A risada seca ecoou ao meu redor e então entendi que a escuridão que eu via era um maldito de um capuz preto, tentei esticar o meu corpo e a dor voltou a rasgar as minhas costas. Eu não podia me mexer e com a quantidade de dor que eu estava sentindo, deveria ter fraturado alguns ossos antes de ser jogada nesse chão frio.
— Tira você, não tenho mais nada a fazer aqui. Você descumpriu a porra do combinado Michael, qual é o seu problema? — Um estalo oco soou e em seguida um gemido expôs Jess. — Você é um merda.— Vá se foder, vadia. — Ele riu enquanto o barulho irritante dos saltos batiam no concreto. — É, parece que somos só nós dois, ruiva. — Ele suspirou com um leve divertimento na voz enquanto seus passos se aproximavam de mim.. — Não é incrível? Era para ser assim, apenas nós dois desde o come&cce— Ah, caralho. — Ele chiou voltando com o que pedi. — Onde ele está.Olhei para ele e movi a lâmina sentindo a ponta tocar nas costas da bala.— Eu teria ido direto para lá se eu soubesse. — Grunhi antes de trocar a lâmina pelos meus dedos, Benjamin jogou um dos panos da cozinha e eu o enfiei na boca para conseguir aguentar a maldita dor enquanto afundava os dedos para puxar a bala. — Pegue meu telefone no carro e ligue para a secretaria da faculdade, peça o número de Jessica Wilson, ela estava com Mike quando Sarah foi jogada como um pedaço de carne dentro de uma Van.— Eles não vão me passar informações pessoais dos alunos.— Dê a porra de um jeito! — Gritei puxando finalmente o projétil de dentro de mim. — Inferno!— Merda! — Ele xingou ao sair.Eu havia me esquecido que ele era um advogado e
Ergui o quadril e encaixei a mão embaixo do cóccix fazendo pressão na junção dos ossos, então forcei de uma vez. O estalo me fez ficar tonta, a dor tinha me entorpecido. Puxei devagar o aparelho e olhei a tela, mensagens de Ben e diversas ligações de David. Meu olhos lacrimejaram e eu simplesmente apertei o botão para retornar, o telefone tocou apenas uma vez antes de uma voz desesperada atender.— Sarah! — Eu chorei em vez de pedir ajuda, o som da voz de David do outro lado da linha me fez perder o ar. — Sarah! Meu amor, responda!Eu busquei fôlego para conseguir responder, mas era difícil sabendo que ele estava bem.— David... — Sussurrei cansada.— Estou indo, querida.Meu aparelho voou longe e o estalo fez meu corpo convulsionar, eu não tinha mais fôlego para gritar e minha consciência se desfez em pedaços antes de con
Benjamin encurtou a distância que faltava para chegar nela e ameaçou apertar a lamina sobre parte do decote exposto, eu sai do banco do motorista e entrei na parte detrás do carro apertando Jess contra o corpo de Benjamin.— E se fizermos você gritar de outra forma? — Eu avancei sobre o pescoço dela, apertando meus dedos contra a pele, sentindo o sangue dela pulsar embaixo dos meus dedos.— Não me parece uma ideia ruim, embora eu curta mulheres com mais carne. Se é que me entende... — Benjamin sorriu malicioso para os olhos assustados dela.— Entendo, essa aqui também não faz o meu tipo. — Conclui fingindo puxar a alça da blusa dela. — O quadril largo de Sarah aguentava perfeitamente toda a força que eu quisesse colocar, mas não vejo problemas em desmontar essa aqui.— Se ela não aguentar, podemos jogar ela no terreno no fim da
Continuei avançando cada vez mais rápido vendo nos olhos de Mike a dúvida, correr para a arma ou me enfrentar antes que eu afundasse a sua cabeça contra o chão. Ele correu para a arma deixando o corpo de Sarah descoberto e praticamente nu em cima de cobertores sujos e antigos de hospital, se algum dia pensei na possibilidade de deixá-lo viver, essa vontade havia sumido no mesmo momento em que vi minha garotinha debaixo dele sem realmente saber o que estava acontecendo.— Filho da puta! — Joguei a haste e ela errou por pouco, no entanto, tudo o que eu queria era tirar Sarah dali.— Nem mesmo morto você consegue ficar! Mas que porra! — Michael gritou segurando a arma na minha direção outra vez. — Você não cansa? Quantas vezes eu vou ter que atirar em você até que pare de se meter na porra da minha vida?— Mike... — Benjamin deixou a madeira q
