Quando, enfim, recupero o controle do meu corpo, abro os olhos e encontro Matteo me observando. Seu olhar é atento e um sorriso convencido revela o orgulho pelo prazer que acabou de me proporcionar.— Como se sente? — pergunta meu marido ao se levantar. Ele sorri quando assinto, mesmo que eu esteja receosa com o que virá. — Acho que posso me esquecer do medo de você desmaiar.— O que foi isso que acabou de acontecer?— Não sabe o que aconteceu com seu próprio corpo? — ele indaga, num tom debochado, enquanto pega um pequeno papel laminado de sua mala. — Você gozou, foi isso que aconteceu.— Isso foi… Surpreendente e, ao mesmo tempo, tão…Minha fala é interrompida quando Matteo retira sua cueca, expondo seu membro ereto. Questiono-me como algo desse tamanho poderia caber em mim. Engulo em seco ao vê-lo deslizar o preservativo por toda sua extensão. Quando termina, ele se aproxima de mim, ajoelhando-se novamente entre as minhas pernas.Minha respiração acelera e meu coração dispara quand
As palavras de Matteo, impregnadas de crueldade e arrogância, ecoam no quarto, fazendo-me estremecer. Seu aperto em meu queixo permanece firme, quase cruel, como se buscasse estabelecer sua autoridade de forma física.Ao notar meu silêncio e ver minhas lágrimas, Matteo me solta e se afasta para terminar de despir-se. Antes de vê-lo novamente nu, pego o celular e vou para o banheiro, pois estar perto dele neste momento torna-se insuportável.Absorta em meus pensamentos, sento-me à beira da banheira, fitando o vazio por longos minutos. Revivo os últimos acontecimentos desses poucos dias ao seu lado. O desprezo, o ódio, suas reais intenções com este casamento...Sinto as lágrimas escorrerem involuntariamente pelo meu rosto, ao perceber que, mais cedo ou mais tarde, Matteo cumprirá sua ameaça, vingando-se de algo de que sequer sou culpada.Enxugo as lágrimas e encaro o celular. Se for para enfrentar a morte, que seja tentando sobreviver. Desbloqueio a tela e, sem me preocupar com a demora
O olhar gélido de Matteo varre o quarto, prendendo-se em mim com uma intensidade que me provoca arrepios. Engulo em seco, tentando manter a compostura diante da sua presença imponente. Luca se afasta, deixando-nos a sós, e o silêncio pesado paira entre nós.— Por favor… — murmuro, quase num sussurro. — Só me deixe ir embora! — Coloque na sua cabeça de uma vez por todas, Giovanna. Você agora é minha! A moeda de troca que o seu pai me deu, sem imaginar que estaria te entregando à própria morte. Espero que tenha aproveitado o seu dia, mas agora você volta comigo! — Eu não vou voltar! Eu… já contei ao meu pai sobre os seus planos! — minto. Matteo balança a cabeça em negativa, deixando clara a descrença em minhas palavras. — E ele está vindo me buscar.— Nem você acredita no que acabou de sair da sua boca, não é mesmo? Mas vá em frente, ragazza! Experimente contar a ele sobre o que planejei, e eu terei o imenso prazer de declarar outra guerra contra a Sovranità, com ordens expressas para
Com o primeiro raio de luz da manhã, abro os olhos e, por um breve instante, esqueço a realidade cruel que me envolve. No entanto, meu corpo cansado, resultado das poucas horas de sono, e uma rápida olhada ao redor confirmam que voltei à gaiola dourada que deveria chamar de casa.Ao menos aquele homem permaneceu longe dos meus pesadelos. Mas, em seu lugar, Matteo e tudo o que aconteceu ontem se fazem presentes em meus pensamentos.Respirando fundo, me preparo para enfrentar mais um dia sob o seu domínio. Faço minha higiene pessoal vagarosamente, sentindo-me obrigada a descer somente pela reclamação do meu estômago.Sabendo da minha obrigação de cozinhar, se não quiser morrer de fome, desço as escadas e vou direto para a cozinha, torcendo para não ter que encontrar Matteo durante o trajeto.— Bom dia, Martina. — cumprimento a governanta, que organiza a bancada da ilha central do ambiente.— Bom dia, signora. Don Matteo saiu bem cedo, sequer tomou café da manhã.Não disfarço o suspiro d
