oi meus amores desculpa a demora, estou com uma gripe horrível
Rosa Fernandez Fomos andando e conversando até um local com brinquedos. Alma pegou a menina, que tinha no máximo uns dois anos. Ela era muito linda, a cara da mãe. A mais velha não parecia muito com ela, mas ambas tinham um brilho encantador. Nina logo me deu o Biju, e pelo que o Juan me contou, ela não desgruda dele de jeito nenhum. Sentamos e pedi o almoço. Encontramos um restaurante à moda brasileira que tinha arroz com feijão, e a sensação de familiaridade me confortou. — As aulas já vão começar, graças a Deus — Alma falou com um sorriso no rosto, e eu ri também, notando que Nina e Luz tinham saído da mesa. — Nina, Nina, cadê você? — chamei no ritmo da música da Moana, tentando não deixar a preocupação transparecer. — Eu tô aqui! — ela cantou, vindo até mim e me abraçando. Não consegui segurar a risada. — Não faça mais isso, por favor. Não saia de perto, se não você me mata do coração, meu amor — falei, e ela me abraçou apertado, com os olhinhos brilhando de arrependimento.
Juan Carlos Hernandez Esperei o diretor do hospital por mais de uma hora. Ele estava em um grande conflito com a filha, e fui obrigado a esperar que terminassem a conversa, que terminou com ela saindo furiosa. Ele ficou lá por um tempo, tentando se recompor, antes de finalmente me chamar. Ele parecia um pouco nervoso, mas tentou ser neutro. Afinal, ele já conhecia meu trabalho e falou um pouco sobre o que esperava de mim. Avisou que a situação estava complicada: estavam faltando dois cirurgiões, e até que eles voltassem, os horários seriam bagunçados. — O senhor lembra que te falei que tenho uma filha? — perguntei, esperando que ele entendesse a situação. — A maioria dos médicos também tem filhos. Espero que isso não seja um empecilho... — ele respondeu, um pouco impaciente. — Minha filha não é um empecilho, ela é minha prioridade. E eu não tenho suporte aqui, estou em um novo país... — expliquei, tentando manter a calma. — Vai ser temporário — ele respondeu, mas sem muita convic
Juan Carlos Me sentei na varanda, olhando para o céu, tentando organizar meus pensamentos. Um tempo depois, Rosa chegou. Ao vê-la, senti um alívio inexplicável e a convidei para se sentar e tomar uma taça de vinho comigo. Ela se sentou na outra cadeira, do outro lado da mesa, se enrolando por causa do frio. Meu coração acelerou um pouco ao vê-la tão perto. — É engraçado, né? — falei, olhando para ela e depois para o céu. Eu estava tentando encontrar as palavras certas, mas tudo parecia inadequado. — Eu não sei — ela respondeu com um sorriso no rosto. Ela é uma mulher muito linda, com um olhar que me provoca a querer saber o motivo de tantas sombras. Por trás de sua beleza, parecia haver uma história triste, algo que a tornava misteriosa e fascinante. — A vida. Ela muda tão rápido. Tenho medo de Nina criar muitas ideias na cabeça dela. Você se tornou alguém especial para ela, e eu nunca vi a minha filha tão feliz — falei, e ela sorriu. A felicidade de Nina me aquecia o coração, mas
Rosa Fernandez Saí da casa do Juan com um sorriso no rosto, sentindo uma paz que raramente encontrava. Estar com eles era como um bálsamo para a minha alma. Ao chegar em casa, sabia que precisava me concentrar no trabalho, mas minha mente estava ansiosa para tirar a prótese. Embora ela fosse essencial para minha mobilidade, estava pesada e desconfortável depois de descarregar. Escolhi uma prótese elétrica pela sua realismo, mas às vezes, ela podia ser um fardo. Assim que entrei, tirei-a e a coloquei para carregar. A sensação de alívio era imensa. Tomei um banho relaxante e vesti um short do pijama e uma blusa das princesas, sentindo-me confortável e leve. Passei a noite trabalhando no meu planejamento, a cabeça cheia de ideias, mas o coração inquieto. Quando finalmente terminei, já na madrugada, fui para a cama exausta, mas satisfeita. Na manhã seguinte, acordei renovada. Vesti uma calça jeans de cintura alta e boca de sino, um cropped vermelho e tênis. Fiz uma maquiagem básica, na
