-o que estão fazendo?- Sinto meus pulsos doer e o sangue escorrer por entre os cortes abertos pelas feridas.
-Ora mamãe, estamos apenas brincado de medico com você.- Diz um deles segurando uma faca enorme em sua mão direita.
-Não, por favor não faça isso...NÃOOOOOO- O outro monstro seguram minhas pernas enquanto o da faca corta minha barriga. Lágrimas de sofrimento e arrependimento por não ter dado fim nesses demônios saem de meus olhos.
-Não chore mamãe não gostamos da senhora chorando.-Dizem os dois demônios juntos, novamente meus olhos caem em suas mãos e os vejos segurando minhas tripas.
-SEUS DESGRAÇADOS, DEMÔNIOS, PROJETOS DE MONSTROS, ABERRAÇÕES DA NATURE...
-Acorde... Mily acorde.- Sinto meus ombros sendo chacoalhados - Vamos Mily, acode menina!
Obro meus olhos e a primeira coisa que vejo são os belos olhos de Suzana. Não consigo me mover na cama. Me sinto cansada. Estou tremendo tanto, mas se quer um som não consigo solta por minha boca. Sinto o suor escorrer por diversas parte de meu corpo me deixando assim ainda mais aflita.
Calma, foi apenas um pesadelo... Nada daquilo foi real.-Meu subconsciente tenta me convencer.Aquilo foi apenas um trauma que se projetou em forma de pesadelo não precisa ficar assim.- Ele tenta mais uma vez e dessa vez eu o escuto.
-Já passou menina Mily, já passou.-Diz Suzi olhando dentro de meus olhos. Seus olhos me deixam mais calma.
Junto minhas forças e sugo para os meus pulmões todo ar que minhas narinas me permite inalar. Tento da um fim no meu tremer por causa do maldito pesadelo. Quando me sinto um pouco melhor me acento na cama e olho para Suze que me tem um lindo sorriso aberto o qual tento retribui mas não consigo. Sorrir parece ser algo impossível de se fazer no momento.
-Vamos menina, venha tomar um banho... Irá te ajuda a se senti melhor.-Diz se levantando da cama e me estendendo a mão.
Engulo minha saliva e tenho a leve impressão que minha boca está com gosto de sangue. Nada a responde apenas pego em sua mão e deixo que ela me conduza até o banheiro de sua pequena casa. Ao chegar no banheiro, pequeno, assim como o restante de sua casa (contudo, nada tenho a reclama. Aí de mim se não fosse essa pequena casa). Respiro fundo e vou até o pequeno espelho de rosto pendurado em um prego na parede com azulejos brancos, vejo o meu reflexo, apoio minhas mãos na pia que fica abaixo no espelho e abro minha boca.
Não me surpreende minha língua está sangrando. Devo ter mordido-a tão forte durando o pesadelo que resultou nisso. Com muita mais muita vontade ( só que não) tiro minhas roupas e vou para o box. Ligo o registro da água e ao sentir seu contado com minha pele permito que lágrimas escorram de meus olhos e se misturem com a água do chuveiro.
Choro, por minha mãe que não está aqui para me dar colo;
Choro por meu pai que acha que sou a culpada pela morte da mulher mais importante de minha vida, mesmo sem eu à ter conhecido;
Choro por ter sido dada como pagamento para salvar (mesmo sem querer) a vida de um ser que só me odeia;
Choro por ter sido violada por um monstro sem alma e coração;
Choro por todos os meus sonhos que foram destruídos assim que senti a primeira estocada daquele monstro dentro de mim;
Choro por ter fruto daquele estupro dentro de meu ventre;
Agora me diz, são poucos os motivos que tenho para chorar?
Depois de incansáveis horas debaixo do chuveiro começo a me esfregar. Me esfrego com toda a força que possuo a fim de tirar da minha pele qualquer vestígio do monstro que a tocou.
Fico não sei quanto tempo assim, só sei que paro quando sinto a minha pele arder e então pego o sabonete e lavo todo o meu corpo. Assim que termino meu banho que saio de dentro do box ouço batidas na porta.
-Trouxe uma toalha e roupas limpas para você.
Vou até a porta e sem me importa com minha nudez a abro e sorriu para Suze.
-Obrigada.- Pego as roupas e a toalha fechando a porta logo em seguida. Escuto seus passos se afastando.
Coloco tudo em cima da tampa da privada. Pego a toalha e começo a me secar. Depois pego a calcinha verde com sua frente rendada e a coloco.
Não sei de onde ela vem mas, no momento em que me encontro não posso pensar em higiene. Tenho que da graças por a ter -la para tampar minha intimidade.
Pego o sutiã e o visto, logo após pego o vestido. Simples. Sua estampa é toda rosa com várias flores espalhadas por seu cumprimento. O visto e me sinto confortável, suas finas alças me dão a sensação de leveza.Pego minha roupa suja e jogo no lixo. Tenho que me desligar do passado e da uma chance pro futuro.
