Os olhos dourados me atraiam como imãs e não parecia ter ninguém a nossa volta. Só conseguia me concentrar nele. Os cabelos grandes e castanhos, as sobrancelhas cheias e arcadas, a barba selvagem e desgrenhada que contornava os lábios finos, que eu estava louca para beijar.
Isso porque eu estava concentrada no seu rosto, ainda estava em seus braços, mas conseguia ter uma ideia do que tinha por baixo das roupas, pois podia sentir toda a dureza de seus músculos. — Não pretendo ir a lugar nenhum. — respondi me sentindo confiante para ser ousada, afinal eu tinha atraído a atenção do homem atraindo até ali em baixo. — Como é seu nome? — ele perguntou, com os olhos ainda focados nos meus, como se não estivéssemos em uma balada, cercado por pessoas nos encarando, enquanto ele me segurava em seu colo. — Tem certeza que quer ter essa conversa assim? Comigo nos seus braços? A sobrancelha grossa se ergueu com diversão e seus lábios se ergueram de lado, um sorriso tão sacana que apenas o deixava ainda mais sexy. — Você não pesa nada. — como se quisesse provar seu ponto, ele soltou o braço que segurava minhas costas e levou a mão até meu rosto, pegando uma mecha de cabelo e a prendendo atrás da orelha. — E o único jeito melhor de termos essa conversa, seria você sentada no meu colo. Mas estou tentando ser cavalheiro aqui. Um suspiro escapou dos meus lábios e seu olhar foi atraído para ali, se desviando dos meus olhos pela primeira vez. — Me chamam de Bri e talvez — me aproximei dele e deslizei minha mão direita do seu pescoço, entrando na sua jaqueta e sentindo o calor que o tomava, mesmo sobre o tecido. — O que precisamos é exatamente que você não seja um cavalheiro aqui. Seus olhos adquiriram um brilho ainda mais selvagem, como os de um animal no que tinha acabado de conseguir a rendição de sua presa e eu pude sentir o tremor em seu peito quando ele pareceu rugir. Ele soltou minhas pernas, agarrando minha bunda e me fazendo abrir as pernas e abraçar seu quadril. Sem se importar com ninguém a nossa volta ele começou a andar, e para ele as pessoas realmente abriam espaço. Avistei Alice do lado do homem do começo da noite e ela me lançou um sorriso sacana, antes de acenar um tchauzinho. Eu devia temer por minha vida, afinal estava com um desconhecido, em um lugar ainda mais estranho para mim. Mas por algum motivo esquisito eu não sentia medo. Entramos em um corredor escuro e todo o barulho se aplacou um pouco, as luzes diminuíram e de repente um pouco eu me dei conta ainda mais do seu cheiro, seu calor. O cheiro de carvalho, terra e sol, era isso o que emanava dele e mesmo que parecesse estranho descrito dessa forma, não era como me sentia, parecia um perfume sedutor, misterioso e selvagem, assim como o dono. Sem conseguir me segurar eu desci a cabeça até a curva de seu pescoço e inspirei direto de sua pele, suas mãos foram automáticas em apertar minha bunda, me forçando contra seu corpo. — Já estamos chegando, Bri. — sua voz rouca enviou ondas de calor e desejo por meu corpo, se concentrando em baixo do meu ventre. Não me importei com ele entrar em um elevador, me levando para ainda mais longe, apenas me concentrei em lamber sua pele quente, sentindo seus pelos se arrepiarem com meu contato e o tremor em seu peito reaparecer. Mas quando as portas do elevador se abriram mostrando um corredor pouco iluminado, com algumas portas de madeira espalhadas, eu fiquei apreensiva pela primeira vez. Eu iria perder a virgindade com um desconhecido. O homem me colocou no chão, deixando evidente nossa diferença de altura, eu precisava entortar o pescoço para conseguir olhar em seus olhos e mesmo com os saltos ele era uma cabeça maior do que eu. — Se quiser desistir ainda está em tempo. — a voz grossa dele me atingiu me fazendo repensar minha escolha. — Meu nome é Parker, e aquele que estava lá em baixo com sua amiga