— Me encontrei com Ben na esquina do hospital, ele queria me perguntar se eu tinha alguma informação sobre o paradeiro de seu irmão.
David não disse nada antes de se levantar também, deu a volta na mesa e apoiou de lado no balcão de onde eu olhava para ele. Silenciosamente, brincou com uma mecha do meu cabelo enquanto respirava profundamente.— Ben? — Estalou a língua. — Você deixou de me atender para encontrar com o irmão do moleque que te machucou?Olhei tentando entender o tom que David havia usado comigo e ele não esboçou reação alguma.— Mike foi meu amigo durante seis anos e eu o mandei para a cadeia na intenção de te proteger, ou se esqueceu que você, se eu for usar o termo correto, me sequestrou nesse dia.David riu com escárnio para mim sem deixar de brincar com a mesma mecha de cabelo.— De um— Uma vez ela tentou salvar um esquilo. — Ela começou e eu precisei massagear as têmporas para não ouvir novamente a história. — Sarah o batizou de Crickles, passou uma semana levando-o para todos os lados com uma fita de cetim rosa... — Minha mãe ria tanto que não conseguia terminar de falar.Erick também dava risada, meu mundo havia se tornado uma piada por causa desse maldito esquilo.— Mas eu apertei demais a fita e fiquei carregando um esquilo morto pela casa.A casa ficou um silêncio por apenas um segundo, e então, todo mundo gargalhou como se não existisse nada mais engraçado do que isso. Eu suspirei, ao menos estavam todos rindo — às minhas custas, claro.Meu telefone tocou, me ajeitei na cadeira e atendi a chamada. Normalmente era algum paciente que precisava tirar alguma dúvida, como já estava na casa da minha m&atild
Joguei o aparelho nos pés da cama e me perdi no calor da boca macia, David mordiscou cada um deles e desceu os lábios pelo meu abdome. Eu estava quente e parecia uma eternidade desde que ele tocou em mim antes de sairmos do meu apartamento, então deixei que ele abrisse o botão do meu jeans e o tirasse de uma vez.— Deveria começar a pedir que eu te foda quando sente vontade, Sarah. Não faz bem passar vontade, você sabia?Eu bufei abrindo as pernas para que ele parasse logo de me enrolar e de me provocar, mas David parecia ter a necessidade de me tirar do sério todas as vezes. O ouvi rir, então me apoiei nos cotovelos para encontrar os olhos dele esperando por mim antes de me lamber devagar.— Merda, você precisa se tratar... — Gemi cedendo na cama.— Sua boceta diz que você adora isso. — David murmurou com os lábios ao redor do meu clitóris.
David dormiu abraçado as minhas costas e quando finalmente relaxou, acabou virando para o outro lado, me deixando sozinha e acordada. Eu deveria ignorar a insistência da minha curiosidade, eu com toda a certeza deveria esquecer o que li ou mostrar o bilhete para David de uma vez. Mas, não era tão simples. Me levantei e mesmo descalça caminhei para a sala, peguei novamente o bilhete que quase tinha grudado no chão embaixo do sofá para lê-lo outra vez... "Sexto andar, bloco A, as luzes estarão acesas como todas as noites. Não avisaria seu namorado sobre esse bilhete se quiser ser inteligente." Mordi as bochechas e fui até a janela da sala onde eu deixava minha mesa de jantar para aproveitar a vista, olhei para a portaria e subi para os apartamentos na frente do meu. Passava da meia-noite e todos estavam com suas luzes apagadas ou apenas um abajur aceso, menos o que me foi descrito no bilhete. Perdi parte do ar olhando p
