Ava me encarou novamente. Parecia confusa, enquanto engolia alguns morangos e percorria os olhos entre mim e a televisão.- Pode perguntar, Ava. - Disse, soltando um suspiro alto.- Eu não.. - Ela começou a dizer e eu a encarei entediado. Ava soltou todo o ar e por fim, começou a dizer. - Porquê ficou tão preocupado após ter recebido aquele bilhete?Minha cabeça trabalhou por alguns segundos, decidindo se eu deveria ou não contar a ela o que estava acontecendo.- Acho que eu preciso mesmo te contar, não? - Eu disse, me aconchegando ao seu lado na cama. - Igor Pavlov é meu primo, ele é filho do irmão falecido do meu pai.. - fiz uma pausa e encarei o teto. - digo, de Vladimir.. - corrigi. - Ele era uma boa pessoa, costumava ser um dos meus melhores amigos. Quando eu fiz meus dezessete anos, eu arrumei uma namorada, ela era linda e era legal, eu estava loucamente apaixonado por ela e faria qualquer coisa para me casar com Briana, se não fosse por Igor. - Fiz uma longa pausa, apertando os
A brisa fresca batia contra o meu rosto, enquanto eu observava as ondas crescerem e se desmancharem na beira da praia. A espuma branca tocava levemente os meus pés fazendo um arrepio correr pelo meu corpo quando eu sentia o frio tocar a minha pele.Olhei para o céu, encontrando o sol em seu topo, rodeado pelas mais diversas nuvens brancas como algodão doce. Os pássaros voavam pela imensidão azul, deixando o delicado céu um pouco mais agitado e preenchendo o ar com os seus cantos. Observei Ava emergir da água fria e sorrir para mim. Ela veio caminhando até mim, enquanto espremia seus cabelos e ria. O biquíni branco abraçando seu corpo, que para mim, parecia tão frágil. — A água está uma delicia. —Disse, chegando perto. — Que bom que gostou. — Sorri, entregando-lhe a canga azul,— Você deveria entrar. — Ela disse, enquanto fazia um nó com o tecido na cintura. —Não gosto de água salgada. — Dei os ombros. — Você não sabe o que está perdendo. — Brincou. — Estou morta de fome, podemos
Nikolai. As coordenadas chegaram pouco depois de eu ter me levantado. Me vesti com uma calça, sapatos e uma blusa social e sai do quarto, batendo a porta atrás de mim. — Cuidem de Ava. — mandei. — se algo acontecer com ela, suas famílias irão pagar.. e caro. No momento, a segurança de Ava era mais importante que qualquer porra de máfia, ela era a minha esposa afinal. Respirei algumas vezes, tentando me manter calmo, seja lá o que fosse, era o meu trabalho e eu tinha que cumprir. Chequei o porta luvas e tirei a arma de dentro, checando as balas antes de voltar a minha atenção para frente e dar partida no carro. Liguei o GPS, pegando a primeira via que encontrei. O lugar não era tão longe, ficava a quarenta minutos de distância e se eu corresse, apenas vinte. Pisei fundo no acelerador, enquanto tentava ler algumas mensagens que Dimtry enviava. Aparentemente, Gregório Solano — um dos homens que trabalhava para a máfia e guardava informações importantes — havia trocado
Nikolai. A faca percorreu toda a extensão do seu braço, o sangue começou a escorrer, manchando todo o chão e toda a sua roupa. Seus gritos podiam ser escutados a quilômetros, enquanto eu continuava o meu trabalho. Ter platéia não era o meu forte, por isso, pedi para que o resto do pessoal saísse. Só ficamos eu e ele. Era irônico estar desse lado, algumas mãos já foram cortadas por ele e agora, a cabeça dele estava em jogo. Limpei a faca na sua camisa branca e me afastei um pouco, tentando analisar o pequeno estrago que havia feito. Os cortes eram superficiais, mas o sangue jorrava como se uma torneira tivesse sido aberta. Pisei na pequena poça e fiz uma careta. - Está preparado para falar? - Perguntei. - Nikolai, eu não fiz nada. - Ele disse, entre um gemido e outro. - Sabe que fez, Greg. - Eu ri. - E sabe que o pagamento é doloroso. Percorri novamente pelas prateleiras e passei o dedos pelas facas e peguei a maior delas. Era afiadas e brilhante. Me aproximei dele a
