NIKOLAI.— Você tem certeza que está bem, querida? — Perguntei, alisando as costas de Ava.Estávamos de volta a nossa casa. De volta a Rússia, a minha amada e gloriosa Rússia. Havia alguns dias que Ava acordava com seus monótonos enjôos matinais, chegando a me deixar preocupado.— Sim, meu bem. — Ela sorriu fraco e se encostou na parede do banheiro, colocando os dedos dentro do cabelo e fechando os olhos.— Eu vou chamar o médico da família. — Falei, me levantando.— Não precisa. — Resmungou, tentando se levantar.Seu corpo fraco pendeu para o lado e eu envolvi os meus braços na sua cintura. Ela encostou a cabeça no meu ombro e respirou fundo.— Eu preciso de uma banho. — Resmungou. — Eu estou fedendo a sexo.Dei uma risada fraca e a sentei na bancada.— Quer que eu passe o resto do dia com você? — Perguntei, abrindo o fecho do seu sutiã.Ela fez bico e me encarou, assentindo devagar. Tão linda, tão perfeita, tão... Minha!— Seu desejo é uma ordem, amor. — Dei uma risadinha.Me afaste
Segurei as mãos de Ava e a puxei para mim, selando os nossos lábios. Eu amava estar do lado dessa mulher, ela era perfeita e em todos os sentidos. Ela era perfeita, eu me sentia nas nuvens ao lado dela. — Não estou com fome. — Fez bico. — Mas você tem que comer, meu amor. — Me separei dela. — Vem, senta. Ela suspirou e se sentou na cadeira ao meu lado, se servindo com pão e suco de morangos. Ela deu algumas mordidas e me encarou, estreitando os olhos. — Que foi? — Perguntei, engolindo um pedaço de bolo. — Eu quero muito tomar vitamina de abacate. — Ela franziu a testa. — Vitamina de quê? — Eu fiz uma careta. — Eu tomei a alguns anos, a minha mãe era meio brasileira e avó dela costumava preparar quando tinha a oportunidade. — Ela lambeu os lábios. — Eu odiava, mas eu quero tanto... — Você é estranha. — Fiz uma careta. — Nikolai! — Disse manhosa, me encarando e fazendo bico, — Eu vou mandar alguém pesquisar como se faz isso na internet, se não tive todos os ingredientes
Nikolai.Passei a mão pelos meus cabelos e analisei o documento uma última vez. Pressionei os meus olhos e passei a mão na testa, dando um suspiro alto.Eu estava, realmente, preocupado.Mikhail havia nos deixado. A única coisa que havia sobrado era uma carta de uma ou duas páginas. Ele explicava que Aayliah estava sentindo falta da família e não conseguia se aproximar de nós. Ele preferiu abrir mão de tudo para viver com a família da mulher que ele amava. Acha uma atitude digna e honrosa.Passei a língua pelos lábios, umidecendo-os. No fim, ainda tinha um enorme problema em mãos, um ladrão na empresa.Eu nunca me importei muito com o dinheiro que entrava e saia da empresa, tudo se limitava a casas de prostituição, drogas e tráfico de armas.— Senhor? — O homem entrou na sala, Ethan, acho. — A nova carga de armas chegou.— Obrigado por avisar, Ethan. — Assenti, me levantando da cadeira e peguei o meu blazer.Eu não sabia ao certo para onde todo esse armamento ia, mas não me importava
— Quero que achem a porra do Yuri, imediatamente. — Berrei para Pietro, um dos soldados. — E do Ethan e reze, Pietro, reze muito para a minha esposa estar bem.— Estamos fazendo o possível, senhor. — Ele explicou, apertando as mãos na frente do corpo. — Eles agiram sem que ninguém percebesse.— Eram o caralho dos seus homens, Pietro. — Falei, pegando o colarinho da sua camisa social e me aproximando. — Eu quero a minha esposa, e eu quero logo.Ele engoliu o seco e assentiu, fazendo eu solta-lo. Me afastei, passando a mão nos meus cabelos nervosamente e me joguei na minha cadeira.— Suma da minha frente. — Rosnei e ele assentiu, saindo rapidamente.Encostei a cabeça na mesa e senti uma lágrima pingar na minha perna, fazendo uma pequena manchinha escura no tecido.Eu não dormia a três dias. Tudo me levava a Ava, a como ela estava, a o que estava fazendo. Doía pensar nela e nosso possível filho sofrendo tanto na mão dos italianos. Eu precisava recupera-los, mas onde estavam?Eu não podia
