A cavalaria aguardava o rei a frente do palácio, no total de 20 homens armados. Nuno descia a escada do castelo esbaforido. No meio do trajeto foi parado pela voz altiva de Massara.
"Nuno..."
"O que queres mãe?" Pergunta apressado.
Com a firmeza costumeira, a duquesa fala palavras que seu filho não gostou de ouvir. "Escute bem Nuno. Se saíres, irei junto e mandarás tua mãe ao calabouço."
"A senhora está ficando louca. Porque a mandaria ao calabouço?" Segue descendo rumo a saída.
Massara eleva a voz "Estou farta dessa sua coerção em cima de Sanya. Se foras atrás dela e do Cris, irei lhe esbofetear a frente de quem quer que seja. Quem agride o rei é preso"
"Então a senhora sabe que Sanya largou o tratamento com o padre e está por aí com dois homens?"
"Não me interessa se ela está com homem ou mulher. O que me interessa é que minha filha está feliz. Não está trancad
Dormir não foi uma tarefa fácil para Dilan na última noite. Acordou tarde, somente conseguiu dormir na alta madrugada.Ao despertar, como todos os anos ao lado de sua cama, estava posto o desjejum de aniversário preparado por sua mãe. Frutas, queijos e broas, tudo preparado pelas mãos de Bertha.Sorriu ao perceber que a maior idade não tiraria seus mimos. A broa de milho fofinha, encaixava-se perfeitamente com o queijo branco cremoso. Uma combinação que grudava ao céu da boca.Dilany saboreava seu desjejum quando Bertha entra ao quarto tagarelando um cantiga de anos cumprindos."Ah mãe! Cheguei a maior idade e a senhora continua a me tratar como uma menina.""Isso lhe chateia?""Não. Claro que não. Me emociona e me sinto protegida."Bertha sorri e afaga os cabelos de Dilany "Sempre serás nossa menina. Aja o que houver?"A jovem envolve a mãe em um
Costumeiramente no dia seguinte após cumprir mais um ano de vida, Dilany sentia-se feliz pela festividade em família que acontecia todos os anos. Aquele ano estava sendo diferente. Mentiu tanto a seus pais, que sentira vergonha de si própria. Mentiu sobre o envolvimento com Cristóvam e inventou que o presente de Sanya era o livro que ganhara de Cris.A caminho do trabalho, só pensava em dar um jeito definitivo em toda situação. Não era certo mentir para família que tanto ama e respeita. Naquele momento, entrara no palácio Arbória para cumprir suas tarefas.Foi direto para os fundos do palácio. Dilan faria o trabalho que menos gosta. Iria recolher as águas sujas dos nobres e desembocar no sumidouro. Ao chegar na parte onde deixavam as tinas com os dejetos, não havia nada."Não creio que esqueceram de retirar as águas sujas da casa!" Falou consigo mesma. "Ja vi que hoje passarei o dia inteiro aqui." Resmungou."
Costumeiramente no dia seguinte após cumprir mais um ano de vida, Dilany sentia-se feliz pela festividade em família que acontecia todos os anos. Aquele ano estava sendo diferente. Mentiu tanto a seus pais, que sentira vergonha de si própria. Mentiu sobre o envolvimento com Cristóvam e inventou que o presente de Sanya era o livro que ganhara de Cris.A caminho do trabalho, só pensava em dar um jeito definitivo em toda situação. Não era certo mentir para família que tanto ama e respeita. Naquele momento, entrara no palácio Arbória para cumprir suas tarefas.Foi direto para os fundos do palácio. Dilan faria o trabalho que menos gosta. Iria recolher as águas sujas dos nobres e desembocar no sumidouro. Ao chegar na parte onde deixavam as tinas com os dejetos, não havia nada."Não creio que esqueceram de retirar as águas sujas da casa!" Falou consigo mesma. "Ja vi que hoje passarei o dia inteiro aqui." Resmungou."
