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-Você é minha e vai fazer o que eu mandar entendeu Mileny?- Daddy segura meu queixo muito forte me suspendendo a cabeça oara cima.

-Não! Seu resto de... Há!- Caio no chão e coloco minha mão em minha bochecha direta onde a mão dele acertou.

-Agora vadia vai ver que não deve me negar nada! 

  "Daddy" me puxa pelos cabelos e me joga novamente no chão fazendo minha cabeça bater no mesmo, senta em cima de minha barriga e começa a rasgar minha blusa, começo a me debater em baixo dele mas ele nem se move, tento bater nele porém ele com uma de suas mãos segura as minhas duas em cima da cabeça, me sinto ainda mais vulnerável, não aguento mais segura e as lágrimas saem livremente de meus olhos, ele sorri ao me ver assim, parece que seu maoir prazer é me ver sendo franca e chorona, chorona pelos seus atos, e com um único puxão arranca meu sutiã e com a mão livre toma meu seio direito em um aperto forte me fazendo gritar de dor. 

-HÁÁÁ!PA...PARA! PARA! SO...SOCORRO, ALGUÉM ME AJUDA POR FAVor....- Sinto minha voz sumindo.

-Mileny, acorda Mileny. - ouço ao longe uma voz me chamando.

  Abro meus olhos e me deparo com a Suzana. 

-Calma, foi só um pesadelo minha filha já passou.- fala calma no inuito de me acalmar também.

  Sei que não a tratei muito bem quando a conheci, mas eu me sinto tão sozinha que eu precisava muito de um abraço então, a abracei, pensei que ela se afastaria pela forma rude que a tratei antes mas não, ela me acolheu em seus braços e por mais idiota que possa parecer eu me sentir segura ali. Ela passa uma de suas mãos pelo topo de minha cabeça e vai descendo até minha numa repetindo o movimento várias vezes e aos poucos vou parando de chorar e meus soluços também vão diminuindo a cada carinho que ela me faz. É tão bom sentir carinho...

-Desculpa.- Peço com a cabeça enterrada no peito de Suzana.

-Pelo que menina?- Diz com sua voz doce.

-Pela forma grosseira e sem respeito que eu te tratei ontem.- Saio de seus braços.

-Ora, isso já passou virou passado o que importa é o agora e de como vamos nos comporta daqui pra frente.- Suzana enxuga com seus polegares meus olhos que ainda estão molhados por causa do choro.

-Obrigada.- Sorrio verdadeiramente para ela.

-Não por isso, tome trouxe seu café da manhã. 

  Ela coloca em meu colo uma bandeja com alguns biscoito e um copo de iogurte e uma maçã, só de olhar para essa comida sinto minha boca salivar e meu estômago logo da sinal de vida, não espero por nada e em menos de três minutos devorei todo o conteúdo da bandeja arrancando uma leve gargalhada de Suzana, riu com sua gargalhada mas logo meu sorriso morre. 

-Pelo jeitos vocês estavam com bastante fome. Oh! Desculpe menina não quis te deixar triste.- diz abaixando a cabeça, pude notar seu olhar tristonho.

-Não, tudo bem, você não tem culpa de nada. - Tiro a bandeja de meu colo- Bom, eu te perguntei ontem e você não me respondeu. 

-E o que você perguntou ontem? 

-Como faço para tirar esses projetos de monstro de dentro de mim.- não quero ter que sofrer ainda mais.

  Suzana arregala os olhos e os desce até minha barriga, fica um tempo a encarrando e uma lágrima solitária escorrer por seus olhos me deixando confusa. 

  Por que ela chorou olhando minha barriga? 

-Por que você os odeia tanto Mileny?- pergunta numa tonalidade bem triste.

-Porque eles são filhos de um monstro que me fez muito mal.- digo sem conseguir desfarça o nojo que sinto.

-Oh menina, e que culpa eles tem? Por acaso eles pediram para que o pai deles fizesse o que fez com você? 

-Não, mas mesmo assim eu não os quero! Eu quero eles fora de mim como faço isso? 

-Não os mate criança, você vai se arrepender no futuro e não poderá fazer nada para muda um decisão dessa.- fala parecendo que tem experiência no assunto. 

