— Samuel, eu não quero me enfiar nisso, não estou disposta a apostar em algo que pode não ser o que eu espero — suspirou, mostrando todo seu cansaço — Eu só quero ficar em paz agora. — Seguro sua mão, levando-a em direção ao estacionamento — O que você está fazendo? — Jules, nós precisamos conversar, uma conversa decente e definitiva e não será aqui! — Digo abrindo a porta do carro e fazendo-a entrar. — Vamos fazer isso por nós e por ele — aponto para sua barriga. No caminho eu não falo nada e ela também não, fica o tempo todo olhando pela janela. Ela me encara com um pequeno sorriso ao ver para onde estamos indo, estou levando-a para o meu antigo apartamento. — Você quer algo específico para comer? Vou pedir para gente. — Digo olhando as horas.— Não quero comer nada.— São 11h, você precisa comer bem, ô bebê também tem fome. — Eu vou comer quando chegar em casa. Nós podemos resolver isso logo, Samuel? — Anda pela sala e, pela cara, acho que está pensando em tudo que já aconteceu
— Você também sentiu muito a minha falta — digo, movimentando os dedos sobre a calcinha de renda. — Quer gozar, Jules? — pergunto no seu ouvido, e em seguida mordisco a ponta da sua orelha, ela geme em resposta — responda, Jules, quero ouvir você falar — pressiono o dedo contra seu clitóris, aumentando o aperto à medida que sua respiração acelera.— Eu quero… por favor! —respondeu, balançando a cabeça, ansiosamente. Beijo sua boca até senti-la ofegar. Deixo sua boca e deixo beijos e chupões no seu pescoço, ombros. Paro nos seios, chupo e prendo o bico entre os dentes até ouvi-la gemer alto, depois faço o mesmo no outro… continuo o caminho até a virilha. — Você é deliciosa, sabia — passo a língua no interior das suas coxas e vou subindo até a boceta. — Gostosa! — murmurei depois chupar com vontade.— Ahhh! Isso… — ela geme, segurando minha cabeça. — Eu vou… eu…— Isso, goza para mim, Jules — digo, massageando seu clitóris com os dedos e a boca, quando enfio dois dedos, ela ergue os
JULES MONTEZ Entro debaixo do chuveiro e sinto a água morna escorrer pelo meu corpo, agora totalmente relaxado, depois de ter passado momentos prazerosos com o Samuel. Ouvi-lo dizer todas aquelas coisas foi… incrível, inacreditável também. A minha cabeça está uma bagunça com isso tudo. Estou confusa, não com os meus sentimentos, eu amo o Samuel, o meu sonho continua sendo viver em paz e feliz com ele, com nosso filho, ter a nossa família reunida, mas eu tenho tanto medo. Eu sei que ele, eles na verdade, a Sara e a Sônia também, todos me perdoaram e eu acredito que seja verdadeiro esse perdão, só que eu temo que não seja por minha causa essa mudança do Samuel e o perdão que recebi deles, acredito que isso tudo é pelo bebê e, se for assim, eu vou acabar sofrendo ainda mais, pois o Samuel, mesmo tentando, não conseguirá me dar a reciprocidade que eu tanto anseio. Saio do banho e vou até o closet, escolher uma camisa dele para vestir. O cheiro dele está em tudo aqui, é tão gostoso, ali
Ao longo desses anos, eu afundei-me em um abismo do qual eu achava impossível sair um dia. A culpa pesava nos meus ombros, impedindo-me, até mesmo, de respirar algumas vezes, e a culpa mais dolorosa, até mesmo mais do que o que eu causei a Sara, foi a culpa pelo acidente do meu pai. Ando pelo escritório, a briga foi bem aqui, neste escritório. Sorrio ao pensar no meu desespero depois de tudo, eu desejei ter morrido no lugar dele e ele nem mesmo estava naquele carro. Hoje, eu só sinto raiva e nojo, ao lembrar daquele dia, da briga, das palavras ácidas e cruéis dele…–Memórias on–— Papai, eu só quero ajudar a consertar isso! — Digo em meio às lágrimas, que já começaram a sair uma após a outra. — Consertar? — ri, é um riso que intermedia entre desdenhoso e cruel — E você acha mesmo que uma garota burra como você pode consertar algo? Você é a culpada de toda essa merda, Jules, você, sua maldita filha da puta! É uma maldição, é isso que você é. — Seus gritos entraram pelos meus ouvidos f
— Nós estamos prontas, mãe — digo, olhando sua testa enrugada, depois de ouvir que vamos amanhã cedo até a prisão improvisada. — Eu sei que estou pronta, Jules, a minha preocupação é com você e com o bebê. — Não precisa ficar preocupada, eu estou bem e vou continuar bem, aliás, vou ficar melhor depois dessa conversa. Ela ficou olhando-me por um tempo, me avaliando. A minha mãe foi a única vítima nessa bagunça toda, ela sofreu por mim e pelo meu pai, mesmo sem tomar um partido, ela enfrentou meu pai diversas vezes para me proteger, chorou junto comigo, recebeu xingamentos e até ameaças, tudo por mim. Hoje, olhando a situação de fora, eu vejo que nós nunca fomos uma família feliz, nem mesmo antes da minha bagunça. O meu pai sempre foi um homem frio, sabia fingir muito bem ser um homem legal e carinhoso, mas agora eu vejo que aquilo foi só teatro para os amigos. Até sua atenção exagerada com a minha mãe, os presentes, isso também não passou de uma cartada para esconder suas traições.
