Marcos Albuquerque— Já se passaram três dias e eles não dão nenhuma notícia! — digo impaciente, sentado na cadeira do meu escritório em minha casa. Gui não diz nada, ele apenas assente desanimado. Seu semblante tão cansado quanto preocupado. — Eu contratei alguns detetives por conta própria e nada — falo de uma vez fazendo o meu irmão me olhar boquiaberto.— Quando exatamente você fez isso? — indaga exasperado, se ajeitando na cadeira. Dou de ombros.— Também entrei no sistema do computador da Mônica para adquirir algumas informações e imagens para passar para os detetives — aviso ignorando a sua pergunta.— Isso é violação de privacidade! — Ele rosna.— O cacete que é! — rosno de volta. Me levanto da cadeira e vou direto para uma garrafa de uísque escocês no bar de canto e me sirvo uma dose generosa da bebida. Tomo um gole avantajado e volto a encará-lo. Preciso ficar dormente. Preciso deixar a minha mente leve para pensar no que fazer em seguida. — Preciso encontrá-la a qualquer cu
Mônica SampaioEscuto sons de vozes ao meu redor. Tudo parece tão distante, tão escuro e frio. Tento abrir os meus olhos, mas eles estão pesados demais e não me obedecem. Me esforço um pouco mais e consigo abrir uma brecha de olho, mas ainda está tudo escuro. A minha cabeça dói muito por conta do esforço. Eu sinto minha garganta queimar com a secura. Tento falar alguma coisa, mas nenhum som sai da minha boca e tudo volta a ficar silencioso novamente. O meu corpo começa a ficar leve... É como se estivesse flutuando...— Onde estou? — A pergunta vem imediatamente.— Como ela está? — Vozes sussurrantes começam a me envolver. Acordo sentindo uma claridade forte invadir os meus sentidos. Me forço a abrir os olhos, mas sou impedida pela luz forte que vem do lado de fora. Droga! O que está acontecendo? Porque não consigo falar, nem abrir os meus olhos? Começo a pensar no que aconteceu e minha cabeça lateja ainda mais me fazendo gemer.— Mônica, querida estamos aqui. — Uma voz sussurrada soa
— Senhorita Mônica, sou o doutor Sérgio. Como está se sentindo? Sou despertada pela voz grossa do médico que tira do seu bolso um tipo de lanterninha e aponta a mesma na direção dos meus olhos. — Vou verificar seus sinais vitais e fazer algumas perguntas, ok? — Eu respondo com um aceno de cabeça.— Qual é o seu nome? — Ele pergunta enquanto movimenta a lanterninha acesa de um a lado para o outro na minha frente e uma enfermeira verifica a minha pressão e batimentos.— Mônica de Almeida Sampaio — responda.— Quantos anos você tem?— Vinte e quatro anos.— Lembra- se de alguma coisa que aconteceu antes de chegar aqui?— Sim, me lembro de tudo. — Ele se afasta guardando a pequena lanterna e faz algumas anotações.— Seus sinais vitais estão muito bons. Você teve uma torção no tornozelo que precisa ser bem cuidada e bateu muito forte com a cabeça, o que causou um leve traumatismo craniano, nada que deva se preocupar. Se sentir dor de cabeça tome esses analgésicos. Ele entrega para Ana algu
Mônica SampaioHoje está fazendo duas semanas que recebi alta do hospital. O meu tornozelo já está bem melhor e em poucos dias irei tirar o gesso, mas ainda ando com o auxílio de uma bengala para não o forçar. O médico disse que é por poucos dias e de verdade, não vejo a hora de voltar a minha vida normal. A vida voltou a sua rotina normal, mas o meu bonitão ainda não acordou do seu sono profundo. O médico explicou que é normal depois de tudo o que ele passou, o corpo precisa de um tempo para se reabilitar, mas eu queria que ele estivesse aqui comigo, queria a sua alegria de volta, o seu riso, a sua possessividade, eu o queria aqui de corpo e alma.— Você tem certeza de que está pronta para voltar ao trabalho? — Gisele pergunta preocupada me tirando dos meus pensamentos. Respiro fundo me encostando em minha cadeira acolchoada e largando a minha bengala na parede atrás de mim.— Preciso voltar ao trabalho Gisele — digo me acomodando na cadeira a sua frente. — Senão eu vou enlouquecer.
