SAMANTHA VASCONSELOSOk, ele não está disponível. Bufando, coloco água para ferver. Enrolo o cabelo enquanto o macarrão cozinha. Frito o alho no azeite, e preparo um molho sugo. Acrescento tomatinhos cereja, manjericão e azeitonas. Como rapidinho e escovo os dentes. Invisto em um delineado grosso de gatinho e batom vermelho. Coloco um vestido curto de cetim frente única preto, que ajusta dos lados e uma sandália preta de salto fino. Finalizo com minha pulseira do sol e da lua, um colar de corrente grossa e brincos de argola em forma de corrente, tudo dourado.Começo a procurar minha bolsinha quando meu telefone toca.É o Ian.— Oi?— Oi — sua voz soa calorosa. — Estou aqui embaixo.— Já vou descer.— Sem pressa.— Okay.Tiro o celular do carregador, passo perfume, e pego uma clutch preta cuja alça é uma corrente dourada e coloco o batom, o documento, meu cartão e desço. Assim que entro no carro, sou invadida pelo cheiro de seu perfume. Deus me ajude, quero pular nesse homem.— Oi — f
SAMANTHA VASCONSELOS Luna chega alguns minutos depois, com um “peguete” e a melhor amiga. Nat e Luna estão com o mesmo modelo de vestido, de manga e aberto dos lados, na cintura, mas enquanto o de Luna é combinado com meia arrastão e coturnos (dessa vez de salto), o de Nat é vermelho e ela está de sandália de salto fino, ambas estão maravilhosamente iguais, porém, diferentes. A melhor amiga de Luna é totalmente na dela, seu nome é Luana, loira de olhos azuis, mas diferente de Nat, que parece brilhar como o sol, ela tem uma beleza mais suave, como a lua. O cabelo de Nat é loiro num tom caramelo, e o de Luana, branco, platinado. O sol e a lua. Ela também é extremamente bonita, com uma blusa de tule transparente e preta, com um top da mesma cor por baixo, e shorts jeans cós alto e coturnos idênticos ao de Luna. O que está acontecendo com todo mundo hoje? Ian e Danilo voltam e logo fazemos as apresentações. Em meio a risadas, trazem nossos combos. Antes que eu possa me servir, I
SAMANTHA VASCONSELOS Durmo até tarde. Levanto e parece que minha cabeça pesa 900 kg. Coloco uma água para ferver e pego o celular para mandar uma mensagem para Luna, Nat e Ian perguntando se estão bem. Ian responde no mesmo instante: Bom dia, princesa. Estou ótimo e você? Vamos correr hoje? Estou bem e sim, vamos, que horas? – respondo. Estou descendo para comer alguma coisa agora. Vem aqui – escrevo. Ok. Tiro três hamburgueres de lentilha do freezer, cozinho arroz integral, e começo a preparar uma salada antes da campainha tocar. Ele está com roupa de corrida. Almoçamos e, por incrível que pareça, ele ama os hamburgueres. — Estou ficando realmente impressionado com suas comidinhas veganas. — Fico feliz em ouvir isso. — Amanhã o almoço vai ser por minha conta. Dou de ombros. — Feito. Acabamos de comer e vou me trocar. De alguma forma ele me convenceu a ir para o hotel dele depois, então, levo uma troca de roupa. *** Depois da corrida tomamos um longo banho de banhe
SAMANTHA VASCONCELOSFinalmente, chega o dia de irmos para minha cidade natal. Ian e eu embarcamos de madrugada. Mal posso esperar para ver a reação da minha família ao vê-lo. Minha família Italiana e muito barulhenta.Ian é calmo, recatado. Um típico estrangeiro. Elegante e discreto. Um homem de poucas palavras. Bom, mal posso esperar!Chegamos em meia hora.Há um carro nos esperando quando aterrissamos. Ele abre a porta para mim, meu perfeito cavalheiro. Nem acredito, parece que vivo um sonho! Coisas simples como essa fazem meu coração pular dentro do peito. É possível as coisas serem tão fáceis? Tão simples? Vamos direto para casa dos meus pais, marcamos de tomar café da manhã com eles.Meu estômago está revirando de ansiedade.— Estou muito nervosa – sussurro.Ian me olha e dá um sorriso.— Por quê?Dou de ombros. Ele pega minha mão.— Vai dar tudo certo.Assinto. Entramos em uma rua muito familiar para mim e a euforia bate com mais intensidade. Estou louca para vê-los. E nervo
