Aurora Evans.
Nunca imaginei que iria sofrer tanto no meu primeiro cio. Tenho dezoito anos e meu cio tem sido atrasado por um longo tempo por causa da minha mãe. Ela é uma mulher muito protetora comigo e também é louca, isso eu confesso. Me forçou a tomar remédios para evitar o meu cio desde quando eu tinha doze anos, a desculpa dela é que eu não deveria passar esse período sofrendo de dor sozinha. — Mas isso é normal, todo mundo já passou por isso.
Mas infelizmente a minha dor seria muito forte por causa que eu sou uma ômega lúpus. Nosso cio é bastante intenso e bem pior do que um cio de um ômega normal. — Se o meu período tivesse vindo normalmente, eu não estaria sofrendo as consequências agora. Porque o médico disse que os medicamentos que eu estava tomando, ele estava dando efeitos colaterais no meu corpo, não só me afetando, como também a minha loba.
Ela tem dormido muito por causa dos remédios, e eu tenho vomitado bastante. A cor da minha pele é morena, mas por causa dos remédios, eu fiquei bastante pálida. Meus cabelos castanhos claros começaram a cair, perdi muito dos meus cabelos por causa dos efeitos dos remédios. — Antigamente o meu corpo tinha mais curvas e mais carnes, mas de tanto eu colocar tudo para fora, fiquei bastante magra que chegou a ver o osso da minha clavícula.
E o remédio causou mais um efeito no meu corpo, o pior efeito do mundo. Ele começou a me impedir de me transformar em lobo. Tentei várias vezes e não consigo, sinto dores muito fortes de cabeça, o médico disse que não sabe por quanto tempo irei ficar assim. Eu culpo a minha mãe por isso, ela tirou isso de mim por causa da sua proteção. — Antes eu corria livremente na minha linda forma de lobo, mas agora nem isso eu posso.
Mal consigo ouvi a voz da minha loba, por culpa desse maldito remédio. Eu odeio minha mãe por causa disso, ela me tirou algo especial, tirou minha forma de lobo. — Mas infelizmente eu não posso fazer nada, eu moro na casa dela e dependo dos meus pais.
Ainda nem encontrei o meu companheiro. E nem sei onde ele está, só queria tê-lo em meus braços, ter o nosso alfa nos protegendo e cuidando de nós. É tudo o que eu mais desejo.
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07:30 — Escola — EUA — Nova York.Quarta-Feira.
Observo o prédio na minha frente, nem estou com vontade de estudar hoje. Fico parada só vendo as pessoas entrando na escola.
Porque eu tenho que vim para escola? Sempre é a mesma coisa, não tem nada de diferente. Só fico pensando vinte e quatro horas no meu cio, esse vai ser o meu primeiro período e eu estou com muito medo. Vai ser tão intenso que acredito que irei pedir para morrer, eu sou virgem, nem brinquedos eu posso usar para tentar me satisfazer. Eu estou com muito medo.
— Aurora!! — Olhei para frente e vejo a minha melhor amiga acenando para mim.
Laura é uma beta de dezoito anos, tem a pele branca, a cor dos seus cabelos são avermelhados, e o que se destaca mais ainda é a cor dos seus belos olhos castanhos claros.
Ela é um pouco maior do que eu, enquanto eu tenho um metro e sessenta, ela tem um metro e sessenta e sete.
— Bom dia, Laura. — A cumprimentei com um beijo na bochecha como sempre.
— Bom dia, Aurora. Como você está, amiga? — Suspirei com a sua pergunta. — O que foi? Que carinha de tristeza é essa?
— Eu estou muito preocupada com o meu cio chegando, amiga. Nem sei quando vai chegar, pode chegar hoje ou amanhã. Ser pega de surpresa está me dando muita ansiedade. E para piorar, o médico disse que vai doer muito.
Ela suspirou e entrelaçou os nossos braços.
— Eu sinto muito pelo o que você está passando, amiga. — Ela negou com a cabeça. — Tudo isso por culpa da sua mãe que lhe impediu de ter o seu primeiro cio. É engraçado que não vai ser ela que irá sofrer e sim você. Tudo isso é culpa dela. — Falou ela toda irritada.
Eu não culpo a Laura por isso, porque eu também culpo a minha mãe pelo o que eu estou passando. Até o médico disse que ela não deveria ter feito isso, e o que ela fez, poderia ser considerado um crime. Impedir o primeiro cio é uma coisa, mas impedir durante seis anos já é algo preocupante.
— Sim, eu também culpo ela, Laura. Mas na cabeça dela, o que ela fez foi para a minha proteção. — Ela bufou ao meu lado.
— Proteção um caralho! Ela sabia o que estava fazendo. Você é uma ômega lúpus, e ômegas lúpus são mais sensíveis do que um ômega normal. Ela estava ciente que impedindo você de ter o seu cio, iria te fazer sofrer bastante. E olha o que aconteceu, por causa dos remédios você não pode mais se transformar na sua forma de lobo.
Suspirei cansada com tudo isso.
