Luana DutraOs últimos dias na fazenda foram estranhos. Mariana, que sempre estava presente, de repente começou a se afastar. Era quase como se ela estivesse evitando tanto a mim quanto a Jonas. Eu não conseguia entender o porquê e isso me incomodava profundamente. Eu sabia que havia algo que ele não estava me contando, e hoje decidi que era hora de descobrir.Estávamos no final da tarde, o sol começava a se pôr, tingindo o céu de um laranja dourado. Eu estava na varanda, observando os campos quando Jonas veio se juntar a mim. A cena estava calma, mas meu coração estava agitado com a necessidade de respostas.— Jonas, posso falar com você um minuto? — perguntei, tentando manter a voz tranquila, embora estivesse nervosa.Ele se virou para mim, os olhos cheios de uma ternura que sempre me acalmava.— Claro, Luana. O que aconteceu?— É sobre Mariana. Ela está diferente ultimamente, mais distante. Notei que ela evita você e também a mim. O que está acontecendo?Jonas suspirou, passando a
A manhã começou tranquila na fazenda. O sol brilhava, os pássaros cantavam, e eu estava ocupada com minhas tarefas diárias. As plantações estavam saudáveis e a colheita prometia ser boa. No entanto, algo no ar parecia diferente, um murmúrio sussurrado entre os trabalhadores que eu não conseguia decifrar.Quando fui até o estábulo verificar os cavalos, encontrei Clara, uma das trabalhadoras mais antigas da fazenda, com um olhar preocupado. Ela hesitou antes de falar, mas sua expressão revelava que algo estava errado.— Luana, preciso te contar uma coisa. — começou Clara, visivelmente desconfortável.— O que foi, Clara? — perguntei, tentando esconder minha preocupação.— Tem gente falando coisas ruins sobre você, dizendo que você está traindo o Jonas com um dos trabalhadores.Meu coração parou por um momento. Senti o sangue subir à cabeça, um misto de raiva e incredulidade.— Quem está espalhando essas mentiras? — perguntei, tentando manter a calma.— Foi a Mariana que começou tudo isso
Jonas OliveiraA fazenda estava silenciosa naquele fim de tarde, o som das cigarras dominando o ambiente. O vento soprava suavemente, balançando as folhas das árvores e espalhando o cheiro de terra molhada. Eu caminhava em direção à varanda da casa principal, onde sabia que Mariana estaria.Ao chegar, a encontrei sentada, com um livro nas mãos, aparentemente distraída. Respirei fundo, preparando-me para a conversa difícil que sabia que teria que ter.— Mariana, precisamos conversar. — disse, tentando manter a voz firme, mas calma.Ela levantou o olhar, uma sobrancelha arqueada, como se não tivesse ideia do que estava por vir.— Claro, Jonas. Sobre o quê?— Acho que já é hora de você ir embora da fazenda. Você já ficou tempo demais e... bem, a situação está ficando insustentável. — falei, tentando ser direto, mas, ao mesmo tempo, sensível.Ela fechou o livro lentamente, colocando-o ao lado, e se levantou. Caminhou até a beira da varanda, olhando para o horizonte por um momento antes de
Luana DutraO sol estava a pino, e o calor sufocante parecia derreter tudo ao redor. Eu estava no milharal, suando em bicas, tentando me concentrar na colheita. Cada espiga colhida era um esforço, e minha visão começava a ficar turva. Me sentia mais fraca a cada minuto, mas insistia em continuar, achando que era apenas cansaço. De repente, uma tontura tomou conta de mim e senti meu corpo cambalear.— Luana, você está bem? — perguntou Jorge, um dos trabalhadores, com preocupação nos olhos.— Estou... estou... só preciso de um minuto. — respondi, tentando me apoiar em uma das hastes do milho.Foi em vão. A fraqueza aumentou e, antes que pudesse me dar conta, tudo escureceu. Desmaiei ali mesmo no meio do milharal. Acordei com rostos preocupados ao meu redor e a voz de Jorge ecoando.— Chamem o Jonas! Ela precisa de ajuda!A consciência foi e voltou algumas vezes até eu ouvir a voz familiar e desesperada de Jonas.— Luana! Luana, acorde! Por favor!Abri os olhos devagar, vendo seu rosto b
