Eu senti um pouco de dor de cabeça. Abri meus olhos e vi que estava deitada num sofá enorme e confortável, coberta por uma manta grossa e quente. Uma lareira com labaredas de fogo consumiam a lenha vorazmente, deixando o lugar agradável e aconchegante. Levantei a cabeça e olhei à minha volta, não vendo ninguém. O lugar era muito amplo. A sala era bonita e bem decorada e as janelas de vidro ocupavam todo o espaço das paredes em madeira de lei escuras. Tentei levantar e percebi que estava somente de calcinha e sutiã. Fiquei com medo e meu coração acelerou. O que estava acontecendo? Vi minhas roupas penduradas próximo do fogo e tentei me acalmar. Se alguém tivesse me sequestrado não seria cuidadoso para secar minhas roupas. Não vi minha mochila em nenhum lugar. Eu tinha roupas secas lá dentro. Logo vi um homem vindo na minha direção. Meu coração disparou instantaneamente, parecendo querer pular para fora do meu peito. Quem era aquele estranho? Ele sorriu, mostrando os dentes branco
Ele soltou a minha mão e pegou uma panela, começando a cortar alguns legumes.- Você... Vai cozinhar? – perguntei impressionada.- Sim. – ele disse.Sentei numa banqueta alta, observando o que ele fazia atentamente.- Gosta de cozinhar? – indaguei.- Sim, bastante. Para mim a comida é como um sentimento...Ele realmente tinha bastante habilidade com as panelas. Um raio estrondou próximo da casa, me fazendo dar um salto junto de um grito. Logo a luz apagou, ficando tudo escuro. Senti meu coração saltar para fora do peito. As chamas do fogão continuaram acesas, iluminando pouco o local. Quando me dei conta, ele estava ao meu lado, perguntando:- Tudo bem com você?- Sim... – falei em voz baixa. – Eu... Detesto o escuro. – confessei.- Não sei como terminarei o jantar. – ele disse parecendo chateado.- Eu... Não me importo... Está tudo bem. – dei de ombros ainda me sentindo amedrontada.Um novo trovão ecoou no céu, clareando tudo lá fora. Instintiva
Eu aceitei a mão que ele me ofereceu. Fui levada de volta para a cozinha. Ele pegou a toalha molhada que eu havia deixado no chão e disse:- Me conheceu há algumas horas e já está fazendo bagunça na minha casa. – brincou.Eu não ri. Se ainda não estivesse magoada, talvez tivesse achado engraçado. Mas eu estava bastante confusa com relação àquele homem. Ele pegou meus ombros e me olhou nos olhos:- Relaxa, Meg. E aceite minhas desculpas... Por favor. Eu tive medo...- Do quê? – perguntei inocentemente.- De... Você ficar grávida? – a afirmação saiu quase como um pergunta.- Isso não vai acontecer...- Vamos contar com a sorte... Isso? – ele riu nervosamente, passando a mão nos cabelos, bagunçando-os.- Por Deus, você está me deixando ainda mais confusa e nervosa. Eu poderia dizer que estou acostumada com este tipo de coisa, mas não estou. Tentei fazer tudo parecer normal e nem passou pela minha cabeça que você pudesse perceber... Mas então houv
Despertei com a claridade excessiva do sol. Eu estava coberta no sofá. Procurei o homem perfeito que dormiu comigo e não o encontrei. Levantei tentando colocar minha cabeça no lugar, lembrando exatamente tudo que havia acontecido na noite anterior. Cobri-me com a manta e fui até a cozinha. Tudo estava exatamente do jeito de deixamos anteriormente.- Estranho... – eu gritei.Não ouvi nada. Ele não parecia estar ali. Fui até a janela de vidro e percebi que o carro dele não estava mais no pátio. Senti uma dor dentro de mim... Ele havia ido embora e me deixado sozinha. Eu ri de mim mesma... Como fui idiota. O que eu esperava? Talvez o mínimo: respeito.Fui até a lareira e peguei minhas roupas secas e as vesti rapidamente. Botei minha mochila nas costas e peguei meu celular, tentando ligá-lo sem sucesso. Procurei pela sala se ele não havia deixado pelo menos um bilhete. Mas não. Ele havia partido sem deixar nenhum vestígio.Saí e bati a porta com f