é meu irmão, Peta, ela está em boas mãos. — E eu? Estou em boas mãos Parker? — Não vamos fazer nada que não queira, Bri. Os seus olhos grudaram nos meus e aquele fogo voltou a se alastrar por meu corpo. O que tinha naquele homem que me atraia direto para seus braços? Que me fazia querer esquecer de tudo e me jogar em seus braços? Fiquei na ponta dos pés, aproximando nossos rostos e acabei com o espaço entre nossas bocas. Nossos lábios se tocaram com carinho em um segundo e algo como reconhecimento me atingiu. Não resisti e fechei meus punhos em sua jaqueta o puxando para mim, suas mãos envolveram minha cintura e ele me ergueu novamente em seu colo. — Me mostre que estou em boas mãos. — sussurrei contra seus lábios, antes de voltar a deslizar minha língua contra a sua. Parker me levou para um dos quartos e eu ouvi a porta se batendo atrás de nós e uma chave girando, mas não me importei, tudo o que eu tinha em mente agora era sua boca e o que ele podia fazer com ela. Senti quando suas mãos desceram por minhas costas, alcançando meu quadril, ele apertou minha bunda me prensando contra sua ereção, que começava a dar sinal de vida, e eu gemi contra seus lábios quando suas mãos apertaram com força minha pele nua. Ele me soltou na cama, seu peso se mantendo sobre meu corpo apenas por um segundo, antes que ele se afastasse. Os olhos brilhando para minha imagem esparramada em sua cama, então ele puxou a jaqueta, livrando seu corpo de todo o couro e me dando a visão de uma regata apertada contra cada pedaço de seu corpo musculoso. Mas não demorou para que ela fosse arrancada por cima da cabeça, bagunçando ainda mais aqueles cabelos. Eu me perdi quando meus olhos desceram pelo abdômen definido, cheio de gominhos intrincados, mostrando o quanto ele se exercitava. Estava tão concentrada nele se movendo com maestria, em como os bíceps se flexionavam, parecendo ainda maiores, que me esqueci de que ele estava tirando a calça jeans. Só me dei conta quando o tecido caiu no chão atraindo minha atenção para agora as pernas torneadas e a box preta contrastando com seu corpo. O volume que ele exibia ali me fez engolir em seco, eu não precisava ver sem nada para saber que ele era enorme, em todos os sentidos da palavra. — Assustada? — Parker questionou com algum divertimento na voz e eu me forcei a erguer os olhos até os deles. O sorriso sacana estava ainda maior, ele sabia o quão sexy e dominante era e se orgulhava disso. — Eu preciso ficar assustada? Quer dizer, obviamente você pode me partir em duas... — Posso! — ele me interrompeu sorrindo largo e me dando uma visão larga de suas presas protuberantes. — Mas tenho coisas mais interessantes para fazer com você essa noite. Como por exemplo sentir seu gosto. Suspirei com suas palavras e precisei apertar uma perna contra a outra, para conter o pulsar que se instalou no meio delas, mas só aumentou quando ele caminhou em minha direção, com o olhar predatório. O homem enorme se abaixou na minha frente e ele colocou as mãos grandes em meus joelhos, abrindo minhas pernas sem aviso prévio. Arfei com sua brutalidade, mas ao invés de me intimidar ele só deixou minha calcinha mais molhada. Ele tratou de me livrar das minhas sandálias, antes de subir as mãos quentes e calejadas por minhas coxas nuas até chegar ao botão do meu short. Inclinei o quadril em sua direção deixando que ele abrisse o short e o puxasse para fora do meu corpo. — Vermelho combina mesmo com você. — ele declarou ao ver a calcinha de renda vermelho sangue abraçando minhas curvas. Eu sorri, mas não tive tempo de dizer nada antes que sua barba se esfregasse entre minhas pernas, raspando em minha pele e me deixando ainda mais ansiosa com o que viria. — Parker... — gemi seu nome, quando ele enterrou o nariz em minha intimidade, inalando com força meu cheiro e me deixando ainda mais louca de desejo. — Arranca