Menti. Eu menti. Eu. Menti. Para. Ela. Ainda não sei porque fiz isso. Por medo? Por não querer que ela descubra meu passado feio? Não sei, mas quando vi, a mentira já havia saído. Escorregado pelos meus lábios e não tinha mais como voltar. E agora eu sei que ela sabe que é mentira. Estou olhando para a última mensagem que ela me escreveu. “Sei que você não está com o seu padrinho. Só queria saber por que mentir?” Escrevi e reescrevi para ela, mas sem saber ao certo o que falar. Peço desculpas? Mantenho a mentira? Invento outra? A brisa fria b**e em meu rosto, me despertando de meus devaneios e volto para a realidade, me lembrando de onde estou e porque eu vim. A lapide cinza, gasta, quase brilha de volta para mim. Marcela e Maicon, pais honrosos e amorosos. Balanço a cabeça, rindo com desdém dessas palavras. Pais honrosos?! Minha mãe, talvez. Mas meu pai, com toda certeza, não. Lembranças daquela noite me preenchem a memória. A briga, os
— Não estou entendendo, Theo. — ela sussurrou, confusa. — Como assim?Respirei fundo e passei as mãos pelos cabelos, sentindo vontade de arrancá-los da raiz. Queria sentir dor, que doesse fisicamente, mais do que vai me doer, reviver todas essas lembranças. &md
Ele está sofrendo.Posso ver em seus olhos, em seu rosto e por todo o seu corpo.Ele realmente acha que foi o culpado pelo acidente dos pais.Meu Deus!Ele carrega essa dor a 5 anos. Essa culpa corroendo dentro dele
— Quero te mostrar realmente como eu sou. — sussurro, com a boca em seu pescoço.Ela arqueia as costas e geme.— Mostrar do que eu gosto. — Deslizo os dedos pela sua pele quente, formando uma trilha de arrepios. — Você quer ver?Ela apenas assente, aparentemente sem forças para responder. Estou aninhada no peito dele, enquanto ele acaricia meus cabelos e me conta um pouco sobre os pais dele.Ele começou soltando apenas alguns fragmentos, soltos sobre a sua infância.— Como era sua mãe? — perguntei, com receio dele não querer responder.Quero conhecê-lo melhor, para entender o porquê ele se culpa tanto por algo que não tinha como ele Capítulo Quarenta e Sete — Cecília Prado
Cecília paralisou na sala, ficou branca, como se tivesse acabado de ver um fantasma.Coloco a maçã em cima do balcão e corro até ela.— Moranguinho, você está bem? — pergunto, apoiando minha mão em seu ombro.Ela dá um pulo, como se tivesse em transe e fica me encarando, sem entender o que está acontecendo. Os olhos estã
Cerrei o punho e apertei o celular na mão, quando outra mensagem chegou,“Agora eu sei da de onde vem a semelhança dele. É a cara do pai.” — Mas que porra é essa? — sussurrei.Minha cabeça girava e meu sangue fervia.
Acordo num sobressalto e ensopada de suor. Olho para o lado da cama que ele normalmente dorme e encontro vazio.Meu coração bate descontrolado em meu peito, como se sentisse que havia algo de errado e uma angústia me consome. — Theo? — o chamo, a voz chorosa e o coração apertado. — Amor? — o chamo novamente, saindo da cama.A luz da sala está ace