— Então, Moniquinha, pronta para mais uma noite? — Alexia aparece animada na sala. Abro um largo sorriso.
— Prontíssima, Alex! Só preciso dar uma passada em casa e dá uma caprichada no meu visual. Nos encontramos na boate certo? — digo arrumando alguns documentos importantes no arquivo.— Certo, até lá então! — Alex sai da sala e eu termino de arrumar os documentos em seus devidos lugares. Pego o material que a doutora Gisele me entregou e o guardo dentro da minha pasta. Por fim, desligo o computador e guardo alguns arquivos na minha gaveta, passando a chave em seguida. Olho rapidamente a minha mesa para ter certeza de que não esqueci nada e pego a minha bolsa. Depois de fechar o escritório com chave, sigo para o elevador. Estou muito ansiosa por essa noite. Quero beber todas, dançar todas e pegar um cara gostoso para finalizar a minha noite. Alcanço a garagem e vou direto para o meu velho "Tigrão". Tigrão é o meu carro. Um Chevrolet vermelho dos anos 80 que foi da minha mãe. Ele está meio acabadinho, mas nunca me deixou na mão. Largo a bolsa e a maleta no banco do passageiro e me acomodo no banco do motorista, colocando o cinto de segurança em seguida. Quando chego em casa, Juliana já alimentou a Belly e a neném já está dormindo.— Boa noite, Juliana! Ela deu muito trabalho? — pergunto abrindo a porta da sala, mas já sabendo da resposta.— Boa noite, Mônica! Sabe que não. Belly é um amor de bebê, nunca dá trabalho! — Juliana é uma garota de apenas 18 anos. Ela é baixinha e bem gordinha, tem os cabelos curtos e lisos. Ela sempre fica com a Belly para eu trabalhar e nos finais de semana, dorme aqui em casa, para que eu possa sair um pouco. Vou para o meu quarto onde minha bebê dorme tranquila. Paro no berço e fico olhando a minha neném por alguns minutos e beijo as bochechas gorduchas com cuidado para não acordá-la e sorrio. Isabelly tem os cabelos finos e loiros e os olhos azuis como o céu, que imagino ter puxado ao seu pai, que não faço ideia de quem seja. Eu nunca o vi na vida. A sua pele é bem branquinha assim como da minha irmã e a do meu pai. Eu puxei a minha mãe, uma linda mulher negra e alta.Me afasto do berço sem fazer barulho e vou até o meu guarda-roupas e separo um vestido preto, do tipo colado ao corpo e com o comprimento até metade das coxas e mesmo sendo tão curto, ele ainda tem uma fenda na lateral com um zíper, onde eu posso regular a abertura. Pego um par de saltos altos de tirinhas da mesma cor do vestido e uma lingerie vermelha, minúscula e rendada de tirar o fôlego. Sorrio já pensando na noitada que terei com essa minúscula calcinha exposta para minha vítima dessa noite. Tomo um banho demorado e decido deixar os meus cachos soltos. Ponho o vestido de alcinhas e depois saltos altos. Escolho brincos de argolas grandes para completar o meu look e faço uma maquiagem para noite de acordo com o meu tom de pele. Pego a minha bolsa tiracolo em cima da minha cama e ponho o celular, as chaves e os documentos lá dentro e saio de casa. A ordem hoje é se divertir, e por isso vou de táxi, não dá para beber e dirigir, esses dois realmente não combinam. Como esperado a boate está superlotada para uma noite de sexta-feira. Fica difícil até se mexer no meio da multidão eufórica e suada. Encontro as meninas acomodadas a uma mesa bem próxima a pista de dança e para começar, eu peço uma vodca ao garçom e aí minha noite começa a se animar. Entre um copo e outro, eu danço com homens loiros, morenos, altos e baixos... Não importa. Me divirto sem ver a noite passar.