Ava.Abri os olhos devagar, sentindo a dor alucinante na minha cabeça. Gemi de dor e me ajeitei na cama dura.Olhei em volta, o cheiro de mofo e umidade invadiu meu nariz, fazendo-me revirar o rosto em uma careta. Lambi os lábios e passei os dedos entre os meus cabelos.Olhei em volta, minha cabeça tentando se lembrar como eu havia vindo parar aqui. Lembrava-me de estar em casa, tinha acabado de fazer um teste de gravidez, havia dado positivo. Eu estava grávida, eu tinha um bebê na minha barriga, uma vida, alguém para eu amar e proteger.As lembranças do homem invadindo o quarto, Lindsay tentando me proteger e sendo esfaqueada, lembro dela caindo no chão, sem forças e eles me arrastando pelos corredores e então, eu vi Victória morta no centro da sala.Eu senti uma vontade enorme de chorar, os flashbacks me deixavam ainda mais confusa.Toquei a minha barriga e me encolhi um pouco no lençol branco e — estranhamente — limpo. As lagrimas grossas desciam pelo meu rosto, fazendo a minha res
Nikolai.Encarei a cama desarrumada e me joguei nela, agarrando-me ao travesseiro de Ava e inalando o cheiro do seu perfume adocicado.Fechei os olhos e me ajeitei ainda mais na cama, sentindo um cansaço sobre humano me invadir. Faziam dias que eu não dormia direito.Tateei a cama devagar, sentindo o vazio ao lado e passei os dedos por algo duro. Abri os olhos e Franzi a testa, voltando a mão para o lugar e encontrando um objeto fino e longo.Peguei-o entre os dedos e trouxe a altura dos olhos, olhando atentamente para a pequena telinha que tinha em seu centro. Franzi a testa, Ava já sabia que estava grávida e sequer me contou?Passei a mão nos meus cabelos e me sentei na cama, encarando o pequeno objeto branco sobre os dedos. A palavra "Grávida" brilhava, assim como "4-5 semanas" pequeno.Uma bolo de formou na minha garganta e eu quis chorar, fui tão imprudente, deixei Ava vulnerável e grávida sozinha.Se antes existia alguma dúvida, agora eu tinha total certeza. Ela teria um filho,
Ava.Acordei em um quarto branco, olhei em volta e respirei fundo algumas vezes. A dor alucinante na minha perna me fez tremer um pouco.Desde que levei o tiro, tenho estado na casa de Giovanna - a primeira Dama italiana. Ela é uma ótima amiga e companhia e sinto que posso confiar nela. Ela até me permitiu enviar uma carta para Nikolai.Penso todos os dias na promessa que ela me fez de tomar conta do meu filho e de protegê-lo se eu não pudesse sair dessa.Meu coração doía sempre que eu pensava em Nikolai, eu o amava com todas as minhas forças. Eu só queria voltar para casa.Olhei para a minha barriga um pouco redonda e sorri fraco, acariciando-a devagar. Eu me sentia menos sozinha com ela daqui. Sim, ela!Eu queria tanto que fosse uma menina e a tratava como uma, mesmo que eu fosse amar tanto quanto se vier um menino. Imagina ela com os olhos de Nikolai, as bochechas rosadas, os meus cabelos escuros e a boca carnuda.Eu queria que ela fosse forte e corajosa como o pai, queria que foss
Nikolai.Minha cabeça estava explodindo. Eu havia lido e relido a carta um milhão de vezes. Nenhuma prova, nenhum endereço, nada.Eu estava me sentindo um inútil, um infeliz que sequer conseguia encontrar a mulher que amava. A cada dia que passava, eu sentia ainda mais medo de nunca mais me encontrar com Ava, de nunca mais encontrar o meu filho.Lembro-me do trecho da carta que dizia que Ava estava próxima de Giovanna e imaginei que estivesse na casa principal, escondida em algum lugar e procurando algo, mas foi em vão. Mandei quase uma tropa inteira até lá e encontramos um grande vazio, conseguindo arrumar um ou dois informantes, que com muita sorte, me contrariam onde estavam.Eu precisava de uma informação, um luz, alguma coisa. Eu precisava encontrá-la, cada dia era uma grande tortura.O ódio me corroía por dentro, a dor e a culp
AvaA porta foi aberta com força, fazendo-me encolher na cama e encarar os homens parados na porta.O pânico começou a me corroer por dentro enquanto eles se aproximavam a passos largos de mim. Senti a vontade de gritar, mas o medo de piorar a situação foi maior, eu tinha que proteger o meu filho.Encarei o homem que me olhou com certo nojo e me puxou pelo braço, me fazendo levantar da cama rapidamente, sentindo a pontada dos pontos na perna.Dei um grito pela dor e ele Murmurou raivoso, segurando o meu braço com um pouco mais de força. O homem começou a me puxar para fora do carro rapidamente, fazendo-me pular com uma perna só pelo enorme corredor.Um grito agudo e estridente ecoou pelo corredor e eu olhei para trá
Nikolai.Toquei o meu rosto e respirei fundo, passando o barbeador no rosto e me livrando dos pêlos grande e grossos que cresciam na minha bochecha.Ouvi uma batida alta na porta do meu quarto e ignorei, terminando de retirar a espuma de barbear no meu rosto.Um Dimitry com os cabelos desgrenhados e rosto sorridente entrou no meu quarto como um furacão, fazendo com que eu me assustasse e acabasse cortando a minha bochecha.— Porra, Dimitry. — Murmurei, vendo o pouco sangue escorrer pelo meu rosto. — O que você está fazendo na minha casa a essa hora?— Não que seja da sua conta. — Ele encostou no batente da minha porta. — Mas a Lindy acordou.Dei um sorriso aberto para ele e o abracei fraco, dando dois tapas frac
NIkolai.Conferi as balas da arma que estava em minhas mãos pela quinquagésima vez seguida. Estava nervoso, batendo o pé e tentando gritar ordens.O avião havia pousado a pouco mais de duas horas, tinha medo de estarem esgotados, mas na verdade, estavam acelerados e de olhos bem abertos.Engoli um copo de Whisky e senti o líquido queimar a minha garganta e aquecer todo o meu corpo de uma vez.Eu estava nervoso e cansado, a alguns dias eu não dormia e me perguntava sempre quando tu isso acabaria. Eu queria estar em êxtase.- Estamos quase prontos, quer beber um café? - Dimitry perguntou, se sentando ao meu lado.Pensei na possibilidade, a dias eu mal comia direito. Beliscava coisas aqui e ali, mas sempre que me sentava a mesa pra jantar, não conseguia comer. O lugar dela estava vago, assim como todas as outras vezes durante esse mês.Passei a
Nikolai.O corredor era extenso e escuro, além de um pouco sujo. A arma estava me punho e destravada, eu mantinha os dedos no gatilho. Qualquer movimento e eu não pensaria duas vezes antes de atirar em alguém — seja lá quem fosse.Os homens atrás de mim andavam andavam a passos vagorosos, olhando para os dois lados e mirando para todas portas.Uma porta um pouco desgastada foi vista ao fundo, olhei para trás e apontei com dois dedos na direção.Quando cheguei até girei a maçaneta e empurrei a porta, sem sucesso. Estava trancada. O lugar estava silencioso, dei um chute forte na porta, fazendo-a cair para dentro e voar escada a baixo.O barulho ecoou pelo lugar escuro e com cheiro de umidade. A única luz presente vinha de pequenas