Capítulo 2

Valeska Suhai

Ao chegarmos no clube me deparei com uma casa luxuosa, muitas mulheres elegantes, percebe-se pela vestimenta e o modo de agir que são mulheres da alta sociedade, algumas não tão finas, porém, bem vestidas, tem uma boa condição financeira, em suas mesas bebidas que custam quase meu salário, quiçá mais. Priscila como sempre conhece várias pessoas, garçons, seguranças e algumas convidadas. O interior do clube é bem bonito, sua decoração é preta com alguns toques em vermelho, como nos estofados das cadeiras, dos bancos do bar e alguns grandes pufs. Alguns postes, aqueles de poli dance, estão espalhados no ambiente. Tem um palco bem iluminado, anexo a ele uma passarela, em volta muitas cadeiras, provavelmente deve ser ali que as mulheres se debruçam durante as apresentações.

A iluminação é baixa, toca algumas músicas sensuais em um tom agradável, nem muito alta ou baixa. Um enorme bar com os barmen vestidos somente com uma gravata borboleta vermelha e calças preta. Alguns homens são bem musculosos, outros não, mas todos possuem o corpo bem definido.

— Meninas me segurem que estou passando mal, isso é uma visão do paraíso. Melhor pedirmos uma bebida.

— Catarine, só se for para a Pri e para Raquel, eu e você

nem bebemos. — Com um barman desse começo a beber hoje mesmo, rimos.

— Vamos Pri no bar, preciso beber para começar a noite — vamos sim Raquel.

 — Esperem! Val e eu também vamos, quero ver de perto esses garçons delícias. Catarine segurou minha mão e me arrastou atrás das meninas. Cada uma pediu sua bebida, Cat pediu um coquetel sem álcool e eu uma água.

O locutor anunciou que o show iria começar, corremos em direção ao palco para ficar bem na frente, ou seja, em sua lateral, na primeira fileira, como diz Cat, para ter uma visão privilegiada.

O show começou e o primeiro a se apresentar foi um, cara vestido de cowboy, as mulheres foram a loucura, gritavam, se escabelavam e jogavam muito dinheiro para ele, algumas colocaram em sua sunga.

Minhas amigas não são diferentes, agem da mesma forma. Entro na onda, grito com elas, só não coloco dinheiro, não tenho nem para mim, estou quase pegando um pouco das cédulas que caem no palco. Brincadeira.

Fico um bom tempo observando o show, tinha de tudo. Policial, bombeiro, índio, mecânico, várias fantasias que mexem com o imaginário de qualquer mulher. Lógico que aqueles homens mexiam comigo, faz tempo que não fico com ninguém e só tive relações íntimas com meu ex namorado, Ricardo. Apesar de estar me divertindo com o entusiasmo das meninas, não estou me sentindo bem nesse lugar, não consigo ficar totalmente à vontade. Não é que não aprecie o show, mesmo sendo romântica nada me impede de curtir as apresentações e os belos homens. E que tenho a sensação de que algo está para acontecer. Uma sensação estranha, não é ruim, mas está me deixando um pouco ansiosa.

Para finalizar o show o locutor chama a atração principal, O Mascarado, as mulheres enlouquecem de vez, fico parada, boquiaberta, sem ação. Me falta ar quando o homem alto pisa no palco. Parece que o mundo para a minha volta, é como só estivesse nós dois nesse ambiente. Ele usa com uma, calças de tecido preta, sem camisa e uma máscara que esconde seus olhos.

Faz movimentos sensuais com seu corpo musculoso, nada exagerado. Cheio de gominhos seguidos do V que desce até o caminho do pecado. Sua pele morena clara, suas mãos grandes, aliás, ele é todo grande, parece ter 1,90 e seu membro parece que quer sair da calça.

Sinto meu sexo pulsar, tiveram várias apresentações, mas ele tem algo diferente, que me seduz. Meu coração acelera com batidas descompassadas, minha carne pulsa cada vez mais.

O Mascarado retira suas calças num gesto sexy, seu volume enorme fica bem na minha frente. Sinto minha calcinha umedecer tamanha a minha excitação. Quando menos espero, ele caminha na minha direção e estica sua mão para que eu suba no palco, não a seguro. Olho diretamente em seus olhos, de repente Cat segura a mão dele e sobe, fez o que eu deveria ter feito, mas a boba aqui ficou paralisada.

Mesmo dançando com Cat seus olhos permanecem fitos em mim. Continuo paralisada, imóvel.

Confusa e excitada.

Diferente dos demais que se apresentaram, o Mascarado não revela sua identidade, seu rosto, a apresentação acaba e ele sai, deixando uma vontade insana de ir atrás dele, entretanto, permaneço fora de órbita, até que as meninas me chamam para irmos ao bar. Elas se empolgam com os rapazes que dançam nos postes, todos cercados de muitas mulheres, observo e não vejo o Mascarado, meu desejo é de ir embora, estou tentando assimilar minha reação perante ao homem desconhecido.

No caminho para casa as meninas estão empolgadas, comentam sobre o show, fazem comparação dos membros dos rapazes, riem, falam besteiras e eu quieta, tentando entender o que havia acontecido.

Priscila me indaga querendo saber por que estou reflexiva, disse a ela que não era nada de mais, que estou cansada. Raquel brincou dizendo que há muito tempo eu não dormia com ninguém, que fiquei tonta de ver tanto homem gostoso em uma noite, todas riram, mal sabem elas que só um homem naquele lugar me deixou assim.

