— Estão muito perto, Clarck! — Sirius disse, apoiando a mão no ombro do seu alfa e amigo, suspirando pesadamente. — É agora. — Vamos conseguir — Jhon afirmou, assentindo. Os três se encararam por um momento e, apesar das palavras de confiança, sentiam um peso, como se, assim como aconteceu com as demais alcateias, aquela terra fosse se tornar suas covas. Sabiam que haviam grandes chances de morrer, só torciam para que aguentassem tempo o bastante para que os outros chegassem ao esconderijo das montanhas. — Vamos ganhar o máximo de tempo que conseguirmos — Clarck afirmou, e os três seguraram nos ombros uns dos outros. — Foi um prazer ser o alfa de vocês. — Isso não é uma despedida, cara — Sirius falou, apertando o ombro do alfa e sorrindo. — Mas foi um prazer estar nesta alcateia, você é meu irmão. — Vocês são família para mim — Jhon disse, sorrindo. — Agora vamos proteger nossas garotas e por aqueles idiotas para correr daqui.Todos os lobos restantes já estavam em suas formas lu
Quando os lycans chegaram finalmente a alcateia garra sangrenta, todos já estavam prontos, inclusive seu alfa. A vista, não havia ninguém além de Dorian, o grande loo negro estava de pé no meio do jardim, a frente da casa da alcateia, as patas afundadas sobre a terra, sentindo a vibração do solo a medida que os inimigos se aproximavam. Lycans menores chegaram primeiro, mas não cruzaram a linha para se aproximar do alfa, esperando que o seu próprio surgisse. Eles encaravam o lobo com fome e fúria, pareciam prontos para destroçar Dorian sem o menor receio, sem medo algum, eram apenas animais seguindo instintos e obedecendo a seu mestre. Então ele surgiu, mas antes dele, um odor de podridão que fez o nariz de Dorian arder, então, ele o viu. O lycan era muito maior do que os outros, muito maior que o próprio Dorian, e não parecia tão selvagem e descontrolado quanto os outros, na verdade, seus olhos eram quase humanos. “Eu sou Ragnar”, a voz gutural ecoou diretamente na mente de Dorian
Neste momento, o alfa atacou, coordenado a seus dois companheiros, eles afundaram seus dentes nos ombros de Ragnar. Por um momento, houve uma luz de esperança. Mas o primeiro a ser arrancado dali foi Konan, arremessado contra uma arvore ao longe. Dorian também foi jogado para longe e, quando Ragnar alcançou Melbor, ele rosnou, erguendo o lobo de pelagem castanha, agora coberto de sangue, e olhando para Dorian. “Isso é culpa sua, alfa, poderíamos ter seguido por outro caminho”, então, ele torceu o pescoço do lobo em suas mãos, joando-o longe, já sem vida, fazendo Konnan e Dorian uivarem em dor e desespero. Haviam pedido um irmão, mais um. Mas não podiam parar, não podiam chorar seus mortos agora, não tinham tempo, não tinham segurança para isso. ***Longe dali, o uivo fez Lunna mexer as orelhas. Ela estava sentindo o cheiro de sangue sendo levado pela brisa de Pinewood, ouvia, mesmo que ao longe, os clamores da guerra, mas aquele uivo era o uivo de que algo havia dado terrivelment
Ragnar estava machucado, sentia sua carne pulsando de dor, seu sangue pútrido e negro escorrendo por seus ombros e braços, tantas mordidas, tantos arranhões, mas não estava nem perto de estar morto, agora a verdadeira batalha iria começar, pois seu verdadeiro oponente havia chegado. A loba mãe. Lunna o olhava com voracidade, coragem,mas também analisava cada passo, e Ragnar achava aquilo encantador, não esperaria menos de uma criação tão próxima a Celeste, sim, sua deusa… O lycan balançou a cabeça, empurrando para longe as lembranças e seu passado com a deusa da lua, afinal, ele foi o que causou sua maldição, aquele passado, aquela conexão. “Se vai se recusar, vou ter que levá-la a força!”, dito isto, ele atacou, decidido a cumprir o que foi até ali para fazer. Precisava ser rápido, a noite era seu prazo, afinal, diferente dos lobos, os lycans tinham apenas o cair da noite para estarem em sua forma lupina, mais uma das consequências de sua maldição. Mas Ragnar não era o único ansi
