A reunião do conselho era comum, Vladimir costumava chegar raivoso em casa depois delas, e como sempre, descontava em mim e em minha mãe.
A questão, era que eu estava participando dessa vez, junto com Dimitry. Engoli o seco e encarei os demais, esperando que seu discurso fosse iniciado.
- Bom, vamos começar. - Ivan Nikolaev, o consigliere se pronunciou.
- Sejam bem vindos a mais uma reunião do conselho, hoje, viemos decidir o futuro da máfia. - Serguei se levantou e abotoou seu blazer.
- Como sabemos, o herdeiro, Nikolai Pavlov, têm o direito de receber o império do pai assim que ele morrer, sejam quais forem as circunstâncias. - Ele explicou. - E assim, sucessivamente, se Nikolai morrer, um dos filhos vai herdar, e é por isso, Nikolai, que você precisa se casar..
- Eu preciso me casar? - Levantei minha sobrancelha.
- Exatamente. - Anton Morozov, capi disse.
- E o mais indicado é que se case com uma das filhas dos homens da máfia. - Está foi a vez de Maksim Gorky.
- E, me corrijam se eu estiver errado, querem que eu escolha as filhas de algum de vocês. - Sorri torto e encarei Dimitry.
Ele sufocou um sorriso. Eu já havia dormido com boa parte dessas mulheres, apenas Petra Nikolaev havia se livrado.
- É o aconselhável. - Vladimir se pronunciou, pela primeira vez. - Uma mulher criada na máfia conhece as limitações, sabe que somos os últimos a impor a palavra dentro de nossas casas, são acostumadas com os nossos sumiços e acredite, nunca vão cobrar nada de você, afinal, ela não te ama.
- O que te faz pensar que eu quero um casamento vazio e por conveniência? - Cruzei meus braços e o encarei.
- Não é o que você quer, Nikolai, é o que você precisa fazer. - Alexei argumentou.
- Vou pensar com carinho, eu prometo. - Debochei. - Só não mandem suas filhas aparecerem na minha casa, eu vou ficar muito puto.
Me levantei e abotoei meu blazer, passei a mão nos meus cabelos e finalmente, encarei Vladimir:
- Sem mais adendos, peço licença. - Me virei e sai da sala.
Andei pelo largo corredor escuro, até finalmente conseguir ouvir a música alta do lugar. O pequeno inferno, um prostibulo - cabaré, ou que outros nomes as pessoas preferem chamar - da máfia. Milhares de mulheres eram arrastadas toda semana para cá, algumas morriam por doenças que acabavam contraindo de algum dos milhares de homens que apareciam aqui todas as noites, outras morriam na mão de Capis, Soldados, pelas esposas dos Capis ao descobrirem que elas se tornaram amantes de seus maridos.
O que me deixava extremamente raivoso, era o fato de a grande parte não querer estar ali. Eu já havia tentado reclamar algumas vezes, mas alguém sempre se machucava, então preferi não dizer mais nada. Não queria que uma delas fosse torturada na minha frente, mais uma vez, para que eu pudesse entender que elas não eram nada - na visão da máfia e do meu pai -, eu não queria mais sangue derramado por minha culpa.
Meu celular apitou no meu bolso e eu parei no bar, tirando-o do bolso.
"Me espere na entrada, Vladimir quer conversar." - Dmitry.
Ignorei a mensagem e pedi um Martini ao barman. Apreciei a bebida enquanto corria os olhos pelo lugar. Eu costumava visita-las com bastante frequência.
- Niko. - Lindsay parou ao meu lado.
Ela era loira, tinha um corpo bonito e era extremamente atraente. Tinha vindo dos Estados Unidos e era filha de um magnata - hoje morto - que devia uma grande quantia de dinheiro aos Pavlov. Ela era uma das mulheres mais simpáticas que eu já havia conhecido, compreensiva e extremamente confiável.
- Oi, Lindy. - Sorri e ela se sentou ao meu lado.
- Dia difícil? - Ela perguntou.
