Eu não conseguia acreditar no que tinha visto, meu cérebro se recusava a crer que ele estava mesmo fazendo aquilo.Mas era ele, não tinha como negar, era Quanah ali no corredor, com uma mulher ajoelhada chupando seu pau, enquanto ele agarrava outra, beijando seu pescoço.Não fazia nem duas horas que ele tinha me imprensado contra aquela mesma parede, e me fez gozar chamando seu nome.E agora ele estava praticamente transando com duas mulheres, no mesmo lugar.Entrei no quarto e fui direto para o banheiro, não queria que Peta me visse assim, na verdade não queria que ninguém me visse daquele jeito.Já era patético de mais que eu tivesse me deixado levar pelo desejo uma segunda vez.Agora ficar visivelmente afetada por ele era o fim da minha dignidade, se é que tinha me sobrado alguma.Abri a torneira e enchi as mãos com água, jogando no meu rosto e tentando sumir com aquela confusão de sentimentos.Eu estava com raiva, com nojo dele, com ódio de mim mesma. Queria quebrar a cara dele e
Eu me sentei na cama, tentando controlar a respiração. Não me importei se minhas mãos estavam sangrando, se eu ainda tinha gosma daquela coisa em meu cabelo e em minha roupa.Meu coração parecia prestes a sair pela boca e um enjoou sem tamanho me tomou, a bile subiu por minha garganta e eu trinquei os dentes tentando enviar o vômito para qualquer outro lugar.— Que porra você estava pensando? Viu só o que causou? — a voz inconfundível de Peta retumbou através da porta e eu me concentrei nele. — Abra a porta agora, já vimos que não podemos confiar em você para mantê-la segura.— Já disse pra se afastar dessa porta! Ninguém vai entrar aí até que eu tenha a certeza que qualquer ameaça tenha sido devidamente morta.— Você não pode deixar a garota sozinha e trancada, especialmente depois de toda a merda que a fez passar. — Peta soava nenhum pouco amigável.Eu só conseguia imaginar o que ele tinha passado paralisado no chão, impotente, sem poder fazer nada, nem mesmo se defender.— É o melh
A porta se fechou atrás de mim e eu encarei a madeira por alguns segundosSabia que ninguém entraria ali, o feitiço me garantia que somente quem eu liberasse a entrada no quarto teria acesso.Peta tinha me dado nos nervos, como eu precisava soca-lo sem dó. Eu conseguia ver em seus olhos toda a reprovação, e aquilo não me surpreendia, pois eu me sentia do mesmo jeito.Eu tinha causado aquilo, tinha trazido as sereias do submundo até aqui.Desci as escadas com pressa, saber que ele estava lá com ela deveria tranquilizar meu coração.Mas não era assim que eu me sentia.Ele não tinha sido capaz de protegê-la antes, quem me garante que seria capaz agora?Meu irmão não era um fraco, mas se não tinha acabado com duas sereias, como poderia confiar com algo pior?— Quero saber como está a situação? — gritei assim que o elevador abriu a porta.A bagunça na boate tinha sido contida, as pessoas, seres humanos comuns, já tinham deixado o lugar.— Vazamento de gás, foi o que falamos para o pessoal
— Vá dormir, menina. Vou ficar aqui e me certificar que nada vai acontecer com você. — Peta se levantou e foi para a porta. — Descanse que o seu dia foi cheio.Eu não respondi nada, apenas me deitei e me enfiei de baixo dos lençóis. Seria difícil dormir ali, meu corte tinha parado de doer, mas meus pensamentos não se calavam.Revivi cada segundo do meu dia, desde que decidi sair da casa de vovó Blanca.Me virei de um lado para o outro, eu não queria ficar relembrando aquelas coisas horríveis, isso só deixava meu humor ainda pior. Não era nada agradável ficar me lembrando do quanto me odiavam e me queriam morta, não só a mim, mas meu filho também.Enfiei o lençol sobre a cabeça e comecei a cantarolar como minha mãe cantava. Em latim, hoje aposto que poderia ser até mesmo um feitiço, mas não me importei, aquilo sempre me acalmou e me ajudou a pegar no sono.O cheiro de Quanah, impregnado na cama, invadiu minhas narinas. Não sei se aquilo ajudou a diminuir meu estado de estresse, mas não