— Orgulhoso — repete lentamente a palavra — Eu poderia estar orgulhoso, se a sua atitude de usar a boceta para garantir o sucesso da empresa tivesse sido tomada naquela época… lembra? — completou, fazendo-me lembrar mais uma vez aquele velho nojento, meu estômago contrai e eu sinto o gosto amargo do vômito que tenta sair, mas eu o seguro, não vou ser fraca na frente dele, de novo não. — Aí é que está a diferença, papai, eu não usei somente a boceta, eu realmente me apaixonei — minha voz sai arrastada ao pronunciar essa palavra, é nojento fazer isso na frente dele. — Mesmo? — Ri, um riso desdenhoso, que me causa as mesmas sensações de anos atrás — Então foi por amor, que bonitinho. Ele olha para mim e em seguida para minha mãe. Não tem nada ali, nenhum sentimento, nenhuma simpatia sequer por nós duas que um dia ele chamou de família. Como ele pode ser tão seco? Como nós duas podemos ser tão cegas a ponto de amar esse homem por tantos anos? — Sabe, Marcos, eu só queria entender o po
— Para de falar, Marcos, seu desgraçado! — Minha mãe avança em sua direção, mas é parada pelo Estevão. — Você quer continuar escondendo a verdade dela? Você não é nada melhor do que eu — ele ri, se divertindo com desespero da minha mãe. — De que verdade vocês estão falando? — Pergunto. Uma pressão já se forma no meu peito, tenho certeza que não vou gostar disso. — A verdade é que nós não temos o mesmo sangue, filhinha — fala a última palavra com ironia e satisfação, uma satisfação que me dói muito. — Como? — Minha voz saiu arrastada quando o questionei. — Marcos, seu filho da puta, não continua com isso! — Minha mãe grita, ainda mais desesperada, mas ele só sorri e continua. — A verdade é que você não é a minha filha, Jules, eu só registrei você, mas não temos o mesmo sangue — as palavras dele caem como uma bomba na minha cabeça, fazendo-me perder as forças por um breve momento, minha mãe me ampara, enquanto ele ri apreciando a cena. — Quando eu comecei a namorar a Janete, ela j
SAMUEL ADAMS — Que cara é essa, cara? Algum novo problema? — Daniel pergunta assim que entro no escritório. — Não. Pelo menos por enquanto não, e espero que não tenha. — Suspiro profundamente — Eu avisei aquele velho desgraçado para medir as palavras ao falar com a Jules — falei, deixando claro o motivo da minha expressão irritada. Eu não gostei dessa decisão da Jules de ir falar com o pai, ela sabe que ele não presta, nunca prestou e só fez mal à ela e a mãe, não tem necessidade dela adicionar sal na ferida, porque é exatamente isso que essa conversa será, mas eu sei que ela precisa disso para seguir em frente. — Fica calmo, a Jules vai ficar bem. Ela evoluiu muito nesses últimos acontecimentos, está mais forte e vai sobreviver a esse encontro. — É, você tem razão, ela realmente está mais forte, e está mostrando isso. — Além do mais, eu duvido muito que o velho vá tentar alguma gracinha, ele sabe com quem está lidando. — Espero que sim, mas por precaução, eu falei para o Estevã