“Por Matteo Villani”Alguns dias se passaram desde a frustrada fuga de Giovanna. Apesar de manter a vingança em meus planos, a implacável rotina da minha vida dupla a torna impossível de ser vivenciada plenamente.A manhã em Messina surge como um lembrete cruel da dualidade que não escolhi. Apesar de não ser o primogênito, minha dedicação à máfia desde a infância foi inquestionável.O título de Don deveria ter sido de Luigi, o filho mais velho, mas os caprichos do destino o levaram por caminhos menos desejados. Seus impulsos inconsequentes abriram espaço para que eu, Matteo, fosse coroado herdeiro - uma herança não solicitada, mas que aceitei de bom grado.Termino de pentear os cabelos e solto um longo suspiro ao notar que minha barba está maior que o costume. Sem tempo adequado para cuidar dela, reviro os olhos, visto meu terno e desço as escadas. Mais uma vez, não poderei desfrutar de um café da manhã decente.— Bom dia, Don Matteo. — Martina me saúda ao me ver entrar na cozinha. —
“Por Giovanna Villani”Meus últimos dias têm sido relativamente tranquilos. Matteo passa a maior parte do dia fora de casa, o que, para mim, é um alívio. Os pesadelos constantes e a sensação de ser observada por aquele homem em cada canto desta casa já são o suficiente para perturbar minha paz.Desde que encontrei meu sogro, não tive coragem de explorar o restante da casa, pois passei várias horas do dia fazendo-lhe companhia. Ou melhor, permanecendo ao seu lado em silêncio, enquanto observávamos os pássaros voando pelo jardim. Aparentemente, desenvolvemos o hábito de invejar a liberdade deles.— Don Pietro, agora que terminamos nossa comida, vou deixá-lo a sós. — afirmo, após o jantar que ele, surpreendentemente, aceitou sem que eu fingisse indiferença, e com o meu auxílio, ao menos ele se alimentou um pouco melhor.— Obrigado por me fazer companhia, Giovanna. O jantar estava ótimo; agradeço por isso também.— Prometo cozinhar mais vezes, já que gostou do meu tempero. Tenha uma boa n
Dou um pulo quando sinto suas mãos firmes tocarem o meu calcanhar. Em segundos, meu corpo é arrastado para fora do meu esconderijo. Meu coração bate descompassado, e me vejo cara a cara com Matteo, cujo olhar corta a escuridão com uma intensidade inabalável.— Quer que eu te dê um lençol e um travesseiro? — Matteo indaga, impaciente, soltando as minhas pernas. — Devo admitir, mesmo que desmaie tão fácil quanto respira, você é corajosa em me desafiar tanto. — ele afirma ao me levantar. — O que faz aqui? — Eu… eu me perdi! — minto enquanto caminho até a porta. — Depois do jantar, subi distraída e errei o quarto. — Quer mesmo que eu acredite nisso? Se quer mentir, ao menos tente ser convincente em seu tom de voz.— Como sabia que eu estava aqui? — indago, sem esconder minha curiosidade.— Se eu não me atentasse às coisas ao redor, já estaria morto, amore mio. Por falar nisso, deveria evitar usar perfume quando quiser bisbilhotar por aí.Matteo abre um sorriso de lado e se aproxima. Meu
Passaram-se alguns dias desde então. Durante esse tempo, a ausência de encontros com Matteo trouxe uma espécie de "normalidade". Ele segue sua rotina, saindo cedo e retornando tarde. O persistente arrependimento é um lembrete constante de que devo manter distância.Hoje, ao contrário do habitual, não pude admirar o voo dos pássaros. Em vez disso, o clima chuvoso contrastou com a serenidade usual do jardim. Apesar da mudança na minha rotina, a chuva trouxe consigo uma beleza única.Quando meu estômago dói, desço para organizar meu café da manhã. A visão de Martina organizando a cozinha é um alívio, indicando que Don Matteo já saiu de casa.— Bom dia, Martina. — Cumprimento-a calorosamente. Seu sorriso gentil indica que sua presença é, de fato, um ponto de conforto.— Bom dia, signora. Dormiu bem? — ela pergunta, concentrada na organização do armário.— A cada dia meu sono parece se adaptar à nova situação… Ou o meu corpo. — respondo, forçando um sorriso. — Acordei com uma enorme vontad