♥ Capítulo 4 ♥

Aurora Evans. 

Resolvi ficar em silêncio. Acabamos de chegar na enfermaria e ele abriu a porta sem problema algum. Vimos a doutora Andressa na sua mesa, ela se virou e nos olhou sem entender. 

— O que aconteceu? — Perguntou sem demonstrar nenhuma preocupação. 

— Ela acabou levando uma bolada na sua barriga. — Alex responde a sua pergunta, mas ele está bem sério. Nem parece o mesmo de antes. 

— Coloque ela em cima da cama. — Apontou para a cama. 

A enfermaria é um lugar bem espaçoso, tem cinco camas no local, um enorme armário para os remédios, um freezer com soros e bolsas de sangue, uma grande mesa para a doutora colocar suas coisas, como o notebook, sua bolsa, alguns arquivos dos pacientes. Também tem uma estante com bastante livros sobre enfermagem. 

Ele me carregou até a cama e me colocou com cuidado, a doutora se aproximou com um saco de gelo, ergui um pouco a minha camisa e soltei um gemido de dor assim que fez contato com a minha pele. 

Ainda está doendo bastante. 

— Depois do gelo, irei lhe passar um remédio para você tomar.

E porque você não me dá um agora? Minha barriga está doendo bastante. Aquela pessoa que me acertou, ela deve me odiar bastante. Porque a bola me acertou em cheio. 

Suspirei e somente concordo com ela. Ela se virou para o Alex. 

— Você pode ir, querido. Ela irá ficar bem. — Falou com um sorriso.

Não vou não! Você nem quer me dar o remédio. Mas, é impressão minha ou ela está dando em cima dele? Ela pode parecer um pouco jovem, mas a doutora tem quarenta anos. 

Ela é uma beta bem bonita, isso eu confesso. Seus cabelos são ruivos, a cor da sua pele é branca, ela é um pouco alta, deve ter um metro e sessenta ou menos, eu não sei. Eu acho que o que destaca também nela é a cor dos seus olhos verdes claros. 

Ela é uma pessoa muito vaidosa, sempre está cuidando da sua aparência, por isso ela parece ter uns trinta anos ou até menos. 

O Alex se aproximou mais ainda de mim, ignorando totalmente ela. 

— Você vai mesmo ficar bem, princesa? — Eu ainda não me acostumei com ele me chamando assim. 

— Sim… Eu vou ficar bem. — Eu acho. 

Desviei o olhar para o lado por causa da sua aproximação. Não que eu me importe com a sua aproximação, é que eu sou muito tímida, nunca tive uma conversa com garotos antes. Tudo é bem novo para mim. 

— Tudo bem. Então irei voltar para a quadra. — Sorri e concordo com a cabeça.

— Está bem. 

Ele foi caminhando até a porta e fiquei confusa quando ele parou do nada, fiquei mais ainda sem entender quando ele voltou na minha direção. Do nada ele beijou a minha testa e isso fez o meu pobre coração acelerar. 

— Agora eu posso ir. — Falou com um sorriso. 

Eu não consegui formular nenhuma palavra, nenhuma mesmo. Eu só o vejo ir embora sem olhar para trás, percebi o olhar da doutora sobre mim.

Como ele pode me deixar para trás assim? 

A doutora voltou para a sua mesa me deixando sozinha, suspirei e resolvi dormir um pouco. Coloquei o gelo em cima da escrivaninha que tinha ao lado das camas, me arrumo melhor e logo peguei no sono. 

*****

Acordei ao sentir um carinho em meus cabelos, isso me fez sorrir, porque eu já sabia quem era a pessoa. 

— Como foi o jogo, Laura? — Abri os meus olhos e a encaro. 

— Foi um lixo total. Eu acabei sendo suspensa. — Arregalei os olhos muito surpresa com isso. 

— O que? Porque? Você não fez nada. — Ela suspirou. — O que você fez, Laura?

— A garota que jogou a bola em você, neste exato momento ela está na quadra machucada. 

— E porque? — Perguntei, mas acho que não quero saber a resposta. 

— Eu espanquei. — Meus olhos só faltaram saltar para fora. 

— O que!!?

— Ela começou a falar mal de você, quando o senhor gostoso te levou para a enfermaria. Então por isso eu bati nela. — Suspirei. 

— Você não deveria ter feito isso, Laura. 

— Claro que eu deveria, Aurora. Aquela filha da puta começou a te chamar de vadia na frente de todo mundo, e ainda ficou dizendo que você estava fingindo estar com dor, só para ser carregar pelo Alex. 

