Claro que eu não ia dizer nada. De certa forma, era até divertido ver as duas escondendo suas verdadeiras intenções, cada uma com sua máscara bem colocada.— Isis, você tá brincando comigo, né? Só pode estar brincando. — Falei, fingindo não entender nada.Isis me beliscou de repente, e eu quase gritei de susto.— Isso mesmo, tô só brincando com você. — Respondeu Isis, com aquele sorriso maroto.De repente, Isis se levantou e, com as mãos delicadas, agarrou minha camisa pelo colarinho, aproximando o rosto dela do meu:— Minha cintura tá doendo também. Vamos pro quarto, e você me faz uma massagem direitinho.Meu coração disparou. "Caramba, essa Isis gosta de ir longe, hein?" Mas, mesmo assim, tentei manter a pose de alguém hesitante:— Não sei se é uma boa ideia… E se a Rebecca vier atrás da gente?— Ah, deixa de ser bobo. É só uma massagem. Se ela vir, que veja. Qual o problema?— Bom... tá certo, então.Segui Isis até o quarto de hóspedes. Ela entrou primeiro e, sem nenhuma cerimônia,
— Isis, shhh! — Fiz um gesto rápido pedindo silêncio, tentando desesperadamente que ela diminuísse o volume. Com aqueles gemidos, nem a música alta ia conseguir disfarçar.Mas Isis estava completamente entregue, os olhos semicerrados e um sorriso provocante no rosto.— Não consigo me controlar... Chico, vem logo, eu tô morrendo de vontade! — Disse Isis, com a voz ofegante.Eu estava dividido entre o desejo e o medo. Nunca tinha me sentido tão encurralado. Peguei a fronha do travesseiro e a coloquei na boca dela, tentando abafar os sons."Talvez assim ela pare de fazer tanto barulho." Então, comecei a beijá-la. O corpo de Isis era absurdamente sensível, se movendo como uma cobra d’água debaixo de mim. Mesmo com a fronha na boca, ela ainda conseguia emitir aqueles sons sensuais, que pareciam penetrar diretamente nos meus pensamentos.Por mais que estivesse assustado, a adrenalina do momento tornava tudo ainda mais excitante. Eu só queria acabar logo com aquilo e tomar Isis para mim. Mas,
— É exatamente porque ele é todo certinho que isso me cansa. Sempre os mesmos dois jeitos na cama, já tô de saco cheio. Você sabe como sou, minha vontade é muito maior do que ele pode dar conta. — Disse Isis.— Mas isso não te dá o direito de fazer algo contra ele. — Rebecca respondeu, franzindo o cenho.— Eu não tô fazendo nada contra ele! — Isis rebateu de imediato, com um tom defensivo. — Eu não estou pedindo divórcio, nem dizendo que vou aparecer grávida de outro e deixar ele criar o filho. Só que, se eu não procurar o que preciso fora de casa, vou acabar insatisfeita. E, se isso durar muito tempo, a gente termina se separando de qualquer jeito.Rebecca suspirou, revirando os olhos:— Você tem uma resposta pra tudo, né? Tá bom, não vou mais discutir com você. Só toma cuidado, tá? Hugo não pode desconfiar dessas coisas.— Pode deixar! — Isis respondeu, sorrindo.As duas deixaram o quarto juntas. Nesse momento, eu estava terminando uma ligação com minha cunhada.— Rebecca, minha cunh
— Cunhada, quando eu começar a trabalhar e ganhar meu próprio dinheiro, vou te comprar roupas bem bonitas. — Falei, com toda sinceridade. Meu irmão e minha cunhada sempre me ajudaram muito, e eu realmente queria retribuir de alguma forma.Ela sorriu, contente, e deu um tapinha no meu ombro:— Vou esperar por esse dia, hein, Chico.Depois de nos prepararmos, saímos juntos. Minha cunhada dirigiu direto até o Hospital Salvador. Assim que chegamos, ela pegou o celular e ligou para Rodrigo.Rodrigo disse que já estava no andar de cima e pediu para irmos direto ao escritório. Segui minha cunhada até um corredor amplo e bem iluminado. Paramos em frente a uma porta com uma placa onde se lia "Vice-Diretor". Pelo vidro da porta, dava pra ver Rodrigo, sentado dentro do escritório, conversando animadamente com o vice-diretor. Eu não fazia ideia de que Rodrigo tinha esse tipo de contato. Conhecer o vice-diretor do maior hospital da cidade? Isso não era pouca coisa.Assim que nos viu entrar, Rodrigo