essa blusa, quero ver seu corpo completo! — soou como um rugido e eu não esperei mais um segundo para tirar a regata, ficando apenas de sutiã e calcinha na sua frente. — A própria deusa da luxuria. Suas mãos agarram minha calcinha e ele puxou a renda, fazendo o tecido se rasgar como se fosse papel. Minha surpresa se transformou em gemido quando ele enfiou o rosto entre minhas pernas e me lambeu de baixo para cima. Cai de costas na cama deixando que ele agarrasse minhas pernas, jogando-as sobre seus ombros e me invadisse com aquela língua deliciosa. Parker espalhou minha excitação por todo lugar, me lambuzando ainda mais e me fazendo perder a cabeça. Agarrei sua cabelereira selvagem, quer era a única coisa que eu tinha visão na posição que estava. Involuntariamente meus quadris se ergueram indo de encontro a sua boca, querendo mais. Os pequenos murmúrios que ele soltava se mesclando com meus gemidos, estavam ficando cada vez mais longe e a pulsação do meu sangue explodia em meus ouvidos, embaralhando meus sentidos. Sexo oral deveria ser tão bom assim? Gritei tentando afundar minha bunda na cama e fugir de sua boca punitiva, que sugava e me lambia como se eu fosse sua refeição favorita, mas ele me segurou no lugar com uma mão e com a outra começou a me tocar. Minha mente girou com prazer quando senti o dedo largo em minha entrada e me forcei a erguer a cabeça para vê-lo. Seu dedo deslizou entre minhas dobras, entrando no meu canal encharcado e nós dois soltamos um gemido juntos. Seus olhos encontraram os meus, mais escuros agora, perturbadores e sensuais. Como podia? Ele retirou o dedo e voltou em uma lentidão torturante, não desviando o olhar do meu enquanto eu gemia, perdida em todas as sensações que ele estava despertando em meu corpo. Quando sua boca voltou para o meu sexo eu me joguei novamente na cama, me fodendo com seu dedo, me alargando cada vez mais, enquanto sua língua me deixava ainda mais molhada. A sensação se espalhou por meu corpo e eu sabia que ia gozar como nunca antes na minha vida, podia ser virgem mais já tinha me tocado e nada se comparava a ter aquele homem enfiado entre minhas pernas, determinado a me fazer gozar gritando seu nome. E foi o que eu fiz. — Parker! — gritei me agarrando aos lençóis com força, meu corpo se esticando como se fosse se quebrar. — Goza pra mim, Bri! — seu rugido me fez gozar, um milhão de pontos estrelados surgiu atrás das minhas pálpebras, enquanto meus olhos rolavam nas orbitas. Tive a vaga noção de gemer alto de mais, mas não quis saber, tudo o que eu sentia nesse momento era a sensação mil vezes mais intensa, enquanto ele tomava tudo de mim, me tocando até que eu estivesse estremecendo em sua boca. Senti as mãos grandes me segurarem e me erguerem no colchão macio, meus pensamentos aéreos voltaram ao normal quando senti o peso de seu corpo nu contra o meu e os lábios descendo por meu pescoço. Abri os olhos e me permiti um minuto admirando as costas largas do homem, quando finalmente o toquei seus olhos se ergueram até os meus, me encarando com intensidade. Naquele momento eu confiava nele totalmente, completamente. Poderia ser estúpido, mas foi como me senti, como se algo no fundo do meu ser gritasse por ele, rasgando todas as barreiras do meu ser, quebrando todos os muros que ergui em minha volta, clamando que ele me fizesse sua. Puxei seu rosto tomando sua boca na minha, nossas línguas se enroscaram na dança sensual de antes, mas agora havia meu gosto em seus lábios. Abri ainda mais minhas pernas, enroscando-as em volta dele e abrigando seu quadril. Arfei contra seus lábios quando senti a ereção dura como pedra de encontro a minha boceta, como se soubesse em que eu estava concentrada ele se esfregou contra minha intimidade, espalhando meu gozo em sua extensão. Agarrei suas costas fincando as unhas em suas omoplatas e ele deslizou sua