Não demorou para que todas começassem a empacotar as coisas que levaríamos, só o necessário, a viagem ia ser de carro e não queríamos chamar a atenção na estrada. Infelizmente a casa da vovó Blanca ficava muito mais longe do centro de Salem, levaríamos quatro horas para chegar a boate, se déssemos sorte e não tivesse nenhum imprevisto na estrada. — Fica tranquila, vai dar tudo certo. — Alice tentou me tranquilizar quando se enfiou no banco de trás, entre Flora e eu. — Peta vai estar esperando por nós, não se preocupe. — Flora explicou. Eu queria perguntar por que Peta estaria esperando e não Parker? O que ele tinha com Alice? E até onde ele estava envolvido nesse plano de me levar até lá? Mesmo que ela não assumisse que tudo não passou de uma armação, eu tinha certeza que nossa noite tinha sido orquestrada desde o começo. Nunca acreditei em destino e não ia começar agora, especialmente quando existia uma força do mal que queria impedir isso. Deitei minha cabeça contra o banco e e
Passei por meu irmão, ignorando sua cara de poucos amigos, se ele queria bajular a bruxa mentirosa era um problema dele, eu não iria compactuar com isso.Meu povo estava feliz, não tinha como negar, finalmente poderíamos viver como uma alcateia unida novamente, como tinha sido há anos atrás. O exílio havia acabado.Mas a que custo?Eu tinha aceite do que nunca a maldição nunca seria quebrada por mim, eu jurei nunca tocar em uma mulher virgem. Por isso tinha ido pelo caminho oposto, fui contra tudo e contra todos para nunca chegar perto de uma garota inocente.Abri a boate para me assegurar que ficaria o mais distante o possível, minha cama era frequentada pelas mulheres mais quentes, desinibidas e confiantes que conhecia.Por isso eu não conseguia deixar de me perguntar: o que diabos tinha me dado para levar Bridget para a cama?Parte e mim continua a dizer que a encenação dela, com o magrelo do começo da noite, foi o que me levou a pensar que ela era meu tipo.Mas quando ela me enfre
Eu não consegui chegar perto de Flora, eles a levaram para algum lugar, mas me garantiram que ela ficaria bem.De acordo com Seth, lobisomens tem mesmo um organismo que se cura super rápido.Seth, era um cara legal e tinha sido simpático até de mais comigo. Eu acreditava que parte disso poderia ser porque eu estava carregando o bebê da profecia, mas talvez estivesse errada, ele poderia apenar estar sendo ele mesmo.— Está tudo bem por aqui? — a voz de Peta me tirou dos meus pensamentos e eu larguei o paninho sujo de sangue e especiarias que eu usava para limpar a ferida de Seth.— Tudo sim.— Tudo perfeito, chefe. — Seth aprumou a postura e deu um aceno com a cabeça.— Que bom. Seth pode ir pra casa, garoto.Encarei Peta, que dava a ordem tranquilo e falava com Seth como se ele fosse um adolescente. Mas então me lembrei que ele provavelmente tinha minha idade, e todos ali em volta eram mais velhos que nós.— Sim senhor. Obrigado por cuidar de mim, Senhora do fogo.Eu sorri com aquele
Porra, porra, porra! Aquilo só podia ser um feitiço, era a única explicação para eu perder o juízo quando me aproximava daquela garota.Inferno de mulher! Por sorte Denah tinha chegado na hora certa, me tirando de lá antes que eu rasgasse aquela calça fina e me enterrasse dentro dela.O cheiro do seu desejo era fascinante, mas o do seu gozo me deixava ainda mais fora de mim. A última coisa que eu precisava agora era o maldito cheiro de seu gozo impregnando em mim.— O que queria comigo, Denah? — rosnei tentando não pensar nela.Naquelas bochechas vermelhas depois de gozar, pintadas com suas sardas, a boca carnuda se abrindo e gemendo meu nome.Porra de garota!— A boate está aberta e seu irmão está na porta, proibindo qualquer um de entrar.Tinha que ser ele, o estraga prazeres. Já não bastasse ter enfiado essa bruxa maldita na minha cama, ainda queria me impedir de viver.— Vamos acabar com isso, quero começar a me divertir logo!— Pensei que já estivesse fazendo isso chefe, com a ru
