O rugido da criatura explodiu no ar, um som grave e abissal que fazia o sangue gelar nas veias, como se a própria terra estivesse gemendo, rachando sob o peso de uma força antiga e rebelde. As árvores agora se curvavam como se tentassem escapar, suas folhas sussurrando em pânico. O vento, antes mero espectador, tornou-se um aliado do caos, carregando consigo o cheiro de terra úmida e metal oxidado.Os olhos da besta rasgavam o ar como lâminas fantasmas, inundando brevemente a paisagem com uma sinistra escuridão, cada passo seu ecoando como um trovão distante, abalando o chão e fazendo com que pequenas pedras saltassem, como se tentassem fugir do inevitável. A respiração da criatura, pesada e rouca, era como o sopro de um vulcão prestes a despertar, levando a promessa de negrume e ruína.O silêncio que se seguiu foi tão aterrorizante quanto o rugido, uma pausa carregada de intenções obscuras, como se o mundo inteiro contivesse a respiração, esperando o próximo movimento daquela força p
Suas mãos percorriam o corpo dela numa mistura de desejo e descoberta, explorando cada curva, cada indentação, cada detalhe que outrora habitava apenas os recantos da imaginação. Os seios generosos, a maciez das coxas, das nádegas, tudo tocado com uma devoção que só aumentava a tensão entre eles. Em resposta, ela, tomada pela excitação, desfez-se da última barreira — uma fina seda empapada —, revelando-se por completo, ao que os olhos do explorador encontraram a virilha. A vulva rosada e úmida, um silencioso convite, ao qual ele não resistiu. Donaldo adentrou-a, e ela, com os braços envoltos em seu corpo, puxou-o para mais perto, como se quisesse fundi-lo a si mesma. Os beijos, os toques, as carícias — tudo se intensificava, criando um ritmo que os levava cada vez mais fundo naquele momento de entrega mútua.Enquanto isso, na Zona Negra...Duncan ofegava, sentindo o gosto metálico do próprio sangue na boca.Seu corpo doía em cada fibra — ferimentos abertos, costelas fraturadas, a dor
O frio.Era a primeira coisa que Kaena sentiu. Um frio que não pertencia a este mundo.Não era o vento cortante das montanhas, nem a umidade sufocante das cavernas. Era algo além – uma ausência absoluta de calor, um vazio que drenava qualquer vestígio de vida.Ela abriu os olhos. Mas tudo o que havia era escuridão.Não, não escuridão – sombras. Vivendo, sussurrando, retorcendo-se como vermes dentro de um cadáver recém-aberto.Kaena tentou se mover, mas não havia solo sob seus pés. Seu corpo flutuava, suspenso em um oceano de trevas líquidas, como se estivesse à deriva em um mar sem fim. Seu coração batia forte, e a respiração vinha curta e irregular.Isso é um pesadelo. Só pode ser.Ela cerrou os punhos, tentando lembrar-se do que acontecera. O altar. A criatura das sombras. Hei e Duncan sendo arremessados para longe. Então… então as garras negras a haviam tragado para dentro do Véu.E agora estava aqui.Uma sensação gélida atravessou sua espinha quando percebeu: não estava sozinha.P
O mundo tremeu em volta de Duncan.Não era um terremoto, nem o colapso da realidade. Era um puxão – como se o próprio tempo estivesse se dobrando sobre ele, sobre Kaena e Hei. Uma força invisível arrastava seus corpos, seus espíritos, suas essências através do espaço e do tempo.Sessenta segundos.Duncan havia contado cada batida do coração, cada instante em que sua vida poderia ter sido ceifada pelas garras de Naaldlooyee. Mas ele não estava morto.Nem Hei.Nem Kaena.O Etherstride havia se completado.O espaço os rasgou em fragmentos efêmeros de cinzas azuladas, dissolvendo suas formas em ecos espectrais. O abissal horror de Alcarth desapareceu. As sombras de Naaldlooyee já não podiam alcançá-los.Então, o nada.Então, o renascimento.O som da respiração foi a primeira coisa que Kaena ouviu.Não o ar sufocante e pútrido do Véu, nem os sussurros das almas aprisionadas. Era vento – o cheiro terroso das árvores e da floresta.Ela abriu os olhos.O céu noturno se estendia acima deles, p
