Lucas
O mundo as vezes parece ser injusto, mas injustiça mesmo é você assistir em silêncio o seu pai ser acusado de algo que não fez e a sua família ter que pagar por isso. Edgar Brasão sempre foi um homem bem-sucedido, dotado de grandes posses e dinheiro nunca foi um problema para ele. Entretanto, quando menos se esperava a nossa mansão foi invadida por homens da federal e tudo que tínhamos foi confiscado do dia para noite. O meu pai foi jogado em uma prisão, ode ele se suicidou e a minha mãe foi obrigada a ir morar em um bairro de classe baixa, e ainda trabalhar como empregada nas casas dos figurões.
Revoltante, não é?
Foi por esse motivo que estudei direito. Eu precisava recuperar o que havia perdido e isso inclui a ruína de Vidal Mazza, o homem responsável pela desgraça da minha família. A princípio tudo parecia fácil dema
Vlad— Vladmir, preciso fazer uma viagem de dois dias para Miami, mas preciso de um advogado lá comigo. O Artêmis está preso em um caso importante e a Bárbara não pode viajar de avião agora. — Athos fala invadindo a minha sala.— Então...— Você e eu seremos imbatíveis nesse processo.— Quantos dias?— Dois.— E para quando é essa viagem?— Para ontem! Quero que vá para casa e que arrume a sua mala. Nos vemos no aeroporto em uma hora.— Fala sério, Athos! — resmungo contrariado.— Você pediu para ser um dos sócios.— Em minha defesa, eu recebi um convite.— Mas você aceitou, não aceitou? — Sorrio.— Babaca!— Você tem uma hora!— Ok, eu vou ligar para Anne para avisá-
VladUm ambiente agradável, uma música suave, as pessoas rondando o grande salão enquanto conversam e bebericam as suas bebidas. No entanto, não consigo relaxar, tão pouco me divertir. Não com tantos marmanjos de olho na minha mulher.— Que cara é essa, Vladmir? — Artêmis questiona. Só então percebo que estou pressionando demasiadamente o copo de vidro entre os meus dedos e isso só porque ela abriu a porra de um sorriso cordial para um homem que está ao seu lado, falando sabe Deus sobre o que. — Desmancha essa cara, Mazza. Até parece que vai fulminar o pobre coitado apenas por olhar para ela. — Ele brinca e eu esvazio o meu copo, pegando outro na bandeja do garçom que passa bem na minha frente.Respiro fundo.— Quando acaba o trabalho dela? — Procuro saber, olhando para o relógio no meu pulso.— Em
Vlad— Eu não sei... eu não... consigo respirar.— Anne? — A chamo quando ela simplesmente apaga e a sua cabeça pende sobre o meu ombro. — Anne, o que foi, querida?! Anne?!Porra, ela não me responde! Imediatamente me levanto da cadeira e a seguro nos meus braços, saindo com pressa no meio dos convidados.— Peça o meu carro, rápido! — ordeno para Athos e ele sai correndo para o lado de fora.— Deixe que eu dirijo. — Ele avisa quando a ponho no banco de trás e na sequência me acomodo do seu lado, atraindo para mim.— Anne, abre os olhos, querida. Fale comigo — peço entrando em desespero. — Por que ela não fala comigo, Athos? Por que ela não abre os olhos?— Já estamos chegando no hospital, Vlad. Tente manter a calma.De repente tudo passa dentro da minha cabeça c
VladA um segundo atrás pensei que o meu coração ia parar de tanta ansiedade de poder está perto dela, mas ao passar pela porta e vê-la tão frágil, e indefesa em cima de uma cama de hospital desabei em lágrimas sentindo-me um nada.Eu não consegui protegê-la. Simplesmente não consegui evitar que os meus inimigos não a tocassem.Respiro fundo, bem fundo mesmo para engolir o meu choro e finalmente me aproximar da cama. Contudo, ao chegar bem perto dela os meus olhos param em cima da sua barriga por um longo tempo e por algum motivo me sinto fraco ao ponto de me ajoelhar bem ali. As lágrimas retornam silenciosas e eu ergo a minha mão para tocá-la.— Me desculpa! — peço sofregamente, sentindo a minha voz embargar miseravelmente. — Me desculpa por não te proteger, meu filho!Deus, é como se a tocasse pela