glande em minha entrada, me alargando e me fazendo gemer. Não sei se Parker sentiu minha resistência, mas retirou seu pau e voltou um segundo despois, como se testasse minha abertura. Ele se afastou erguendo o corpo e eu tombei a cabeça contra os travesseiros, o sentindo ir mais fundo. Nossas respirações se tornaram cada vez mais desesperadas e eu abri os olhos para vê-lo arremeter o quadril de encontro ao meu, enterrando seu pau enorme dentro de mim. A dor cortante se espalhou, fazendo meu corpo travar, senti como se fogo em brasa tivesse entrado em mim, me rasgando em duas. — Porra! Porque tão apertada? — ele rosnou contra minha pele e deslizou os lábios por meu pescoço, me arrancando um suspiro. Eu tinha seguido o conselho de Alice de não contar que era virgem, segundo ela homens mais velhos fogem de garotas virgens e eu queria um homem experiente no assunto. — Você que é enorme. Avisei que me partiria em duas. — soltei com a voz sôfrega, tentando esquecer o tamanho enorme enfiado dentro de mim. — Me deixa compensar pra você. — ele disse com um sorriso na voz, mas eu não abri meus olhos, temia que ele visse ali lágrimas não derramadas. — Só relaxe. Uma de suas mãos se embrenhou em meus cabelos, os afastando delicadamente ele segurou minha nuca, deixando meu pescoço exposto para seu bel prazer. Os dentes rasparam em minha garganta e então deram lugar aos lábios, ele beijou minha pele com fome, sem cuidado em marcar a pele, lambendo um caminho até o lóbulo da minha orelha, então me mordeu ali me arrancando um suspiro de prazer. Antes que eu pudesse me acostumar com aquilo ele desceu a cabeça até alcançar meu sutiã, com as mãos impacientes ele partiu as alças me assustando com a brutalidade. Não se podia usar lingerie com ele por perto? Meu pensamento se perdeu quando seus lábios se fecharam em volta do mamilo e ele o sugou com força, sua mão direita se ocupou do outro, apertando e girando o mamilo duro entre os dedos. Eu gemi sem conseguir me conter e já podia sentir novamente a umidade se espalhando. Parker ergueu os olhos me encarando quando soltou o mamilo entumecido e partiu para fazer o mesmo com o outro, senti o pulsar lá em baixo e ele rosnou arranhando os dentes no mamilo sensível. Involuntariamente rebolei com seu pau dentro de mim, sentindo o prazer voltar como fogo puro correndo em minhas veias. Ele entendeu o sinal verde e voltou a arremeter dentro de mim, nos arrancando um gemido, apertei minhas pernas em volta dele e deixei que fosse mais fundo, mais rápido. Como precisávamos naquele momento. Seu corpo quente cobria cada centímetro do meu e mesmo assim eu sentia uma fome dentro de mim querendo mais. Agarrei seus cabelos e o beijei, colocando tudo de mim ali, meu desejo, o calor, a fome, a minha alma que clamava por ele. Tive a vaga noção de um barulho alto do lado de fora, mas nada importava agora, no mundo só existia nós dois e aquele momento de entrega, de conexão! Soltei seus lábios quando a sensação cresceu dentro de mim novamente, subindo por meu ventre, se expandindo tanto que eu tinha medo de que pudesse morrer ali em seus braços. Uni nossas testas e com o olhar preso um no outro chamamos nossos nomes como uma prece. — Parker! — Bri! Nosso mundo se espatifou junto, em sincronia, senti ele cresce se derramando dentro de mim enquanto eu pulsava ao seu redor. Ouvi em algum lugar um trovão assustador assolar a terra, quase como se o céu estivesse se partindo ao meio ou a terra estivesse se abrindo. Todas as luzes se apagaram e por um momento todo o barulho do mundo pareceu se calar, só havia nossas respirações e nossos batimentos cárdicos descompassados.Acordei sentindo todo meu corpo reclamar de todo “exercício” que fiz na noite passada, mas eu não estava reclamando, tinha sido uma noite maravilhosa. Não, maravilhosa não chegava aos pés, era pouco para descrever tudo o que