– Ah… Você é… Droga – não conseguiu completar, sentindo-o pressioná-la com um pouco mais de força, fazendo-a revirar os olhos. – Porra… Você é tão apertada… – Clarck rosnou, apertando-a pelas coxas, encostando seus lábios na testa da ruiva, beijando ali antes de começar a se mover. Os movimentos lentos, aos poucos, tornaram-se mais erráticos, mais fortes, intensos, e logo Clarck precisava manter o corpo da ruiva parado com suas mãos enquanto enterrava-se nela com toda força, fazendo os seios dela saltarem, vendo-a revirar os olhos claros de uma forma graciosamente devassa, como uma garota com uma carinha de anjo poderia fazer aquele tipo de expressão? Ele não queria saber, apenas queria aproveitar cada segundo.– Mais… Mais forte –ela implorou, as unhas arranhando as costas dele até romper a pele, deixando vergões vermelhos, e o ardor só o estimulou ainda mais. – Tão gostosa – ele gemeu, os sons de sua voz tornando-se mais roucos, Dorian e Clarck misturando-se para tornar-se uma c
Clarice suspirou quando o carro de Clarck parou em frente à sua casa. A noite parecia calma, mas dentro dela, havia um turbilhão. Clarck desligou o motor e virou-se para ela, o brilho dourado de seus olhos suavizado pela preocupação.– Preciso voltar para a matilha – disse ele, a voz baixa. – Ainda estamos investigando o rastro do Lycan. Não posso ficar parado enquanto ele continua à solta. Mas, antes de ir, queria agradecer, obrigada por vir comigo hoje, conhecer meu lar…Clarice assentiu, embora sentisse um aperto no peito. Ela não queria estar sozinha, mas entendia a gravidade da situação. Aquele dia foi mágico para ela e, na alcateia, todos a receberam tão bem que voltar para casa foi difícil. Jamais imaginou que o mundo de Clarck fosse tão encantador, nem que as pessoas seriam tão gentis com ela, tão respeitosas. Claro, sentiu um e outro olhar torto, mas comparada a forma carinhosa como estava sendo tratada, aquilo não foi nada. Clarck a acompanhou até a porta, hesitando antes
Na manhã seguinte, Clarice começou o dia cedo na floricultura. A rotina era a mesma: organizar flores, atender clientes, preparar arranjos. A repetição ajudava a afastar os pensamentos sobre Lycans, lobos e vínculos. Clarck não havia dado notícias desde o dia anterior e, por um lado, aquilo era bom, afinal, ela precisava de um tempo. Tinha muito no que pensar, muito para decidir, e ficar tão perto de Clarck nublava seus pensamentos, principalmente depois da noite que tiveram.Quando o relógio marcava meio-dia, Sarah apareceu, carregando uma bolsa de couro surrada. Seus olhos brilhavam com uma mistura de excitação e nervosismo.– Preciso te mostrar uma coisa – disse Sarah, depois de olhar ao redor e se certificar de que estavam sozinhas na loja.Curiosa, Clarice se aproximou, Sarah abriu a bolsa e tirou um pequeno vaso com uma flor ainda fechada.– É só algo simples, mas... – Sarah fechou os olhos e sussurrou palavras que Clarice não conseguiu entender. Lentamente, a flor desabrochou,
“Mãe… Mãe, por favor! Acorda, mãe!”Clarice abriu os olhos, apoiando a mão no peito, ofegante. O quarto ainda estava escuro, uma leve luz entrava pelas cortinas, a luz prateada da lua cheia. A madrugada ia alta e ela deveria estar descansando para pegar seu voo para Pinewood cedo no dia seguinte, mas fazia muito tempo que não conseguia dormir bem.Ela se levantou, os pés descalços tocando o chão frio. Suas cisas já estavam encaixotadas, não pretendia levar muito para sua nova “antiga” casa, apenas o essencial. A única coisa que ainda estava fora das poucas caixas era o porta-retrato que estava repousando ao lado do seu travesseiro. Uma foto da sua mãe, Elaina.As memórias do acidente que havia acontecido há somente um mês a assombravam todos os dias, e a culpa também. As últimas palavras de sua mãe para ela ainda estavam martelando em sua cabeça, ela jamais esqueceria e jamais deixaria de se culpar, afinal, Clarice quem estava na direção, ela quem perdeu o controle do carro. Em teor
