Ergui o quadril e encaixei a mão embaixo do cóccix fazendo pressão na junção dos ossos, então forcei de uma vez. O estalo me fez ficar tonta, a dor tinha me entorpecido. Puxei devagar o aparelho e olhei a tela, mensagens de Ben e diversas ligações de David. Meu olhos lacrimejaram e eu simplesmente apertei o botão para retornar, o telefone tocou apenas uma vez antes de uma voz desesperada atender.
— Sarah! — Eu chorei em vez de pedir ajuda, o som da voz de David do outro lado da linha me fez perder o ar. — Sarah! Meu amor, responda!Eu busquei fôlego para conseguir responder, mas era difícil sabendo que ele estava bem.— David... — Sussurrei cansada.— Estou indo, querida.Meu aparelho voou longe e o estalo fez meu corpo convulsionar, eu não tinha mais fôlego para gritar e minha consciência se desfez em pedaços antes de conBenjamin encurtou a distância que faltava para chegar nela e ameaçou apertar a lamina sobre parte do decote exposto, eu sai do banco do motorista e entrei na parte detrás do carro apertando Jess contra o corpo de Benjamin.— E se fizermos você gritar de outra forma? — Eu avancei sobre o pescoço dela, apertando meus dedos contra a pele, sentindo o sangue dela pulsar embaixo dos meus dedos.— Não me parece uma ideia ruim, embora eu curta mulheres com mais carne. Se é que me entende... — Benjamin sorriu malicioso para os olhos assustados dela.— Entendo, essa aqui também não faz o meu tipo. — Conclui fingindo puxar a alça da blusa dela. — O quadril largo de Sarah aguentava perfeitamente toda a força que eu quisesse colocar, mas não vejo problemas em desmontar essa aqui.— Se ela não aguentar, podemos jogar ela no terreno no fim da
Continuei avançando cada vez mais rápido vendo nos olhos de Mike a dúvida, correr para a arma ou me enfrentar antes que eu afundasse a sua cabeça contra o chão. Ele correu para a arma deixando o corpo de Sarah descoberto e praticamente nu em cima de cobertores sujos e antigos de hospital, se algum dia pensei na possibilidade de deixá-lo viver, essa vontade havia sumido no mesmo momento em que vi minha garotinha debaixo dele sem realmente saber o que estava acontecendo.— Filho da puta! — Joguei a haste e ela errou por pouco, no entanto, tudo o que eu queria era tirar Sarah dali.— Nem mesmo morto você consegue ficar! Mas que porra! — Michael gritou segurando a arma na minha direção outra vez. — Você não cansa? Quantas vezes eu vou ter que atirar em você até que pare de se meter na porra da minha vida?— Mike... — Benjamin deixou a madeira q
Não era o mesmo filho da puta de anos atrás, mas ele era o mesmo tipo de cara que arrancaria delas o que queria sem se importar com suas dores.— Leve-a para a sua casa. — Conclui mudando de ideia. — O hospital fará perguntas e eu mesmo quero lidar com o merdinha do seu irmão, a polícia não fará nada além de prendê-lo por alguns anos. Eu não posso arriscar, não dessa vez.Ele assentiu e puxou ela dos meus braços, meu corpo doeu e as feridas minaram mais sangue enquanto eu forçava para levantar. Puxei Michael inconsciente do chão antes que eu não tivesse mais tempo e o coloquei na mesa onde Sarah deveria estar antes que chegássemos, era a vez dele de sentir o que ela sentiu. Só que ninguém viria salvá-lo.— Dessa vez não quebre só os dedos, David, esse merdinha nunca foi meu irmão e me recuso sa
Passei talvez algumas horas desidratando o meu corpo e relembrando cada uma das coisas que vivi por causa de Michael. Por alguma razão a dor se transformou em ódio e eu queria ter tido a chance de me descontar a minha raiva, o maldito rancor que eu estava sentindo no que eu pensava ser meu único amigo.Meu corpo doía tanto que a adrenalina do ódio me fez levantar a força, coloquei um jeans e uma camiseta larga para não arranhar minhas feridas e sai. Não vi Ben em lugar algum e eu sinceramente não me importava, havia algo que eu queria fazer e com tudo o que eu tinha passado e ele também presenciado, duvido que me deixaria sair sem que eu estivesse completamente bem.Não peguei nada além da minha carteira corri para a frente da faculdade, não senti fome, nem sede. A única coisa que eu queria fazer era estar ali e esperar e foi o que eu fiz, escorada nos muros das casas do outro
