Eu entrei dentro do quarto, obedecendo as ordens de Quanah e de Peta. Os dois lobos tão iguais fisicamente, mas tão diferentes no resto.As palavras deles não saiam da minha cabeça. A criatura tinha uma devoção por mim, mas como me conhecia? E porque mandou que matassem meu filho? Se ele queria apenas meu poder porque não me matar, como tinha feito com as bruxas do passado?Eu achei que quando conseguisse conjurar tudo faria mais sentido pra mim, que as coisas iriam ficar mais claras. Mas tudo estava ainda mais confuso, ainda mais sem respostas.Olhei a cama, ainda molhada depois da loucura e sonho. Eu tinha feito aquilo? Ou foi a criatura? A outra Bridget já estava morta, só conseguia me contatar através de sonhos pq era minha ancestral. Mas e ele, como conseguiu entrar no meu sonho?Meus pensamentos foram longe, as perguntas estavam brotando como em ondas. Quanto mais eu aprendia sobre mim mesma e sobre esse mundo, menos eu parecia saber.Mas agora eu não conseguia deixar de pensar
Eu ainda estava estática, encarando Quanah sem saber o que falar.— O que passou pela sua cabeça? — ele insistiu e eu continuei olhando do corpo caído de Seth, para ele. Ele segurou meus ombros e me sacudiu. — Bridget olhe pra mim! — Eu não sei! Eu não sei! — gritei com ele. — Falei pra Seth que podia ser perigoso, mas ele me garantiu que você tinha aumentado a segurança e que todo o perímetro da tribo estava seguro.— Que porra, você não tem ideia do que aconteceu aqui, não é? — ele ergueu o corpo de Seth sobre seu ombro, como se não pesasse nada e com um impulso ele subiu metade da colina.Encarei la do fim da colina surpresa no que ele tinha feito, mas eu estava ainda mais chocada que ele ia me deixar ali, apenas porque estava com raiva de mim.Esperei alguns segundos e voltei a olhar onde eu estava, a lama já tinha afundado meu pé, eu ainda estava suja e arranhada.Não podia acreditar naquilo, ele tinha mesmo me deixado ali?— Seu babaca de merda! — gritei e comecei a tentar me m
Minhas costas bateram contra a árvore mais próxima e ele não deu nem um tempo para me recuperar do choque, apenas engoliu meu suspiro e continuou a me beijar.Suas mãos passeavam por meu corpo, espalhando fagulhas de fogo por todo lugar onde ele tocava.Eu gemi contra seus lábios, apertando ainda mais minhas pernas em volta do seu quadril.Precisando dele, querendo sentir seu corpo tomando o meu, de forma bruta e excitante.— Isso está errado. — murmurei sem muita confiança nas palavras.Eu não deveria me entregar novamente a ele, a uma pessoa que não me quer e que só me tratou mal nas últimas semanas.Mas eu não conseguia tirar minhas mãos de seu cabelo, nem empurrá-lo para longe ou desviar a boca da dele.— Me peça pra parar e eu paro. — ele se afastou descendo a boca por meu pescoço. Sua língua deslizou por minha pele me arrancando um gemido baixo e eu me empinei em sua direção. — Você quer que eu pare? — questionou descendo a boca por minha clavícula, senti quando sua língua tocou
Eu devia me controlar, para aqui enquanto não tinha cruzado nenhuma linha que jurei nunca ultrapassar, quebrar uma das minhas promessas já tinha sido suficiente, não precisava que aquela menina continuasse por ali me fazendo quebrar todas as barreiras e me fazer voltar atrás com minha palavra.Mas ali estava eu, levando ela para o banheiro, com meu pau louco para voltar a se enterrar fundo dentro dela.Eu não sei o que tinha dado em mim ao vê-la beijando aquele demônio no corpo de Seth, mas eu precisava acabar com aquela palhaçada.Por sorte eu tinha mandado fazer esse feitiço de ligação, ou não saberia onde ela estava, assim como os outros não devem saber ainda, isso se é que deram conta de sua falta.Quando senti que algo não estava correto corri de volta para a cidade, senti o momento exato que ela deixou nosso perímetro, ficando sem nenhuma proteção.Eu só conseguia me perguntar o que diabos tinha dado na cabeça dela, se estava querendo se livrar do nosso filho ou se estava fugind