Parker tinha me feito sentir.Me mexi na cama e senti a dor incomoda entre minhas pernas, me lembrando do homem enorme que eu tive dentro de mim na noite passada. Como se isso não fosse lembrete suficiente Parker apertou um braço em minha cintura, me puxando mais para perto de seu corpo.Eu tinha perdido as contas de quantas vezes ele tinha me feito explodir em um orgasmo intenso. O homem era mesmo insaciável e Alice estava totalmente certa quando disse que ali eu encontraria a pessoa perfeita.Balancei minha bunda, aproveitando o calor do seu corpo e senti sua ereção se moldar entre minhas pernas.— Se continuar se sacudindo assim, vou me esquecer que está dolorida e deslizar dentro dessa boceta apertada e quente. — a voz rouca, quase como um rosnado, enviou uma
— Bruxa? — Alice tinha todos os nomes na boca dele, mas bruxa era a primeira vez.Will ergueu os olhos do livro e me encarou, parecendo incerto pela primeira vez desde que entrei pela porta.— É modo de dizer, porque ela te manipula de um jeito que parece até feitiço. — ele bufou largando o livro ao seu lado e tirando os óculos para me encarar. — Será que você não vê? Ela não faz bem pra você!Minha mãe sempre adorou Alice, eu não era uma garota de muitas amigas, mas desde que me conheço por gente ela sempre esteve lá comigo.— Mamãe era amiga de Agnes antes mesmo de eu nascer e ela nunca viu mal na nossa amizade.— Sua mãe não está aqui para ver tudo o que essa garota está causando na sua vida. — ele suspirou e se levantou do sofá, indo em direção a cozinha. —Você vai ver que só quero seu bem, vou te tirar da cidade e vai me agradecer por isso.— Eu não vou! — gritei, mas ele apenas me ignorou continuando seu caminho. — Já tenho vinte anos, posso me virar sozinha. Se quiser ir é prob
Acordei com um canto de pássaros, o cheiro de flores no ar e o calor aconchegante dos lençóis quase me deram vontade de não abrir os olhos.Mas eu precisa saber o que tinha acontecido comigo, onde eu estava e quem diabos era aquele homem de preto no meu quarto.Abri meus olhos e quase fiquei cega com a claridade. Pisquei várias vezes até que meus olhos conseguissem ficar abertos sem doer e encarei as paredes confusas. Ao invés de estar cercada pelas habituais paredes verde-claro do quarto que eu tanto amava, eu estava encarando paredes rosa bebê coberta por flores.Eu já tinha visto esse quarto antes, só não conseguia me lembrar onde. Quem morava ali? E o mais importante, porque eu estava ali?Ergui meu tronco da cama e o quarto todo girou, me fazendo cair contra os travesseiros macios novamente. Que merda estava acontecendo comigo?— Ei, vamos com calma. Você passou por maus bocados nos últimos dias. — uma mulher loira entrou no quarto já falando.Sua voz era quase um cantarolar dos
Eu acordei de um sono com sonhos estranhos, não era novidade, como também não era novidade eu estar no quarto das flores na casa da vovó Blanca.Ultimamente vinha sonhando com bebês de olhos dourados e cabelos de fogo como o meu, ou com meus olhos verdes e a pele morena e os cabelos longos do pai.Também como não sonharia com isso, se desde que descobri a gravidez tenho passado o tempo todo pensando nisso, pensando nessa vida que está sendo gerada dentro de mim.Eu precisava tomar uma atitude, precisava ir atrás de providências, resolver como faria para cuidar desse filho, se deveria contar ao pai ou não. Eram tantas dúvidas e tudo só aumentava com meu confinamento.Eu estava proibida de sair daqui, não deveria deixar o quarto por nada, pois segundo Agnes, Will poderia voltar.Alice insistia que deveríamos ir atrás de Parker, contar pra ele a verdade e pedir abrigo. Ela estava confiante que ele cuidaria de mim e da criança. Eu já não sabia o que pensar, eram tantas preocupações.Me er
