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— Que tal uma dança, Marcos? Eu estou afinzona de dançar com você. — fala com um tom arrastado, manhoso e ao pé do meu ouvido. Passando os braços pelo meu pescoço. Eu olho por cima do seu ombro e vejo a garota que estava comigo a poucos minutos me acompanhando, ela vem em nossa direção e para bem trás da Alexia. A loira olha a ruiva da cabeça aos pés e sorri maliciosa. Eu retribuo o sorriso deixando que a minha mão passe por baixo do vestido da garota que está abraçada a mim. Logo entendi o que a loira estava pensando.

— Estou acompanhado, ruivinha. — sussurro ao pé do seu ouvido e aponto com a cabeça para a loira atrás dela e continuo. 

— A não ser que você não se importe em dividir — digo sugestivamente sem concluir a minha frase. A ruiva olha para a loira e se afasta de mim e em seguida assisto a garota se aproximar da outra e elas começam a se beijar bem na minha frente. Puta que pariu! Sinto o meu pau pulsar como louco dentro das minhas calças imediatamente. Eu me viro para o barman e pago a conta me levantando do banco e resolvo levar as meninas para um motel. Motel sim, porque nunca levo as garotas para minha casa. Lá é o meu templo sagrado, um canto somente meu. Assim a mulherada entende que o lance não é sério, e no dia seguinte posso sair sem culpa e sem dar explicações. Nada de telefones ou coisa do tipo, sem compromisso, é só sexo mesmo. 

Na manhã seguinte vamos cada um para o seu lado. Como eu disse, sem trocar telefones, sem reencontros marcados, sem cobranças. Só curtindo a vida como ela merece ser curtida. Chego em casa ainda cheio de energia e tomo um banho demorado e frio, visto uma roupa para minha corrida matinal e saio para rua em seguida. Corro ao som de uma banda de rock. A corrida e o ritmo da música metálica me acalmam. Quando chego no calçadão, como sempre encontro Guilherme, meu irmão caçula saindo do seu prédio para sua corrida. O cara é advogado e tem uma filha linda de dois anos. A Amanda é o xodó de todos na família já que é filha, neta e única sobrinha. Pelo menos do lado paterno. Gui, como o chamamos, é casado com uma loira a quase três anos. A mulher é super gata, que também é advogada como ele. A Gisele de Almeida Albuquerque, uma cunhadinha gostosa... Com todo respeito é claro. Nessa eu jamais tocarei e nem terei olhares maliciosos. Mas o que é verdade é para ser dito certo?

— E aí, mano, o que anda aprontando? — Gui fala ao me ver chegando ao seu lado. Ele acompanha o meu ritmo. A minha frente há algumas pessoas que se aventuram na corrida e outras fazem apenas caminhadas.

— O de sempre, curtindo uma vida louca e você? — Ele bufa de modo audível.

— Você sabe, curtindo uma vida responsável e com uma família. — diz debochado. Esse é um lado bem conhecido da família Albuquerque. Dizemos o que queremos um para o outro e quando esse outro é resistente ou ignora... Jogamos as palavras de modo debochado. Ele faz um silêncio por um curto espaço de tempo e eu assinto enquanto tento focar na minha respiração durante a corrida. — Mamãe ligou. — diz de repente. — Ela quer saber quando você vai apresentar uma namorada para ela? — indaga com um sorriso cínico.                                                                  Olho para Gui com um certo receio. De verdade? Não gosto desse assunto e ele sabe disso. Também não quero machucá-lo com as minhas palavras duras. Eu puxo uma respiração pesada e encaro o meu irmão.

— Por que ela insiste nisso? Sério cara, ela já tem uma nora e já tem uma neta, para que mais? — Ele dá de ombros.

— Ela acha que você precisa de alguém para cuidar de você cara... Só isso. — Abro um largo sorriso sarcástico.

— Tenho várias mulheres cuidando de mim direitinho Guilherme, não tenho o que reclamar! — O corto um pouco irritado.

— Você entendeu o que eu quis dizer, Marcos Albuquerque — retruca no mesmo tom. — Cara você já tem trinta anos, quando você vai sossegar o facho e acabar com essa vida de adolescente? — Ele pergunta agora sério. Eu paro a corrida, levando as mãos aos joelhos e puxo o fôlego devagar e erguendo a cabeça, o encaro ofegante.

— No que depender de mim, nunca! Vocês não deviam se incomodar com isso. Eu estou bem do jeito que as coisas estão. Amo a minha vida do jeito que ela é — digo ríspido. Gui puxa a respiração e muda de assunto.

— Que tal ir lá para casa tomar café da manhã conosco e dar uma atenção especial para sua sobrinha? — indaga mudando seu humor. Eu olho para todos os lados e finalmente para ele.

— Acho ótimo, estou mesmo com saudades da minha loirinha! — falo mais tranquilo agora. Seguimos com a nossa corrida por mais ou menos mais quinze quilômetros e na volta, como combinado paro no apartamento de Guilherme que fica em frente à praia de Copacabana. O prédio é quase um arranha-céu de tão alto e assim como eu, Guilherme não economiza no luxo e no conforto. Passo parte da manhã brincando com Amanda na piscina. Ela puxou a mãe em tudo... É uma garotinha loira e linda como a mãe, tem as bochechas em tons rosadas e é bem gorduchinha. É uma menina travessa e muito esperta também. Depois de curtir com a minha gatinha por um longo tempo me despeço do meu irmão e da minha cunhada. E dou graças a Deus por eles não terem mais tocado no assunto relacionamento... Isso me causa alergia das brabas.

Volto para casa perto das duas da tarde. Preciso dormir um pouco, porque a noite tem uma festa na casa do Everton Rodrigues. E porra!!! Essa eu não perco por nada nesse mundo. Uma festa regada a muita bebida e outra noite de muito prazer... Já estou até vendo as meninas semi nuas naquela piscina maravilhosa. Da até uma alegria no coração. Entro no meu banheiro e tomo um banho demorado, depois me seco e vou para a cama completamente nu. Isso mesmo que você ouviu. Eu moro sozinho em um apartamento muito grande, não tenho empregadas em casa e acabei adquirindo o hábito de dormir pelado, desprovido de qualquer tipo de roupas ou lençóis. Não gosto de roupas em cima de mim na hora do meu descanso. Adormeço rápido devido o desempenho da noite passada, com duas mulheres quentes e sedentas por sexo na cama não é pra qualquer um não e depois encarar uma corrida acabou comigo. Minutos depois fecho os meus olhos e sinto o meu corpo inteiro relaxar e no segundo seguinte sonho com a tal festa na piscina e com as belas garotas, com muita bebida e claro, com muito sexo. Sério, não sei porque insistem tanto em tirar isso de mim. Minha vida é perfeita do jeito que ela é.

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