Não trocamos outro beijo além daquele, de tirar o fôlego. Voltamos para o apartamento, focados em conversar sobre nossos animais de estimação e a forma como estavam se entendendo.Quando estávamos chegando no estacionamento do prédio, meu telefone tocou. Era um número desconhecido.— Senhorita Maria Lua?— Quem está falando? — perguntei, curiosa.— Gregório... Ou Greg, como a senhorita me apelidou.— Greg? — Sorri. — Eu estou com saudade de você. Acredita que o gato de Theo me mordeu? Por pouco não morri! — Eu estava aí pela manhã, quando o senhor Theo a levou a o hospital. E justo por este motivo estou ligando: saber se está bem.— Estou bem. Por sorte não precisei fazer cirurgia e se tudo der certo em duas semanas estarei novinha em folha. — Creio que esteja na hora de marcarmos aquele encontro entre a senhorita e minhas meninas. — Nada de senhorita, Greg. Quero me chame me Maria Lua e pronto. E sim, estou louca por este encontro. E sabe qual a primeira coisa que vou perguntar pa
Peguei o buquê, que chegava a ser pesado. Theo sabia que eu não gostava de flores. Ou melhor, não gostava de ganhá-las. Retirei o cartão, que estava escrito com a letra firme e bem desenhada dele: “Seja bem-vinda novamente, raio de sol. Eu deveria tê-la recepcionado desta forma, desde o início. Desculpe pelo meu gato! Theozinho.”Eu ri:— “Theozinho”?— Queria lhe arrancar um sorriso. — Me olhou, orgulhoso.— Desculpas aceitas.— Queria que quando chegasse de volta, soubesse o quanto é bem-vinda aqui. E Fofinho promete que vai se comportar a partir de agora.— E eu prometo que não vou dar banho nele. Nunca mais! — Levantei minha mão.— A mão fica até sem graça perto destes arranhões aqui... — Tocou meu rosto e depois o pescoço, sem pressa.— Espere para ver os arranhões da barriga... — provoquei, fechando os olhos.Ele alisou meu pescoço vagarosamente, com a mão morna, os dedos alcançando a região de trás da minha orelha, causando-me excitação.— Boa noite, família!Nós dois viramos o
Porém antes que ele viesse, fui ao seu encontro e nos deparamos no corredor, ambos praticamente correndo um em direção ao outro.— Maria Lua... Está tudo bem? — Theo perguntou preocupado.Observei Málica logo atrás dele, intrigada.— Theo, olhe isto. — Entreguei-lhe meu celular.Assim que ele terminou a leitura, me encarou. Os olhos estavam escurecidos e além da fúria, percebi decepção:— Como... Descobriu?— Várias mensagens... Papai, mamãe, Ben...— Theo, o que aconteceu? — Málica estava curiosa.Ele lhe alcançou meu celular, que ela logo começou a ler.Não pensei duas vezes e me aproximei dele, abraçando-o. Theo envolveu os braços ao redor do meu corpo e eu sentia a sua respiração ofegante. Imaginava a decepção que ele sentia naquele momento. Toda sua luta, todo seu trabalho, mais uma vez roubado por Robin.Quando percebi, Málica puxou-me e tomou meu lugar, abraçando-o. Theo me olhou sobre os ombros dela e não disse nada. Mas seus olhos me imploraram calma. E naquele momento tudo q
Depois de um longo silêncio e a certeza dela de que havia ganhado a luta, Theo me perguntou:— O que você acha disso tudo, raio de sol?— Isso tudo o que?— Robin... E o meu projeto mais uma vez nas mãos dele.— Eu acho que alguém o traiu... E ainda trai. E é alguém próximo. Seu projeto foi entregue a ele, bem como a fórmula, anos atrás.Theo ficou me olhando, sem mencionar uma única palavra.Málica suspirou antes de dizer:— Sabemos que você é uma traidora, já que estava com Robin e ficou com Dimitry ao mesmo tempo...— Isso... Não é traição. Se chama adultério. — Tentei me defender. — Eu jamais trairia Theo... Nunca...— Você mesma sugeriu que é alguém próximo dele.— Poderia ser você — acusei.— Eu não conhecia Theo quando a fórmula foi roubada. Portanto, não há como sequer tentar me incriminar. Já provei a Theo que sempre estive ao lado dele. Sou fiel e íntegra... Diferente de você.— Está... Me acusando de ser a traidora? — Levantei, alterando a voz.— Maria Lua, saia daqui, por
