Eu estava no estábulo, cuidando dos cavalos, quando ouvi o som de um carro se aproximando. Não esperávamos visitas, então fiquei curiosa. Saí do estábulo e vi um carro chique parando em frente à casa. Dele saiu uma mulher alta, de cabelos loiros e óculos de sol, carregando uma mala de rodinhas.— Jonas! — ela gritou, com um sorriso enorme, assim que o viu saindo da casa.Ele pareceu surpreso, mas logo abriu os braços para recebê-la.— Mariana? O que você está fazendo aqui?Mariana. Já tinha ouvido falar dela, a prima de Jonas que morava na cidade. Ele a abraçou com força, e ela o apertou de volta, rindo. Senti uma pontada de ciúme ao vê-los tão próximos. Tentei ignorar e voltei minha atenção aos cavalos.— Luana, venha conhecer minha prima. — Jonas chamou.Respirei fundo e fui até eles, tentando manter a calma. Mariana me olhou de cima a baixo, avaliando-me.— Então, você é a famosa Luana. Prazer em conhecê-la. — disse, estendendo a mão.— O prazer é meu. — respondi, apertando sua mão
No dia seguinte, acordei mais cedo do que de costume, determinada a mostrar que nada me abalaria. Desci para a cozinha e comecei a preparar o café. Estava tão imersa no meu trabalho que nem percebi Mariana entrando.— Bom dia, Luana. — ela disse, em um tom que parecia mais condescendente do que amigável.— Bom dia, Mariana. — respondi, tentando manter a cordialidade.Enquanto eu mexia o café, ela se aproximou e, de propósito, esbarrou em mim, fazendo com que um pouco do líquido quente caísse no balcão.— Ah, me desculpe! Foi sem querer. — disse, com um sorriso que não atingia seus olhos.Limpei o café derramado e continuei a preparar o café da manhã, tentando ignorar sua presença. Mas ela não ia me deixar em paz.— Sabe, Luana, estive pensando. Você realmente acha que combina com o Jonas?Parecia uma pergunta inocente, mas o tom de sua voz mostrava suas verdadeiras intenções. Respirei fundo antes de responder.— Acho que sim. Nós nos entendemos e nos apoiamos. — respondi, mantendo a c
Jonas OliveiraEstava uma tarde quente, o sol ainda alto, espalhando sua luz dourada pelos campos da fazenda. Eu estava na varanda, observando o horizonte, refletindo sobre a vida e pensando em Luana. Tudo parecia mais leve desde que ela entrou na minha vida, trazendo consigo uma nova esperança. A paz, porém, foi interrompida pela presença inesperada de Mariana.— Jonas, meu primo querido! — disse ela, com um sorriso que não escondia suas intenções. — Posso me juntar a você?— Claro, Mariana. O que te traz aqui? Pensei que estivesse fazendo suas malas para ir embora. — perguntei, tentando manter um tom neutro. Sempre soube que ela tinha uma queda por mim, mas nossa relação sempre foi contida pelo fato de sermos primos.Ela se aproximou, sentando-se ao meu lado, um pouco mais perto do que o necessário. Senti seu perfume forte e a vi lançar um olhar intenso em minha direção.— Sabe, Jonas, estava pensando em você. Em nós... — começou ela, sua voz carregada de uma insinuação que não pass
Luana DutraOs últimos dias na fazenda foram estranhos. Mariana, que sempre estava presente, de repente começou a se afastar. Era quase como se ela estivesse evitando tanto a mim quanto a Jonas. Eu não conseguia entender o porquê e isso me incomodava profundamente. Eu sabia que havia algo que ele não estava me contando, e hoje decidi que era hora de descobrir.Estávamos no final da tarde, o sol começava a se pôr, tingindo o céu de um laranja dourado. Eu estava na varanda, observando os campos quando Jonas veio se juntar a mim. A cena estava calma, mas meu coração estava agitado com a necessidade de respostas.— Jonas, posso falar com você um minuto? — perguntei, tentando manter a voz tranquila, embora estivesse nervosa.Ele se virou para mim, os olhos cheios de uma ternura que sempre me acalmava.— Claro, Luana. O que aconteceu?— É sobre Mariana. Ela está diferente ultimamente, mais distante. Notei que ela evita você e também a mim. O que está acontecendo?Jonas suspirou, passando a