— David! — Berrei e ele entrou na garagem do apartamento dele. — Que merda pensa que está fazendo?— Tomando o que é meu. — Ele disse quando estacionou.Eu me recusei a sair do carro, minhas emoções estavam a flor da pele quando ele abriu a porta e me puxou para fora. Fui jogada em seu ombro e carregada para aquele maldito elevador.— Me solta, maldito filha da puta! Eu vou quebrar a sua cara! — Gritei dentro do elevador, mas ele não fez nada além de receber meus tapas e socos em suas costas.Ele continuou o caminho até o apartamento e só me colocou no chão após fechar a porta e trancá-la por dentro.— Porque você não estava lá? Porque não estava comigo? — Eu chorei batendo no peito dele e David apenas começou a me empurrar devagar contra o seu sofá, eu mudei a direção e sa&i
Era o meu primeiro dia na aula de pós-graduação, a literatura tinha me proporcionado um romance direto com cada uma das formas e seus derivados de escrita — o que poderia ser considerado uma obsessão da minha parte. Mas eu realmente não me importava, existiam anos de entre a minha vida adulta e a responsabilidade que meus pais tinham comigo, ninguém tinha poder suficiente sobre mim para que me privasse desses pequenos prazeres da vida.Jess, era uma garota antipática que não tinha capacidade intelectual suficiente para saber a hora de calar a boca, talvez fosse culpa da idade, a juventude era, na sua maioria, um bando de crianças crescidas e mimadas. E seu falatório durou cerca de vinte minutos, tempo suficiente para meus olhos reviraram algumas centenas de vezes. Minha irritação já estava em seu auge e faltavam poucos minutos para que meu caderno encontrasse a cabeça loura na carteira à minha frente.— Bom dia, guardem os telefones e os deixem no mudo. Não tolero interrupções e falat
Sua percepção do mundo e sua filosofia o levaram a compreender a humanidade de uma forma complexa e padronizada, trouxe também um conhecimento singular sobre como e porque as pessoas têm seus sonhos, desejos, tabus e medos. Era realmente um mar de contradições e oposições, uma era de pessoas e rótulos, onde nenhum dos dois estavam muito separados um do outro.Mas como tudo que era bom, incluindo a paz que o Sr. Clark havia trazido para dentro da sala, a aula chegou ao fim e como de costume, o último aluno a assinar a lista de chamada ficava com a responsabilidade de entregá-la ao professor e por sorte, fiquei com o trabalho.— Senhorita Taylor, — Ele murmurou recebendo a lista que eu encarecidamente queria apenas entregar e correr para casa, mas é claro que era apenas um desejo meu. — Dei uma olhada em seu histórico da graduação e pelo que vi, está no caminho certo para a psicologia. Dará andamento ou usará a pós para outros fins?— Filosofia. — Eu concluí, ele meneou a cabeça e confe
Passei tempo demais correndo com a papelada e esqueci que depois do turno eu precisaria voltar para a faculdade, talvez Mike estivesse certo, diminuir um pouco das horas que eu estendia do plantão poderia me ajudar.Corri pelo campus tendo certeza de que eu perdi algumas das minhas canetas durante a maratona, perderia o início da aula e isso seria péssimo para o meu currículo estudantil.Esqueci dos elevadores e corri pelas escadas na expectativa de encontrar a sala em seu estopim de conversas fiadas e falta de um professor dentro da classe.— Não diagnostiquem imediatamente. O maior erro do médico é achar que ele entende mais do que os estudos feitos durante décadas, você não é especial e não deve se achar o maioral quando estiver com as maiores cartas na manga para dar a sentença para seu paciente. — Eu abri a porta no meio da explicação, Não olhei para o rosto do Sr. Clark que pausou drasticamente suas palavras até que minha bunda estivesse presa a cadeira. — Vocês precisam de limi