"Se falares com meu pai dessa forma, tenho medo que passe mal. Seria um baita susto para ele."Sentados dentro do carro, com as cortinas fechadas, Dilany e Cris conversavam como fariam para que Cícero aceitasse a relação dos dois."Ele parece ter gostado de mim. Acho que está exagerando." Enfatiza, enquanto desliza a mão sobre a de Dilany."Meu pai gosta de todos, desde que não me afete. Ele não vai crer nas suas boa intenções."Cristóvam tem na face a expressão de quem teve uma ideia. "E se ao invés da minha pessoa, o meu pai fosse falar com ele?"Dilany parece aprovar a ideia. "Seu pai viria?!""Claro que sim." Afirma rápido e preciso."Se ele vier é uma excelente ideia. Meu pai veria a situação com outros olhos.""Ele virá, mesmo porque já iria falar com meu pai, pedir exílio em Mazog para sua família. Solicitar que traga os animais e os suprim
Dilany optou por não ir tão cedo ao palácio, assim daria mais tempo as ideias que Cris tivera no dia anterior. Caminhava até a plantação deixando curioso Salvador que por ali trabalhava. O nobre parou de separar as verduras, quando percebeu que a camponesa se dirigia a ele."Bom dia!" A moça o cumprimenta."Bom dia! Não fostes trabalhar?" Pergunta curioso. "Perdão pôs coscuvilhar. É que sempre quando partes ao trabalho o sol ainda se esconde.""Tudo bem. Vou trabalhar agora, hoje tem pouquíssimas tarefas para mim. Vim até aqui lhe agradecer por proteger-me diante do meu pai ontem.""Não tem do que agradecer, toda vez que necessitar podes contar comigo." Expressa total alegria pela gratidão da jovem. "Quero que tenhas em mim um.." Dilany o interrompe."Lhe agradeço, contudo quero pedir-lhe que jamais volte a fazer. Não quero ficar mentindo para os meus pais e ainda mais envolver terceiros nisso.""Irias falar a verdade para eles ontem?" Pergunta co
Naquela manhã, um pouco antes do funeral de Ane. O periódico Arborense abalava as estruturas do palácio real."O que deu na cabeça de Teobaldo, René?" Nuno perguntava ao duque que tinha em mãos o periódico com a manchete sobre a morte de Ane Lerim.Abaixo do desenho de uma menina com a boca costurada, vinha o título da manchete. -- SEU SILÊNCIO É CONIVENTE -- Teobaldo auxiliado por Cristóvam, lembrou inúmeras mortes sem solução das meninas de Arbória."Os parentes violam essas meninas e querem que a responsabilidade seja nossa." O duque fala indignado."Não estou nem questionando quem comete os crimes. " Ele soca a escrivania."O que estou questionando é a empáfia de Teobaldo, não nos excluiu da conveniência. Deixou implícito para bom entendedor ler."O duque caminha pela biblioteca de um lado para o outro, no que parecia analisar a situação "Desculpe a franqueza alteza, mas estais sem pulso fir
No corredor rumo a biblioteca, a pisada forte do duque René ecoava um forte som dentro do palácio. O nobre empurra as bandas da porta de madeira. Suas atitudes e expressão detonava algum descontentamento.Sentando a mesa de madeira, Nuno mergulhava a pena no tinteiro. Escrevia mais um decreto, quando surpreendeu-se com a entrada rebuscada do duque."O que Teobaldo faz lá embaixo alteza?" Começa falar sem ao menos entrar totalmente na biblioteca. "Não tínhamos combinado que farias as coisas com calma.""Primeiramente bata a porta antes de entrar. Segundo, não combinei nada com a sua pessoa. Terceiro, mesmo que tiveras combinado, sou o rei de Arbória e posso mudar de ideia quando tiver vontade e por último não gosto dos seu métodos sorrateiros. Prefiro atacar de frente e arrancar o mal pela raiz, assim serve de exemplos para os outros."O duque fecha às portas por detrás das costas. "Vais deixar o povo de Arbóri
Nada de andrajos ou chita barata, em Mazog os servos tinham uniformes alinhados feitos de bons tecidos. Um deles carregava o maço de cartas até a sala do rei. Adentrou pedindo licença e deixou sobre o móvel de madeira de lei.No meio das epístolas, Giron recebeu uma vinde de Arbória, mas preciso de seu filho Cristóvam.O homem de cabelo e barba grisalha, pega o metal afiado sobre a mesa e rasga o envelope tirando de dentro a carta.O príncipe pedia que seu pai fosse ao seu encontro em Arbória. Certamente Giron atenderia, sentiu a ansiedade em cada linha escrita por seu filho, mas naquele momento não podia. Uma barragem de minério havia se desprendido, não poderia abandonar seu povo naquele momento.Não quis preocupar o filho, apenas respondeu a carta dizendo que não poderia ir com a urgência solicitada, mas que breve iria até Cristóvam.