Minha cunhada ajeitou minha roupa com cuidado antes de eu entrar na sala para a entrevista. Com os documentos em mãos, respirei fundo e segui sozinho para o setor de ortopedia.A ortopedia estava quase deserta. A entrevista seria conduzida diretamente por um médico do setor, um senhor de mais de 60 anos que, quando entrei, estava distraído mexendo no celular.— Olá, vim para a entrevista. — Cumprimentei educadamente.Ele usava óculos apoiados no nariz e me lançou um rápido olhar por cima da armação.— Sente-se. — Disse ele, seco, sem tirar os olhos do celular.Sentei-me na cadeira ao lado da mesa dele e, com cuidado, peguei meus documentos e o diploma para entregar. Mas, antes que pudesse estender os papéis, ele levantou a mão, me interrompendo:— Não precisa me entregar nada agora. Primeiro me diga: alguém te indicou pra esta vaga?Recolhi os documentos e respondi:— Não, eu vi o anúncio de vocês na internet e resolvi me candidatar.O velho arqueou as sobrancelhas, como se não estives
O velho médico me olhou com evidente desagrado assim que me viu entrar novamente:— Não te mandei ir pra casa esperar o telefonema? O que tá fazendo aqui de novo?Eu já estava irritado com aquela situação, então fui direto:— E como você vai me ligar, se nem pegou meu número?Ele ficou sem resposta por um momento, claramente desconcertado, mas logo sua expressão se transformou em raiva:— Acho que você não é adequado pra nossa equipe. Pode ir embora.Aquilo me deixou ainda mais irritado:— Eu sou formado pela melhor faculdade de medicina de Cidade J, muito melhor que aquele cara de agora há pouco, que veio de uma universidade de terceira categoria! Ele conseguiu ficar, por que eu não posso?O velho médico, já vermelho de raiva, me encarou com dureza:— Porque não pode e ponto final! Não tem mais conversa. Agora sai daqui!— Não vou sair. Estou aqui para uma nova entrevista.— Você já perdeu a chance! Fora!— Eu tenho chance, sim! Eu conheço o Dr. Adam.Assim que mencionei o nome do Dr.
Levantei-me de imediato, enquanto Rodrigo permaneceu sentado. Isso, a princípio, não era nada demais. Afinal, ele havia me ajudado e era mais velho que eu. Não tinha obrigação de se levantar. Mas o problema foi o tom que ele usou, quase como se estivesse me dando uma lição de moral:— Chico, quando for fazer um brinde, precisa encher o copo até a borda. Deixar o copo pela metade, como você fez, é muita falta de educação.Naquele momento, passei a gostar ainda menos dele.Minha cunhada, com um sorriso no rosto, tentou amenizar a situação:— Ah, Rodrigo, o Chico acabou de entrar no mercado de trabalho, ainda está aprendendo. Espero que você tenha paciência com ele.Enquanto falava, ela completou o meu copo de vinho.Engoli o orgulho e, com uma expressão contrariada, virei-me para Rodrigo:— Sr. Rodrigo, foi falta de atenção minha. Peço desculpas.— Não tem que pedir desculpa. Só estou te dando um toque. Sente-se. — Respondeu ele, com a mesma frieza.Sem dizer mais nada, virei o copo de u
— O que tem de falso nisso? Eu só quero ter um filho... — Minha cunhada disse, abraçando meu braço. De repente, lágrimas começaram a escorrer silenciosamente pelo rosto dela. — Quando eu e seu irmão nos casamos, eu cheguei a engravidar... Mas, naquela época, ele disse que o trabalho não era estável, que não conseguiríamos sustentar uma criança. Ele me convenceu a interromper a gravidez. Acho que foi por causa desse erro que cometemos juntos que Deus decidiu não nos dar mais filhos.Ela chorava tão profundamente que era impossível não sentir o peso da dor dela.Sem pensar muito, envolvi minha cunhada em um abraço e comecei a acariciar suas costas, tentando acalmá-la:— Não pensa assim, cunhada. Meu irmão ainda não fez os exames no hospital. Espera ele fazer, aí vocês conversam sobre isso, com mais calma.Ela sorriu amargamente enquanto secava as lágrimas:— Chico, a chance é mínima... Seu irmão sempre teve problemas com isso, sabe? Quando era mais jovem, os médicos disseram que ele tinh