Quando Clarice abriu os olhos, ela estava no mesmo campo, a grama verde, o cheiro deliciosamente calmo. Lunna estava deitada ao lado dela, ainda machucada, mas a encarando com preocupação, como quem pergunta se ela está bem. Clarice assentiu, olhando ao redor, por que estavam ali novamente? Seus olhos encontraram, primeiramente, Dorian e Clarck, ambos estavam curvados, em respeito, olhando para frente com admiração, e, alguns metros depois deles, estava Celeste, com seu glorioso vestido prateado sob a pele negra, seus cabelos cacheados e olhar sério. Na frente dela, não exibindo nem um pouco do respeito que Dorian e Clarck exibiam, estava Connan e, atrás dele, Ragnar. Naquele plano, o lycan parecia ainda mais deteriorado do que antes, ainda mais apodrecido, mas seu odor parecia não chegar até ali, apenas o aspecto tenebroso de sua aparência e de como o tempo agiu sobre si. — Esse não é o caminho — Celeste disse, séria, mas o alfa dos lycans continuou com o queixo erguido, assim co
O nascer do sol naquele dia foi triste, mesmo com a vitória. Vencer aquela batalha teve um gosto amargo para toda a alcateia, porque a vitória veio a custa de vidas, muitas vidas. Quando os lycans se foram, os guerreiros que restaram começaram a recolher os corpos, e Clarck finalmente conseguiu respirar e olhar ao redor a destruição. Haviam sobrevivido, mas a custa de que?Ele caminhou ao redor dos corpos enfileirados esperando o ritual de sepultamento e se ajoelhou a frente de um deles, seus olhos cheios de lágrimas enquanto observava seu amigo, sem vida, deitado no chão. Sirius havia feito tudo o que podia por ele, inclusive deu sua vida para protegê-lo e proteger seu povo. — Ele sempre disse que estava disposto a tudo, não foi? — Jhon perguntou se ajoelhando ao lado de Clarck, suspirando pesadamente. — Nos sabiamos que talvez não chegassemos ao nascer do sol vivos — Clarck respondeu, limpando os olhos molhados. — Mas eu não pensei que realmente um de nos fosse morrer e os outros
Quando Clarck entrou no hospital da alcateia estava nervoso. A doutora que estava de plantão mandou que o chamasse, pois Clarice estava realizando alguns exames e os resultados interessavam a ele também. A simples possibilidade de, depois de tudo o que passaram, Clarice estar doente o deixava completamente fora do eixo e nervoso. Assim que começou a caminhar pelo longo e claro corredor, viu a médica despontar numa das portas, acenando para ele com um sorriso gentil, não parecia nem um pouco nervosa. — Por aqui, alfa — Muniz o chamou. Clarck não levou mais que alguns segundos para passar pela porta, encontrando Clarice sentada numa das cadeiras do consultório. Ele se ajoelhou ao lado dela, segurando suas mãos, preocupado e beijando-a de forma sutil, apenas para confirmar que tudo estava bem e acalmar tanto a si mesmo quanto a seu lobo. — Está tudo bem, não precisa ficar tão preocupado… — Clarice falou, com um sorriso. Podia sentir todo o nervosismo dele de longe, era uma das vanta
— Mamãe, vamos. A gente vai se atrasar pro aniversário do Caleb, e olha que ele ta aqui junto com a gente — Edla olhou para o pequeno, que brincava com um desses tipos de joguinhos de montar, estilo Lego.— Juro que eu já estou quase pronta – Clarice corria de um lado para outro do quarto. Estava linda, com um vestido longo na cor azul-anil, esvoaçante e cheio de camadas, o que dava um efeito pluma. — Eu só estou procurando meu brinco e o colar que seu pai me deu. Você se lembra onde está? Eu jurava que tinha colocado aqui!Clarice estava quase dentro do guarda-roupa, tentando achar suas joias, quando Edla passou por ela e abriu a gaveta da comoda que estava ao lado da cama do casal, puxou uma caixinha e levantou o colar e os brincos.— Mamãe, por que não disse antes? Aqui.— Oh, minha linda, muito obrigada. Eu não sei o que eu faria sem você na minha vida! Eu te amo. Agora vamos, porque seu pai já deve estar infartando de tanta ansiedade. A propósito, você está muito linda, sabia diss