Perguntei a Pri porque o Mascarado não tirou sua máscara já que todos os outros tiraram completamente a fantasia. Ela me disse que é como fosse sua identidade secreta, ninguém sabe quem ele é, e isso faz com que mais e mais mulheres o desejem.

— Ele é uma perfeição! Catarina comenta suspirando e todas concordaram.

Ao chegar em casa não consigo tirar o Apolo, o deus Mascarado dos meus pensamentos. Sua sensualidade, seu corpo e a forma como ele se direcionou a mim, não saí dos meus pensamentos. Meu corpo reage aquele homem, meu sexo pulsa de tanto tesão por ele, sensual e Misterioso para mim. Uma sensação estranha sentir desejo por alguém que nunca toquei, nunca senti o cheiro, nem o sabor.

Quando percebo já estou me tocando, faço movimentos circulares em minha intimidade, imaginando, lembrando do membro do Mascarado, que se destacava através do tecido. Chego ao orgasmo ao pensar minha boca em sua ereção e consequentemente ele dentro de mim.

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O dia amanheceu lindo, como não tenho empregada darei um trato na casa. Lavarei minhas roupas, enfim colocarei as coisas em dia. Ligo meu aparelho de som três em um bem alto e inicio os trabalhos. Bruno Mars é o meu companheiro, amo suas músicas. Limpo toda minha casa, quem vê assim pensa que ela é enorme, não esqueçam que moro em uma quitinete, que é um ovo. Lavo as roupas que sujei durante a semana e passo minhas roupas que já estão limpas. Assim que termino meu celular toca.

— Alô — Val? — Oi Pri! Boa tarde.

— Boa tarde miga, estou te ligando para te convidar para passar a tarde aqui em casa comigo, tomar banho de piscina. Chamei as meninas, o Lipe e uns amigos.

— Terminei minha faxina ainda pouco, é só o tempo de guardar minhas roupas passadas e tomar um banho, daqui a pouco estarei chegando.

— Só você mesmo faxina em pleno sábado.

— É o único dia que tenho, trabalho durante o dia, estudo à noite, esqueceu bonitinha? E outra, não tenho empregada.

Minhas amigas às vezes esquecem que não tenho a mesma vida que elas, que minha realidade é outra. Não tenho pais vivos, minha sobrevivência depende de meus esforços. Meu salário quase todo ele é para as despesas. Pago aluguel, conta de luz e água, não sobra quase nada. O que me salva é o ticket, alimentação que dá para comprar o suficiente para o mês, já que durante a semana não, almoço em casa e a noite faço apenas um lanche, quando como, porque chego tão cansada que tomo uma ducha gelada e apago.

— Já são 12:30 chega de conversa e vem logo, almoça aqui — pode deixar

Ao chegar na casa da Priscila a turma já estava reunida. As meninas, Lipe e alguns amigos dela. Conheço a maioria os que não conheci em outra oportunidade ela me apresenta. Assim que vejo a tia Rebeca, mãe da Pri e Arthur a comprimento com um abraço, ela é uma mulher muito gentil. Depois de uns minutos de conversa, minha tia entra na casa para verificar o almoço, me deito na espreguiçadeira para aproveitar o sol com as meninas.

— Val a Pri sabe mesmo escolher amigos, Cat não sabe para quem olhar — cada um mais gato do que o outro, complementa Raquel.

A tarde segue e está sendo maravilhosa, conversamos, brincamos, nos divertimos muito. Quando abro meus olhos depois de alguns minutos aproveitando o sol, vejo Priscila aos beijos com Bruno, Raquel com Pedro e Catarine com Fernando, todos os amigos da Priscila.

— É mona, sobramos só nós dois.

— Estou bem Lipe, não estou interessada em ninguém, quer dizer, só no Mascarado, mas esse pensamento, guardo para mim.

— Como sempre Val, não sei como consegue ficar tanto tempo sem um bofe gostoso para chamar de seu, rio. Lipe é demais.

— Fica bem quietinha aí princesa encalhada, que irei conversar com aquele boy magia que não tira o olho de mim. — Ele aponta para um rapaz que fui apresentada, mas esqueci o nome, se levanta e olho para ele emburrada pelo apelido. — Fui, diz sem se importar com meu aborrecimento. Princesa encalhada, era só o que me faltava, estou mais para gata-borralheira.

As amigas da Pri também estão acompanhadas, é normal ficar sozinha, apesar de que pensei que seria um inocente banho de piscina, pelo visto me enganei. Normal, se tratando dessas meninas, não me surpreendo. Nunca fui ousada e de beijar por beijar, para que eu fique com um, cara, tenho que sentir no mínimo uma atração, além disso, minhas amigas são lindas, elas têm a pele clara e cabelos loiros, só a Raquel que tem os cabelos castanhos. Meus cabelos são negros e ondulados, tenho 1,72, não sou baixa e nem alta, meus seios são médios, sou negra, cintura fina e bumbum médio, as meninas costumam dizer que eu tenho a cor do pecado, e falam que sentem inveja por eu ser assim. Penso que elas dizem isso para elevar minha autoestima, não que eu precise, me amo do jeito que sou, se alguns homens julgam que não sirvo para eles por ser negra e pobre, eles também não servem para mim.

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