- Não, nenhum pouco. - Eu ri. - E o seu?
- Péssimo, Nikolai, péssimo. - ela revirou os olhos. - Uma água, por favor.
O barman correu para buscar a garrafa da loira, enquanto continuamos conversando.
- Chegaram mais algumas hoje. - Lindsay disse. - Estão assustadas, exceto uma, creio que irá morrer primeiro.
- Porquê acha isso, Lindy? - Me virei para ela e levantei a sobrancelha.
- Sabe que o nosso trabalho é cuidar delas, na maior parte do dia. - Ela explicou. - A questão é que ela não come nada, e sempre que os soldados tentam obrigá-la a comer, ela surta e manda todos para o inferno. Ela cuspiu no rosto do Iuri.
Eu ri. Iuri era um soldado com sonhos altos, ele era exatamente como o meu pai queria que eu fosse. Um ser humano impiedoso e que em sua grande maioria, agredia mulheres. Ele odiava ser contrariado.
- Não ri, Nikolai. - Ela respirou fundo. - Ela está na defensiva, acredite. Ontem ele ameaçou acabar com ela, traumatiza-la para sempre, é questão de honra para ele... - ela fez uma pausa e, finalmente, engoliu sua água. - Ele só quer chamar a sua atenção.
- Está fazendo de um jeito negativo, então. - Eu sorri de lado. - Ela é bonita?
- Muito. - Ela sorriu. - está interessado, Pavlov?
- Talvez. - Sorri de lado. - Eu preciso me casar, rápido.
- Uh, que horrível. Logo você.. - Ela debochou.
- Logo eu, Lindy? - Levantei uma das sobrancelhas.
- É, você não ama ninguém e está sempre na defensiva. - Ela me encarou. - Espero que encontre alguém.
- Se eu levar uma moça de fora da máfia para casa, eu prometo tirar você daqui, Lindy. - Coloquei um fio do seu cabelo atrás da sua orelha. - Eu só preciso de uma desculpa.
- Case comigo. - Ela pediu.
- Não posso, Lindy. - Eu suspirei. - Eu queria, você seria uma esposa perfeita, mas me casar com você.. seria...
- desonroso, eu sei. - Ela suspirou triste. - Eu ouvi o seu pai falar.
- Me desculpa. - Pedi. Eu amava Lindy, ela era como uma irmã para mim. - Eu queria poder.
- Só que.. - Ela encarou o chão, antes de me encarar. - Se for se casar com alguma mulher sem amar, se case com Ava.. - ela pediu. - Eu não quero que Iuri a machuque, ela é difícil de lidar, mas só está com medo de ser machucada.. eu sei o que é isso.
- Eu vou pensar, tudo bem? - Sorri fraco e beijei sua testa.
- Sai daqui. - Vladimir disse grosso, assim que parou ao nosso lado.
Lindsay estremeceu e saiu rapidamente, sem nem se despedir. Vladimir me encarou de cima a baixo e negou com a cabeça, fazendo uma expressão de desgosto.
- Hoje você vai conhecer o carregamento novo. - Ele disse, após alguns segundos. - Quem sabe você não encontre uma presa para se aliviar e deixar de ser esse insuportável que você é.
Dei uma última golada no meu martini e me levantei, encarei os olhos de Vladimir e Suspirei:
- Quero levar Lindsay para a minha casa. - Avisei. - E nada, absolutamente nada, vai me fazer mudar de ideia.
Ele deu os ombros e saiu na minha frente. Atravessamos o grande amontoado de pessoas, até chegarmos a um corredor do lado oposto. Diversos quartos eram espalhados por ali, gemidos eram ouvidos de dentro, enquanto andávamos a passos apressados.
Um porta estava trancada no fim do corredor. Vladimir puxou um molho de chaves e a abriu.
Uma construção antiga e apagada, provavelmente, a casa onde as moças ficavam antes do trabalho. Não era tão decadente quanto o esperado, era organizado e com móveis decentes.