A manhã começou tranquila na fazenda. O sol brilhava, os pássaros cantavam, e eu estava ocupada com minhas tarefas diárias. As plantações estavam saudáveis e a colheita prometia ser boa. No entanto, algo no ar parecia diferente, um murmúrio sussurrado entre os trabalhadores que eu não conseguia decifrar.Quando fui até o estábulo verificar os cavalos, encontrei Clara, uma das trabalhadoras mais antigas da fazenda, com um olhar preocupado. Ela hesitou antes de falar, mas sua expressão revelava que algo estava errado.— Luana, preciso te contar uma coisa. — começou Clara, visivelmente desconfortável.— O que foi, Clara? — perguntei, tentando esconder minha preocupação.— Tem gente falando coisas ruins sobre você, dizendo que você está traindo o Jonas com um dos trabalhadores.Meu coração parou por um momento. Senti o sangue subir à cabeça, um misto de raiva e incredulidade.— Quem está espalhando essas mentiras? — perguntei, tentando manter a calma.— Foi a Mariana que começou tudo isso
Jonas OliveiraA fazenda estava silenciosa naquele fim de tarde, o som das cigarras dominando o ambiente. O vento soprava suavemente, balançando as folhas das árvores e espalhando o cheiro de terra molhada. Eu caminhava em direção à varanda da casa principal, onde sabia que Mariana estaria.Ao chegar, a encontrei sentada, com um livro nas mãos, aparentemente distraída. Respirei fundo, preparando-me para a conversa difícil que sabia que teria que ter.— Mariana, precisamos conversar. — disse, tentando manter a voz firme, mas calma.Ela levantou o olhar, uma sobrancelha arqueada, como se não tivesse ideia do que estava por vir.— Claro, Jonas. Sobre o quê?— Acho que já é hora de você ir embora da fazenda. Você já ficou tempo demais e... bem, a situação está ficando insustentável. — falei, tentando ser direto, mas, ao mesmo tempo, sensível.Ela fechou o livro lentamente, colocando-o ao lado, e se levantou. Caminhou até a beira da varanda, olhando para o horizonte por um momento antes de
Luana DutraO sol estava a pino, e o calor sufocante parecia derreter tudo ao redor. Eu estava no milharal, suando em bicas, tentando me concentrar na colheita. Cada espiga colhida era um esforço, e minha visão começava a ficar turva. Me sentia mais fraca a cada minuto, mas insistia em continuar, achando que era apenas cansaço. De repente, uma tontura tomou conta de mim e senti meu corpo cambalear.— Luana, você está bem? — perguntou Jorge, um dos trabalhadores, com preocupação nos olhos.— Estou... estou... só preciso de um minuto. — respondi, tentando me apoiar em uma das hastes do milho.Foi em vão. A fraqueza aumentou e, antes que pudesse me dar conta, tudo escureceu. Desmaiei ali mesmo no meio do milharal. Acordei com rostos preocupados ao meu redor e a voz de Jorge ecoando.— Chamem o Jonas! Ela precisa de ajuda!A consciência foi e voltou algumas vezes até eu ouvir a voz familiar e desesperada de Jonas.— Luana! Luana, acorde! Por favor!Abri os olhos devagar, vendo seu rosto b
Era o meu primeiro dia de volta ao trabalho após semanas de repouso. Estava ansiosa para retomar o trabalho, sentia falta do cheiro da terra, do barulho dos animais e, especialmente, da sensação de estar contribuindo. Cheguei cedo, determinada a mostrar que estava pronta para qualquer tarefa. Jonas me deu uma lista de coisas para fazer, e entre elas estava a operação de um novo equipamento.— Luana, você se lembra das instruções que passei sobre essa máquina? — Jonas perguntou, os olhos sérios e preocupados.— Lembro, sim, Jonas. Não se preocupe, vou dar conta. — respondi, tentando parecer confiante.Ele assentiu, mas percebi uma sombra de dúvida em seu olhar. Ignorei aquilo e fui direto para a máquina. Era imponente, cheia de alavancas e botões, mas eu estava determinada a não deixar que me intimidasse. Respirei fundo e comecei a operar, lembrando cada passo que Jonas havia me ensinado.Tudo parecia correr bem até que um som estranho surgiu. Um estalo seco, seguido por um ronco de me