Que desgraçada do caralho!! Eu ainda estou sentindo bastante dor, e essa puta vem dizer que eu estava fingindo. Que ódio!!

— Aquela infeliz me acertou com tanta força e ainda tem a cara de pau de dizer que eu estava fingindo. Ah, que raiva!!! Que ódio!! 

— Sim, aquela derrota. Enfim, agora só irei voltar daqui a cinco dias. 

— Eu sinto muito, amiga. 

— Que nada, mulher. Irei passar esses dias em casa assistindo e comendo, a melhor mini férias da minha vida. — Isso me fez rir. 

Por isso eu amo essa garota, ela me faz rir nas piores fases. 

— E que horas são agora? — Perguntei ao notar que o sol já estava se pondo. 

— Neste momento são cinco e meia, as aulas já acabaram. Então eu vim te acordar para irmos embora. Vamos? Ou não consegue andar?

— Estou bem, minha barriga ainda dói. Mas basta eu tomar um remédio que melhora. — Ela acenou com a cabeça.

Eu tenho medo que por causa dessa bolada, o meu cio possa acabar vindo mais rápido. E eu não estou preparada para isso. 

Ela me ajudou a descer da cama.

— Eu trouxe as suas coisas. 

— Obrigada. — Ela sorriu. 

Fomos saindo da enfermaria e do nada ela fala.

— Eu acho que eles estão afim de você. — A encarei sem entender. 

— Quem? — Ela revirou os olhos. 

— Os novatos. 

Meu coração acelerou.

— O-O que? Claro que não, Laura. De onde você tirou isso? — Ela bufou.

— Eu reparei no jeito que eles estavam te olhando na hora que você foi atingida pela bola. Garota, eu confesso que fiquei com medo deles, porque a cor dos olhos deles se tornaram dourados, e só pra você saber, você tem o cheiro do Alex no seu corpo todo. 

Fiquei um pouco envergonhada. 

— Mas é claro, Laura. Ele que me carregou até aqui, então é normal o cheiro dele está no meu corpo.

Ela deu um pequeno sorriso. 

— Agora confesse para mim, você gostou, não foi? 

 Sorri ao lembrar do beijo que ele me deu na testa.

— Oh, que sorriso é esse? O que mais aconteceu? Quando ele te trouxe?

— Quando ele estava me trazendo para a enfermaria, eu acabei cheirando o pescoço dele. 

Ela soltou uma gargalhada tão alta. 

— Meu Deus, Aurora!! Como eu queria ter visto isso.

— E ele ainda me perguntou se eu estava gostando do cheiro dele. — Passei a mão no rosto ao ouvir outra gargalhada dela. 

— Ah, eu faria de tudo para ter visto essa cena. — Revirei os olhos.

Agora ela vai surtar mais ainda.

— E tem mais uma coisa. 

— Pode contar. — Falou toda ansiosa. 

— Quando ele ia embora da enfermaria, do nada ele voltou até mim e beijou a minha testa, depois foi embora como se nada tivesse acontecido. E ele tem me chamado de princesa. 

— Oh meu Deus!! Princesa? Isso vai dá namoro!! Vai dá namoro! Disso eu tenho total certeza. — Ela começou a pular e gritar no meio do corredor. 

— Cala boca inferno! Fala baixo. — Reclamo e ela somente rir. 

— Isso vai dá namoro! — Ela saiu correndo pelo corredor e continuou falando vai dá namoro. 

Eu mereço isso. A pessoa manda ela calar a boca, e a desgraça continua gritando. Mas, eu confesso que gostei da ideia de namoro, porque eu quero um alfa para cuidar de mim, me amar. Mas infelizmente o problema são os meus pais, principalmente a minha mãe. 

— Ah, a minha querida amiga está quase namorando. 

— Não viaja, Laura. 

— Hum, eu quero cachorro quente. — Fiquei sem entender o rumo dessa conversa. 

— Do nada? 

Ela deu de ombro, isso me fez suspirar. 

— Só vamos para casa, minha barriga ainda está doendo. 

— Tudo bem, vamos passar na farmácia, podemos comprar um remédio para dores na barriga. 

— Mas eu não estou com dinheiro aqui, Laura. 

— Sem problema, depois você me paga com uma deliciosa refeição. 

Isso me fez rir. 

Essa menina não tem jeito mesmo, mas eu amo esse jeitinho doido dela.

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