Nosso final de semana foi bem diferente. Meus pais saíram e eu e minhas irmãs fomos fazer coisas que provavelmente não faríamos se eles estivessem em casa.Na segunda-feira na escola tive que inventar uma desculpa qualquer para Penélope por eu não ter chegado na casa dela no sábado. No fim, não foi muito difícil. Ela não esperava que eu fosse mesmo, desde o início. Mal sabia ela que eu havia saído de casa para ir... No entanto nunca cheguei ao meu destino. Ainda assim eu não achava que tinha ido parar no lugar errado. Eu havia gostado do sábado, do estranho e de tudo que havia acontecido naquela noite. Então eu não tentaria apagar ele da minha mente, por mais chateada que eu estivesse com tudo que havia acontecido depois. Eu não deveria ter esperado mais dele. Aquele homem era alguns anos mais velho que eu, experiente... O que eu queria? Que ele me jurasse amor eterno porque eu decidi que ele tiraria minha virgindade? Ele não me enganou: disse que estava de partida. Pod
Quando estacionei na frente da casa dele eu senti minhas pernas trêmulas, imaginando que ele poderia aparecer a qualquer momento.- Eu não vou ter coragem de descer. – falei amedrontada.- Vai sim. Desça ou eu vou buzinar.Olhei para ela. Martina realmente faria aquilo se eu não descesse. Então eu abri a porta e saí do carro. Ela fez o mesmo. Estava começando a cair a noite. E as luzes da casa estavam acesas.Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Martina apertou a campainha próxima do portão.- Você pulou este portão enorme? – ela perguntou.Eu olhei para cima. Não parecia tão alto quando eu pulei.- Sim... – confessei.- Crápula... Acho que ele queria deixar você presa... De propósito. Nunca pensou que pudesse ser intenção dele mantê-la em cárcere privado?Eu ri:- Ele não era casado e cheio de filhos?- Você seria a amante... Obrigada a ficar presa aí para satisfazer os desejos mais loucos dele.Enquanto discutíamos as possibilida
CAPÍTULO 9 – Axel CollinsAs próximas semanas foram focadas exclusivamente na festa de 16 anos de Martina. Meus pais, assim como minha irmã, queriam que fosse o evento mais importante de Noriah Sul dos últimos tempos. E os Miller não pouparam dinheiro para que a caçula tivesse a festa dos sonhos. Como nossa casa era pouco frequentada e uma das mais belas e imponentes da Zona A, foi decidido que a festa seria ali. O melhor e mais caro Buffet foi contratato, bem como as decoradoras mais disputadas, sendo que haviam realizado o casamento do príncipe há um tempo. Apesar da ostentação desnecessária, eu via Martina tão feliz que não conseguia abrir minha boca para criticar.O grande dia enfim chegou. Não sei se caberia dentro da nossa enorme e nada humilde casa o número excessivo de pessoas que haviam sido convidadas. A maioria sequer conhecíamos. O dia foi tumultuado e eu só ouvia minha mãe aos gritos dando ordens o tempo todo, tentando fazer com que nada desse errado.<
- Percebi que faltaram convidados. – observei.- Não nos aceitam... Esta é a verdade. – lamentou minha mãe.- Mas aceitam nosso dinheiro. – disse meu pai saindo.- Eu... Não vejo problemas de aceitação. – falou Michelle.- Querida, vocês são jovens... É diferente. Os adultos são muito cruéis... Aceitam nosso dinheiro, fingem ser nossos amigos, frequentam os mesmos lugares que nós... Mas não querem vir na nossa casa, nem nos convidam para os eventos nas deles. – explicou minha mãe.- Não precisamos da alta sociedade. Temos dinheiro suficiente para satisfazer nossos sonhos e desejos... Por que precisamos de outras pessoas para isso? Qual necessidade de pessoas falsas e desconhecidas frequentando nossa casa? – perguntei.- Isso se chama aceitação. – disse meu pai voltando com um envelope amarelo nas mãos e jogando sobre mim, sentando-se de olhos fechados no sofá, parecendo cansado.Eu empurrei Martina e abri o envelope. Era a escritura da casa de campo na Zona