Quando o ar quase nos faltava, tamanha intensidade daquele beijo, mordi levemente seu lábio inferior:- Feliz 23 anos!- Obrigada por estar comigo, meu amor!- Gostaria de estar para sempre.- E estará. Não nos separaremos, nunca mais.Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, Theo foi até o tatuador e falou algo, que não consegui prestar atenção, pois minha mente estava imersa na frase dele “Não nos separaremos nunca mais”. Mal ele sabia que era só uma questão de tempo para que não estivéssemos mais juntos.Quando percebi, lá estava o homem da minha vida, deitado na maca, com a camisa aberta. Fui até eles, confusa e curiosa:- O que está fazendo aí? – Questionei.- Está na hora de botar minha borboleta dentro do potinho. Pediu algo à altura da sua borboleta. Eu fiz. Agora posso capturá-la, estou certo?Se ele entendesse que as borboletas só existiam por sua causa... Que quando ele não estava por perto, elas sequer ousavam sair de onde estavam, tampouco se aventurar num voo por dentr
- Raio de sol, não podemos sofrer antecipadamente por conta disto. Teremos que aguardar o resultado dos exames, comprovando que o filho não é meu.- Você fala como se tivesse tanta certeza...- E como não ter? Não transei com ela sem preservativo.- Theo, lembra do que Salma fez com Heitor?- E ela não engravidou dele.- Porque ele tinha vasectomia. Se não tivesse, certamente eu seria filha dele, pois ela fez tudo meramente planejado, escolhendo a data do seu período fértil para estuprá-lo.Theo alisou minha bochecha carinhosamente:- Teremos que ter paciência, meu amor.- Paciência... – suspirei – Eis uma coisa que nunca tive.- Me esperou por muitos anos... – Ele sorriu.- Você foi a única coisa que esperei na vida, com paciência.- Procure relaxar, Maria Lua. Seu semblante está cansado. – Alisou meus cabelos, já fazendo com que uma boa sensação invadisse meu corpo e um leve sono tomasse conta de mim.Bocejei e Theo riu:- Cansada, sonolenta... E sem paciência. – Seguiu fazendo-me c
- Quero poder confessar aos nossos pais o tamanho do meu amor por você, sem culpa, sem medo, com o consentimento e aceitação deles.- Faremos isso hoje – ele garantiu – Quando chegarmos em casa, conversaremos melhor, já sabendo de antemão que eles não se opõem aos nossos sentimentos. Mas antes de irmos... Eu gostaria de... Beijá-la.Sorri e enlacei seu pescoço:- Não sei se vou deixá-lo só me beijar, senhor homem de 23 anos – brinquei – Acho que quero mais... Bem mais que um simples beijo...- Simples beijo? – fingiu-se ofendido – Vamos começar por esta parte, de provar que meu beijo não é simples... – passou a ponta da língua nos meus lábios, vagarosamente.Fechei os olhos e assim que ele provou dos meus lábios, passei a língua sobre eles, sentindo seu gosto. Theo imediatamente tomou minha boca, num beijo avassalador, enquanto eu ainda sentia o gosto do creme dental, que mal tinha dado tempo de enxaguar.Fui colocada sobre a bancada da pia, enquanto minhas mãos alisavam suas costas,
Despertei sentindo as mãos de Theo no meu rosto. Estava deitada na cama, com a cabeça no colchão e três travesseiros sob minhas pernas, elevando-as.- Como se sente? – Theo perguntou, de forma terna.- Bem... – Menti, ainda me sentindo um pouco tonta – Precisamos ir... – Tentei levantar.Theo impediu-me:- Vamos aguardar mais alguns minutos, até que se recupere. Você teve um desmaio.- Eu nunca desmaiei na vida! – Falei, aturdida.- Ficou muito nervosa.- Theo... – senti as lágrimas inundarem meu rosto – O que ele tem?- Eu não sei, raio de sol. Não consegui ligar, por conta de você ter caído desacordada nos meus braços. Vou buscar um copo de água. Fique mais um pouco nesta posição.Aguardei, olhando para meu próprio rosto no teto de espelhos. Torci para que tudo fosse um sonho. Mas não era, pois Theo me levantou devagar, apoiando minha cabeça em sua mão e fez-me tomar um copo cheio de água.- Agora se sente melhor?- Sim... – Tive dúvidas, mas queria sair dali o mais rápido possível.