"Ta-dah! Surpresa, ruiva."Desbloqueei a tela e rolei os contatos até encontrar o único contato que entenderia o que estava acontecendo e possivelmente teria como me ajudar, mesmo que eu precisasse gastar todas as minhas economias com isso."— Uau, não pensei que ligaria, muito menos que seria um contato de foda. Tem ideia de que horas são, Sarah?"Eu ignorei a brincadeira do outro lado da linha e saí correndo pela rua apenas de pijama e chinelo tentando ficar o mais longe possível do meu prédio.— Ben, por favor... eu preciso de ajuda... — Solucei e o ar do outro lado da linha mudou.— Me passe o endereço, estou indo.Ben me encontrou desolada algumas quadras a frente do meu prédio, onde acabei me escondendo entre arbustos até ver a sinalização dos faróis piscando. Foi o que ele disse que iria fazer para que eu soubess
— Está pronta? — Ben perguntou terminando de ajustar a gravata no pescoço.E não, eu não estava pronta, durante a parte da manhã ele bateu na porta do quarto para saber se eu estava bem, no entanto, o sono não veio para que eu pudesse descansar. Então passei a noite em claro pensando em como eu poderia enfrentar todo esse problema sem me machucar ainda mais.Mas eu estava apaixonada por David e meu peito doía ao pensar em tudo o que ele fez, em como me perseguiu sem que isso fosse necessário para me conquistar. Isso não era normal.A dor de saber que fui enganada me fez chorar durante todo o fim da noite e acabei deixando parte do travesseiro do quarto de hospedes de Ben molhado. E foi ai que eu decidi enfrentar David indo trabalhar, tentar estudar enquanto ele descobre dentro da sala que sua atitude perseguidora e esquisita me fez desistir do que eu queria com ele.—
Continuei olhando para a tela do notebook e digitando tudo o que ele dizia freneticamente, meus dedos tremiam, meu peito palpitava insuportavelmente e nada doía mais do que ainda querê-lo e saber que ele não era quem tentou me mostrar todas aquelas vezes.— Vocês não podem errar, não podem pensar na possibilidade de dar um diagnóstico errado, de dizer o que não deveria. — Eu fechei os olhos, a saudade de estar nos braços dele estava me machucando. — Mas infelizmente isso vai acontecer em algum momento e devem saber reconhecer, abrir o jogo e dizer tudo o que precisam para que seja levado a sério.Eu já não estava conseguindo aguentar, meus olhos ardiam com tanta força que estava difícil de controlar a onda de lágrimas que estavam prestes a sair.Foi a primeira aula dele que não fui incomodada por Jess, que o burburinho não existi
— Talvez não esteja segurando a língua suficientemente. — Ele riu e aproximou o rosto.— Ah, fica tranquila, eu estou. Se fosse em outras circunstancias, ela estaria bem acomodada no meio das suas pernas. — Arregalei os olhos me afastando do olhar que ele me lançava. — Mas não se preocupe, vou esperar pelo dia que irá invadir o meu quarto e me deixar entender melhor o porque esses dois infernizam tanto a sua vida.— Você conseguiu dar um novo sentido para a palavracanalha, Ben.Ele piscou para mim e saiu do carro, pelo menos com Ben, eu podia esperar pela sinceridade, ao menos ele vinha me mostrando isso desde o dia em que nos conhecemos.Depois que eu consegui me instalar no quarto de hóspedes, Ben me mostrou a casa dos fundos, o espaço era maior do que eu estava imaginando e isso me deixou completamente aliviada. Tinha mais privacidade que meu apart
Desencostei da porta e puxei o gancho que prendia a camisola às minhas costas, ele percebeu a maior movimentação e abaixou o livro mantendo toda a atenção em mim. Isso me fez arrepiar suavemente, vendo como ele me analisava sem precisar mover um músculo. Em seguida soltei as alças e deixei que ela caísse no chão, ouvi um suave suspiro vindo dele e o peito definido mover lentamente.Por um momento, eu poderia me esquecer de David, não é? Esquecer o quanto ele me dominava com simples palavras e olhares necessitados, eu poderia me perder em alguém que não tinha uma maldita obsessão, que estava ali desimpedido tanto quanto eu.Caminhei até os pés da cama e fingi não estar nua da cintura para cima, recebendo um olhar desconfiado dele misturado com uma curiosidade que eu também sentia.Ben colocou o livro no aparador ao lado da cama enquanto eu