Eu não conseguia acreditar no que tinha visto, meu cérebro se recusava a crer que ele estava mesmo fazendo aquilo.Mas era ele, não tinha como negar, era Quanah ali no corredor, com uma mulher ajoelhada chupando seu pau, enquanto ele agarrava outra, beijando seu pescoço.Não fazia nem duas horas que ele tinha me imprensado contra aquela mesma parede, e me fez gozar chamando seu nome.E agora ele estava praticamente transando com duas mulheres, no mesmo lugar.Entrei no quarto e fui direto para o banheiro, não queria que Peta me visse assim, na verdade não queria que ninguém me visse daquele jeito.Já era patético de mais que eu tivesse me deixado levar pelo desejo uma segunda vez.Agora ficar visivelmente afetada por ele era o fim da minha dignidade, se é que tinha me sobrado alguma.Abri a torneira e enchi as mãos com água, jogando no meu rosto e tentando sumir com aquela confusão de sentimentos.Eu estava com raiva, com nojo dele, com ódio de mim mesma. Queria quebrar a cara dele e
Eu me sentei na cama, tentando controlar a respiração. Não me importei se minhas mãos estavam sangrando, se eu ainda tinha gosma daquela coisa em meu cabelo e em minha roupa.Meu coração parecia prestes a sair pela boca e um enjoou sem tamanho me tomou, a bile subiu por minha garganta e eu trinquei os dentes tentando enviar o vômito para qualquer outro lugar.— Que porra você estava pensando? Viu só o que causou? — a voz inconfundível de Peta retumbou através da porta e eu me concentrei nele. — Abra a porta agora, já vimos que não podemos confiar em você para mantê-la segura.— Já disse pra se afastar dessa porta! Ninguém vai entrar aí até que eu tenha a certeza que qualquer ameaça tenha sido devidamente morta.— Você não pode deixar a garota sozinha e trancada, especialmente depois de toda a merda que a fez passar. — Peta soava nenhum pouco amigável.Eu só conseguia imaginar o que ele tinha passado paralisado no chão, impotente, sem poder fazer nada, nem mesmo se defender.— É o melh
A porta se fechou atrás de mim e eu encarei a madeira por alguns segundosSabia que ninguém entraria ali, o feitiço me garantia que somente quem eu liberasse a entrada no quarto teria acesso.Peta tinha me dado nos nervos, como eu precisava soca-lo sem dó. Eu conseguia ver em seus olhos toda a reprovação, e aquilo não me surpreendia, pois eu me sentia do mesmo jeito.Eu tinha causado aquilo, tinha trazido as sereias do submundo até aqui.Desci as escadas com pressa, saber que ele estava lá com ela deveria tranquilizar meu coração.Mas não era assim que eu me sentia.Ele não tinha sido capaz de protegê-la antes, quem me garante que seria capaz agora?Meu irmão não era um fraco, mas se não tinha acabado com duas sereias, como poderia confiar com algo pior?— Quero saber como está a situação? — gritei assim que o elevador abriu a porta.A bagunça na boate tinha sido contida, as pessoas, seres humanos comuns, já tinham deixado o lugar.— Vazamento de gás, foi o que falamos para o pessoal
— Vá dormir, menina. Vou ficar aqui e me certificar que nada vai acontecer com você. — Peta se levantou e foi para a porta. — Descanse que o seu dia foi cheio.Eu não respondi nada, apenas me deitei e me enfiei de baixo dos lençóis. Seria difícil dormir ali, meu corte tinha parado de doer, mas meus pensamentos não se calavam.Revivi cada segundo do meu dia, desde que decidi sair da casa de vovó Blanca.Me virei de um lado para o outro, eu não queria ficar relembrando aquelas coisas horríveis, isso só deixava meu humor ainda pior. Não era nada agradável ficar me lembrando do quanto me odiavam e me queriam morta, não só a mim, mas meu filho também.Enfiei o lençol sobre a cabeça e comecei a cantarolar como minha mãe cantava. Em latim, hoje aposto que poderia ser até mesmo um feitiço, mas não me importei, aquilo sempre me acalmou e me ajudou a pegar no sono.O cheiro de Quanah, impregnado na cama, invadiu minhas narinas. Não sei se aquilo ajudou a diminuir meu estado de estresse, mas não