-Então o que eu faço Suzana? Eu não tenho para onde ir, fui dada como pagamento por meu pai, fui violentada e ainda estou grávida de gêmeos, estou no lixo, em cacos, eu não os quero. 

-Façamos assim menina, quando o medico te der alta você vai lá pra minha casa... 

-Não, não quero que se imco... 

-Até ter como se restabelecer na vida, depois que as crianças nascem você as dá para adoção onde elas encontraram alguém capaz de ama-las e cuidar delas. Um aborto não resolve um problema, ele só trás mais sofrimento Mily. 

  Paro pra pensa, antes de me acontecer o que está me acontecendo eu também era contra um aborto pois, sempre acreditei que a criança nunca teve culpa de nada, era um ser inocente, contudo, agora eu estou na sentindo na pele o que é um estupro e uma gravidez indesejada, vejo que a raiva e ódio me segou e me fez querer matar pessoas que não tem nada haver com minha desgraça. 

-Tudo bem, você venceu, não quero ser uma assassina irei até o fim com isso e depois darei eles para adoção para que tenham uma chance de serem felizes.

  Já que a minha acabou na noite em que todo esse pesadelo começou...

-Isso, muito bem menina fez a escolha certa, irei te ajuda em tudo o que precisa agora descanse pois logo logo o medico te dará alta. 

-Certo. 

  Deito na cama e vago em meus pensamentos, como vai ser daqui pra frente? Como estabelecerei minha vida normalmente? Como conseguirei levar essa gravidez até o fim?

   Perdida em pensamentos sinto minhas pálpebras cada vez mais pesada e antes mesmo que eu perceba já estou entre ao sono. 

➡ 3 dias depois: 

-Como se sente Mileny?- O doutor Matheus me pergunta anotando minhas resposta em uma prancheta.

-Me sinto muito bem. 

-Ainda sente dor em alguma parte do corpo? 

-Apenas em meu braço direito, mas nada demais. 

-E os pesadelos?- Ele tira os olhos da prancheta e me olha.

-Ainda ando os tendo doutor.- digo sincera.

-Certo, não tenho mais motivos para a manter presa aqui.- Suspira- Bom, irei passa um analgésico para sua dor no braço e manda que você vá até o psicólogo pelo menos uma vez por semana. 

-Isso é necessário doutor?- Eu não quero ir.

-Sim, você precisa de ajuda pra superar seus medos e infelizmente não poderei te ajuda com isso. Espero poder te rever Mileny mas sem precisar está em cima de uma cama. 

   O doutor Matheus é um homem bonito, sua estatura é alta, seu corpo é atlético sua pele morena e seus olhos pretos chamam a atenção de qualquer mulher, mesmo a minha, eu não quero nada com nenhum homem. 

-Certo. 

-Bom, então já vou indo tchau Mileny. 

-Tchau doutor Matheus. 

  Ele sai do quarto e Suzana entra, ela tem em mãos uma bolça. 

-Olá minha menina, trouxe roupas para você sair daqui.- Me entrega a sacola- Espero que sirvam. 

-Vão servi sim muito obrigada.- digo agradecida, eu não tenho uma roupa se quer...

-Vamos ande logo, amanhã iremos marca sua consulta com o psicólogo. 

  Suspiro pesando, e balanço a cabeça confirmando com Suzana, levanto da cama e vou até o banheiro, tiro a roupa que já estou vestida e visto um vestido com a estampa florida rodado e uma sapatilha vermelha. Olho no espelho e o vestido desenha toda a minha barriga que a pesar de ter apenas três meses e duas semanas já está bem saliente por serem dois. Saio do banheiro e Suzana me olha de cima abaixo com um sorriso bem grande no rosto. 

-Você está linda. 

-Obrigada Su. 

-Vamos? 

-Vamos! 

   Sigo Suzana até o ponto de ônibus, ela não tem carro e nem muito dinheiro me fazendo me sentir um fardo por está indo morar com ela sem poder ajuda-la em nada, mas dou graças a Deus pôr por um anjo como ela em minha vida. 

  Nosso ônibus chega e entramos, Suzana paga a minha passagem e a dela também, sentamos nas cadeiras da frente eu sentei do lodo da janela. 

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