Rosa A semana passou voando. Na quarta-feira, fui à Universidade, e Christopher me ajudou bastante. Ele é sempre muito fofo comigo e está se mostrando um amigo incrível. É bom ter alguém assim por perto, especialmente em dias tão corridos como esses.Na quinta-feira, aproveitei o dia para me organizar para a volta às aulas. De manhã, eu e a Nina fomos comprar alguns ingredientes para fazermos biscoitos de gotas de chocolate. Ela estava tão animada! Ver seu rostinho feliz enquanto misturávamos os ingredientes me encheu de alegria. O cheiro doce dos biscoitos assando no forno e o sorriso dela ao prová-los pela primeira vez são memórias que vou guardar para sempre.Depois da nossa sessão de culinária, passamos a tarde brincando. Nina é uma criança tão cheia de vida e energia que contagia qualquer um ao seu redor.Mais tarde, o Juan não sabia que horas seria liberado do hospital porque um paciente precisou de uma operação de emergência. Então, preparei uma sopa de queijo para nós duas. F
RosaNossa, como eu nunca reparei no quanto o Juan é bonito. Meu coração acelerou quando me vi imaginando a cena dele de cueca. Acho que o fato de viver em um colégio feminino e não frequentar praias me fez ver poucos homens assim. E, com certeza, Juan é o mais bonito de todos.Senti minhas bochechas esquentarem enquanto caminhava pela calçada. As pessoas ao redor pareciam não notar meu tumulto interno.— Acorda para vida, Rosa — murmurei para mim mesma, tentando afastar esses pensamentos. Olhei para a minha perna direita, onde a prótese estava bem ajustada. — Olha para você, nunca um homem como o Juan ia gostar de uma mulher com tantos defeitos como eu, podendo ter uma mulher perfeita ao seu lado.A insegurança tomou conta de mim enquanto eu continuava andando. A prótese, que para muitos é um símbolo de superação, para mim parecia pesar mais a cada passo. Respirei fundo, tentando controlar as emoções.— Você precisa ser mais forte — sussurrei, inspirando profundamente.Mas, por mais
RosaEu não queria, de jeito nenhum, que minha menininha se sentisse abandonada de novo. Ela não merecia se sentir renegada, e a ideia de que ela pudesse achar isso me partia o coração. Eu a observava com aqueles olhinhos brilhantes, cheios de esperança, e meu peito apertava.— Meu amor, você sabe que não sou sua mãe de verdade, mas pode ter certeza de que eu te amo muito. E, sim, minha princesinha linda, você pode me chamar de mamãe — falei, sentindo a intensidade de cada palavra. Quando terminei de falar, ela deu um salto de alegria e me abraçou com tanta força que parecia querer nunca mais me soltar, me enchendo de beijos.Meu coração acelerou, e não consegui evitar um sorriso ao ouvir a palavra "mamãe" sair da boca dela. Havia algo nessa palavra que me trouxe uma felicidade indescritível, um tipo de alegria que eu não sabia que precisava. Mas eu também sabia que precisava ser honesta.— Mas tem uma coisinha, meu amor. Eu e o seu papai somos apenas amigos, tá? — tentei explicar, de
Juan CarlosNa quarta-feira, tirei o dia para estar com a Nina. Foi um daqueles momentos preciosos, onde nos divertimos escolhendo seus materiais escolares e o uniforme, cada item fazendo seus olhos brilharem de alegria.Na quinta, o ritmo mudou drasticamente. Assim que cheguei ao hospital, já tinha sete cirurgias marcadas para mim. Eram emergências, e mal tive tempo de me preparar adequadamente. Além disso, surgiram duas outras urgências que precisaram da minha atenção. O hospital estava sobrecarregado, e eu senti o peso de tudo isso. Como eu não conhecia os pacientes, tive que analisar cada ficha com extremo cuidado, sabendo que qualquer erro poderia ser fatal. A última cirurgia, uma abdominoplastia, deveria durar entre 2 a 3 horas, mas o tempo voou, e quando olhei para o relógio, já era quase meia-noite. Meu coração apertou. Já estava no hospital há mais de 17 horas, e a saudade da minha filha me atingiu como uma onda. Mas ao verificar minhas mensagens, um alívio tomou conta de mim