SAMANTHA VASCONCELOS Dois dias depois, desembarcamos em Edimburgo. A viagem foi longa, mas o voo tranquilo. A primeira classe é surreal. Comi e descansei como nunca. Finalmente, estou em solo escocês! Meu coração está a mil! Assim como antes, já tem um carro nos esperando quando desembarcamos. Vou direto para o carro, um SUV de uma marca que eu nunca havia visto. Outras pessoas pegam nossa bagagem, enquanto Ian cumprimenta o motorista e agradece ao piloto. Vamos direto para casa dele, e amanhã veremos onde eu vou ficar. Preciso de um banho. Ian avisa que será uma pequena viagem de trinta minutos até onde ele mora. Encosto em seu ombro e apago. Sou acordada pelo som de vozes. Ian conversando com o motorista. Ele está com o braço por cima do meu ombro, me amparando. Não me mexo, estou muito confortável assim, e quero aproveitar o momento. Depois de um tempo, ele dá um beijinho em minha cabeça e diz: — Amor, chegamos. — Hmm? – Por mais que eu esteja consciente, meu corpo está
DEDICATÓRIA:Para todas as garotas que tiveram uma grande paixão, mas que jamais permitiram que o sentimento pelo outro fosse maior que o amor que sente por si mesma. Continue perseguindo seus sonhos! Existe um Dom esperando por vocês em algum lugar. ***CAPÍTULO 1SAMANTHA VASCONSELOSHoje é domingo e pra variar, acordei cedo, decidi sair para correr, uma coisa que sempre gostei de fazer, ajuda a reorganizar os pensamentos e me sinto livre. A sensação do vento batendo no rosto, meu corpo em movimento, queimando toda e qualquer caloria – e ansiedade presente em meu corpo, ouvindo música super alta, é tudo pra mim.Quando estou nesses momentos – descabelada e suada, e claro, focada em não morrer por falta de ar, costumo ficar alheia a todos que passam por mim, estou estragada demais para sequer pensar em cumprimentar alguém conhecido, mas não pude deixar de reparar, embora tarde demais, no homem giga
SAMANTHA VASCONSELOSNa segunda de manhã, acordo no horário de sempre, tomo um banho e vou tomar café. Depois seco meus cabelos, deixando-os bem lisos, preencho minha sobrancelha e passo corretivo, bronzer e finalizo com rímel para deixar meus olhos mais acentuados. Visto uma roupa social, calça e colete de alfaiataria e um mocassim. Me avalio no espelho antes de decidir que estou pronta para o dia, que com certeza será tenso.Pego minha bolsa, e antes que eu me esqueça, coloco um par de brincos, alguns acessórios dourados e saio para pegar o metrô.Quando chego no prédio em que trabalho dou uma boa olhada, alto, preto e imponente. Enquanto passo o cartão pela catraca me lembro da primeira vez em que estive aqui, eu sinceramente pensei que fosse vomitar de tanto nervosismo, mas foi tudo bem, todos são muito acolhedores.Vou direto para os elevadores, faltam 20 minutos para a reunião começar. Quando o elevador chega, entro e pego meu celular para ver se Nat falou alguma coisa.— Iana?
SAMANTHA VASCONSELOSFico em choque com seu corte, e fico observando suas costas por um tempo – eu não esperava que ele me deixasse falando sozinha, vejo ele pegando o celular para falar com alguém. Sigo meu caminho para casa.O fato dele não ter insistido me fez querer que ele tivesse feito exatamente isso. Okay, talvez tenha me chamado por ser uma pessoa conhecida, e é obvio que ele pode encontrar uma boa companhia em qualquer lugar por aqui, mas mesmo assim... Feriu meu ego.Mas ok.Chegando em casa, não pude deixar de reparar em como a minha quitinete é perfeita para mim, mesmo sendo pequena, eu amo a minha casa. O prédio em que moro não tem elevador, e por muita sorte, eu consegui um apartamento no primeiro andar, n° 113.Entro em casa e me jogo no sofá — a sala de estar conta com um sofá de dois lugares cinza e um raque, que comporta uma tv pequena, o cômodo é pequeno, assim como todos os outros, e é separado da cozinha por um balcão. Não tem mesa exatamente por não ter muito es