Entramos em um quarto pequeno, e Vladmir puxou uma pequena portinha do chão, me dando espaço para que eu pudesse descer.
As cenas a seguir, se passaram como um filme agoniante.
Inúmeros quartos estavam espalhados pelo lugar. O cheiro de mofo estava espalhado por todo o lugar, enquanto uma tosse insistente era ouvido ao longe.
- É aqui que elas ficam até que eu venha. - Ele sorriu perverso.
- Isso é desumano. - Argumentei.
- Grande parte dessas mulheres foram dadas por suas famílias. - Ele revirou os olhos. - Se estiver tão incomodado, reclama com os pais delas.
Pisquei algumas vezes e engoli o seco. Eu não conseguia imaginar em que planeta isso era normalizado. Eram garotas jovens, com vidas inteiras pela frente.
Limpei a garganta, e segui Vladimir até onde Iuri estava. EE sorriu para nós, antes de começar a falar animadamente:
- Essa leva está ótima, senhor. - Ele disse animado. - Não sabia que viria junto, senhor nikolai.
- Foi de última hora, não se preocupe. - Disse calmo. - Soube que temos uma garota problema.
- Sim, mas eu tratarei de doma-la, não se preocupe, ela não trará problemas. - Ele disse animado.
- Me mostre a garota. - pedi.
Ele assentiu e caminhou a passos apressados até a última cela do corredor. Estava silenciosa.
A porta rangeu quando foi aberta, a única lâmpada foi acesa e eu tive o vislumbre de um pequeno corpo encolhido no canto do chão. Seus braços abraçavam suas pernas e enquanto ela escondia o rosto entre os joelhos.
Seus cabelos longos e negros, caiam pela suas costas, criando uma capa sobre o seu corpo branco e frágil.
- Ava! - Iuri chamou.
Ela levantou o rosto e se encolheu mais um pouco. Olha-la de cima me lembrava a minha mãe, encolhida em um canto, implorando para que meu pai parasse de agredi-la.
- É essa a garota chefe. - Iuri explicou.
Seu rosto fino, as bochechas levemente rosadas e o olhos grandes e brilhantes lhe entregavam um ar angelical. Quase uma santa.
Meus pensamentos voltaram para Lindsay e a angústia tomou conta de mim. Eu não podia deixar que Iuri a machucasse, não mais.
- Eu quero ela! - Eu disse, por fim.
- Mas, senhor.. - Iuri disse assustado.
- Deixe ele, Iuri, uma hora ele vai cansar do brinquedo e ela será toda sua. - Ele bateu no ombro de Iuri e riu debochado. - Entregue a chave e vamos conhecer as outras.
Iuri puxou a chave das grades do bolso e me entregou, meio a contragosto. Logo, saiu acompanhado de Vladimir.
- Vamos, eu vou tirar você daqui. - Eu me aproximou de Ava.
- Não me toque, por favor. - Ela implorou.
- Eu não vou te machucar, eu não sou como o Iuri. - Avisei, destrancando as grades. - Agora, vamos.
Ela me encarou receosa, antes de, finalmente, segurar a minha mão e se levantar.
Ava era minha!