Vlad— Ocorreu no ano dois mil. Edgar Brasão era o CEO de um dos maiores laboratórios do país e do mundo, dono de uma marca multimilionária e um dos homens mais aclamados pela mídia.— Esse é o pai do Lucas? — inquiro ainda avaliando os documentos.— Isso.— O que aconteceu com ele?— Edgar foi denunciado por seu sócio e melhor amigo Altan Aydin.— Turco? — Ambos meneiam a cabeça em concordância.— Uma investigação foi aberta a partir da denúncia e descobriram que Edgar explorava vidas humanas com seus medicamentos ainda em fase de estudos. As causas e os efeitos eram produzidos diretamente nos moradores de rua. — Athos explica.— Além disso, tinham a negligências nos pagamentos dos impostos e a lavagem de dinheiro. Vidal conseguiu provar cada ato ilícito e Edga
Vlad— Que merda! — Artêmis rosna adentrando a sala e chega perto tentando ajudar de alguma forma. O olho com os meus olhos embaçados de lágrimas.— Faz alguma coisa, Athos? — imploro. Imediatamente ele se livra do seu terno e o estende para Artêmis.— Pressione o local do ferimento com força, Artêmis. Eu vou chamar uma ambulância. — Athos avisa, pegando o celular no bolso.— Vai ficar tudo bem, pai! — digo para acalmá-lo, mas incrivelmente ele sorri de mim para o meu irmão que está ajoelhado do seu lado.— Eu sonhei tanto com esse dia. — Vidal fala enquanto respira com dificuldade. — Sonhei com o dia que os veria trabalhando juntos assim.— Pare de falar, Senhor Vidal. — Artêmis pede com fingido descaso.— Eu amei a sua mãe, sabia? E hoje posso dizer que a amei até o
VladEntrar no grupo Mazza após o ocorrido é quase uma tortura para mim. Esse lugar conta uma história de rivalidades, lutas e vitórias, mas principalmente ele conta a nossa história. E embora nem todas as cenas sejam apaixonantes, eu o queria de volta. Vidal Mazza me marcou com a sua existência, mas principalmente ele me marcou com a sua morte inesperada. Antes eu andava por esses corredores com passos firmes, enfrentando olhares firmes, determinados e alegres, mas hoje apenas os olhos tristes e com pesar me fitam.— Senhor Vladmir, o Senhor o Senhor Colin e sua equipe os aguardam na sala de reuniões.— Certo, Jude. Obrigado!Como Colin havia exigido, os meus irmãos também farão parte dessa leitura e eu não tenho objeção alguma de eles estejam lá comigo. Portanto, entramos em um elevador e seguimos direto para o quinto andar. Para a minha surpresa
Anne— Mãe? — digo assim que atendo ao telefone.— Filha, como estão as coisas por aí? Vocês chegaram bem?— Mãe, Florença é linda! — sibilo sonhadora, enquanto tenho o vislumbre da cidade através de uma janela larga do hotel. — Você precisa conhecê-la.— Quem sabe um dia, querida. — Sorrio. — Agora vou desligar. Só liguei para saber se haviam chegado e eu quero que se divirta muito, querida.— Pode deixar, sogrinha, eu mesmo me encarregarei dessa parte da nossa viagem. — Vlad se envolve na conversa, me abraçando por trás e logo ele beija a lateral do meu pescoço.Depois dos últimos acontecimentos estou desejando um recomeço para nós dois. Florença parece o lugar certo para isso. Contudo, não temos trinta dias como ele havia desejado. A verdade, &ea