— Não estou entendendo, Theo. — ela sussurrou, confusa. — Como assim?
Respirei fundo e passei as mãos pelos cabelos, sentindo vontade de arrancá-los da raiz. Queria sentir dor, que doesse fisicamente, mais do que vai me doer, reviver todas essas lembranças.
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Ele está sofrendo.Posso ver em seus olhos, em seu rosto e por todo o seu corpo.Ele realmente acha que foi o culpado pelo acidente dos pais.Meu Deus!Ele carrega essa dor a 5 anos. Essa culpa corroendo dentro dele
— Quero te mostrar realmente como eu sou. — sussurro, com a boca em seu pescoço.Ela arqueia as costas e geme.— Mostrar do que eu gosto. — Deslizo os dedos pela sua pele quente, formando uma trilha de arrepios. — Você quer ver?Ela apenas assente, aparentemente sem forças para responder. Estou aninhada no peito dele, enquanto ele acaricia meus cabelos e me conta um pouco sobre os pais dele.Ele começou soltando apenas alguns fragmentos, soltos sobre a sua infância.— Como era sua mãe? — perguntei, com receio dele não querer responder.Quero conhecê-lo melhor, para entender o porquê ele se culpa tanto por algo que não tinha como ele Capítulo Quarenta e Sete — Cecília Prado
Cecília paralisou na sala, ficou branca, como se tivesse acabado de ver um fantasma.Coloco a maçã em cima do balcão e corro até ela.— Moranguinho, você está bem? — pergunto, apoiando minha mão em seu ombro.Ela dá um pulo, como se tivesse em transe e fica me encarando, sem entender o que está acontecendo. Os olhos estã
Cerrei o punho e apertei o celular na mão, quando outra mensagem chegou,“Agora eu sei da de onde vem a semelhança dele. É a cara do pai.” — Mas que porra é essa? — sussurrei.Minha cabeça girava e meu sangue fervia.
Acordo num sobressalto e ensopada de suor. Olho para o lado da cama que ele normalmente dorme e encontro vazio.Meu coração bate descontrolado em meu peito, como se sentisse que havia algo de errado e uma angústia me consome. — Theo? — o chamo, a voz chorosa e o coração apertado. — Amor? — o chamo novamente, saindo da cama.A luz da sala está ace
Esmurro a porta dele, sem me importar com o barulho que estou fazendo.Uma risada incrédula sai de meus lábios ao notar quão ridícula é a minha atitude. Ontem era ele que implorava para me ver e hoje sou eu que estou me humilhando por migalhas da sua atenção.Continuo batendo, enquanto chamo pelo nome dele, sentindo meu corpo queimar de raiva.Ele vai ter qu
Dois meses depois.Faziam exatos 60 dias que eu não a via. Não ouvia sua voz, não sentia o seu cheiro. Fazia sessenta dias que eu não sentia meu coração bater como antes, que um pedaço de mim foi arrancado de dentro do meu peito, esmagado e jogado fora. Mudei de apartamento e vim sozinho, fora o Arthur, mas ninguém sabia onde eu morava. Quando meus padrinhos queriam me ver, eu ia de encontro a eles.