— Pode confiar em mim. — Sussurrei.Ela assentiu e se encolheu um pouco. Tirei o blazer e coloquei sobre o ombro dela.— Vamos, eu vou tirar você daqui. Agora. — ela segurou meu braço e pude sentir o seu corpo tremer um pouco.Saímos da sala a passos vagorosos, ela olhou para os lados, como se tivesse medo do que pudesse encontrar. Peguei o celular do meu bolso e caminhei com ela até a escada.— Suba! — Mandei.Ela me encarou por alguns segundos, antes de começar a subir devagar e com cuidado. Parecia estar fraca."Onde está?" — Dmitry"Na mansão, pegue o meu carro, Lindsay e me espere na saída. Chego em cinco minutos.",A casa estava bastante silenciosa, se passavam das onze da noite. Me perguntei porque essas reuniões ocorriam tão tarde. Ignorando todo o resto, puxei a garota por todo o jardim, até o extenso corredor que eu havia atravessado antes.Ela se parecia com um gatinho assustado, com as suas unhas grudadas no meu braço e seu corpo tremendo, enquanto ela me encarava, confusa
Acordei cedo, e me sentei na cama. Era confortável, muito mais do que a minha. O quarto era espaçoso e bem iluminado. A vista da piscina era esplêndida, era como se eu estivesse acordado de um sonho.Eu não sabia ao certo o que tinha me feito parar aqui, apenas as vagas coisas que Iuri havia me contado. Eu tinha uma ficha, ele era obcecado por mim.Meu pai, um homem de aproximadamente cinquenta anos, devia uma grande quantia de dinheiro a máfia russa - o que me leva a questão, como ele chegou tão longe? - e acabou me entregando como moeda de troca, até que conseguisse todo o dinheiro para pagar.Mas, mesmo que a dívida fosse quitada, eu sabia que jamais voltaria, eu provavelmente, morreria antes.Nikolai, o homem que havia me reenvidicado - por assim dizer - era muito bonito. Lindsay havia me dito que ele tinha vinte e oito anos e era o herdeiro dos Pavlov, estava sendo treinado para ser como o pai, Vladimir.Ele era o homem de mais cedo, aquele que disse que logo Nikolai enjoaria de
Ava estava nervosa, eu podia sentir. Desde o primeiro momento que nós nos encontramos.Durante a noite, sonhei com Ava. Ela estava linda em um vestido azul rodado, correndo pelo jardim da minha casa, enquanto ria. Lindy estava lá também, dizendo que havia avisado.Após acordar, pensei nas milhares de possibilidade e cheguei a conclusão de que eu deveria me casar com Ava. Além de deixar meu pai irritado, não teria ao meu lado as filhas dos mafiosos – mulheres, que em sua grande maioria, são criadas para servir e, algumas vezes, matar seus maridos. – e salvaria ambas – lindy e Ava – de futuros incertos e dolorosos. Eu podia nunca ama-la, mas jamais a trataria como Vladimir, o meu pai, tratava a minha mãe.Todo esse pensamento me levou a Vladimir, a vários anos atrás, quando eu o chamei de pai pela última vez. Era estranho pensar que nunca tive uma figura paterna, e que ao invés de ingressar na faculdade, matei o meu primeiro homem com dezenove anos.Ava estava sentada na minha frente, s
Desci do meu carro, sentindo o cheiro do sangue misturado com o meu perfume. Eu precisava de um banho.— Lavem meu carro, tem sangue dentro. — Avisei, entregando a chave para Lev. — Tome cuidado com ele, Lev, sabe que é o meu xodó.— Relaxa, Nikolai. — Ele sorriu e pegou as chaves. — Eu vou cuidar dele, pode ficar tranquilo.— Como estão sua esposa e sua filha? — Perguntei, enquanto colocava as mãos no bolso.— Ótimas. — Ele sorriu. — Um dia trago a Kiara para que você possa conhecer.— Eu adoraria. — sorri. — agora, preciso mesmo entrar, tirar essa roupa com sangue e tomar um banho.Lev assentiu e entrou no carro, virei e entrei na casa.Ava e Lindy estavam sentadas sobre o sofá, enquanto assistiam a um filme qualquer. A sala estava escura, e pude ouvir as suas vozes enquanto tentava fechar a porta sem fazer barulho algum.Andei vagarosamente até as escadas e comecei a subir os degraus lentamente. Não queria responder a nenhuma pergunta.— Achou mesmo que a gente não veria você? — Li