Depois que estava devidamente vestida encontrei Peta plantado na porta, ele me olhou como se nada tivesse acontecido, como se há alguns minutos atrás ele não estivesse abraçando meu corpo nu.Mas fiz como ele e coloquei a melhor máscara de: tudo está bem.Ele não me disse nada enquanto andávamos pelo lugar, que eu não tinha ideia que pudesse ser tão grande. Entramos em um corredor no térreo e eu já conseguia ouvir a gritaria, várias pessoas discutiam e falavam ao mesmo tempo, sem que eu conseguisse distinguir quem falava o que.Dois homens guardavam a porta, mas não impediram Peta, que passou como um furacão, escancarando as portas de madeira e calando a todos.— Bridget está se comunicando com o outro mundo. — o burburinho se iniciou assim que Peta falou. Eu o encarei como se estivesse louco, não tinha feito nada disso. — Vocês vivem repetindo que ela tem muitos sonhos e visões, mas não é nada disso, os ancestrais dela estão tentando contato.Isso não fazia sentido... Fazia?Encarei
Eu ainda tentava entender como tudo aquilo aconteceu, nunca tinha visto uma bruxa conjurar um elemento sem professar um feitiço, muito menos tantos elementos de uma só vez. Olhando para ela a minha frente, ela parecia tão indefesa, inofensiva até, não parecia a bruxa sem controle, com os olhos vermelhos reluzentes, enquanto fazia o chão tremer e o fogo e o vento destruir tudo a nossa volta. — Sua mãe preferiu esconder de você tudo isso, ela escolheu dizer que você era uma conjuradora do fogo. — Blanca falava, tentando manter a calma depois de ver um de seus amigos morrer. — Há algo de errado em toda essa história, algo que não se encaixava. — a interrompi. — Nunca ouvi falar de uma bruxa que conseguia conjurar mais de um elemento, se o que meu irmão diz é verdade, e os ancestrais dela estão contatando ela, algo nesse sonho despertou os poderes dela. Algo que estava lá quando ela nasceu. — Só havíamos nós lá... — Agnes tentou rebater, mas eu não ia acreditar mem mais nenhuma palavra
Eu entrei dentro do quarto, obedecendo as ordens de Quanah e de Peta. Os dois lobos tão iguais fisicamente, mas tão diferentes no resto.As palavras deles não saiam da minha cabeça. A criatura tinha uma devoção por mim, mas como me conhecia? E porque mandou que matassem meu filho? Se ele queria apenas meu poder porque não me matar, como tinha feito com as bruxas do passado?Eu achei que quando conseguisse conjurar tudo faria mais sentido pra mim, que as coisas iriam ficar mais claras. Mas tudo estava ainda mais confuso, ainda mais sem respostas.Olhei a cama, ainda molhada depois da loucura e sonho. Eu tinha feito aquilo? Ou foi a criatura? A outra Bridget já estava morta, só conseguia me contatar através de sonhos pq era minha ancestral. Mas e ele, como conseguiu entrar no meu sonho?Meus pensamentos foram longe, as perguntas estavam brotando como em ondas. Quanto mais eu aprendia sobre mim mesma e sobre esse mundo, menos eu parecia saber.Mas agora eu não conseguia deixar de pensar
Eu ainda estava estática, encarando Quanah sem saber o que falar.— O que passou pela sua cabeça? — ele insistiu e eu continuei olhando do corpo caído de Seth, para ele. Ele segurou meus ombros e me sacudiu. — Bridget olhe pra mim! — Eu não sei! Eu não sei! — gritei com ele. — Falei pra Seth que podia ser perigoso, mas ele me garantiu que você tinha aumentado a segurança e que todo o perímetro da tribo estava seguro.— Que porra, você não tem ideia do que aconteceu aqui, não é? — ele ergueu o corpo de Seth sobre seu ombro, como se não pesasse nada e com um impulso ele subiu metade da colina.Encarei la do fim da colina surpresa no que ele tinha feito, mas eu estava ainda mais chocada que ele ia me deixar ali, apenas porque estava com raiva de mim.Esperei alguns segundos e voltei a olhar onde eu estava, a lama já tinha afundado meu pé, eu ainda estava suja e arranhada.Não podia acreditar naquilo, ele tinha mesmo me deixado ali?— Seu babaca de merda! — gritei e comecei a tentar me m