Capítulo 3 - Maltratado

NEFERTARI AMBROGETTI 

 -Não vou me casar esse mês.- respondo tentando adiar novamente o casamento. Apolo revira os olhos demonstrando impaciência. 

 -Nefertari... já conversamos sobre isso, para que adiar? Não seja imatura. 

 -Porquê eu quero, e não vou me casar esse mês.- sou petulante. 

 -Sabe que podemos colocá-la sobre os ombros e obrigá-la, não sabe? - Indaga Hades. 

 -Vocês até podem, mas nunca fariam isso, a consciência não permitiria. - Ramsés balança a cabeça positivamente. 

 -É você está certa, na verdade, se eu pudesse te proibiria de casar com ele. 

 -Céus, porque você não é o Capo? - pergunta e ele ri. 

 -Porque eu sou o capo. - responde Apolo e revira os olhos. 

 -Fratello, não irei me casar esse mês. - repito com uma cara de deboche. 

 -E será em qual mês? 

 -Talvez quando chegar a primavera.- sorriu de lado, ele se senta cansado. 

 -Sabe que só deixará isso mais difícil, não sabe? 

 -Mais do que já está?- reviro os olhos. Ele balança a cabeça negativamente, sei que posso estar sendo imatura, mas não me importo. 

 *** 

 Um mês e meio depois: 

 -Quer carona mamma?- pergunto a mamma, que balança a cabeça negativamente. 

 -Vou ao instituto, parece que aconteceu alguma coisa. Uma denúncia de uma das crianças que foi adotada.- responde com uma visível raiva na voz. 

 Na mesma hora penso no formiga. Meu coração aperta, já faz mais de um mês desde que falei com ele. Quando ele foi adotado achei melhor não manter contato, não quero que de nenhuma forma ele se machuque por minha culpa, então "quebrei" nosso laço. Tive pouco contato com ele, mas já foi suficiente para lamentar sua ausência, aquele ragazzo é especial, não me perdoaria se minha sujeira o machucasse. 

 -Que o bambino fique bem, irei para a empresa. Buonasera. - me despeço e saiu de casa. Quando dou as costas, ouço a voz do Ramsés. 

 -EI! - grita quando estou entrando no meu carro. 

 -O que foi? 

 -Quero carona. - responde entrando no carro. 

 -Se começar com piadinha te jogo do carro. - ameaço quando ligo o carro. 

 -Que malvada, faria isso com seu fratello (irmão) favorito? Estamos juntos desde o útero. 

 -Com certeza. 

 Acelero o carro, aproveito que a avenida não está movimentada. Uma das coisas que mais gosto é dirigir, me sinto livre. 

 -Soube que o conselho se reuniu com o Apolo, alguma novidade? - pergunto curiosa, até imagino o motivo. 

 -Sim, e não são boas. Coitado do Apolo, estão pressionando muito ele. - tento não me importar. - Sinto muito sorella (irmã), mas é por culpa do seu casamento. 

 -Já imaginava. 

 -Estão interferindo nas decisões locais do Apolo. Agora querem tirar a rota do haxixe marroquino de nós. 

 -O que?! Malditos. O Hades tomou um tiro para conseguir essa rota. 

 -Eu sei, eles estão usando o Apolo para te atingir. 

 -E o Apolo não me contou nada disso. 

 -Ele é ciente que já tem te perturbado demais para decidir o mês do casamento. Acredite, nenhum de nós queria esse casamento. 

 -Na verdade, ele tem sido até... paciente comigo. 

 -Deve ser a paternidade.- da de ombros. 

 -Falando em paternidade, não se esqueça que amanhã iremos ficar com o Jos e Sebas.- amanhã é o aniversário da Jasmim, e o Apolo que levá-la para sair, fazer um programa romântico de casal. A babá dos garotos está doente, então o Hades como um bom fratello disse que nós ficaríamos com as crianças. Isso mesmo, e eu nem estava presente para dizer alguma coisa, para protestar. Mas, não posso ser egoísta, eles merecem esse vale nigth. Então não mesmo se estivesse presente não iria me opor em ajudar. 

 -Não esqueci. Tio Ramsés vai entrar em ação. 

 -Agora não quero corpo mole, é para ajudar mesmo. 

 -Eu sei, aliás, eu tenho experiência com bebê, esqueceu que cuidei da Flora? Cuidei muito bem.- reviro os olhos. 

 -Tem notícias dela? 

 -Não. Prometi a mamma e ao Apolo que não iria mais as vigiar e cumpro com a minha palavra. - fala e noto um certo incômodo no seu tom de voz, eu sei que ele se apegou a pequena, mas seria um erro ficar perto dela. 

 -É melhor assim.- balança a cabeça positivamente concordando. 

 É quase surreal o quanto o Ramsés se apegou a essa criança, ele não comentou, mas notei que não ficou feliz com o resultado negativo do teste, talvez queria que tivesse dado positivo para assim manter um contato. O que seria difícil, visto que se ela realmente fosse filha do Apolo ela não poderia ser assumida, seria apenas uma bastarda, nem na Itália poderia morar. Na máfia um bastardo é um insulto à família. 

 *** 

 KHALIL IVANKOV ÖZÇİVİT 

 Estou saindo do prédio onde tive uma reunião valiosa para meu avô, tudo ocorreu como esperado, um dia tranquilo, até ver a Mine do outro lado da rua me esperando, sem conseguir ignorá-la, atravesso a rua indo a seu encontro. 

 -O que faz aqui? - seu sorriso some. 

 -Você demorou.- coloca as mãos em meus ombros. 

 -Mine, não dificulte as coisas. O que faz em Dubai?- retiro suas mãos de mim, e olho em volta, aparentemente não tem ninguém nos observando. 

 -Eu fiquei com saudades, e soube que seu casamento ainda não tinha ocorrido. Por que a demora? Talvez ela tenha desistido?? - questiona com expectativa. 

 -O casamento continua de pé. Sem contar que ela não tem o poder para acabar com esse casamento, ela está tão presa nele quanto eu.- respondo e ela fica irritada. 

 -Não a defenda! Ela é uma vadia que está te roubando de mim! - altera o tom de voz. 

 -Não faça escândalo. Por favor, vá embora, se minha mãe descobrir que está aqui, isso pode gerar problemas. 

 -Eu não tenho medo da Rüçan. - toma uma postura séria. 

 -Então eu diria que você está sendo estúpida.- comento e ela me olha ofendida.- Mine, eu me distancie para te proteger, não facilite as coisas para minha família, eu me importo com você. 

 -Jura? Você se importa mesmo? 

 -Mas é claro, não quero que nada nem ninguém te machuque. - sou sincero. 

 -Então me prometa que vai responder às minhas mensagens, que não vai me excluir de vez da sua vida. 

 -Mine... 

 -Por favor Khalil, eu preciso ao menos ouvir sua voz de vez em quando, quero aproveitar que ainda está por perto. - diz me olhando nos olhos, não consigo negar isso a ela. 

 -Tudo bem, mas eu irei embora muito em breve, não se esqueça disso. 

 -Vou te mandar o endereço do meu hotel, vá me ver mais tarde.- me dá um beijo no canto da boca e vai. Alhal, vai ser mais difícil do que imaginei.

 ~~

 Obs: A criança mencionada, Flora, aparece no livro do APOLO (Livro 1, que antecede a esse).

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