As batidas frenéticas na porta do meu quarto me acordaram e só então, percebi que havia caído no sono. Passei a mão no rosto e me sentei.- Quem é? - Resmunguei.- Lindsay, venha rápido. - Ela disse alto, enquanto esmurrava a minha porta. - Por Deus, venha logo, preciso de ajuda.Me levantei em um pulo e peguei a arma dentro da primeira gaveta da mesa de cabeceira. Escondi nas costas e andei vagarosamente até a porta. Podiam estar fazendo Lindy de escudo ou algo do tipo.Destranquei e abri lentamente encontrando uma cabeleira loira e agitada. Seu rosto estava vermelho e sua respiração acelerada. Não demorou muito para que gritos fossem ouvidos do andar debaixo.- Você é uma cadela, eu vou acabar com você. - O forte sotaque russo de Brenda denunciava tudo.Suspirei frustrado e andei rapidamente até o topo das escadas. Brenda estava sendo segurada por um segurança, enquanto Ava se mantinha encolhida no sofá. Seus cabelos estavam embaraçados e seus braços vermelhos.- Que porra está acon
Nikolai.Lindsay analisava meus dedos cortados cuidadosamente, enquanto tagarelava sobre algo desinteressante.Me sentia no automático, eu só queria sumir. Eu queria que ela sumisse, eu queria gritar para que ele calasse a porra da boca, mas era Lindy. Ela havia me salvado tantas vezes.- Onde ela está? - Perguntei, cortando o assunto.- No quarto.. - Ela deu uma pausa e me encarou. - Com medo.- Droga. - Murmurei quando o remédio foi espirrado na minha palma.- Isso é tudo culpa sua, não deveria sair quebrando vasos por aí. - Ela reclamou e eu revirei os olhos.- Eu sou bem crescido para receber lições de moral, não acha, Lindsay? - Puxei a minha mão com força, irritado. - Eu sei o que faço e como faço na porra da minha casa.- Se eu estou falando é para o seu bem. - Ela disse grossa, seus olhos azuis encarando os meus. - Você é um imbecil, Nikolai.Lindsay se virou e começou a subir as escadas, me deixando sozinho na sala. Terminei de enfaixar a minha mão e guardei a caixa na cozinh
Encarei os olhos do maldito a minha frente, pensando em mil maneiras de mata-lo sem machucar a minha mãe, mas nenhuma delas me entregava um fim satisfatório.- Diga as suas últimas palavras, Nikolai. - Vladimir se aproximou mais um pouco, chegando bem perto do meu corpo.Engoli o seco, implorando para os céus que minha mãe corresse dali, que ela não me visse estirado no chão. Eu não queria que ela tivesse essa imagem de mim, era o meu fim. Era ali que acabava, era aqui que tudo chegava a um ponto final.Meus olhos pinicaram, eu queria chorar, depois de vários anos, eu queria chorar por deixar Ava e Lindy sozinhas. Não consegui, nem sequer, transformar Ava em minha mulher, apresente-la a minha mãe e dar o maldito jantar. Eu não a Reivindiquei como minha e sabe-se lá Deus o que fariam com ela agora, ela ainda era propriedade dos Plavov.Os eventos a seguir se passaram como um filme lento na minha cabeça. Minha mãe agarrou o colarinho da camisa de Vladimir, e puxou a arma de sua mão. Ele
Minha cabeça doia, meu corpo doia. Eu estava me sentindo preso, a dor no meu peito não queria passar.Jogado no chão do meu escritório, encarando uma estante de livros, eu passei os olhos pelo lugar. Os vasos, copos, garrafas e o que mais encontrei na minha frente estava jogado no chão, quebrado em milhares de pedaços, assim com a minha vida.A culpa me consumia por completo, o mundo estava caindo nas minhas costas. Eu assistia tudo como um filme, um filme ótimo mas com um final trágico.A porta foi aberta e tive o vislumbre de Ava entrando. Ela disse alguma coisa, mas ignorei completamente a sua presença, eu queria me afundar na minha própria solidão.— Nikolai. — Ela disse calmamente, se abaixando ao meu lado.— Me deixa sozinho. — Grunhi, bebendo todo o líquido da minha garrafa de whisky.— Não, eu não vou te deixar sozinho, eu vou ser a sua esposa. — Ela passou a mão no meu rosto e sorriu.— Pouco me importa, Ava. — Segurei sua mão, afastando-a do meu corpo. — Não vamos ser um cas