Decidida a não parar minha vida por causa das desgraças que me aconteceram, saio do banheiro e sigo para a cozinho onde encontro Suze mexendo em algumas panelas no fogão.
-Sente-se menina, tome seu café.-Sento na mesa e ela deixa as panelas do fogão e vira-se em minha direção- Você sabia que o café da manhã é a refeição mais importante?
Apenas assinto positivamente com a cabeça, na ciência sim, o café da manhã é a mais importante refeição do dia pois, é ela que te da energia para você começar com sua jornada. Contudo, quando eu morava com meu pai raramente tomava café pela manhã... As vezes comia apenas a noite, na hora do lanche da escola. O dinheiro nunca dava para nada e eu tinha que manter a casa e cuidar do doador de esprema que me duo-u para minha mãe.
Nunca mais na minha vida irei chamar aquele home... Projeto mal sucedido de homem de pai novamente.
Volto a realidade quando Suze coloca em minha frente um proto com um pão de sal contendo uma fatia de queijo como recheio, uma maçã e um copo de suco.
-Obrigada.- É tudo o que eu consigo dizer antes de começar a devorar a comida.
-Você estuda menina?
-Sim.
-Ótimo, hoje é segunda então você tem aula certo?
Assinto com a cabeça enquanto bebo mais um pouco do meu suco.
-Em que serie você está?
-Primeiro ano.
-Maravilha, só faltam dois anos para completar seus estudando não é?-fala alegremente.
-Humrum.- Respondo de boca cheia.
Suze arrasta um cadeira e se senta a minha frente na mesa.
-Você já sabe o que irá fazer quando sair da escola?- Engulo o pedaço de pão.
-Sim, assim que me forma irei fazer o enem e entra em uma faculdade de direito. Irei me torna uma advogada.
-Que bom menina.-Diz sorrindo pra mim.
-Hoje você tem consulta, quer que eu te leve?- Pergunta segurando minha mão que descansava na mesa. Sorriu para ela.
-Claro, se você não for comigo é bem provável que eu nem entre lá.-Ela assente e levanta da mesa voltando a mexer em suas panelas.
Termino de comer minha maçã e o suco, acho que nunca comi nada de alta qualidade como comi agora, Deve ser esse o gosto de comida feita com carinho. Muito boa!
Paredes em cores brancas, moves: Mesa, sofás, estantes e prateleiras também brancos. Utensílios: Porta-retrato, computador, porta-lápis todos nas cores brancas. Roupas: Jaleco branco, calça branca, camisa com o nome do consultório impecavelmente... Branco.-Percebo que gosta de observa srta. Fellipo.-Diz o psicólogo me analisando. Isso me deixa terrivelmente agitada. Eu não quero estar aqui! Eu não quero conversar com ELE! Eu não confio em homens. Eu não confio NELE! - Gostaria de dizer alguma coisa?... Bom, já estamos aqui a mais de vinte minutos e a srta. não disse se quer uma palavra... Por que está aqui?- Pergunta olhando em meus olhos e eu instantaneamente desvio meu olhar.-Porque me mandaram vir!-Digo quase em um sussurro. Não quer que me tratar com ele...-A srta sabe o por quê de te mandarem vir aqui?-Sei.-Digo olhando para a janela de madeira branca no meio da parede que fica ao lado de minha poltrona também branca.-Quer falar sobre?-P
-Minha garotinha finalmente acordou.Ah não! De novo não! Por favor diz que eu to sonhando por favor!- Implora meu subconsciente tentando a todo custa pensar que estou apenas tendo um pesadelo.-Vamos minha doce garotinha abra seus olhos.- Não!- Abra faça isso pro seu daddy. Não sei o quê que está acontecendo mas ao ouvir seu comando abro meus olhos bem devagarinho, assim que eu os abro por completo a primeira coisa que vejo é: Grandes e belos olhos azuis. Por um instante eu me esqueço que o dono desse lindo céu é o capeta incorporado no corpo de um homem monstruoso.Por que esse monstro tem olhos assim? Deveriam ser arrancados dele, ele não merece ter olhos assim!-Isso garotinha, que bom que abriu os olhos agora você pode dar de mama para nossos pequeninos.- diz mostrando seu sorriso horrível. Deixo meu olhar cair para os dói embrulhos em s