— Vamos só tentar esquecer isso por um momento, por favor. Eu não estou com cabeça para isso. — Agora foi a vez dela de suspirar.
— Muito bem. Só porque você me pediu. — Sorri de leve.
— Obrigada.
Eu e a Laura nos conhecemos desde quando éramos crianças, estudávamos no mesmo jardim de infância e ela sempre foi muito gentil comigo por eu ser uma ômega lúpus. Muitos faziam bullying comigo por eu ser uma lúpus. Diziam que eu era frescurenta demais, até que um dia, um garoto alfa usou sua voz comigo. Meus ouvidos são bastante sensíveis e logo começaram a sangrar, a Laura me socorreu para a enfermaria, mas não adiantou, eu tive que ir para o hospital. Depois daquele dia eu nunca mais fui para a escola, mas a Laura sempre me visitou e nossa amizade se fortaleceu.
— Enfim, você soube que entraram dois lindos novatos? — Perguntou enquanto andávamos pelo corredor.
— Não. Eu não sabia disso. — A respondi sem me importar com isso.
Sempre entram novatos, então não é nenhuma surpresa.
Aurora Evans. — Como não sabia? A escola toda já está sabendo disso. — Me encarou muito surpresa. Revirei os olhos.— Eu não me importo com isso, Laura. E também eu não gosto de ficar me metendo na vida dos outros, é o povo dessa escola que já faz isso. — Agora foi a vez dela de revirar os olhos. — Você é muito certinha, Aurora. — Bufei. — Enfim, entrou dois lindos novatos, o primeiro se chama Alex Miller, um alfa lúpus. — A encarei muito surpresa. Um lúpus entrou na escola? Eu nunca encontrei um alfa lúpus na minha vida. — Nossa, essa vai ser a minha primeira vez me encontrando com um lúpus. Já que são considerados bem raros. — Ela acenou com a cabeça. — Isso mesmo. E não vai ser só um alfa lúpus, amor. — A encarei sem entender. — Ele tem um irmão, e ele também é um alfa lúpus.— Um irmão? — Como caralhos ela sabe disso? — Tem sim. O seu nome é Thomas Miller, dizem que ele é o mais velho. — Estou bem surpresa.— Esse povo realmente me surpreendeu com essa investigação. — Ela r
Aurora Evans. Quarta-Feira.Fiquei bastante surpresa quando a bola veio na minha direção. Se não fosse pelo irmão do Thomas, eu com certeza teria levado uma bolada na cara. Quando ele agarrou a bola, eu reparei que ela veio com muita força. Eu estaria muito ferrada.Olhei para ele com vergonha. — Muito obrigada. — Agradeci com bastante vergonha. Ele sorriu.Que sorriso lindo, chega a derreter a pessoa. — Não precisa agradecer. Que voz linda da porra! Chega a deixar as minhas pernas feitas gelatina. E eu ainda estou sentindo que a minha loba está bastante inquieta. Será que ela está acordando? Já que ela vive dormindo muito por causa dos efeitos dos remédios. Enfim, é melhor eu me concentrar no jogo, antes que eu seja acertada. Percebi que a Jennifer, uma ômega, está me encarando muito. Reparei que seus olhos ficaram azuis. O que eu fiz para essa garota? Quer dizer, o que eu fiz para essa gente toda? Só porque o novato falou comigo? Sério isso? Ela jogou a bola na minha direçã
Aurora Evans. Resolvi ficar em silêncio. Acabamos de chegar na enfermaria e ele abriu a porta sem problema algum. Vimos a doutora Andressa na sua mesa, ela se virou e nos olhou sem entender. — O que aconteceu? — Perguntou sem demonstrar nenhuma preocupação. — Ela acabou levando uma bolada na sua barriga. — Alex responde a sua pergunta, mas ele está bem sério. Nem parece o mesmo de antes. — Coloque ela em cima da cama. — Apontou para a cama. A enfermaria é um lugar bem espaçoso, tem cinco camas no local, um enorme armário para os remédios, um freezer com soros e bolsas de sangue, uma grande mesa para a doutora colocar suas coisas, como o notebook, sua bolsa, alguns arquivos dos pacientes. Também tem uma estante com bastante livros sobre enfermagem. Ele me carregou até a cama e me colocou com cuidado, a doutora se aproximou com um saco de gelo, ergui um pouco a minha camisa e soltei um gemido de dor assim que fez contato com a minha pele. Ainda está doendo bastante. — Depois do