Eu me espreguicei na cama, procurando por um corpo a mais ali, mas não encontrei nada além dos lençóis frios. Não sei porque pensei que ele estaria ali como da primeira vez que dormimos juntos. Era besteira pensar que ele estaria ao meu lado me esquentando e esperando por mais. Depois de todo sexo quente no chuveiro, ele me ajudou a me secar e nós deitamos na cama. Eu senti falta de outra coisa, era até ridículo admitir, mas acho que tinha me acostumado a ter meus sonhos invadidos por outras pessoas. Fosse lá como chamassem, visões ou sonhos, estranhei que ninguém tivesse atrapalhado meus sonhos. Especialmente a coisa que estava atrás de mim, depois de tudo o que fez ontem, depois de ter tentado me levar para longe e de ter se aproveitado por estar no corpo de Seth para me beijar, eu achei que ele apareceria em meus sonhos. — Não vou voltar! Não até toda essa merda ter acabado. — ouvi a voz de Quanah vindo da sala. O lugar não era tão grande, então ele nem podia me culpar por ouv
O que diabos ele estava falando? Eu estava na porta, pronta para sair, segurando o lençol em volta do meu corpo e agora tinha ficado paralisada na porta.— Do que você está falando? O que quer dizer com meu pai me prometeu a algum cara? E o que é um Koschei?— Um Koschei não, o Koschei, só existe um e ele é imortal. Há várias lendas sobre ele, o chamam de sequestrador de esposas de heróis, são várias histórias contadas, mas era o que achávamos que fosse, apenas histórias. Algumas falam que ele é um esqueleto vivo que anda por aí caçando as esposas, outros dizem que ele é um ancião barbudo, que não pode ser morto. — Quanah parou por um momento e se sentou na cadeira a sua frente, enfiando as mãos nos fios desgrenhados. — Mas quando transamos aquela noite ele despertou, ele soube o que tinha acontecido quando quebramos a maldição e veio atrás de você.Voltei para dentro da casa e me aproximei dele, precisava saber mais de toda essa história e ia aproveitar enquanto ele estava me dando r
Encarar de tão perto, aquele que vinha causando os meus problemas, não era como eu havia esperado.Eu não conseguia vê-lo como a criatura que haviam pintado, ele controlava o submundo, os seres das trevas, tinha me atacado, mas o olhando ali parado a minha frente, tão calmo enquanto me esquadrinhava, que não parecia se encaixar no perfil. — Eu não sou sua, não pertenço a ninguém. — falei entre os dentes, querendo acabar com qualquer ideia errada que ele tivesse. Tinha o chamado aqui com um motivo e apenas isso.— Entendo. Você foi exposta a essa coisa do amor humano por toda sua vida e não compreende a grandeza do pertencer. — falou cheio de floreios, dando passos lentos a minha volta, me cercando como se eu fosse sua presa e eu não gostei nada daquilo.— Amor humano? — desenhei do que tinha dito. — E você, Koschei é o que?— Sou muitas coisas, precisaria de tempo para explicar tudo para você e sei que também quer saber toda a verdade que não estão te contando, mas não temos esse tem
Ela estava ali, em meus braços. Tudo ao nosso redor era destroços da pequena casa de madeira que eu mesmo tinha construído anos atrás, um refúgio, para onde eu fugia quando queria estar longe de tudo. Não existia mais cabana, mas ela ainda estava ali.Eu podia sentir seu coração batendo forte contra meu peito, minha mão cobrindo suas costas coberta apenas com aquele lençol ridículo.Ainda não conseguia acreditar que ela realmente tinha cometido aquela estupidez. Atrair aquele demônio pra cá, onde ela estava com a cabeça?Seu corpo estremeceu e me lembrou do que realmente importava naquele momento. Meu filho e ela!O medo tinha tomado meu corpo quando senti seu poder pulsar mais forte e soube que ela tinha atraído ele até lá.Não tinha ideia de que ela tinha explodido a casa, mas sabia que algo grande havia acontecido, nossa ligação me deixava sentir isso.Podia não admitir nunca na minha vida, mas quando vi a coisa falando com ela meu coração se apertou dentro do peito. Medo de que el