"Na escola sou chamada de esquisita, pobretona e de santinha. Tudo porque não tenho amigos, só ando com roupas emendadas e ninguém me ver fazer nada dos que os pré-adolescentes na minha idade costuma fazer. Todos me odeiam! Menos meu pai. Ele só não sabe demonstrar de um jeito diferente o amor que senti por mim.
Hoje é dia de prova e como sempre sou a última a sair da sala. Minha rotina sempre era: Casa, escola, bicos na casas da vizinha, casa e escola.
Não saio para lugar nenhum, meu pai não permite. Diz que irei vira vadia se tiver amigos então para não vira isso fico no meu canto sozinha. Ninguém fala comigo e eu não falo com ninguém. ( a não ser com os professores). Mas, acho que esse dia eu comecei com o pé errado pois assim que sai da sala fui abordada por Sarah (a líder do grupo das patricinhas mimadas em minha opinião), Clara, Olívia e um garoto que eu já o tinha visto conversando com Sarah.
-Bom dia menina Milly!- Comprimenta-me Suzi com um belo sorriso em seu rosto.-Bom dia!- Digo afastando a cadeira da mesa e sento na mesma.-Teve algum pesadelo?-Não, hoje não.- Digo cortando um pedaço do bolo de cenoura que Suzi colocou em cima da mesa e o coloco em meu prato.-E no trabalho?- Pergunta se sentando na mesa e se serve de bolo também.-Meus pés e pernas já não doem mais como nas primeiras semanas.-Que bom, e na escola?-Tô bem também, consegui recuperar as matérias perdidas e eu estava pensando...-Em?- Me incentiva a continuar.-Pagar para fazer uma prova e me forma sem precisar ficar os três anos estudando.-Tem certeza?- Pergunta deixando o bolo que estava em sua mão descansar novamente no prato.-Tenho, daqui a menos de três meses esses bebês deixaram de fazer parte de mim e
2 meses depois:Dona Laís se encontra internada no hospital público daqui da região, ela não quis fazer tratamento e nem ser internada em um hospital particular. Lucian nesse dia quase abriu um buraco no chão da lanchonete de desesperado e angustiado que ficou. De longe se nota o amor que ele nutri por sua vó e o medo que carrega em seu olhar de perda-la para essa doença. Dana Laís disse que já viveu o que tinha para viver e que já estava na hora dela parti. Mesmo eu não tendo como ajuda financeiramente eu tentei convence-la a aceitar o tratamento ( que custa muito caro, acho que nem se eu vendesse meus dois rim e um pedaço do meu fígado conseguiria pagar tal tratamento) para da um fim em seu câncer, ela não aceitou e como consequência hoje eu estou na escola com o coração na mão. Não quero perder dona Laís, não apenas pelo o emprego que mesmo que ela se vá já tenho garantido com Lucian mas, pel
"Ando de vagar porque já tive pressa e levo esse sorriso porque já chorei demais..."Lembro como se fosse hoje dona Laís limpando o balcão com a flanela úmida de cor vermelha enquanto escutava essa musica."É preciso amor pra poder pulsarÉ preciso paz pra poder sorrirÉ preciso chuva para florir..."Lembro perfeitamente do seu olhar longe... Perdido... Triste..."Todo mundo ama um diaTodo mundo choraUm dia a gente chegaE no outro vai embora..."Lembro de cada expressão de tristeza e arrependimento estampado em seu rosto cansado da vida. Queria muito saber o por quê dela ficar assim." Cada um de nós compõe a sua históriaCada ser em siCarrega o dom de der capaz...De ser feliz.