— Contos de fadas são reais, ao menos os que tem lobisomens, bruxas e os malditos dos vampiros. Existimos desde antes de Cristo, o mundo sempre foi cheio de criaturas mágicas.Eu encarava Alice como se ela fosse um alien.— De onde tirou essas coisas...— Você quer saber a verdade, não é? Então escute até o fim sem interrupções.Me limitei a acenar com a cabeça concordando, se ela queria silêncio para inventar uma história fantasiosa qualquer, eu lhe daria.— Você descende de uma linha de poderosas bruxas, assim como eu venho de uma longa linhagem de lobisomens — dessa vez foi Flora que continuou.— Seu nome é Bridget Bishop, em homenagem a sua tataravó, a primeira bruxa a ser julgada e condenada no ataque às bruxas de Salem. — Agnes tomou a frente, , enchendo o peito e falando com orgulho. — Ela ficou famosa e com as suas cinzas que sobraram, nós conseguimos canalizar ainda mais poder para nosso clã.— Eu o que?— Sua mãe também era uma bruxa, mas ela nunca te contou nada, não achava
Não demorou para que todas começassem a empacotar as coisas que levaríamos, só o necessário, a viagem ia ser de carro e não queríamos chamar a atenção na estrada. Infelizmente a casa da vovó Blanca ficava muito mais longe do centro de Salem, levaríamos quatro horas para chegar a boate, se déssemos sorte e não tivesse nenhum imprevisto na estrada. — Fica tranquila, vai dar tudo certo. — Alice tentou me tranquilizar quando se enfiou no banco de trás, entre Flora e eu. — Peta vai estar esperando por nós, não se preocupe. — Flora explicou. Eu queria perguntar por que Peta estaria esperando e não Parker? O que ele tinha com Alice? E até onde ele estava envolvido nesse plano de me levar até lá? Mesmo que ela não assumisse que tudo não passou de uma armação, eu tinha certeza que nossa noite tinha sido orquestrada desde o começo. Nunca acreditei em destino e não ia começar agora, especialmente quando existia uma força do mal que queria impedir isso. Deitei minha cabeça contra o banco e e
Passei por meu irmão, ignorando sua cara de poucos amigos, se ele queria bajular a bruxa mentirosa era um problema dele, eu não iria compactuar com isso.Meu povo estava feliz, não tinha como negar, finalmente poderíamos viver como uma alcateia unida novamente, como tinha sido há anos atrás. O exílio havia acabado.Mas a que custo?Eu tinha aceite do que nunca a maldição nunca seria quebrada por mim, eu jurei nunca tocar em uma mulher virgem. Por isso tinha ido pelo caminho oposto, fui contra tudo e contra todos para nunca chegar perto de uma garota inocente.Abri a boate para me assegurar que ficaria o mais distante o possível, minha cama era frequentada pelas mulheres mais quentes, desinibidas e confiantes que conhecia.Por isso eu não conseguia deixar de me perguntar: o que diabos tinha me dado para levar Bridget para a cama?Parte e mim continua a dizer que a encenação dela, com o magrelo do começo da noite, foi o que me levou a pensar que ela era meu tipo.Mas quando ela me enfre
Eu não consegui chegar perto de Flora, eles a levaram para algum lugar, mas me garantiram que ela ficaria bem.De acordo com Seth, lobisomens tem mesmo um organismo que se cura super rápido.Seth, era um cara legal e tinha sido simpático até de mais comigo. Eu acreditava que parte disso poderia ser porque eu estava carregando o bebê da profecia, mas talvez estivesse errada, ele poderia apenar estar sendo ele mesmo.— Está tudo bem por aqui? — a voz de Peta me tirou dos meus pensamentos e eu larguei o paninho sujo de sangue e especiarias que eu usava para limpar a ferida de Seth.— Tudo sim.— Tudo perfeito, chefe. — Seth aprumou a postura e deu um aceno com a cabeça.— Que bom. Seth pode ir pra casa, garoto.Encarei Peta, que dava a ordem tranquilo e falava com Seth como se ele fosse um adolescente. Mas então me lembrei que ele provavelmente tinha minha idade, e todos ali em volta eram mais velhos que nós.— Sim senhor. Obrigado por cuidar de mim, Senhora do fogo.Eu sorri com aquele