Capítulo Quarenta e Um — Cecília Prado

A dor é angustiante, dilacera meu peito e queima meu corpo.

As lagrimas derramam pelo meu rosto, incessantemente sem hora para acabar.

É como uma grande barreira que foi quebrada. A água avança sem dó, levando tudo que encontra pela frente.

É exatamente assim que eu me sinto. Meu corpo chacoalha com força, violentamente até que eu sinto mãos me agarrarem, me abraçando com força e um calor familiar esquentar meu corpo.

Sei que é ele, sem ao menos precisar abrir os olhos.

Mesmo que o apartamento tivesse lotado de pessoal, ainda sim, saberia que é ele.

Meu corpo reage instantaneamente ao seu toque, como se o reconhecesse de imediato. Como se precisasse dele.

Mas eu realmente preciso dele, agora mais do que nunca.

Nunca havia confrontado minha mãe dessa forma, sempre engoli seus insultos. Sempre virava o rosto para o outro lado quando ela soltava suas cantadas para cima de algum amigo ou namorado, fingia não ver, não me importar.

Mas cansei de vê-la acabar com qualquer r
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