Não era o mesmo filho da puta de anos atrás, mas ele era o mesmo tipo de cara que arrancaria delas o que queria sem se importar com suas dores.— Leve-a para a sua casa. — Conclui mudando de ideia. — O hospital fará perguntas e eu mesmo quero lidar com o merdinha do seu irmão, a polícia não fará nada além de prendê-lo por alguns anos. Eu não posso arriscar, não dessa vez.Ele assentiu e puxou ela dos meus braços, meu corpo doeu e as feridas minaram mais sangue enquanto eu forçava para levantar. Puxei Michael inconsciente do chão antes que eu não tivesse mais tempo e o coloquei na mesa onde Sarah deveria estar antes que chegássemos, era a vez dele de sentir o que ela sentiu. Só que ninguém viria salvá-lo.— Dessa vez não quebre só os dedos, David, esse merdinha nunca foi meu irmão e me recuso sa
Passei talvez algumas horas desidratando o meu corpo e relembrando cada uma das coisas que vivi por causa de Michael. Por alguma razão a dor se transformou em ódio e eu queria ter tido a chance de me descontar a minha raiva, o maldito rancor que eu estava sentindo no que eu pensava ser meu único amigo.Meu corpo doía tanto que a adrenalina do ódio me fez levantar a força, coloquei um jeans e uma camiseta larga para não arranhar minhas feridas e sai. Não vi Ben em lugar algum e eu sinceramente não me importava, havia algo que eu queria fazer e com tudo o que eu tinha passado e ele também presenciado, duvido que me deixaria sair sem que eu estivesse completamente bem.Não peguei nada além da minha carteira corri para a frente da faculdade, não senti fome, nem sede. A única coisa que eu queria fazer era estar ali e esperar e foi o que eu fiz, escorada nos muros das casas do outro
— David! — Berrei e ele entrou na garagem do apartamento dele. — Que merda pensa que está fazendo?— Tomando o que é meu. — Ele disse quando estacionou.Eu me recusei a sair do carro, minhas emoções estavam a flor da pele quando ele abriu a porta e me puxou para fora. Fui jogada em seu ombro e carregada para aquele maldito elevador.— Me solta, maldito filha da puta! Eu vou quebrar a sua cara! — Gritei dentro do elevador, mas ele não fez nada além de receber meus tapas e socos em suas costas.Ele continuou o caminho até o apartamento e só me colocou no chão após fechar a porta e trancá-la por dentro.— Porque você não estava lá? Porque não estava comigo? — Eu chorei batendo no peito dele e David apenas começou a me empurrar devagar contra o seu sofá, eu mudei a direção e sa&i
Era o meu primeiro dia na aula de pós-graduação, a literatura tinha me proporcionado um romance direto com cada uma das formas e seus derivados de escrita — o que poderia ser considerado uma obsessão da minha parte. Mas eu realmente não me importava, existiam anos de entre a minha vida adulta e a responsabilidade que meus pais tinham comigo, ninguém tinha poder suficiente sobre mim para que me privasse desses pequenos prazeres da vida.Jess, era uma garota antipática que não tinha capacidade intelectual suficiente para saber a hora de calar a boca, talvez fosse culpa da idade, a juventude era, na sua maioria, um bando de crianças crescidas e mimadas. E seu falatório durou cerca de vinte minutos, tempo suficiente para meus olhos reviraram algumas centenas de vezes. Minha irritação já estava em seu auge e faltavam poucos minutos para que meu caderno encontrasse a cabeça loura na carteira à minha frente.— Bom dia, guardem os telefones e os deixem no mudo. Não tolero interrupções e falat