Cerrei o punho e apertei o celular na mão, quando outra mensagem chegou,
“Agora eu sei da de onde vem a semelhança dele. É a cara do pai.”
— Mas que porra é essa? — sussurrei.
Minha cabeça girava e meu sangue fervia.
Acordo num sobressalto e ensopada de suor. Olho para o lado da cama que ele normalmente dorme e encontro vazio.Meu coração bate descontrolado em meu peito, como se sentisse que havia algo de errado e uma angústia me consome. — Theo? — o chamo, a voz chorosa e o coração apertado. — Amor? — o chamo novamente, saindo da cama.A luz da sala está ace
Esmurro a porta dele, sem me importar com o barulho que estou fazendo.Uma risada incrédula sai de meus lábios ao notar quão ridícula é a minha atitude. Ontem era ele que implorava para me ver e hoje sou eu que estou me humilhando por migalhas da sua atenção.Continuo batendo, enquanto chamo pelo nome dele, sentindo meu corpo queimar de raiva.Ele vai ter qu
Dois meses depois.Faziam exatos 60 dias que eu não a via. Não ouvia sua voz, não sentia o seu cheiro. Fazia sessenta dias que eu não sentia meu coração bater como antes, que um pedaço de mim foi arrancado de dentro do meu peito, esmagado e jogado fora. Mudei de apartamento e vim sozinho, fora o Arthur, mas ninguém sabia onde eu morava. Quando meus padrinhos queriam me ver, eu ia de encontro a eles.
Minha rotina estava insana, mal tinha tempo para pensar e era exatamente isso que eu queria. Meu foco é manter a mente ocupada, tempo bastante para não pensar em nada.Depois que ela me ligou, nunca mais nos falamos e sei que nunca mais ela me ligaria.Meu coração doía toda vez que eu pensava nela e isso acontecia sempre que minha mente estava desocupada.&nbs
Um ano depois.Hoje faz exatos 12 meses desde quando sai da vida dela e resolvi recomeçar a minha de vez.E hoje é o último dia de aula do semestre.— Passei cacete! — Betina grita pelo corredor, vindo na minha direção. — Pelo menos foi o que o professor disse ao olhar minha prova. — ela diminui o tom de voz, dando de ombros e me beijando a bochecha.<
O relógio marca 19:15h quando estaciono a caminhonete na frente da casa dela. Betina mora a algumas quadras da minha casa. Ela mora com a irmã mais velha e o cunhado. A mãe delas morreu a alguns anos e deixou a casa para elas. A irmã é arquiteta e o cunhado advogado, ambos são gente boa e super simpáticos. Bruna, a irmã dela, torce para ficarmos juntos, já sei da onde ela tira o poço inesgotável de esperança. Buzino, esperando-a sair e ela abre a porta alguns minutos depois. Ele está parado na minha frente.Theo está aqui. Eu sei que ele me viu, percebi seus olhos em mim e o pânico neles ao me reconhecer.Agora ele está aos beijos com uma ruiva e sinto meu estomago revirar, fazendo a bile queimar em minha garganta.Não devia estar com ciúmes, mas... Inferno! Estou queimando de ciúmes. Ele me beija de volta. Suas mãos sobem para os meus cabelos e ele os puxa com força, me fazendo gemer contra o seu lábio.Ele geme de volta e sinto meu coração dobrar de tamanho, meu corpo queimar e minha alma sorrir satisfeita.Ele ainda me ama.Ele pressiona seu corpo contra o meu e me beija com vontade, com brutalidade, saudade e desejo.Capítulo Cinquenta e Seis — Cecília Prado
Capítulo Cinquenta e Sete — Cecília Prado