar no hospital — ele me avisou, em pânico meu coração acelerou.

Chegamos ao hospital, fui levada para a ala de emergência, fiz alguns exames, tive que ficar aguardando o resultado para ser liberada, mas eu sabia que não tinha nada, sempre tive problemas com o calor e justamente hoje eu não comi nada pela manhã.

Finalmente os médicos entram.

Sra. Bianca, seus exames deram bons, a Sra. provavelmente desmaiou porque está em jejum, e o calor contribuiu para isso, seu marido estava tão desesperado que pensei que fosse algo mais grave — declarou Dr° Conrado supondo que eu fosse mulher do Alexandre.

Alexandre deu um sorriso bem imperceptível, mas eu vi.

Ele não é meu marido Doutor, é meu chefe — respondi vermelha de vergonha.

"Que bom se fosse mesmo meu esposo, com certeza ele seria muito amado". Pensei

Ah! Me desculpe, você está liberada, mas precisa se alimentar — o médico disse assinando minha alta.

Eu pensei que você tinha tomado café Bianca — ele falou me fitando, não muito satisfeito com todo esse transtorno.

Não consigo comer muito cedo, podemos ir então Doutor? Estou bem — respondi e tentei me livrar desse lugar e das fuziladas desse homem.

Pode sim, está liberada, mas se alimente — o médico me mandou embora desse lugar graças a Deus.

Obrigada Doutor! — agradeci pelos cuidados e queria urgentemente sair daqui.

Disponha — ele respondeu e se retirou do quarto.

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