Era o meu primeiro dia de volta ao trabalho após semanas de repouso. Estava ansiosa para retomar o trabalho, sentia falta do cheiro da terra, do barulho dos animais e, especialmente, da sensação de estar contribuindo. Cheguei cedo, determinada a mostrar que estava pronta para qualquer tarefa. Jonas me deu uma lista de coisas para fazer, e entre elas estava a operação de um novo equipamento.— Luana, você se lembra das instruções que passei sobre essa máquina? — Jonas perguntou, os olhos sérios e preocupados.— Lembro, sim, Jonas. Não se preocupe, vou dar conta. — respondi, tentando parecer confiante.Ele assentiu, mas percebi uma sombra de dúvida em seu olhar. Ignorei aquilo e fui direto para a máquina. Era imponente, cheia de alavancas e botões, mas eu estava determinada a não deixar que me intimidasse. Respirei fundo e comecei a operar, lembrando cada passo que Jonas havia me ensinado.Tudo parecia correr bem até que um som estranho surgiu. Um estalo seco, seguido por um ronco de me
Aquele dia começou como qualquer outro na fazenda. O sol estava brilhando forte, e os pássaros cantavam alegremente. Eu estava terminando de alimentar os animais quando Jonas me chamou.— Luana, você pode vir aqui um instante? — sua voz parecia mais animada que o normal.Caminhei até ele, limpando as mãos na calça. Ele estava com um sorriso no rosto e me puxou pela mão.— O que foi, Jonas? — perguntei, curiosa.Ele apenas sorriu e me conduziu até um lugar um pouco afastado da casa principal. Para minha surpresa, lá havia uma mesa lindamente decorada, com flores-do-campo e uma cesta de piquenique. Uma cena digna de um filme.— Resolvi fazer algo especial hoje. — disse ele, com um brilho nos olhos.Senti meu coração acelerar. Algo estava diferente, e eu podia sentir a energia no ar. Sentamos e começamos a comer, conversando sobre coisas do dia a dia. Contudo, a cada minuto que passava, minha curiosidade aumentava. Jonas estava claramente nervoso, mexendo nas mãos e desviando o olhar de
Mariana OliveiraA sala de estar estava silenciosa, exceto pelo som de respiração pesada e uma estranha tensão no ar. A luz do fim da tarde entrava pelas janelas, lançando sombras alongadas nos móveis elegantes e cuidadosamente escolhidos que decoravam o ambiente. O lugar deveria ser acolhedor, mas naquele momento parecia um campo de batalha iminente.Eu estava de pé no meio da sala, os punhos cerrados, o rosto contorcido de raiva e incredulidade. As palavras que minha irmã mais nova acabara de me dizer ecoavam na minha mente. Jonas, o homem que eu ainda amava, estava noivo de Luana. Era como se uma lâmina tivesse sido fincada no meu peito, e a dor pulsava com cada batida do meu coração.Minha irmã, Ana, estava na porta, observando com uma mistura de preocupação e desaprovação. Ela sempre fora a mais sensata entre nós, mas naquele momento eu não queria ouvir suas palavras de consolo.— Você precisa se acalmar, Mariana. — Ana disse, sua voz era suave, mas havia um tom de firmeza que me
Luana DutraDesde que Jonas ficou sabendo que a fazenda foi invadida e alguém tentou arma algo claramente para me ferir, vivia preocupado pelos cantos. Olhei para ele, com um aperto no peito que só aumentava. Estava escuro lá fora, e a luz suave da sala parecia ainda mais fraca diante da seriedade do momento. Ele estava na minha frente, preocupado, com os olhos cheios de um desespero que tentava esconder.— Luana, eu não posso continuar assim. — ele disse, a voz carregada de uma tensão que quase conseguia tocar. — Precisamos pensar na sua segurança. Talvez o melhor seja você passar um tempo na casa dos seus pais.Eu senti um frio na espinha só de pensar em deixar o lugar onde me sentia segura, ao lado dele. Respirei fundo, tentando acalmar a tempestade interna antes de responder.— Jonas, eu entendo que você está preocupado. — comecei, a voz firme, apesar da dúvida que sentia. — Mas ir para a casa dos meus pais não resolverá o problema. Precisamos descobrir quem está por trás disso e