A resposta da Verônica veio logo em seguida. "Preciso ir agora?"Leio a mensagem e respondo:"Não, só estou avisando para se preparar. Enviei um e-mail com os arquivos sobre todos os negócios da Construtora Montez, você deve ler para conhecer a empresa. Vou providenciar também uma conexão importante para você fechar assim que assumir o cargo"Ela finaliza com um:"Ok"Não demorou muito e recebi a mensagem da recepção avisando que a Jules já está subindo. É, ela está mesmo com pressa, pelo jeito é exatamente como imaginei, a empresa é o ponto fraco dela. Para uma pessoa que sempre foi arrogante, fútil e que sempre esfregou o status e a conta bancária na cara dos outros, a fonte de renda tinha mesmo que ser o calcanhar de Aquiles dela. Vamos ver como ela vai ficar quando se tornar uma simples subordinada na própria empresa. — Entre. — Digo quando ouço as batidas na porta. — Com licença, senhor Miller, a senhora Montez está aqui para vê-lo — a Rafaella diz dando passagem para a Jules
— Você está me vigiando, Jules? — Pergunto rindo. Então ela realmente sumiu porque ficou irritada por eu ter saído com a Verônica. — Não! E também nem precisa, já que a sua amiguinha faz questão de postar fotos de vocês dois juntos nas redes sociais. — Ah, é isso? Bom, isso não é importante, além do mais, você também não tem nada que se incomodar com isso. — Não tenho?! Eu por um acaso não sou sua esposa? — Ela quase grita as palavras de tão irritada que está. — Samuel, qual é a sua, hein?! — A minha? Eu não tenho nada a reclamar — dou de ombros. — Sabe, Jules, eu também tinha minhas expectativas com esse casamento, mas mesmo que não tenha suprido nenhuma delas, não fico choramingando por aí — digo sem nenhuma emoção. Ela não responde, apenas me olha, e pela confusão nos seus olhos, parece não acreditar no que acabou de ouvir. Ela morde o lábio inferior com força e balança a cabeça de um lado para o outro. — Isso não vai dar certo — diz mais para si mesma, que para mim. — Eu a
JULES MONTEZ Por que de repente tudo começou a dar errado? Por que?... Por que justo agora que eu acreditei que seria feliz? Por quê? Esses questionamentos estão gritando cada vez mais alto na minha cabeça. E sabe qual é a pior parte disso? Eu sei a resposta. Eu olho para o homem parado a alguns centímetros a frente e ele me olha de volta, mas ao contrário de mim, o seu olhar não tem nenhuma emoção, também não tem emoção nos gestos, nas palavras… em nada. Eu não sei o que pensar, nem de onde tirar uma explicação para essas atitudes dele. A impressão que eu tenho é que eu nunca conheci o Samuel de verdade, eu não conheço o homem para quem eu me entreguei de corpo e alma. Hoje quando o tal Thomas apareceu na empresa, eu fiquei feliz, eu me senti protegida porque o meu marido novamente me estendeu a mão, mas agora tudo que eu recebo é um belo balde de água fria na cara. Esse homem aqui não demonstra nenhuma proteção, age como se isso tudo fosse um jogo e eu sou apenas um brinquedo, u
"Você vai mesmo fazer esse joguinho de difícil, Jules? Ótimo, depois não reclama!"Uma ameaça, será que devo me preocupar? Balanço minha cabeça e minha vontade é mandá-lo à merda. "Jules, cadê você?" Essa pareceu uma mensagem de alguém que se preocupa. Não. Isso foi somente uma ilusão, pois a próxima demonstrou o oposto. "Caralho! Por que você não atende a porra do telefone?!"Por que eu não atendo? É simples, porque eu não quero mais motivos para sofrer. Essa é a resposta que gostaria de enviar, mas eu simplesmente fecho o aplicativo e desligo o telefone quando ele começa a tocar novamente. Ligo o som do carro bem alto e volto para a estrada. Dirijo por mais quarenta minutos e o carro apita avisando sobre o combustível, olho as rotas no GPS e vou para o posto de gasolina mais próximo. Duas horas depois eu estaciono na frente do cemitério memorial do Rio. Faz muito tempo que não venho aqui, três anos para ser mais exata. Entro e vou até a portaria, dou o número de identificação do
