Narração Diana
Soobin não me respondia desde o fora federal que dei nele ontem. Ficou dois dias sem aparecer no treino e eu fiquei preocupada com isso.
Peso na consciência.
Eu não podia dissolver a equipe assim. Meu trabalho era fortalecer os laços deles e contribuir para que a equipe ficasse mais unida.
Sou uma péssima assistente.
Mais uma vez olhei a nossa conversa e fiquei péssima. Talvez eu devesse ter abordado a situação de outra forma. Quer dizer, o que ele estava fazendo era errado. Mas, talvez, eu devesse neutralizá-lo em vez de agredi-lo com palavras, não sei.
Estávamos na aula de desenho ge
Narração DianaEu estava toda contente com meu celular novo, muitas funcionalidades, câmera perfeita. Tae sorria ao me ver feliz.— Obrigada. Eu nem sei se deveria aceitar, é muito caro.— Eu quebrei o seu. — Ele disse, ansioso para me ver mexendo no brinquedo novo.— Era só consertar a tela.— Não gosto de dar presentes pela metade. — Ele disse.— Tudo bem. — falei, super feliz de verdade. Nem estava acreditando no presente que ganhei. Aquele celular valia muito mais que qualquer serviço que eu tenha feito a ele. Como funcionária de Tae, me senti recompensada pelo serviço abusivo
Narração Diana— O quê?! — Fiquei sem voz depois do grito que dei.— É isso aí. Tae é tão possessivo, calculista e ciumento que fez a primeira namorada ele se matar. — Soobin revelou.Aquilo era muito sério.Muito, muito sério.Soobin não poupou agressividade em suas palavras, e como consequência disso, minha voz sumiu. Não consegui falar nada, e eu esperava muito que não fosse uma mentira de Soobin. Na verdade, eu queria muito que fosse mentira.Confesso que foi forte demais para mim, eu precisava muito ir embora. Eu prec
Narração Diana— Ah, Diana... — Tae suspirou. — A minha primeira namorada foi uma pessoa muito tímida. Estudamos juntos desde o jardim de infância, mas ela sempre foi muito misteriosa. Ela tinha uma mãe alcoólatra que... colocava homens estranhos dentro de casa, então... ela nunca me disse o que aconteceu, mas eu imaginei. — Tae ficou inconsolável nesse momento, com lágrimas se equilibrando em suas pálpebras. Elas ficaram presas ali firmemente. — Talvez seja algo ruim sermos discretos desse jeito. Não falamos o que sentimos, e isso vai nos consumindo por dentro. Ela poderia ter se apoiado em mim, mas... não conseguiu.— Eu... sinto muito! — Ergui a mão para tocar o braço de Tae, mas desisti. Eu havia dito algo horrível por cu
NarradorTae não ficou horrorizado com o pedido dela. Na verdade, aquiesceu obedientemente, como um funcionário que aceita abrir mão de suas férias com os filhos.Trouxe Diana para perto pela mão até que o tronco dela se uniu ao seu delicadamente. Depois, puxou-a ainda mais para si tocando gentilmente suas costas. E uniram seus lábios. Ela sentiu a língua dele percorrendo um caminho delicioso em sua boca, por um segundo sentiu como se estivessem na mesma sintonia. Diana abriu os olhos, e viu que ele estava entregue, de olhos fechados e expressão suave.O beijo cessou deixando saudades no mesmo instante, pois a boca dele era macia e tinha um lindo sinalzinho no lábio superior que ela aproveitou para passar a língua quando estavam em contato.<
Narração Diana— Diana! — Tae a viu caída atrás dele, ela estava numa penumbra entre consciência e inconsciência, portanto ele levantou a cabeça dela e viu que tinha apenas um fio de sangue escorrendo dos lábios. — Viu o que você fez? — Tae gritou para Shimin. — Se tivesse me deixado bater nele, isso não teria acontecido!Shimin segurou Soobin e o impediu de tentar reparar a besteira que fez. Afastou-o de perto deles e o controlou para que não se aproximasse.— Já deu disso, vá para outro canto da festa! — Disse Shimin, pacientemente.— Isso é injusto! — Soobin choramingava, culpado. — Eu só estava conversando com ela.<
NarradorTae permaneceu cabisbaixo, açoitado pela chuva, depois que Diana se foi. Ele ficou olhando para o gramado, perdido em seus pensamentos, atormentado por palavras engasgadas, pela confusão em seus sentimentos. Ele só voltou a perceber a situação ao redor quando Shimin parou o carro no ponto de ônibus, poucos metros adiante. Ele buzinou para que Tae o percebesse e entrasse.— Seu plano era entrar na piscina? — Perguntou Shimin ao ver o irmão entrando e molhando seu banco e tudo mais que ele encostasse.— Vai cagar. — Tae murmurou. O que mais surpreendia Shimin era que conseguiam conversar em português com cada vez mais frequência.— Deu certo com a líder de torcida?
NarradorEla desligou. Foi doloroso, pois era uma visita que Diana mandava embora na porta. Dizem que dá azar, mas ela preferia pagar para ver. Não estava interessada no rapaz, por mais que tivesse dito a Tae que quisesse conhecer outras pessoas. Algo ainda a bloqueava.Na manhã seguinte, tudo aconteceu normalmente.Diana estava ignorando as situações eróticas que vinha vivendo com Tae ultimamente. Eles tinham que fazer coisas que gostavam e que detestavam, e isso incluía bancar os namoradinhos, mesmo quando estavam cheios de dúvidas e anseios em relação ao outro. Tinham que fingir que nada aconteceu enquanto estavam morrendo de desejo um pelo outro. Tinham que andar de mãos dadas ainda que quisessem se beijar, nus e desesperados.
Narração DianaNão acredito ainda que Tae disse que me odeia. É completamente surreal.Não me arrependi de nada do que falei.Ele é tão controlador, tão absurdamente sedutor que sempre escapa ileso dos absurdos que faz.Quem eu quero enganar?Eu me arrependi de tudo que falei.Tae poderia me magoar, aquela era a natureza dele. Mas, ferir as pessoas não era da minha natureza. Eu fiquei péssima.Quando cheguei ao meu apartamento, depois daquela situação no quarto de Tae, Mari me chamou para comer um miojo que ela fez, mas eu não quis. Fui me deitar na cama