— Mãe! — Como se sente, meu amor?— Bem... Tudo bem. — Sua voz não parece bem.— Mas estou bem. — O que Theo vai fazer com o gato?— Não vai fazer nada. Acho que o problema fui eu e não o gato. Não deveria ter dado banho nele. — Sim, não deveria. Mas o gato pode ser um problema. Você mesma já reclamou dele várias vezes.— Mas... Ele não é tão ruim assim.— Justo agora que fez você parar no hospital ele não é tão ruim assim?— Mãe, eu estou bem. Juro...— Sugiro que alugue um apartamento ou compre. Pode até ser no mesmo prédio do Theo. Está na hora de ter seu espaço, Malu.— Não... Não quero.— Já pensou quando retorna para Noriah Norte? Quando a mandamos para Noriah Sul foi para passar uns dias e não morar para sempre. Theo já nos deixou. Você não pode fazer o mesmo.— Theo precisa de mim. Eu li sobre a Giordano estar vindo para Noriah Sul. Não posso deixá-lo enfrentar Robin sozinho.— Talvez esteja na hora de Theo tomar uma decisão.— E qual seria?— Largar este país e esta empre
— Ficarmos juntos?Ele assentiu com a cabeça. Se aproximou e pegou minha mão que estava com o curativo:— Vou cuidar de você quando voltar.— Devo esperá-lo onde? — provoquei.— Eu já disse que você não vale nada, raio de sol?— Já... Umas mil vezes. — Ri.Theo deu um beijo no meu rosto:— Em alguns minutos estarei de volta.— Para quem esperou 24 anos, o que são alguns minutos?— Uma eternidade — sussurrou no meu ouvido, sorrindo. — Alguns minutos ainda parecem uma eternidade.— Amo você. — Pisquei.— Pode repetir? Mil vezes?— Posso... Quando você voltar. Vá logo! — Empurrei-o para fora do quarto, mesmo a contragosto.Claro que eu não me sentia confortável com ele levar Málica. Sabia que ela estava jogando e faria qualquer coisa para não perdê-lo. Aquela mulher se ajoelhou aos pés de Theo e aquilo me intrigou. Porque ao mesmo tempo que parecia saber tudo que se passava entre Theo e eu, outras vezes fingia que nada acontecia.Assim que me certifiquei de que eles haviam saído, peguei
O simples movimento de abrir e fechar a boca para falar fazia meus lábios coçarem. Percebia a vermelhidão tomando conta do meu corpo e não podia fazer nada, pois estava atrelada à porra das algemas.- Gatão! Você é um cão leal, sensível e protetor, vindo da montanha dos Pirenéus! Me ajuda, porra! – Gritei, sem sucesso.Sabia que o cachorrão certamente estava deitado, ocupando quase toda a minha cama, completamente preguiçoso. Aposto que chegou a abrir os olhos grandes e brilhantes quando ouviu seu nome, arqueando as orelhas... Para em seguida abaixá-las, enquanto fechava os olhos e voltava a dormir.- Fofinho! Gatinho querido... Eu posso perdoá-lo... Em troca você sai pela janela e chama o porteiro. Diga que estou aqui, trancada... E vou morrer, asfixiada, porque o óleo de amendoim já deve estar atingindo a minha garganta.Nem sinal do gato assassino. Aposto que estava feliz da vida sabendo que eu estava ferrada.Foi então que vi o desgraçado do Fofinho passar pela porta e me analisar
- Creio que possa mesmo ter sido isso... – sorri, de forma fingida – Quem sabe você começa pelas gavetas? Preciso sair daqui e procurar Theo.- Eu... Sabia que ele gostava de mim. Mas confesso que fiquei impressionada de Theo ter agido desta forma... Não aceitando o fim do nosso relacionamento.- Achei que tivesse sido só uma briga. – Debochei.- A gente... Terminou!- Nossa... Que triste. Sinto muito! Mas se eu ficar livre destas algemas, posso procurar nosso querido Theo. E quem sabe ele a perdoa.Ela começou a abrir as gavetas, jogando tudo para fora.- Eu sempre disse para Theo que estas coisas eram perigosas. – Ela dizia enquanto procurava as chaves.- Ele nunca trancou você aqui? – fiquei curiosa.- Acha que eu botaria meu pulso nesta coisa? Quantas mulheres podem ter ficado trancadas aí?- Se bem conheço Theo, poucas.- Independente do número de mulheres que tenham passado pela cama dele, não sou como elas. – falou enquanto procurava as malditas chaves.- Málica – gritei – Pare