— Eu não acho nada — dou de ombros. — Como você me achou aqui? Está me vigiando, Samuel? — Pergunto. Tenho vontade de rir quando lembro que ele me fez a mesma pergunta mais cedo. — O que você está fazendo aqui? — questiona sem responder a minha pergunta. — Por que você não atendeu a minha ligação e ainda desligou o telefone? — Me encara enquanto continua na mesma posição. — É sério que te interessa o que eu faço ou deixo de fazer? — Paro na sua frente e cruzo meus braços imitando-o. — Samuel, vamos parar com esse joguinho? Eu sei muito bem que você não está nem aí pra mim. Por que você está aqui ao invés de ir se divertir com sua amiguinha? — Então você vai continuar com sua pirraça? — Pergunta entre os dentes. Seu maxilar trincado mostra que ele está ainda mais furioso que antes. — Eu não estou pirraçando, não sou criança para fazer isso — digo fazendo um biquinho de desgosto. — Tô vendo. O que você veio fazer aqui? — Repete a pergunta apontando para o cemitério. — Estava passe
SAMUEL ADAMS Desde a hora que aquela porra saiu do meu escritório daquele jeito, eu não consegui me concentrar em nada mais. Se eu fiquei preocupado? Não, definitivamente não. Eu fiquei com raiva, muita raiva. Ela acha mesmo que pode agir como se estivesse sendo intimidada, enganada, quando foi ela quem fez e faz isso? Não, não pode. Eu passei o resto do dia tentando falar com a maldita, mas ela simplesmente não atendeu nenhuma das minhas ligações e nem mesmo olhou as mensagens que mandei. A minha vontade é deixá-la se foder de vez, tomar a empresa dela e deixar ela e a mãe na miséria, seria tão mais fácil assim… mas isso não é suficiente, não para tudo que ela já fez, além do mais, com todas as amizades e conexões que ela já fez, eu duvido muito que ela viva mal. Com certeza o Leonardo Santorini e aquela amiga enxerida dela dariam um jeito de ajudá-la a se reerguer e se isso acontecer todo o meu trabalho e empenho nisso terá sido em vão. — O que aconteceu? — Daniel pergunta ao ver
— Pode ficar tranquilo, eu estou sempre alerta — digo, encerrando o assunto. Depois que o Daniel saiu, eu fiquei olhando a tela do telefone com a localização por um longo tempo. Não segui para lá imediatamente, na verdade eu dei um tempo para ver até onde ela iria com esse joguinho de fuga. Enquanto espero, fico pensando nos últimos acontecimentos e a minha mente está uma completa bagunça, essa porra não deveria ser tão complicado e eu não deveria ficar tão estressado com o sumiço dela, ou ficar com raiva quando ela não dorme em casa. O plano é fazê-la sofrer, só ela, e não ser afetado no processo. Às dezenove horas, eu ainda estou aqui no escritório da empresa. Na tela do telefone a localização continua a mesma, aquela mulher ainda continua parada no mesmo lugar, pelo menos, o carro continua estacionado lá. Fiz umas pesquisas e, como eu imaginei, o pai dela foi enterrado lá. Pego o telefone e as chaves do carro, mas quando cheguei ao estacionamento decidi ir com o motorista no ca
Ela olha na minha direção, fazendo uma pequena avaliação no meu corpo quase nu, estou apenas de cueca; ela sorri de lado após ver a minha raiva. — Não disse nada demais — dá de ombros.— Nada demais? — Dou mais um passo ficando a centímetros dela — tem certeza disso, Jules? — Sim, eu tenho — ela confirma encarando-me com um sorriso debochado. — Te incomodou? Ela apoia os braços no colchão, inclinando o corpo levemente para trás e cruza as pernas fazendo a camisola, que já é minúscula, subir. Mesmo sem querer, esse movimento acaba me deixando duro e a maldita alarga ainda mais o sorriso. Se eu já estava com raiva antes, agora ficou pior. — Você está se divertindo, Jules? — Pergunto com os dentes cerrados. Ela novamente dá de ombros, parecendo despreocupada. — Digamos que agora eu estou bem — ela descruza as pernas e cruza novamente invertendo a posição das mesmas; esse movimento fez a camisola subir ainda mais, mostrando a calcinha. Meu pau chega a latejar dentro da cueca. Eu bal