— Gente, estou bêbada! — Clara fala soltando gargalhadas frouxas e nos fazendo rir também. Ela está acompanhada do Ricardo, um cara negro e lindo, careca e dono de um corpo escultural. Ele é alto e é um puta dançarino também. Clara deixa o copo vazio sobre a mesa e eles voltam para a pista de dança e começam a se mexer em um ritmo quente e sensual. Seus corpos colados quase virando um só corpo...— Não sei você morena, mas estou de olho em um bonitão bem ali. — Alexia fala quase gritando por conta da música alta, me chamando a atenção. Ela aponta para um moreno alto no canto do bar que não tira os olhos dela.— Acho que vou flertar um pouquinho para ver se rola, fui! — diz indo em direção do bar, rebolando em seu vestido vermelho colado no corpo como se fosse uma segunda pele...— Vai lá, boa sorte! — falo alto para que ela escute. Ela acena um bye- bye com os dedos e eu levanto meu copo em um brinde para ela. Jordana ainda está na pista de dança, curtindo com um loiro bombado. Ela segura em sua cintura e se esfrega em seu corpo sem nenhum pudor. Sorrio. Minhas amigas já garantiram a noite. Eu encho o meu copo com mais uma dose de vodca com limão e vou para pista dançar, me soltar um pouco. A noite é uma criança e eu pretendo criá-la. Rio dos meus pensamentos. Danço até sentir o meu corpo molhar de suor. Me entrego ao ritmo do momento, curtindo a vida da maneira que ela merece ser curtida. Não demora e eu sinto um par de mãos grandes e firmes segurar o meu quadril. Eu me mexo contra o corpo grande e forte atrás de mim e ele se esfrega gostoso, fazendo ondas deliciosas com o seu corpo no meu. A bebida, as luzes neon, o ritmo sensual... Tudo é muito convidativo. Em algum momento da dança eu me viro para o estranho, que tem os claros famintos me devorando. Eu me aproximo ainda mais e tomo a sua boca em um beijo quase libidinoso ***Acordo no dia seguinte em um quarto totalmente diferente do meu. Em uma cama enorme e macia que não é minha. Estou coberta apenas com um lençol branco de linho e ao meu lado há um ruivo lindo, de corpo escultural, totalmente apagado. Levanto-me bem devagar da cama para não fazer barulho e saio catando minhas roupas pelo chão.— Droga, onde está minha calcinha? — resmungo baixinho para não acordá-lo. A encontro debaixo da cama. Visto rapidamente as minhas roupas e pego os meus saltos altos na mão. Pego a minha bolsa que está jogada em um mini sofá e caminho na ponta dos pés para fora do quarto, mas antes de sair, dou uma boa olhada naquela bundinha redonda e linda largada naquela cama, nas pernas musculosas e nas costas largas e solto um beijo em sua direção. Digo um bye-bye sem emitir som e saio o quanto antes dali. Quando chego as escadas chamo um táxi pelo celular e calço os meus saltos altos, em poucos minutos estarei em minha casa. São seis da manhã de sábado e estou super cansada e com um puta sono. Juliana está dormindo no sofá da sala. Eu entro no pequeno cômodo, segurando os meus sapatos na mão para não acordar ninguém e silenciosamente entro no meu quarto, largando as sandálias em qualquer lugar. Belly ainda está dormindo em sua caminha quentinha. Nem tiro a roupa, a bolsa cai em qualquer lugar do quarto e eu caio na minha cama com roupa e tudo, apagando geral.Marcos Albuquerque— Cara eu estou acabado! Hoje o dia foi forçado viu? Mais uma reunião dessa e eu morreria na beira do mar!— Deixa de exagero Marcos! — Luís fala rindo da minha cara.— Não é exagero não, cara! Estou dizendo, eu preciso de sexo urgente. Muito sexo para extravasar o estresse — digo quase exacerbado.— Você é doente sabia? — retruca. Sorrio amplamente.— Não sou não! Sou prático meu amigo. Que tal passarmos no bar para beber alguma coisa no final do expediente?— Não estou a fim cara. Vou levar a Ana para jantar hoje. — Eu o encaro surpreso.— A secretária? — inquiro surpreso.— Sim, por quê? — Luís me faz uma cara inocente. Eu o olho especulativo. A quanto tempo eu tento fazer esse cara sair com uma das minhas amigas?— Como? Por quê? Faz três anos que te chamo para sair comigo, com os amigos, curtir umas garotas e você sempre me diz um não. Aí do nada você vai sair com sua nova secretária? Fala sério! O que está rolando entre vocês? — pergunto curioso. Ele dá de omb
