Abri a porta do quarto, deixando a brisa do mar e o calor do sol invadirem o quarto. Ava resmungou sobre a cama e se sentou, coçando os olhos.- Que horas são? - Ela resmungou.- Dez da manhã. - Respondi, me sentando ao seu lado.- Eu não quero sair da cama. - murmurou, se enrolando nos lençóis.- E não precisa. - me aproximei, beijando seu pescoço. - podemos ficar aqui e consumar nosso casamento.- É assim que vai funcionar? - Ela me afastou um pouco e encarou meus olhos.- Assim como? - levantei uma sobrancelha. - somos casados. Casais transam.- Eu sei, mas.. - Ela respirou fundo e passou a mão no rosto. - filhos, vamos tentar filhos?- Ava, eu sou o herdeiro, eu preciso ter filhos.. - eu comecei a explicar. - é a minha vida, e você faz parte dela agora. Temos que ter, no mínimo, dois filhos.- Dois? - ela mordeu o canto da boca. - tem certeza?- Você tem medo? - eu perguntei e ela assentiu. - não precisa, meu bem.- Mas, a gente vai tentar agora? - ela perguntou receosa.- A gente
— Olá a todos. — Vladmir disse, ajeitando o terno sobre o corpo. — Convoquei essa reunião, pois desejo discutir um assunto sério com os senhores.Me apoiei no braço da cadeira, apertando um pouco mais as mãos. O ódio que percorria as minhas veias e gritava para sair todas as vezes que olhava em seus olhos era grande. Era, claramente, perceptível que eu queria mata-lo.— Antes, meus parabéns, meu filho. — Ele sorriu sarcástico e encarou a câmera. — Ela é uma mulher, excepcionalmente, bonita.— E inteligente. — Completei, estalando meus dedos. — Achei que soubessem das minhas férias dessa vida. Queria que a minha mulher e eu tivéssemos um pouco de paz.— Esqueceu da regra, Nikolai? — Vladmir disse duro. — Você tem de estar disponíveis a máfia, mesmo que a sua esposa esteja dando a luz.— Está logo abaixo daquela regra que abomina homens que batem, traem e maltratam suas esposas. — Levantei uma sobrancelha.Ele respirou fundo algumas vezes e me ignorou. Sorri de lado, desviando meus olho
Ava me encarou novamente. Parecia confusa, enquanto engolia alguns morangos e percorria os olhos entre mim e a televisão.- Pode perguntar, Ava. - Disse, soltando um suspiro alto.- Eu não.. - Ela começou a dizer e eu a encarei entediado. Ava soltou todo o ar e por fim, começou a dizer. - Porquê ficou tão preocupado após ter recebido aquele bilhete?Minha cabeça trabalhou por alguns segundos, decidindo se eu deveria ou não contar a ela o que estava acontecendo.- Acho que eu preciso mesmo te contar, não? - Eu disse, me aconchegando ao seu lado na cama. - Igor Pavlov é meu primo, ele é filho do irmão falecido do meu pai.. - fiz uma pausa e encarei o teto. - digo, de Vladimir.. - corrigi. - Ele era uma boa pessoa, costumava ser um dos meus melhores amigos. Quando eu fiz meus dezessete anos, eu arrumei uma namorada, ela era linda e era legal, eu estava loucamente apaixonado por ela e faria qualquer coisa para me casar com Briana, se não fosse por Igor. - Fiz uma longa pausa, apertando os
A brisa fresca batia contra o meu rosto, enquanto eu observava as ondas crescerem e se desmancharem na beira da praia. A espuma branca tocava levemente os meus pés fazendo um arrepio correr pelo meu corpo quando eu sentia o frio tocar a minha pele.Olhei para o céu, encontrando o sol em seu topo, rodeado pelas mais diversas nuvens brancas como algodão doce. Os pássaros voavam pela imensidão azul, deixando o delicado céu um pouco mais agitado e preenchendo o ar com os seus cantos. Observei Ava emergir da água fria e sorrir para mim. Ela veio caminhando até mim, enquanto espremia seus cabelos e ria. O biquíni branco abraçando seu corpo, que para mim, parecia tão frágil. — A água está uma delicia. —Disse, chegando perto. — Que bom que gostou. — Sorri, entregando-lhe a canga azul,— Você deveria entrar. — Ela disse, enquanto fazia um nó com o tecido na cintura. —Não gosto de água salgada. — Dei os ombros. — Você não sabe o que está perdendo. — Brincou. — Estou morta de fome, podemos