- Eu cuidarei de Theo. E ele de mim. – Garanti – E todos nós cuidaremos de Babi, até que papai esteja bem e de novo com a gente, curado do que quer que ele tenha.Encerrei a ligação e fiquei olhando no relógio a cada minuto, com a sensação de que o tempo não passava, enquanto mil coisas passavam na minha cabeça: a chantagem dos Hernandez, a gravidez de Málica, a ampliação da Simplicity... E em meio a tudo isso, a doença de Heitor, que eu ainda nem sabia ao certo o que era.Fui deixada em frente ao prédio de Theo, que chegou de moto junto do táxi. Subi na moto com ele e fomos até o estacionamento privativo, logo nos dirigindo ao elevador. Enquanto não chegávamos, contei para ele sobre minha conversa com Ben e o quanto estava preocupada.- O que quer que seja, está em estágio inicial. Nosso pai procura o médico regularmente e deve estar com exames de rotina todos em dia.Assim que Theo abriu a porta do apartamento, deparamo-nos com Málica, deitada no sofá da sala, assistindo televisão.
Assim que Theo e eu chegamos ao Hospital, fomos imediatamente direcionados para o terceiro andar. Já era madrugada e estávamos muito nervosos. Quando chegamos na Recepção, ainda nos encontrávamos de mãos dadas. Deparamo-nos com Babi sentada num dos sofás bege-claro, junto de Anon e Ben, que estavam um de cada lado dela. Assim que nos viu ela levantou e seus olhos foram diretamente para nossas mãos.Soltei a mão de Theo de imediato, aturdida. Não havia ficado claro para mim se havia ou não o consentimento por parte dela e Heitor.Antes que eu e Theo fôssemos até ela, Babi fez sinal com a mão para que parássemos, enquanto andava vagarosamente até nós. Nunca a vi tão pálida e fisicamente destruída como naquele momento. Até seus olhos pareciam ter perdido o brilho e a cor avermelhada tomava conta deles. Os cabelos foram atados num rabo de cavalo na altura da nuca, com vários fios soltos. Tive vontade de colocá-la no colo e envolvê-la com meu corpo, como num casulo, a fim de protegê-la de
Engoli em seco, olhando para Theo. Nossa preocupação com uma possível gravidez só se deu no início. Talvez tenhamos usado preservativo umas 3 vezes, no máximo 5.Aproximei-me de Theo e murmurei, para não ser ouvida pelos outros:- Eu não sou filha biológica de Babi... Então a possibilidade de eu ter endometriose é nula.- Do que você está falando?- Que... A endometriose, segundo ela me contou, pode dificultar a gravidez...- Maria Lua, não creio que esteja pensando sobre isto neste momento!- Ouviu o que nossa mãe falou, não é mesmo?- Ouvi. Mas estou mais preocupado com o estado de saúde de nosso pai.- Não está preocupado que eu possa... Ficar grávida? – Minha voz alterou-se, sem que fosse intencional.- Não – ele me encarou – Se você estiver grávida, eu seria o homem mais feliz do mundo.- Titio já ama! – Ben não se conteve.- Será que você não consegue levar nada a sério? – Olhei-o, atônita.- Não tenho culpa se o nervosismo me deixa completamente falante e ansioso – levantou – A
- Preciso que volte para Noriah Norte e assuma a North B. Ninguém é capaz de fazer isso além de você e sabe disto. Eu também não confiaria minha empresa a outra pessoa.- Sim, assumirei a North B., pai. – Confirmei, sem pensar duas vezes.Eu voltaria de uma maneira ou de outra. Jamais ficaria em outro país sabendo que ele e minha mãe precisavam de mim. Voltaria sim a assumir meu papel na North B. e detonaria qualquer um que ousasse olhar para mim em forma de crítica ou deboche. E se ouvisse algum comentário maldoso a respeito de qualquer coisa que envolvesse meu nome, demitiria sem maiores explicações.Não tinha certeza do que Theo faria. Mas eu não voltaria para a Simplicity, tampouco a morar em Noriah Sul. E torci para que Theo fizesse a mesma escolha, já que Heitor e Babi era o que tínhamos de mais importante.- Seu avô teria orgulho de você, meu amor.- E de você também, pai, ao ver o quão especial é, e a forma maravilhosa como criou seus filhos, dando o seu melhor.- Quero que cu