— Que tal uma dança, Marcos? Eu estou afinzona de dançar com você. — fala com um tom arrastado, manhoso e ao pé do meu ouvido. Passando os braços pelo meu pescoço. Eu olho por cima do seu ombro e vejo a garota que estava comigo a poucos minutos me acompanhando, ela vem em nossa direção e para bem trás da Alexia. A loira olha a ruiva da cabeça aos pés e sorri maliciosa. Eu retribuo o sorriso deixando que a minha mão passe por baixo do vestido da garota que está abraçada a mim. Logo entendi o que a loira estava pensando.— Estou acompanhado, ruivinha. — sussurro ao pé do seu ouvido e aponto com a cabeça para a loira atrás dela e continuo. — A não ser que você não se importe em dividir — digo sugestivamente sem concluir a minha frase. A ruiva olha para a loira e se afasta de mim e em seguida assisto a garota se aproximar da outra e elas começam a se beijar bem na minha frente. Puta que pariu! Sinto o meu pau pulsar como louco dentro das minhas calças imediatamente. Eu me viro para o bar
Marcos AlbuquerqueAcordo com meu telefone tocando incessantemente em cima do criado mudo e rosno um palavrão, quando uma dor de cabeça infernal começa a latejar. Me forço a abrir os olhos e a dor parece aumentar consideravelmente. Olho a tela do celular e respiro fundo fechando os meus olhos para tentar suportar as cobranças da dona Laura.— Oi mãe! — Minha voz soa ainda rouca de sono.— Como assim, oi mãe? — Ela cobra com voz firme. — Seu irmão te deu o recado? — retruca autoritária e eu bufo me sentando na cama e levando a mão a testa tentando aplacar a dor.— Que recado? — pergunto passando a mão no rosto tentando despertar. Porra! Me sinto atordoado. Se brincar não sei nem que dia é hoje. Resmungo internamente.— Semana que vem eu e o seu pai vamos viajar, Marcos. Ele precisa descansar um pouco, sair daquele escritório agitado. Portanto, vamos nos reunir no restaurante da família, para nos despedir. — Eu bufo em resposta.— Mãe, eu não posso...— Tento falar, mas ela me corta impa
— Deixe-me adivinhar — Gisele me corta irônica. — Você vai dormir o dia todo, vai acordar lá pelas cinco da tarde, depois jogar vídeo game, comer muitas besteiras e bagunçar todo o seu apartamento mais do já bagunçou e depois de tudo vem uma noitada com os amigos e muita bebida e por fim, terminar a sua noite com alguma vagabunda na sua cama. Acertei? — Da pra sentir o poder da ironia da mulher só no olhar dela, imagina na voz? Reviro mais uma vez os olhos para ela e nem chego a dar uma resposta à altura, porque a Amanda começa com as suas especulações logo em seguida.— Papai, o que é uma vagabunda? — Ela pergunta abrindo um par de olhinhos curiosos, e faz uma cara inocente e os seus pais a olham completamente sem ação e com os olhos bem arregalados. Segurando uma boa gargalhada, eu olho para Guilherme e faço sinal para que ele explique a palavra para menina.— É, como eu posso te explicar isso, filha? É, — Ele gagueja e eu me encosto na cadeira, segurando a gargalhada, fechando a mã
