O desconhecido (II)

— Qual o seu problema, Maria Lua?

Olhei para a mão dele e retirei-a, furiosa:

— Qual é o “seu” problema, Theo?

— Ontem mesmo você estava na mesa de pai, com Dimitry, nosso primo, no dia do seu noivado. Hoje está dando em cima de um garoto, como se nada tivesse acontecido.

— Acho que não devo mais transar com ninguém da minha família — provoquei.

Theo ficou me encarando um tempo, sem dizer nada. Tentei firmar meus olhos nos verdes dos seus, mas não consegui sustentá-los. Olhei para o chão.

— Eu só achei que a gente pudesse se divertir um pouco... Faz anos que não vou à Babilônia. — Theo foi mais gentil, até mesmo doce, de tal forma que me irritou. — Mas se quiser ficar por aqui, falo com papai... E lhe dou cobertura.

— Não se importaria se eu ficasse?

— Não.

— Então eu vou com você.

— Maria Lua, você entendeu o que eu disse?

— Sim.

— Usou drogas? Bebeu?

— Ainda não... — Sorri, pegando a mão dele. — Vamos, Theo.

Heitor já estava no carro nos esperando. Soltamos nossas mãos assim que saí
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