—Arrumar minhas coisas?—Sim. —Ele sorri com delicadeza para mim. —Coloque um maiô e a um vestido por cima. É bom levar uma mala, com mais uma muda de roupa, uma saída de banho. Essas coisas... —Ele diz constrangido.—Está certo. —Eu lhe dou um sorriso, achando graça no constrangimento dele.—Vocês vão sair? —Zafir pergunta, seco.Rashid encara o irmão.—Vamos velejar.—Muito bom. —O sheik diz. —Até que enfim alguém usará Laila.—Laila? —Pergunto.—Nome da minha mãe que foi dado ao iate. É isso, não é pai? Laila é o nome de mamãe? —Zafir pergunta para o pai.Balanço a cabeça, tentando assimilar tudo. Ele não se lembra do nome de sua mãe? Fico olhando de um para o outro tentando entender.Rashid se levanta irritado com a conversa.—Vamos Jade!—Você contou a Jade que sofri um acidente há mais de um mês atrás e fiquei em coma durante quinze dias e quando acordei não me lembrava nem do meu nome, de quem eu era? Totalmente perdido num vazio chamado minha vida?Hum...Respire.Apenas respi
Zafir Meus dentes estão cerrados, meu maxilar está apertado e a minha pulsação está a bater na minha cabeça. Nunca odiei ninguém mais do que no presente momento. A intensidade da minha raiva e o que eu poderia fazer com ela agora é mesmo assustadora. —Danna! Por Allah! Quem permitiu sua entrada? —Eu pergunto através dos dentes cerrados —Rashid.Claro! Ele está louco para piorar a minha situação com Jade.Olho duro nos olhos dela e deixo-o saber como os próximos minutos estão prestes a se tornar violentos.— Você não tem amor-próprio? Não conversamos a respeito de tudo?Ela se aproxima de mim com lágrimas nos olhos. —Zafir, você está confuso, só isso. Você não pode me tirar da sua vida.Eu a encaro realmente na minha confusão. Ainda não entendo onde Danna se encaixa na minha história. É sabido de todos que estávamos separados. E meu pai um dia me colocou dúvidas em relação a nossa suposta reconciliação. —Sabe o que eu acho? Você está se aproveitando da minha incapacidade de disce
Enquanto caminhamos pelo ancoradouro, e claro, atrás de nós seus dois de seus seguranças, um senhor nos avistou e dizendo algo para três homens com os quais conversava e veio em nossa direção. Todos inclinaram a cabeça e se afastaram, sorrindo para Rashid, que parecia conhecê-los também. Percebo a curiosidade indisfarçada dos homens. Imagino que eles po¬dem estar achando que eu sou a mais recente conquista de Rashid e que depois de um passeio de barco eu acabaria em sua ca¬ma. —Senhor Barak, está tudo pronto. Arrumamos tudo, como o senhor mandou.—Ótimo, essa é minha noiva. Jade esse é Raul, nosso capitão. Eu encarei Rashid com a “noiva” piscando na cabeça. Bem, se eles me olharam com alguma maldade, Rashid fez questão de mostrar que eu não sou um simples caso dele. Eu encarei o senhor simpático. —Prazer em conhecê-lo. —Então, vamos? —Rashid perguntou, impaciente.Imediatamente, Raul foi verificar as amarras na popa. Ao passar por mim, sorri de forma reservada. Com desenvoltura,
Rashid me segura pelo braço. —Por que faz isso? Se dê uma chance.Eu encaro Rashid. Ele não é tão ruim assim. Ele é uma pessoa legal, de um jeito meio forçado, talvez. Faz questão de mostrar o quanto é legal. Mas é legal. Mas não é a pior coisa do mundo, consigo pensar em características piores em um homem. Ele é perfumado, charmoso, parece ser um cara inteligente. Não, ele é inteligente. Se não, não estaria na presidência das empresas da família. O que mais me incomoda na minha nova realidade é que eu e ele não temos química, aquela perda de controle que eu tinha com Zafir. Talvez seja por eu ter erguido uma barreira com ele. —Você está certo. —Estou certo?Eu balanço a cabeça e rio levemente. —Sim. —Sussurrei, engolindo meus nervos. Ser confiante era uma causa perdida. Eu nunca conseguiria. Em vez disso, deixei minha vulnerabilidade vir à tona pensando em como Zafir se aproveitou de minha inocência. Esses pensamentos são como se tivessem poder sobre mim, de querer mudanças.Su