Mônica SampaioO mês passou rápido demais. E esses dias tenho andado bastante ocupada com o escritório de advocacia e com a faculdade também. Como é meu último ano na faculdade e eu tenho acompanhado a doutora Gisele em algumas audiências, quase não tenho tempo para respirar. Mas isso tem me dado algumas experiências interessantes, e tem me ajudado bastante na conclusão do meu curso. Estou em minha sala quando recebo um telefonema de um número desconhecido. E antes de atender, fico olhando o celular por um tempo, na dúvida se atendo ou não? Decido atender.— Alô? — Deixo transparecer o meu receio e me repreendo por isso.— Mônica Sampaio? — A voz máscula, de um timbre rouco e ao mesmo tempo grave me deixa arrepiada. Eu respiro fundo e me forço a falar alguma coisa.— Sim é ela. Quem é?— É o chefinho. — Ele faz uma pausa mínima. — Tudo bem? — PUTA MERDA! — Xingo mentalmente, fechando os olhos e seguro a ponta do meus nariz, respirando fundo. Estou morta de vergonha. Respiro fundo mais
— Eles também trabalham na mesma empresa em que eu e Ana trabalhamos. — Luís complementa. E eu apenas assinto dando um meio sorriso.— Mônica, por favor, me chame de Mônica. — Exijo me acomodando na cadeira de frente para o tal Marcos. Ele fica sério, mas seus olhos ainda me devoram.— Desculpe Mônica! — diz e sorri. E meu Deus, isso não se faz com uma pobre moça indefesa como eu! Que sorriso é esse papai?— Então, Mônica? — Luís começa a falar desfazendo a nossa conexão. O que eu agradeço de todo o coração. — Soube que você convidou a Ana para uma comemoração a dois em um barzinho. E eu gostaria de combinar...— Não é bem uma comemoração a dois. — O interrompo — Tem alguns amigos de infância e também alguns amigos da faculdade que a Ana fazia. Eu falei pra ela te levar. — Paro de falar quando vejo que Luís foi pego de surpresa. Definitivamente a Ana não havia dito nada pra ele.— É, ela me convidou, mas coincidentemente é o dia do seu aniversário e eu...— Coincidência? — Volto a int
Marcos AlbuquerqueO fato da Mônica ter quase estragado a surpresa do Luís para Ana me ajudou e muito a conseguir o contato dela. O que está me deixando acuado é o fato do Luís ter me feito prometer que eu não iria me aproximar da garota e a promessa para o meu melhor amigo é dívida. Então eu vou tentar me comportar o máximo que eu puder. Pego o meu celular e olho o número salvo na minha agenda. Ligo ou não ligo, eis a questão. Estou passando por uma guerra onde o anjinho no meu ombro direito me diz que não. Que eu tenho que cumprir a promessa. Mas o capetinha no meu ombro esquerdo fala que sim. Me mostra o lado delicioso da coisa toda e eu sou vencido pelo desejo ardendo dentro de mim, dando de ombros. O que eu tenho a perder? Nada. Ouvir um não, não vai me matar certo? E se eu ouvir um sim, será coisa de uma noite só. — Alô! — Ela diz do outro lado da linha. A voz deliciosamente sedutora me arrepia inteirinho e eu puxo a respiração. Controle-se homem! Me repreendo. Você deve isso a
— Porra, morena, assim não dá pra ser feliz! — resmungo para mim mesmo.Sinto as duas loiras se aproximarem e tocarem em meus ombros. Elas alisam, beijam meu rosto, mordiscam a minha orelha. Um arrepio descomunal se apossa da minha coluna. As loiras praticamente me devoram, mas os meus olhos estão lá embaixo, de olho naquela morena deliciosa, mexendo o seu corpo e deixando os caras próximos a pista de dança loucos de desejos por ela. Me afasto das meninas e sigo na direção das escadas e deixando-as para trás e começo a descer as escadas sem dar nenhuma justificativa e quando chego na pista de dança, tem uns caras dançando com ela. Me aproximo por trás da morena sem nenhum receio, coloco as mãos em sua cintura, começando a me mexer, seguindo o seu ritmo. Lanço um olhar furioso para os homens ao seu redor e eles logo entendem o recado, se afastando sutilmente. É isso aí meu amigo. A garota é minha e só minha. Penso me entrego ao ritmo da minha morena. Nossa dança continua de uma música