— Boa tarde, senhorita Magalhães! Como tem se sentido com a nossa hospedagem? — A desgraçada lança um sorriso divertido e responde com humor.— Não é nenhum hotel cinco estrelas, mas dá para o gasto. — Ele sorri sarcástico, enquanto meneia a cabeça, fazendo sim pra ela.— Bom saber! Então, eu tenho notícias do seu amigo Lancaster. — Sophia lhe lança um olhar cauteloso. — Pois é, nós conseguimos pegá-lo finalmente. — Ele sorri, finge um olhar vitoriosos e ela mesmo que cautelosa, rebate.— Mentira, ele não é tão fácil assim. É escorregadio, sempre sabe como escapar. — O capitão inclina o seu corpo sobre a pequena mesa e apoia as mãos sobre a mesma, chegando ainda mais perto da mulher.— Bom, é uma pena decepcioná-la senhorita, mas o Lancaster está aqui, bem pertinho de você. E sabe o que é pior? Ele ferrou com você e com seu amiguinho, o Pimentel. Vai ser muito fácil ferrar com vocês dois, afinal toda a papelada foi assinada apenas pelos dois não é mesmo? E as testemunhas só conhecem v
Durante o comam...Marcos AlbuquerqueSinto o meu corpo inteiro cansado e dolorido, estou sonolento e o meu corpo simplesmente não corresponde as minhas expectativas, quero abrir os meus olhos, mas as minhas pálpebras estão pesadas demais. Eu me esforço, mas simplesmente não consigo. Ouço algumas vozes ao meu redor, parecem conhecidas, mas não sei distinguir de quem são. Não entendo o que dizem, são palavras sussurradas e distantes. Estou tão cansado, muito cansado. O meu corpo reclama, não luta. Então me entrego a sensação de paz e de tranquilidade e a escuridão logo me abraça e as vozes vão sumindo aos poucos, até que não as escuto mais.***Algumas semanas depois...Final do comam.Não sei exatamente onde estou ou porque me sinto preso, amarrado, sem poder me mexer. Ao longe sons de bipes me chamam a atenção, mas não faço ideia do que seja. Há uma escuridão incomoda e eu me sinto só. Quero chamar por alguém. Pedir que me tirem daqui. Seja lá de onde for, mas a minha voz não sai. E
— A quanto tempo estou aqui, doutor?— Quase trinta dias, completa depois de amanhã para ser mais exato.— Um mês aqui? — questiono surpreso.— O que aconteceu foi muito grave, meu jovem, mas ainda não está totalmente recuperado, ainda inspira alguns cuidados e eu recomendo que descanse bastante. O senhor será monitorado de vez em quando, uma enfermeira virá verificar o senhor a cada duas horas. Agora vou deixá-los à vontade. — O médico sai do quarto e minha morena vem em minha direção sorridente.— Quer dizer que a senhorita me ama? — pergunto enlaçando a sua cintura e a trazendo pra mim. Ela apenas balança a cabeça divertida em sinal positivo. — Será que pode repetir para mim, bem aqui? — Aponto para minha orelha com o meu dedo indicador. — Bem pertinho? — Ela se aproxima mais um pouco, se inclina para sussurrar em meu ouvido.— Eu te amo, meu amor! Amo seu jeito, — Ela beija a minha orelha me fazendo fechar os olhos mediante com o prazer do toque quente e suave na pele sensível. —
Mônica SampaioQuando chego em casa, me dou conta de que estou arrasada de cansaço. Marcos tinha razão. A dias que eu não sei o que é dormir direito. Obediente, eu entro no meu pequeno banheiro e tomo uma ducha demorada com água quente e logo o meu corpo relaxa, ponho um pijama leve e sigo para a cozinha, mas não tenho coragem de fazer nada, então tomo apenas um copo de suco e volto para o meu quarto e quando me deito na minha cama, penso em Marcos e sorrio feito uma boba. Ele acordou... Finalmente acordou. A sensação que eu tive ao ouvir o som da sua voz depois de dias de silêncio. Meu Deus! Não pude segurar as lágrimas. Não me contive e cheia de saudades, o enchi de beijos incansáveis. Dizer que o amava foi um alívio. É como se eu estivesse presa e fosse automaticamente liberta. Meu coração parecia livre para bater descompassado ou da maneira que quisesse. Finalmente meus olhos começam a pesar e logo adormeço em minha cama. Meus sonhos são dominados pelo terror. O som da música ambi