—Rashid. Melhor nos acalmarmos. Ele sorri, parecia feliz, mais leve.—Claro. Está com fome? Eu pedi para encher o frigobar com sucos. Os armários com bolachas de todo tipo, petiscos. Na geladeira tem queijo, leite, presunto, ovos, bacon.—Só suco. Mas se quiser comer algo, tudo bem. —Não, suco está ótimo. Mais tarde então comemos juntos. O passeio prosseguiu, mas não mais no mesmo tom de cordialidade de an¬tes. Rashid agora me abraçava, me dava beijos carinhosos e ao mesmo tempo se mostrava gentil comigo, mostrando os pontos de maior in¬teresse ao longo do percurso, navegando mais próximo à costa.Quando resolvemos comer, o sol já ia embora, e uma brisa refrescante suavizava o calor. O barco deslizava suavemente sobre a água, seguindo para a marina. Estávamos indo embora. Descontraída, rindo muito de uma história que Rashid me contava sobre sua irmã, e o quanto ela era atrapalhada na cozinha, eu me vi pensando, com surpre¬sa e prazer, que ele era um homem interessante e divertido
Eu agora estou confusa. Não quero que ele veja o teste. Não agora, preciso de um tempo. Não sei o que vou fazer ainda. Nesse momento não quero segurá-lo com uma possível gravidez. Então, digo:—Isso está errado. Eu sou quase noiva de seu irmão, você deveria respeitar isso. Ele me encara por alguns segundos, antes de dizer:—Eu sei que ele está chantageando seu pai. Sei que você só está aqui devido a isso. Ele joga sujo, então não banque a noiva apaixonada, pois eu não acredito.Ele dá um passo à frente, e experimento um momento de pânico, porque não consigo ignorar o quanto ele mexe comigo e tem a merda do teste. Eu preciso afastá-lo, as palavras são as melhores armas para isso.—No começo foi assim, mas agora estou por minha livre e espontânea vontade. Os músculos de sua mandíbula estão tensos. Ele então avança, e eu me encolho. Ele para na minha frente.—Verdade? —Ele pressiona. Seu rosto a poucos centímetros do meu. Minha respiração fica estrangulada na minha garganta.—Estou be
Colocando os braços sobre a mesa, ele se inclina para a frente. —Então por isso que você me viu saindo com Danna. Você me viu de sua casa? —O que é isso, um interrogatório de polícia? Ele se ira e se levanta. —Jade, por Allah! Só responda. Quanto mais você me falar os detalhes, mais chances eu tenho de lembrar. —Ele se senta novamente, tentando se acalmar. — Então, por favor, me responda. Você tinha uma boa visão da minha casa? A sua era um sobrado e a minha como era? Quando você olhava para a minha casa, você tinha uma visão exatamente do quê? —Eram ambas um sobrado. A janela do meu quarto ficava posicionado de frente a do seu quarto. Da minha janela eu tinha uma visão ampla da sua casa. E conseguia ver uma boa parte do seu quintal, partes da sua janela da sala de visitas. E se eu fosse no quarto de meu pai, conseguia ver sua garagem também. — Incapaz de olhar para ele, desviei meus olhos. —Foi lá que te vi sair com Danna, então, você sumiu. Suas sobrancelhas estão franzidas
Eu senti uma dor profunda com as palavras dele, mas eu me encontro em um labirinto de insegurança. — Danna, esteve aqui no meu quarto. Ela me falou que no dia que ela te procurou, vocês tiveram uma conversa difícil, mas depois voltaram. Que você reconheceu que a amava. Zafir fecha as mãos. —Jade. Danna me parece uma pessoa ardilosa. Quem garante que isso é verdade? Eu me angustio, e não sei o que pensar. Não quero sofrer. Zafir pode estar confuso e eu resolvo por um ponto final nisso tudo: —Zafir. Agora saia do meu quarto. Você já fez sua escolha. Eu observo com prazer carranca que ele faz. Zafir vem na minha direção, mas antes de sua retirada, ele para. Eu me encolho ao sentir seu cheiro maravilhoso. Embora minha mente grite em alerta para me afastar, meu corpo se lembra de como é estar nos braços dele, de como seus lábios são macios e como suas mãos e boca me enlouquecem. Sim, ele é um amante maravilhoso. Inesperadamente Zafir me envolve pela cintura. Meus mamilos na hora