Aurora Evans.Quarta-Feira.O caminho para casa foi bastante difícil para mim, eu tive que ficar parando o tempo todo por causa da dor na barriga. Eu ainda não consigo acreditar como alguém pode ser tão maldoso por causa de homens. Eu não tive culpa se os novatos estavam me dando um pouco de atenção, mas isso não significa que eu tenho que ser vítima de bullying. Já não estou aguentando mais, se não é na escola, fico passando sufoco em casa com os meus pais. Principalmente com a minha mãe. O engraçado é que ela sempre vem falar comigo como se nada tivesse acontecido. Claro que eu respondo gentilmente ela, mas eu jamais irei perdoá-la, pelo o que ela fez comigo. Eu sempre amei me transformar em lobo. A minha primeira transformação foi quando eu tinha nove anos, eu estava brincando no quintal de casa, quando eu vi um coelho. Comecei a correr atrás dele e quando eu percebi, já estava na minha forma de lobo. Eu sinto tanta falta de sair correndo por aí, de sentir o vento no meu rosto, s
Aurora Evans. Fui caminhando para o banheiro. O meu banheiro é bem simples, as cores das paredes também são azuis, tem um box e uma pequena banheira. O piso também é cerâmica de madeira, tem uma pia um pouco grande e um espelho. Vou retirando as minhas roupas e senti a minha loba começar a despertar. ‘’ Não tome banho. O cheiro dele é muito bom. ‘’— Você acordou, eu fico feliz. Já estava ficando preocupada. Enfim, infelizmente eu tenho que tomar banho. Minha mãe não gostou do cheiro. Escutei o rosnado dela assim que mencionei a minha mãe. ‘’ Essa vadia! Por culpa dela eu estou bastante fraca e muito sonolenta. Ela não é digna de se chamar de mãe. Porque o que ela fez conosco é algo imperdoável. ‘’— Eu sei. Eu não consigo perdoar e sinto que nunca vou conseguir.‘’ Ela quase nos matou, Aurora. Aqueles remédios só podem ser tomados uma vez, somente uma vez. Mas ela te forçou a tomar esses remédios por seis anos, seis anos.’’Suspirei e resolvi entrar no box, liguei o chuveiro e
Aurora Evans.06:25 — Residência dos Evans — Quarto — EUA — Nova York.Quinta-Feira.Comecei a me remexer na cama ao sentir uma claridade em meu rosto, isso me fez abrir os olhos e percebi que eu esqueci de fechar as cortinas ontem. Sentei na cama e soltei um bocejo, espreguicei o meu corpo e escutei alguns ossos estralarem. Nossa, eu devo ter dormido feito uma pedra ontem. Logo o meu despertador começou a tocar em um volume bastante alto, rapidamente o desliguei, porque o som machuca meus ouvidos. Levantei da cama e vou indo em direção ao banheiro ainda bocejando, me aproximei da pia e vi o meu reflexo. — Minha nossa, eu estou parecendo um zumbi.‘’ E olha que dormiu muito bem. ‘’ Sorri ao escutar a voz da minha loba. — Bom dia. ‘’ Bom dia, Aurora. Está preparada para hoje? ‘’Fiquei confusa.— E o que vai ter hoje? ‘’ Garota, iremos ver os alfas gostosos hoje. ‘’— Meu Deus, não comece com isso, ainda é muito cedo.Ela não disse mais nada. Então eu resolvi tomar um banho. R
Aurora Evans. Olhei para o céu e suspirei. É tão bom estar do lado de fora, me sinto mais viva e menos sufocada. Vou andando em direção a escola e vejo muitos casais felizes e sorridentes. Ah, como eu queria ter o meu alfa comigo agora, mal posso esperar para tê-lo ao meu lado, eu tenho certeza que serei a mulher mais feliz do mundo. ‘’ Logo, logo iremos encontrar o nosso companheiro. ‘’Senti o meu coração acelerar. — Tem certeza? — Questionei em um tom baixo. ‘’ Eu sinto que ele está perto, mas eu não sei quem ele é. ‘’Suspirei. Ah, tudo por causa da minha mãe, se não fosse por ela, eu com certeza já teria encontrado o meu companheiro. ‘’ Não se preocupe, Aurora. Mesmo que eu não consiga encontrá-lo, ele vai nos encontrar.’’Isso me fez sorrir. — Eu espero que ele nos encontre logo, assim podemos sair daquela casa e viver com o nosso alfa. — Falei toda feliz. ‘’ Mas temos um grande problema.’’Parei de andar na hora. — Qual problema? ‘’ Seus pais. ‘’Isso me fez suspir
Aurora Evans. 11:30 — Escola — Sala de aula — EUA — Nova York. Quinta-Feira.— Bom dia, alunos. — Nos cumprimentou como sempre faz.— Bom dia, professor. O professor de arte é um beta de trinta e sete anos, ele é alto, moreno, ele não é musculoso, tem um corpo normal, a cor dos seus olhos são azuis claros, a cor dos seus cabelos é um preto azulado. Eu gosto desse professor, ele é muito legal, sempre me ajuda quando eu tenho alguma dúvida. — Enfim, alunos. A professora de inglês faltou hoje, então vamos juntar a turma dela com a de vocês. Podem entrar! A porta foi aberta pelos alunos entrando, percebi também que essa é a turma das as ômegas mais desejada da escola. Eu mereço isso, tenho total certeza que elas vão dar em cima deles dois. — Podem escolher os seus lugares, se não tiver mais cadeira, podem pegar na sala de vocês. — Falou e todo mundo acenou com a cabeça. Reparei que as patricinhas entraram na sala já se achando.Porque elas acham que são o centro das atenções? Eu n