Ava. Encarei a porta mais uma vez, sentindo a duvida me corroer por dentro. Eu estava tentando manter o controle e me manter aqui dentro — depois de ter sido impedida por um dos seguranças. Nada de praia, nada de areia e nada de Nikolai. Mudei o canal novamente sentindo falta da programação americana. Meus pensamentos percorreram quilômetros até chegarem a minha família. O que eles estariam fazendo? Um barulho na fechadura me deixou em alerta, me levantei e parei de frente para a porta. Nikolai abriu a porta rapidamente, com a sua habitual cara de poucos amigos, a diferença era o sangue que cobria todo o seu corpo. Dei um grito baixo e me aproximei, sendo afastada pelo mesmo. — O sangue não é meu, e está tudo bem. — Ele disse, segurando minhas mãos. — Você se machucou? — Fiz bico. Niko revirou os olhos e respirou fundo, seus olhos encararam a varanda por alguns segundos e depois voltaram para mim. — Podemos falar sobre isso outra hora? — Ele passou a mão nos cabe
Capítulo 03 "Travar uma guerra contra o seu próprio sangue é trabalhoso, destrutivo e as vezes... inevitável!" — Nikolai Nikolai. — Eu estava com saudades. — Lindsay abraçou Ava. — Eu também. — Ava sorriu. — Perdi muita coisa? — Na verdade, você voltou para o inferno. — Ela fez uma careta. — Estamos sendo postos em constante vigilância pela guerra. Respirei fundo, eu não gostava do fato de Ava se envolver demais nesse mundo. Ela não precisava saber dessas merdas. Tínhamos acabado de chegar de miami, as cenas de Gregório morto ainda rondavam a minha cabeça, mas eu tentava ignora-las, uma a uma. Era difícil, mas precisava ser superado. Um dia, eu não faria mais o jogo sujo. — Eu tenho que sair. — Avisei. — Mas vocês acabaram de chegar.— Lindsay fez bico. — Trabalho, Lindsay, trabalho. — Fiz uma careta. — Volto para o jantar. Depositei um beijo na testa de Lindsay e dei um beijo demorado em Ava, antes de sair da casa e entrar no meu carro. Me aconcheguei no
Nikolai.Meu celular tocou ao meu lado e eu me levantei preguiçosamente, procurando-o pela mesa de cabeceira. O peguei entre os dedos e deslizei o dedo na tela, o levando ao ouvido:— Alô.— Acorda Bela adormecida. — A voz de Dimitry ecoou na minha cabeça.— O que você quer? — me virei para Ava, vendo-a dormir calmamente.— Bom, senhor estressadinho, eu marquei a reunião com o Conselho. — avisou. — Vladmir está em uma viagem com Petra.— Ótimo, qual será o horário? — perguntei.Passei os dedos pelos cabelos de Ava, enrolando-os nos meus dedos, formando cachos desgrenhados.— As três. — ele respondeu. — esteja lá, vou levar o Mikhail.— Ótimo. Preciso ir. — Falei, desligando.Passei os dedos pelos ombros de Ava, descendo até que encontrasse a sua cintura e a empurrei para trás, fazendo com que seu corpo se deitasse na cama. Subi em cima da mesma, distribuindo beijos por todo o seu rosto e pescoço.Os olhos de Ava se abriram devagar, ela piscou algumas vezes. Seus olhos focaram em mim e
Nikola.A brisa fresca bateu contra o meu rosto e eu encarei a lápide intacta da minha mãe. As flores o cercavam, junto com alguns quadros posicionados.Me ajoelhei ao seu lado e encostei a testa nele, sentindo a tensão me tomar por dentro. Eu sentia que estava traindo o meu sangue.Tudo podia ter sido diferente, mamãe.As lágrimas vieram a tona, mas as segurei, prendendo o ar e encarando o céu. Alguns pássaros passaram por ele, piando a alegrando o céu, enquanto o sol batia fraco sobre a grama verde.Uma borboleta azul se aproximou e pousou na minha mão, a encarei por alguns segundos, antes que ela batesse as asas e pousasse no meu ombro. Ela me rodeou uma última vez, antes de pousar sobre a lápide e permanecer ali.Fui tomado pela nostalgia, e sorri. Ela estava comigo, eu sabia disso. Ela estava me dizendo que estava tudo bem.— Nikolai. — Minha mãe me gritou e eu nadei até a borda da piscina.Ela segurava uma bandeija entre os dedos, e posicionou na mesa.— Venha comer, querido. —