A viagem de carro foi, de fasto, muito mais rápida. No caminho, Clarice descobriu que o nome do senhor era Jorge, e soube ainda que ele conhecia sua mãe desde que ela era uma pré-adolescente. Jorge ficou sentido pela notícia do falecimento de Elaina e afirmou que ele e sua esposa estariam disponíveis para ajudá-la na adaptação, já que a casa onde Clarice ficaria era bem afastada da zona principal da cidade. Levaram cerca de duas horas para chegar até Pinewood, e, assim que cruzaram a única avenida do lugar, Clarice notou como a cidade ainda era exatamente a mesma. Algumas lojas com fachada reformada, uma e outra lojinha mais recende, mas quase nada havia mudado, ainda era o mesmo lugarzinho frio e meio vazio de sempre, mas com pessoas acolhedoras. Seguiram pela avenida até cruzar a cidade, saindo da zona mais populada até a estrada que lavava a grande indústria de tecnologia e sustentabilidade que empregava boa parte das pessoas da região. Mas não chegaram tão perto dela, pararam v
O som dos móveis sendo arrastados ecoava pela casa, misturado ao ritmo suave da música que tocava do celular de Clarice. Ela havia aberto todas as janelas, permitindo que o ar fresco e o cheiro úmido da floresta entrassem, e a luz do fim da tarde iluminasse o ambiente.— Pronto — suspirou, limpando uma gota de suor da testa. — Último móvel.O cansaço começava a pesar em seus ombros, mas Clarice sabia que a sensação de estar naquela casa era tudo o que precisava para continuar. Já fazia horas que estava de pé, limpando cada canto, cada móvel coberto de poeira. Colocar tudo em ordem era a forma dela de lidar com as memórias e a saudade. O sofá da sala, onde ela e sua mãe costumavam passar as noites juntas assistindo séries de TV, estava agora limpo e convidativo. As cortinas brancas balançavam suavemente ao vento, trazendo uma sensação de paz que ela não sentia há muito tempo.“Parece que estou mais perto de você agora, mãe”, pensou, sentindo uma pontada de tristeza no peito. A música
No dia seguinte, Clarice despertou com o som suave do vento balançando as cortinas do quarto. O sol mal havia nascido, e os primeiros raios de luz invadiam o ambiente com delicadeza. Ela se espreguiçou, sentindo o corpo um pouco dolorido por ter dormido no quintal.— Que ideia foi essa de dormir lá fora? — reclamou para si mesma, enquanto se levantava da cama. Caminhou até a cozinha, ligando a cafeteira. Precisava de um café forte para começar o dia. Hoje seria o dia de encontrar o local perfeito para a floricultura, não podia demorar, precisava pegar a boa estação para garantir que as flores cresceriam bem quando ela plantasse. Até que pudesse cuidar da própria produção, enquanto as suas flores não cresciam, ela precisaria de um fornecedor, mas já tinha um em mente, a mesma pessoa que lhe forneceria as sementes para que ela começasse a plantar suas flores em seu grande quintal. Clarice tinha várias ideias em mente, e a ansiedade por começar logo era quase palpável.Enquanto espe
— Você deve ser Clarice, certo? — perguntou a mulher.— Sim, sou eu. — respondeu, apertando a mão da mulher com firmeza. — Estou muito interessada no espaço. Acho que é perfeito para o que eu preciso.As duas conversaram sobre os detalhes, e, em pouco tempo, Clarice já havia decidido: aquele seria o local onde realizaria o sonho de abrir a floricultura. Depois de algumas formalidades e de assinar o contrato de aluguel, Clarice saiu da loja com um sorriso satisfeito no rosto. Seu coração batia mais rápido, não apenas pela empolgação de começar seu próprio negócio, mas também pela sensação de estar dando um passo importante para honrar a memória de sua mãe.— É isso, mãe. — sussurrou para si mesma, olhando para o céu limpo. — Estou começando de novo, do jeito que você sempre quis.Ainda perdida em pensamentos, Clarice vagou pelas ruas tranquilas de Pinewood. O clima calmo e as poucas pessoas a cumprimentando a lembravam do quanto ela gostava de viver ali quando era criança. Havia uma ce