Nikolai. As coordenadas chegaram pouco depois de eu ter me levantado. Me vesti com uma calça, sapatos e uma blusa social e sai do quarto, batendo a porta atrás de mim. — Cuidem de Ava. — mandei. — se algo acontecer com ela, suas famílias irão pagar.. e caro. No momento, a segurança de Ava era mais importante que qualquer porra de máfia, ela era a minha esposa afinal. Respirei algumas vezes, tentando me manter calmo, seja lá o que fosse, era o meu trabalho e eu tinha que cumprir. Chequei o porta luvas e tirei a arma de dentro, checando as balas antes de voltar a minha atenção para frente e dar partida no carro. Liguei o GPS, pegando a primeira via que encontrei. O lugar não era tão longe, ficava a quarenta minutos de distância e se eu corresse, apenas vinte. Pisei fundo no acelerador, enquanto tentava ler algumas mensagens que Dimtry enviava. Aparentemente, Gregório Solano — um dos homens que trabalhava para a máfia e guardava informações importantes — havia trocado
Nikolai. A faca percorreu toda a extensão do seu braço, o sangue começou a escorrer, manchando todo o chão e toda a sua roupa. Seus gritos podiam ser escutados a quilômetros, enquanto eu continuava o meu trabalho. Ter platéia não era o meu forte, por isso, pedi para que o resto do pessoal saísse. Só ficamos eu e ele. Era irônico estar desse lado, algumas mãos já foram cortadas por ele e agora, a cabeça dele estava em jogo. Limpei a faca na sua camisa branca e me afastei um pouco, tentando analisar o pequeno estrago que havia feito. Os cortes eram superficiais, mas o sangue jorrava como se uma torneira tivesse sido aberta. Pisei na pequena poça e fiz uma careta. - Está preparado para falar? - Perguntei. - Nikolai, eu não fiz nada. - Ele disse, entre um gemido e outro. - Sabe que fez, Greg. - Eu ri. - E sabe que o pagamento é doloroso. Percorri novamente pelas prateleiras e passei o dedos pelas facas e peguei a maior delas. Era afiadas e brilhante. Me aproximei dele a
Ava. Encarei a porta mais uma vez, sentindo a duvida me corroer por dentro. Eu estava tentando manter o controle e me manter aqui dentro — depois de ter sido impedida por um dos seguranças. Nada de praia, nada de areia e nada de Nikolai. Mudei o canal novamente sentindo falta da programação americana. Meus pensamentos percorreram quilômetros até chegarem a minha família. O que eles estariam fazendo? Um barulho na fechadura me deixou em alerta, me levantei e parei de frente para a porta. Nikolai abriu a porta rapidamente, com a sua habitual cara de poucos amigos, a diferença era o sangue que cobria todo o seu corpo. Dei um grito baixo e me aproximei, sendo afastada pelo mesmo. — O sangue não é meu, e está tudo bem. — Ele disse, segurando minhas mãos. — Você se machucou? — Fiz bico. Niko revirou os olhos e respirou fundo, seus olhos encararam a varanda por alguns segundos e depois voltaram para mim. — Podemos falar sobre isso outra hora? — Ele passou a mão nos cabe
Capítulo 03 "Travar uma guerra contra o seu próprio sangue é trabalhoso, destrutivo e as vezes... inevitável!" — Nikolai Nikolai. — Eu estava com saudades. — Lindsay abraçou Ava. — Eu também. — Ava sorriu. — Perdi muita coisa? — Na verdade, você voltou para o inferno. — Ela fez uma careta. — Estamos sendo postos em constante vigilância pela guerra. Respirei fundo, eu não gostava do fato de Ava se envolver demais nesse mundo. Ela não precisava saber dessas merdas. Tínhamos acabado de chegar de miami, as cenas de Gregório morto ainda rondavam a minha cabeça, mas eu tentava ignora-las, uma a uma. Era difícil, mas precisava ser superado. Um dia, eu não faria mais o jogo sujo. — Eu tenho que sair. — Avisei. — Mas vocês acabaram de chegar.— Lindsay fez bico. — Trabalho, Lindsay, trabalho. — Fiz uma careta. — Volto para o jantar. Depositei um beijo na testa de Lindsay e dei um beijo demorado em Ava, antes de sair da casa e entrar no meu carro. Me aconcheguei no