Já se passaram duas semanas desde aquele episódio em que minha barriga vibrou. Não aconteceu novamente. Fiquei (mesmo odiando isso) preocupada com eles, não queria está assim, afinal, eles são frutos de todo o sofrimento que passei a oito meses atrás sendo que em três fiquei em coma.Lucian, finalmente saio de seu luto depois que sentiu minha barriga vibrar. Ele agora (mesmo em apenas dois meses que nos conhecemos) me considera sua amiga especial, não entendi bem o porquê de ser especial, mas fico feliz em.saber que tenho um bom papel em sua vida. Ele é cinco anos mais velho que eu e apesar de acha-lo muito lindo também o considero apenas como meu melhor amigo. O amigo que nunca tive, e que nunca achei que um dia teria.Lucian e Suzi ficam babando por minha barriga sempre que estão comigo, fico triste. Sei que eles tem um carinho enorme por essas crianças mas, infelizmente não posso dizer o mesmo de mim... Quer dizer... Já não os odeio tanto
- Mamãe, te amamos muito!- dizem duas lindas crianças em meu colo.- A mamãe também ama muito vocês!- digo e dou um beijo na testa de casa um. Eu os abraço e me sinto tão feliz, essas crianças são tão meigas, como pude pensar em dar-las para outras pessoas? Ao longe escuto vozes:-Ela está tão pálida.- escuto uma voz feminina bem baixinha, eu reconheço essa voz. É a voz de Suzi!-Mas ela é forte, ela vai acordar logo!- agora escuto uma voz masculina, eu também a reconheço, é Lucian! Ahh que saudade eu estou deles, parece que não falo com eles a dias. Aos poucos vou abrindo meus olhos, uma luz forte dificulta ainda mais essa tarefa. Mas, quando finalmente consigo abri-los, tudo está embasado, fixo meus olhos na imagem que se parecer ser com a de duas pessoas. Aos poucos meus olhos vão se acoatumando, e quando finalmente se acostumam vejo Suzi e Lucian abrindo a porta da sa
- Bom dia Mileny!- Suzi fala baixinho na porta do meu quarto. Eu estou amamentando meus filhos agora.-Bom dia Suzi!- também falo baixinho para que não acarde a menina e não assuste ao menino. Ela sai do quarto e devagar fecha a porta. Estou a mente a mil por hora, o pedido de Lucian não sai da minha cabeça, eu sei o quanto ele gosta dos bebês, tanto que até pediu para que eu deixasse ele ficar caso eu fosse dar-los para adoção. Mas não sei se é certo isso. Fazer-lo assumir um papel que não é dele, uma responsabilidade que não é dele. Termino de amamentar-lo e o deixo no berço junto a irmã, como são pequeninos e indefesos, tão lindos, acho que virei uma mãe babona.-sorrio com esse meu pensamento. Saio do quarto e vou para cozinha, Suzi está sentada na mesa bebericando uma caneca com chá de limão, eu não bebo isso nem a pau! Único chá que consigo tomar sem sentir ansia de vómito é o chá gelado de pêssego. Muito gost
- Aqui, já podem voltar para casa.- sorrir a moça do cartório e entrega as certidões de nascimento de meus filhos, Lucian pega de sua mão e me dá.-Agora somos uma família!- Lucian me mostra um sorrindo muito grande- Obrigada por me torna um homem feliz Mily!-Eu quem te agradeço por cuidar da gente!- eu o abraço e beijo sua bochecha. Ao sair do cartório Lucian para em frente ao carro, ele abre a porta do banco de carona e tira uma caixa pequena de dentro do porta-luvas, se vira para mim e olha dentro de meus olhos, me sinto sem jeito.-Isso é o meu presente de aniversario atrasado Mily!- ele mesmo abre a ca
Hoje o céu está cinza, meu coração doi, as lágrimas em meus olhos parece não ter fim, é tão ruim ver quem a gente parti... Eu sei que agora ela estar descansando, não precisa mais sofrer, mas mesmo assim, a falta que ela me faz é enorme, jamais me esquecerei de sua doce vaz, calma e tranquila... Que acolheu uma estranha em sua casa e ainda adotou como filha.O caixão que hoje se enterra contém dentro de si o corpo da minha doce Suzi, minha amada mão, a falta que ela faz é tão grande, meu peito doi tanto. Estou abraçada a Lucian, ele me abraça forte, e chora junto a mim pela partida dela, nossos pequenos estão em casa com a mãe de Lucian...Ainda lembro de seus últimos momentos de vida:-Mily minha filha, saiba que eu te amo muito, que você e meus netinhos se tornaram mimha alegria do dia a dia, eu não tenho palavras para agradecer.- diz fraca e tossindo, ela cobre a boca com um pano.-Ah Suzi...- falo com a voz embargada pelo choro.-Eu vive uma v