A névoa rastejava sobre o pântano como dedos de um espectro invisível. O cheiro de terra úmida e musgo antigo impregnava o ar, conforme a brisa fria carregava sussurros distantes, vozes do passado que jamais haviam encontrado repouso.Tupã movia-se sem esforço pelo terreno traiçoeiro, seu corpo biônico absorvendo cada impacto, cada passo na lama, cada gota de umidade que caía de folhas encharcadas, seus olhos reluzindo com um brilho azulado, cortando a penumbra como faróis espectrais. Mas, mesmo com toda essa precisão sobre-humana, algo nele parecia deslocado, como se a floresta tentasse lembrá-lo de que ele já não era apenas um homem.Foi então que sentiu a presença.Um silêncio profundo tomou conta do pântano, e a água refletiu um brilho dourado incomum. Tupã parou, os sentidos em alerta. O vento mudou de direção, trazendo consigo um aroma de incenso e madeira queimada.Do outro lado do nevoeiro, o Guardião do Pântano Sagrado emergiu.Seu manto vivo, feito de vinhas e musgos, ondula
O vento uivava através das ruínas de Alcarth, um lamento ancestral que sussurrava segredos esquecidos. A cidade caída jazia como um cadáver abandonado pelo tempo, suas torres despedaçadas apontando para o céu como ossos expostos ao luar. A névoa rastejava pelas fissuras das construções em ruínas, como serpentes silenciosas, carregando o eco de preces não atendidas e o fedor da decadência.Naaldlooyee deslizava lentamente pelo centro do que um dia fora um grande templo. Os olhos ocultos sob o capuz reluziam na escuridão, absorvendo cada fragmento de energia, cada resquício de poder impregnado na pedra antiga.Havia algo ali.Algo... diferente.Ele estendeu a mão pálida e longa, as unhas curvadas como garras, e traçou um símbolo invisível no ar. As sombras ao redor pulsaram em resposta, como se tomassem fôlego.A magia das ruínas sempre fora volátil, moldada pelo sofrimento das almas que ali pereceram. Mas agora...Agora, o fluxo do tempo parecia ter sido tocado.Um vinco surgiu na test
O refúgio, silencioso, mergulhava no calor abafado da noite. No canto mais afastado da caverna iluminada por lamparinas de óleo, Duncan folheava um tomo antigo, os olhos atentos examinando cada linha, cada símbolo gravado na página amarelada pelo tempo. As palavras sussurravam segredos esquecidos, fragmentos de um conhecimento que poucos ousavam estudar.Kaena e Hei, a alguns metros dali, estavam absortos em seu próprio mundo — um instante roubado em meio à guerra iminente. Mãos se tocavam, olhares se encontravam, promessas mudas trocadas. Duncan entendia que aqueles momentos eram raros e preciosos, mas ele não se permitia tal luxo. Não agora.Ele virou outra página, absorvendo os ensinamentos ali descritos. As Tradições Espirituais e Marciais — assim Nagato as chamava. O elo entre o corpo, a mente e a essência do mundo.Duncan fechou os olhos por um instante, deixando-se lembrar.Nagato, com sua postura ereta e olhar sereno, passava os dedos sobre uma mesa de madeira envelhecida, ond
O vento cortava a noite como lâminas invisíveis, arrastando folhas secas e poeira pelo caminho irregular da floresta. Tupã era um borrão, um espectro em alta velocidade, seu corpo biônico impulsionado por uma força que não era apenas física, mas espiritual, sua mente tomada por um único objetivo, uma única obsessão: Yara.Cada passo reverberava como um trovão no solo, mas não eram apenas seus pés metálicos que ecoavam na noite. Havia algo mais. Algo dentro dele.Uma presença que rastejava pelas bordas de sua consciência.Naaldlooyee.A risada do bruxo serpenteava entre seus pensamentos, tão clara quanto se o maldito estivesse sussurrando diretamente em seu ouvido.— Ela está perdida, Gavião Tempestuoso. — A voz de Naaldlooyee se arrastava como um veneno derramado. — Enquanto você se debate inutilmente, ela está nas minhas mãos. Chamando por você. Suplicando. E o que você faz? Corre, tropeça... fraco e inútil."BWAHAHAHAHAHA!"Tupã cerrou os dentes.Ele não podia se deixar levar por il