Tome! Isso irá te ajudar!- Diz me entregando um caderno. O pego.Olho pro caderno e reparo em seus detalhes: Capa marrom, com dois ursos de pelúcia de mãos dadas. 90 folhas, uma matéria. Ele é bonito, gostei.-Obrigada!- Digo alisando a capa do caderno que, por recomendação do psicólogo se transformará em meu diário onde escreverei o que guardo em meu coração e depois apenas o mostra-lo. Sem precisar dizer se quer um palavras sobra tal assunto.-Não por isso!- Diz sorrindo olhando em meus olhos.- Bom, com isso nossa seção dessa semana se encerra.-Okay.-Digo me levantando.-Até próxima segunda srta. Fellipo.-Até Dr. William.- Aceno com a cabeça, ainda não sou capaz de segurar em seu mão.Coloco meu mais novo confidente dentro de minha bolça e saio da sala dele logo em seguida saindo do consultório. Já não é mais necessário que Suzi me acompanhe, já sei vir sozin
" Dia bonito? Sim!Hoje eu acordei bem cedinho, observei o sol nascer entres as muitas casas de blocos que se encontram uma colada na outra na minha rua.Mas por quê o dia é bonito se é igual a todos os outros?Simples! Hoje é aniversário de papai e eu tentarei fazer um bolo bem gostoso para ele. À duas semanas atrás fiz dez anos de idade... Ele não lembrou... Mas tudo bem. Eu sei que no fundo ele me ama... Ele só não sebe me demonstrar o seu amor que imagino ser enorme por mim.Ingênuos meus tolos pensamentos!Com uma alegria que mal podia conter em meu pequenino ser tomei uma banho bem gelado<
"Na escola sou chamada de esquisita, pobretona e de santinha. Tudo porque não tenho amigos, só ando com roupas emendadas e ninguém me ver fazer nada dos que os pré-adolescentes na minha idade costuma fazer. Todos me odeiam! Menos meu pai. Ele só não sabe demonstrar de um jeito diferente o amor que senti por mim.Hoje é dia de prova e como sempre sou a última a sair da sala. Minha rotina sempre era: Casa, escola, bicos na casas da vizinha, casa e escola.Não saio para lugar nenhum, meu pai não permite. Diz que irei vira vadia se tiver amigos então para não vira isso fico no meu canto sozinha. Ninguém fala comigo e eu não falo com ninguém. ( a não ser com os professores). Mas, acho que esse dia eu comecei com o pé errado pois assim que sai da sala fui abordada por Sarah (a líder do grupo das patricinhas mimadas em minha opinião), Clara, Olívia e um garoto que eu já o tinha visto conversando com Sarah.
-Bom dia menina Milly!- Comprimenta-me Suzi com um belo sorriso em seu rosto.-Bom dia!- Digo afastando a cadeira da mesa e sento na mesma.-Teve algum pesadelo?-Não, hoje não.- Digo cortando um pedaço do bolo de cenoura que Suzi colocou em cima da mesa e o coloco em meu prato.-E no trabalho?- Pergunta se sentando na mesa e se serve de bolo também.-Meus pés e pernas já não doem mais como nas primeiras semanas.-Que bom, e na escola?-Tô bem também, consegui recuperar as matérias perdidas e eu estava pensando...-Em?- Me incentiva a continuar.-Pagar para fazer uma prova e me forma sem precisar ficar os três anos estudando.-Tem certeza?- Pergunta deixando o bolo que estava em sua mão descansar novamente no prato.-Tenho, daqui a menos de três meses esses bebês deixaram de fazer parte de mim e
2 meses depois:Dona Laís se encontra internada no hospital público daqui da região, ela não quis fazer tratamento e nem ser internada em um hospital particular. Lucian nesse dia quase abriu um buraco no chão da lanchonete de desesperado e angustiado que ficou. De longe se nota o amor que ele nutri por sua vó e o medo que carrega em seu olhar de perda-la para essa doença. Dana Laís disse que já viveu o que tinha para viver e que já estava na hora dela parti. Mesmo eu não tendo como ajuda financeiramente eu tentei convence-la a aceitar o tratamento ( que custa muito caro, acho que nem se eu vendesse meus dois rim e um pedaço do meu fígado conseguiria pagar tal tratamento) para da um fim em seu câncer, ela não aceitou e como consequência hoje eu estou na escola com o coração na mão. Não quero perder dona Laís, não apenas pelo o emprego que mesmo que ela se vá já tenho garantido com Lucian mas, pel
"Ando de vagar porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais..."Lembro como se fosse hoje dona Laís limpando o balcão com a flanela úmida de cor vermelha enquanto escutava essa musica."É preciso amor pra poder pulsarÉ preciso paz pra poder sorrirÉ preciso chuva para florir..."Lembro perfeitamente do seu olhar longe... Perdido... Triste..."Todo mundo ama um diaTodo mundo choraUm dia a gente chegaE no outro vai embora..."Lembro de cada expressão de tristeza e arrependimento estampado em seu rosto cansado da vida. Queria muito saber o por quê dela ficar assim." Cada um de nós compõe a sua históriaCada ser em siCarrega o dom de der capaz...De ser feliz.