“Na ausência da luz a escuridão prevalece.”— Lúcifer*** NikolaiO líquido desceu rasgando pela minha garganta, passei a mão no rosto e respirei fundo.Uma semana depois de Ava ter desaparecido e eu não havia juntado sequer uma prova, uma pista, nada.Isso me corroía por dentro, imaginar que Ava pudesse estar em algum lugar escuro, sozinha, com frio e fome.Peguei a faca sobre a mesa e a apertei contra os dedos, localizando todo o meu ódio ali. Os dois homens me olharam assustados, tremiam e suavam, enquanto soltavam murmúrios confusos.Eles haviam roubado a minha empresa. Não passava de dinheiro, mas ainda assim.. eu precisava punir alguém, eu precisava que alguém levasse a culpa por ela. Eu precisava descarregar o meu ódio para poder pensar melhor, eles apenas foram azarados.— Vamos começar. — Me sentei em uma cadeira de frente para eles. — O que pensaram que aconteceria?Eles não me encararam, apenas abaixaram a cabeça, estavam cansados. Um deles tinha um corte profundo no super
Ava.Abri os olhos devagar, sentindo a dor alucinante na minha cabeça. Gemi de dor e me ajeitei na cama dura.Olhei em volta, o cheiro de mofo e umidade invadiu meu nariz, fazendo-me revirar o rosto em uma careta. Lambi os lábios e passei os dedos entre os meus cabelos.Olhei em volta, minha cabeça tentando se lembrar como eu havia vindo parar aqui. Lembrava-me de estar em casa, tinha acabado de fazer um teste de gravidez, havia dado positivo. Eu estava grávida, eu tinha um bebê na minha barriga, uma vida, alguém para eu amar e proteger.As lembranças do homem invadindo o quarto, Lindsay tentando me proteger e sendo esfaqueada, lembro dela caindo no chão, sem forças e eles me arrastando pelos corredores e então, eu vi Victória morta no centro da sala.Eu senti uma vontade enorme de chorar, os flashbacks me deixavam ainda mais confusa.Toquei a minha barriga e me encolhi um pouco no lençol branco e — estranhamente — limpo. As lagrimas grossas desciam pelo meu rosto, fazendo a minha res
Nikolai.Encarei a cama desarrumada e me joguei nela, agarrando-me ao travesseiro de Ava e inalando o cheiro do seu perfume adocicado.Fechei os olhos e me ajeitei ainda mais na cama, sentindo um cansaço sobre humano me invadir. Faziam dias que eu não dormia direito.Tateei a cama devagar, sentindo o vazio ao lado e passei os dedos por algo duro. Abri os olhos e Franzi a testa, voltando a mão para o lugar e encontrando um objeto fino e longo.Peguei-o entre os dedos e trouxe a altura dos olhos, olhando atentamente para a pequena telinha que tinha em seu centro. Franzi a testa, Ava já sabia que estava grávida e sequer me contou?Passei a mão nos meus cabelos e me sentei na cama, encarando o pequeno objeto branco sobre os dedos. A palavra "Grávida" brilhava, assim como "4-5 semanas" pequeno.Uma bolo de formou na minha garganta e eu quis chorar, fui tão imprudente, deixei Ava vulnerável e grávida sozinha.Se antes existia alguma dúvida, agora eu tinha total certeza. Ela teria um filho,
Ava.Acordei em um quarto branco, olhei em volta e respirei fundo algumas vezes. A dor alucinante na minha perna me fez tremer um pouco.Desde que levei o tiro, tenho estado na casa de Giovanna - a primeira Dama italiana. Ela é uma ótima amiga e companhia e sinto que posso confiar nela. Ela até me permitiu enviar uma carta para Nikolai.Penso todos os dias na promessa que ela me fez de tomar conta do meu filho e de protegê-lo se eu não pudesse sair dessa.Meu coração doía sempre que eu pensava em Nikolai, eu o amava com todas as minhas forças. Eu só queria voltar para casa.Olhei para a minha barriga um pouco redonda e sorri fraco, acariciando-a devagar. Eu me sentia menos sozinha com ela daqui. Sim, ela!Eu queria tanto que fosse uma menina e a tratava como uma, mesmo que eu fosse amar tanto quanto se vier um menino. Imagina ela com os olhos de Nikolai, as bochechas rosadas, os meus cabelos escuros e a boca carnuda.Eu queria que ela fosse forte e corajosa como o pai, queria que foss